Doce Sorriso Apimentado Olhar escrita por Ro_Matheus


Capítulo 2
Capítulo 1 - Será?


Notas iniciais do capítulo

Bom a fanfic será toda em primeira pessoa, maior parte dela pelo POV da Lily, devo dizer que eu me apaixonei por escrever a Lily e me surpreendi gostando de escrever a Victória, se entram esperando uma fanfic com personagens "mocinhos e bandidos" pode se surpreender com eles um pouco mais complexos



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Eu acho que sempre o amei, devo tê-lo amado desde a barriga da minha mãe quando ele encostava lá para me sentir mexendo.

Acho que por isso mesmo aprendi desde cedo a lidar com meu amor.

Podem até achar que estou exagerando, que é um amor infantil, mas me diga quantos amores infantis são tão intensos que de ver o outro sorrir você sorri junto, mesmo quando o outro sorri por estar com alguém que não é você.

Eu ficava feliz por ele, sofria por ele, sorria por ele, junto dele sempre e sempre. Tanto que quando Teddy começou a namorar a Victória eu fui a que mais apoiei, dando força e encobrindo as saídas furtivas do casal.

Eu fazia isso por ele, por amá-lo doía, não pensa que não doía, nossa doía muito, chegava em casa sozinha no final da noite e chorava até cansar; e acordar gripada por ter dormindo em meio as lágrimas e um travesseiro molhado.

Só que ele era feliz com ela, ela o completava, quem era eu para tentar impedir isso?!? O que eu era deles para minimamente desejar o contrário?

Também tinha o fato de Victória ser minha prima, e ser um doce de menina, um pouco nariz empinado, mas definitivamente um doce, sempre gentil e prestativa, sempre brincando conosco e tendo paciência com nossas criancices.  Por ela ser essa pessoa especial eu sempre achei que ela o merecia.

Para mim era um inferno, mas sempre soube que por mais que amasse Teddy, ele não era para mim, ele era da Victória, foram feitos um para o outro, me restava apenas,... Assistir.

Isso é claro até aquele domingo na Toca.

Já era final de tarde, e todos os meninos e homens da família estavam no pomar no jogo semanal de quadribol, excepcionalmente minha mãe também não estava lá. Estávamos nós duas, vovó Molly, Tia Fleur, Tia Ang, Tia Mione e Victória na cozinha sentadas em volta da mesa do café da tarde numa fofoca típica de mulheres.

Eu como boa caçula mais ouvia do que participava, como agora iria fazer quatorze anos finalmente podia sentar nessa mesa sem a cada dois minutos alguém me olhar e pensar se podia mesmo estar ouvindo essa conversa.

Rose, Roxanne, Mollinha, Dominique, Lucy... Enfim todas minhas outras primas estavam lá em cima conversando sobre garotos. Nunca me dei muito bem com elas preferia ficar com os mais velhos.

O papo estava ótimo até que minha avó sempre com seu jeito de ser fofo e intrometido vira para Victória.

- E quando minha netinha linda vai oficializar, um noivado e um casamento com o menino Lupin? Estou ansiosa para ser bisavó.

A mesa inteira sorriu para ela e eu bebi meu suco a olhando tentando sorrir também.  Victória suspirou passando a mão nos lindos e longos cabelos loiros antes de tomar um gole de chá e responder.

- Acho que com vocês posso falar, não sei ainda se estaremos namorando, quanto mais casar...

Todas nós a olhamos surpresas. Eles namoravam a uns bons seis anos!!! Foi o mesmo tempo que mamãe e papai namoraram antes de casar.

- Mas como minha querrrida?  - Minha Tia Fleur pergunta, ela ainda tinha um sotaque francês quando nervosa embora com o tempo tenha melhorando muito.

- Teddy... - Ela respirou fundo e eu pude ver os olhos brilhantes. - Ele nunca foi exatamente alguém aberto né, divertido engraçado mas nunca aberto, mas ele anda cada vez mais fechado, e estamos tão distantes, pensei que era mais pela distância física, afinal eu trabalho a quilômetros de distância e só posso voltar nos fins de semana, já que sou responsável pela Grifinória, e os trabalhos de feitiços me tomam tanto tempo... Essas minhas férias lá do colégio pensei que poderíamos aproveitar, mas simplesmente passamos o dia juntos, no entanto sem conversar, é como se não tivéssemos nada em comum... – Victória sempre muito elegante dá um sorriso triste e enxuga as lágrimas, contudo dava para ver que ela estava realmente abalada coitadinha.

