Doce Sorriso Apimentado Olhar escrita por Ro_Matheus


Capítulo 3
Capítulo 2 - Quem guarda sempre tem


Notas iniciais do capítulo

Como prometido segue ai mais um cap



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Era dia 30 de agosto a noite, no dia seguinte embarcaria para Hogwarts, o natural era estar lá em baixo na sala com minha família matando a saudade, afinal ficaria sem ver minha mãe e meu pai pelos próximos seis meses só conversando por cartas, mas não estava, com a desculpa de precisar acertar as ultimas coisas no malão estava revirando meu armário.

Todo ano a primeira coisa que mamãe fazia ao recebermos as cartas era ir ao Beco Diagonal e comprar tudo novo, inclusive uniformes que servissem e sem ser de segunda mão. Era um dos maiores orgulhos dela conseguir dar isso a nós, afinal a vida toda usou roupas de segunda mão. Era mais pela ideia de ter conseguido prosperar, nem tanto pelo detalhe das roupas usadas.

Então estava agora caçando no armário as roupas antigas que estavam ligeiramente apertadas e curtas em mim. Sempre usei roupas exatamente dentro do padrão, mas para conseguir provocar Teddy eu precisaria usar mais armas.

- ACHEI!!!!!- Saltei dançando e voltei-me ao meu gato. – Lunático, já dizia minha avó, quem guarda tem!

Vesti o uniforme completo, as minhas pernas, mesmo finas como eram estavam quase todas para fora, a saia correta batia somente três dedos acima do joelho, essa para uma palma e três dedos. Está bem vai, mais descente que muita saia por ai, mas mesmo assim para o padrão era bem menor. Já a blusa não fechava todos os botões na altura do seio, mas nem ferrando, ficou dois abertos, opa até parecia que tinha mais peito que tenho!

Tenho peitos pequenos para medianos, para uma menina da minha idade, mas comparada com a Victória e outras mulheres da família eu era uma verdadeira tábua!

Ela também estava curta e se me espreguiçasse mostrava meu umbigo. Interessante!

Podia ainda colocar o colete ultra-colado no corpo, mas não quero soar uma devassa. Mas em todo caso coloquei no malão também. Junto com o livro “truques da bruxa moderna”. É sou moleca, nunca soube usar direito maquiagem nem nada assim, nem minha mãe alias, segundo ela nunca precisou já que meu pai dizia que ela era linda e encantadora assim ao natural, principalmente toda descabelada após jogar quadribol.

- Um dia Lunático, terei um casamento igual ao dos meus pais... – Me joguei na cama abraçada com o dragão de pelúcia que Teddy tinha me dado no dia que entrei em Hogwarts. – E se tudo der certo com ele Lunático, você vai ver.

No dia seguinte no expresso estávamos eu e Hugo sentados na cabine. Hugo é oficialmente meu melhor amigo. Temos a mesma idade, e a mesma paixonite por pessoas impossíveis, no caso dele por Rita Abbout, irmã da professora Hanna e a nova enfermeira do colégio, se formou ano passado e é aprendiz ainda, Hugo passou meia viajem falando na sorte em ela voltar ao colégio.

Ele não sabe sobre Teddy, ninguém sabe além do Lunático que estava folgadamente sentado sobre meu colo.

Na hora de vestir, coloquei a saia normal, a blusa menor e o colete normal por cima ninguém notaria, mas era bom por que quem sabe eu possa usar.

Hugo e eu como pessoas maduras que somos passamos jogando snap explosivo e comendo feijão de todos os sabores buscando os sabores mais estrambólicos. Eu sei devia ser mais menina, mas sabem, que até gosto de ser assim meio moleca? Minha mãe também é assim, cresceu entre homens e viveu em um esporte dominado por eles trabalha num setor do jornal onde só tem homens, e na nossa casa como não poderia deixar de ser são a maioria.

Minha mãe não me ensinou a usar salto, ou como sentar direito com vestido, nunca me ensinou etiqueta ou como arrumar o cabelo, muito menos estava preocupada se já era época deu depilar pela primeira vez ou não. Sempre considerou uma tortura tirar as sobrancelhas e definitivamente só fez a mão no dia do casamento.

Mas a meu ver, me ensinou coisas muito mais importantes, como por exemplo, que um soco no nariz, um chute no meio da perna e uma joelhada na cara é a melhor forma de derrotar um cara. Também me ensinou que não preciso ser popular ou bem aceita por todos, muito menos chamar a atenção de quem eu gosto, afinal a pessoa se for merecedora uma hora ou outra vai me notar, e se não notar não merece, e que devo dar atenção a quem realmente se importa comigo.

Um vestido, uma saia, ou um esmalte nunca veem antes de um obrigado sincero, um gesto de carinho ou um presente do coração, afinal esses são os maiores presentes que alguém pode te dar.

Posso ter brincado mais com balanços do que com bonecas (alias acho que só tive a que a tia Fleur me deu e deve estar jogada de baixo da cama) mas, mesmo assim nunca maltrataria alguém somente para ser minha escada social.

Mamãe não me ensinou a ser menina, mas me ensinou a ser alguém.

Acho que por isso me revoltei tanto, ao ver a forma com que minha prima e Teddy estavam levando a vida, eles não estavam se respeitando afinal, um estava enrolando e a outra sendo orgulhosa. Isso estava longe de ser certo. Então do meu jeito distorcido eu ia tentar do meu jeito agir da melhor forma possível para os três. É, os três! Afinal meu coração estava em jogo também.

E lá estou eu pensando de novo nele, não importa que caminho minha mente faça sempre e sempre leva a ele.

Suspirei e olhei para a grande mesa do jantar, lá estava ele sentado, comendo e rindo com o professor Neville, parece que ele percebeu que alguém o olhava, por que logo nossos olhos se encontraram e sem medo de ser completamente anti-profissional me acenou todo entusiasmado fazendo sinal de positivo em seguida.

Respondi com aplausos silenciosos, como que louvando ele ter conseguido tal posição e logo depois ambos caímos na gargalhada com nossa piada a distância.

Eu pude enfim admira-lo, quando voltou a olhar para o professor Neville, seu rosto quadrado e másculo, com um pouco de barba por fazer só no queixo, seus lindos cabelos de azul intenso quase preto todo despojado com uma única mexa maior longa indo até o peito onde tinha um pingente pendurado com um dente, aquele corpo magro e torneado de quem é vaidoso e sabe se cuidar, e o mais impressionante, seus olhos, agora todo verdes.

As pessoas geralmente pensam que o maior sinal de Teddy para as mudanças seja o cabelo, já que a mexa maior vive mudando de cor conforme o que sente, mas eu sei que não! Somente muda o cabelo quando deseja que os outros vejam o que sente, ou quando o que sente é tão intenso que perde o controle. A chave estava nos olhos, os olhos refletem o que ele sente, mudando sutilmente de tom quando algo realmente lhe é importante ou pesa dentro de si.

Sei que ele ama muito minha família por isso, Harry, eu e Albus temos olhos verdes, James e Mamãe um caramelo claro, então quando vê alguém da nossa família que gosta muito, principalmente eu e papai os olhos de Teddy logo ficam verdes nesse tom intenso lindo.

Linda é a forma com que ele olha e sente.

Meu devaneio foi tirado quando Albus sentou ao meu lado bufando.

- Que foi mano? – Pergunto passando o braço sobre seus ombros

- Rose que foi! – Passa a mão no cabelo. Olho na nossa mesa buscando Rose e não a encontro, olho para a Sonserina e ela esta lá.

- Ela está com o namorado, qual o problema.

- Ela não sabe que é errado em sentar na mesa da outra casa? E logo no primeiro dia de aula! Que exemplo vai dar aos menores!!!

- É mas depois eles veriam e acabariam por se acostumar, melhor agora né.

- Hunf! Ainda acho errado. - Enfiou um pão de abobora inteiro na boca e virou o rosto para o outro lado.

Minha vontade era falar “é irmão isso que dá gostar de gente comprometida”.

Acho que é um mal de família gostar de quem não podemos gostar!

Estava no final da refeição quando a diretora Mcgonagall fez sinal para Albus, Rose e eu nos aproximarmos. Como não sou monitora nem nada, estranhei e até confirmei se era comigo mesma.

- Aqui está a senha do seu salão comunal queridos! – A primeira senha do ano sempre vem da diretora, as outras eles dois pegam sempre com a coordenadora da Grifinória. Mas dar para mim foi novidade. – Senhorita Potter, por favor você poderia pegar aquele livro sobre transfigurações de seres vivos racionais que lhe incumbi de ler nessas férias e levar aos aposentos do professor Lupin? Estávamos aqui em uma interessante conversa sobre o tema e ele ainda não tinha visto o ponto de vista desse autor.

- Claro Diretora! – Respondi sorrindo, já ia me afastar quando ela me chamou. – Edward também será meu pupilo agora junto com a senhorita, ele obviamente no modo avançado em busca do titulo de mestre de transfiguração. Espero que não se importe de ter algumas lições ministradas em conjunto com ele, infelizmente não terei tempo para sempre dar em separado para ambos.

- Que isso Diretora Mc! Será uma honra estar junto com os dois maiores no assunto que eu conheço!

- Menina já falei para não me chamar assim! – Repreendeu a diretora de forma risonha.

- Beleza, desculpa ai!

Sai saltitante para o salão comunal, sei que logo iria acabar o jantar e por isso mesmo me foi entregue o papel antes, assim não fico nos corredores fora do horário permitido.

Peguei o grosso livro e reduzi até caber no bolso da blusa branca, corri até o espelho e prendi meu cabelo em duas maria-chiquinhas baixas e passei um gloss labial transparente. Fiquei satisfeita, sei lá pelo menos para mim ficou bom.

Depois corri para sair do salão comunal antes que alguém voltasse e me encaminhei para aonde sabia ser a sala de transfiguração, o ambiente privado do professor ficava atrás da sala. Retirei a blusa de frio a amarrando na cintura e ficando somente com a blusa branca extremamente colada com o livro dentro do bolso quase explodindo. Respirei fundo por duas vezes e bati na porta.

Mas nada me prepararia para o que estava a minha frente. Teddy Lupin só de calça social.

Pausa importante para comentar sobre a deliciosa tatuagem de um lobo que ele tem na lateral da cintura subindo para as costas. Aquela tatuagem faz exatamente o caminho que eu queria fazer agora ao abraçar.

- Er... Atrapalho? – Pergunto sorrindo e apontando para o fato dele não estar todo vestido, graças ao bom Merlin!!!

- Não, de forma alguma, só estava colocando pijama! – E como para provar isso ele me abraça apertado e eu me estico toda para abraçá-lo pelo pescoço e sentir aquele corpo forte apertado contra o meu. – Hey minha menina, e a boa educação que Tia Gina lhe deu em? Aonde foi parar o boa noite professor Lupin?!

Dei um tapa nele me afastando um pouco.

- Vai te catar Teddy! Professor Lupin só na sala de aula!

- Achei que só me veria como professor agora! – Ele disse jogando charme enquanto se encostava no batente da porta mas sem me largar. – Afinal foi até a mesa dos professores e nem falou comigo!

- Retardado, eu só não fui por que a Mcgonagall me mandou vir aqui mais tarde!

- Oh! – Ele levou a mão ao peito teatralmente como se fosse atingido por um feitiço, se afastou caindo na poltrona atrás dele. – Achei que tinha vindo ver seu amigo por livre e espontânea vontade!! Mas não! Só veio por que mandaram! Oh! Fui traído!

Cai na gargalhada apoiando as mãos no joelho e olhando de viés para ele, pude notar que ele olhava para o agora avantajado decote, aproveitei para me espreguiçar mostrando meu umbigo e barriga lisinha.

- Ah Teddy, viajei de trem o dia todoooo. – Coloquei os braços atrás da cabeça para evidenciar a pouca curva do meu corpo pueril. – Dá um desconto vai!

Ele não respondeu, parecia meio perdido em pensamento, comecei a caminhar até ele me abaixando a sua altura.

- Teddy?

- Ok, ok, dessa vez passa! – Disse balançando a cabeça e eu controlei o sorriso que queria sair. – O que a diretora queria?

Sentei no colo dele cruzando as pernas.

- Estamos abusadas hoje em?- Ele disse erguendo uma sobrancelha mas me ajudando a equilibrar no colo me segurando pela cintura, ótimo sinal.

- Não, estamos cansadas mesmo... - Resmunguei mas sorri de lado piscando para deixá-lo confuso e de dentro do pequeno bolsinho do decote retirei o livro como quem não quer nada, depois ergui minha perna a apoiando no braço da poltrona e tirando de dentro da meia a varinha fazendo o livro crescer para o descomunal livro imenso. – O livro que vocês comentaram estava comigo para eu ler nas férias, devia trazer para você, pelo visto será tema da próxima lição de transfiguração que teremos.

Ele levou novamente um tempo para responder pegando o livro e colocando no colo entre mim e ele por fim voltando os olhos para mim.

- Então a mocinha terá aulas junto comigo é?!

- Sim! – Disse toda orgulhosa. – Mas as suas serão bem mais avançadas.

- Sua monstrinha inteligente! – Começou a me fazer cocegas e eu a me contorcer no seu colo virando de costas e levantei num salto ajeitando a roupa, mas deixando de proposito o decote desajeitado que com a brincadeira agora mostrava meu sutiã rosado. – Sério agora preciso ir!

- Ok eu te levo até a porta.

Ele levantou ainda carregando o livro no colo, pelo visto queria mesmo o livro esse Teddy, realmente amava o que fazia!

- Tchau minha menina! – Ele disse, mas eu queria mais contato com ele, precisava disso por isso puxei o rosto dele para baixo e beijei sua bochecha quase na boca.

- Tchau Teddy! Sonha comigo! – Disse sorrindo inocente e saindo.

Quando já tinha virado o corredor me permiti encostar a parede e rir levando à mão a boca.

Ele podia até não gostar de mim, isso ainda era uma duvida, mas que não era imune a mim ele não era!


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Notas finais do capítulo

É as coisas vão esquentar daqui para frente, o aviso não estava lá atoa hohoho.

Espero que gostem por que eu amei escrever ^^ Se tudinho der certo, quinta tem mais!



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