- Ai pensando nisso conversei com a Diretora, afinal a vaga de professor de transfiguração estava para abrir, perguntei se Teddy poderia prestar e ela logo concordou. Sabe achei que Teddy iria ficar feliz em trabalharmos juntos em Hogwarts, sempre foi o sonho dele ser professor... – Mais um sorriso de lado. – Mas ele explodiu comigo quando chegou em casa falando que não podia interferir assim na vida dele... Discutimos muito e acabamos dando um tempo sabe, ele decidiu tentar o cargo e assumiu, e decidimos tentar do começo agora o relacionamento sem ressentimentos para ver se arrumamos.

- Ele não poderrria lhe tratarrr assim querrrida!  - Diz Fleur condoída pela tristeza da filha. Vellas sempre foram superprotetoras. – Você é uma florrr delicada!!!!

- É mesmo! Vocês estão construindo uma vida juntos! E são seis anos de namoro! – Diz minha mãe, sempre guerreira.

- Se eles estavam distantes, natural ele sentir-se invadido...- Tia Mione sendo sempre o lado racional, quando todas voltaram-se para ela revoltadas Victória tomou a palavra.

- Foi o que pensei tia... Entramos por fim em um consenso, só que o problema não é essa briga, o problema é eu não ver mais como podemos reatar... – mais uma fungada, ela por fim parecia conformada, tão cansada, não resisti e segurei em suas mãos e ela voltou seu olhar para mim me olhando intensamente. – Não sinto ele ligado a mim, na realidade, com a briga o encanto do amor eterno quebrou, e eu percebi que de fato, ele nunca esteve ligado a mim, e que talvez... Talvez eu esteja me apegando a algo que não existe...

Ela voltou o olhar para a sala focando na vovó em um sorriso doce e levemente irônico.

- Ontem a noite quando estávamos deitados na cama no escuro perguntei a ele o que ele achava mais bonito em mim, - Enquanto falava ela  pegou a varinha em mãos. – E ele disse minhas sardas... Sei que ando sempre maquiada só que ... - Como para mostrar seu ponto apontou a varinha para o rosto e limpou com um aceno a maquiagem. – Faz três anos que retirei todas as minhas sardinhas, ele não percebeu...

A cozinha inteira caiu em silêncio. Por uns instantes todas somente sabiam bebericar o próprio chá e olhar para tudo menos a Victória. Minha cabeça bombeava com as informações.

- Querida, ele é homem! Homens nunca notam nada! Acho que você precisaria estar verde para ele perceber algo! – Diz minha avó apaziguadora.

- Verdade! Passei a tingir o cabelo por conta dos brancos e Ronald ainda nem percebeu, estou vendo quanto tempo vai levar até ele notar que agora tomo poções e que meu cabelo está numa cor diferente! – Disse Tia Mione ajudando e todos deram risada. – Verdade! Rose, Hugo e eu até apostamos entre nós quanto tempo vai levar para ele perceber!

- Quero entrar nessa! Aposto um ano! – Diz tia Angelina sempre engraçada e logo a cozinha passou a fazer apostas, Victória olhava agradecida para vovó e tia Mione como que agradecendo para mudarem o foco dela. E até levemente tranquila pelo relapso de Teddy.

Mas eu não, eu passei minha vida observando e olhando Teddy à distância, e algo que ele sempre foi é extremamente observador, papai uma vez até comentou comigo que ele deve ter herdado isso de Remus Lupin.

Ainda mais depois que passou a trabalhar com transformações, onde cada mínimo detalhe faz diferença, ele realmente é apegado em minucias.

Teddy é assim com tudo na vida, inclusive foi o único que notou quando parei de usar o cabelo sem franja para usar uma franja na altura do queixo. Ele comentou assim que me viu alias!

Por que ele não olhava mais para a própria namorada? A única explicação é só uma: Ele realmente não se importava com ela, ela era tão insignificante para ele ao ponto dele nem a olhar mais...

Enquanto agora mamãe enumerava todas as coisas que meu pai e meus irmãos esqueciam pelo caminho e eram desleixados arrancando risadas geral, eu me perguntava por que Teddy persistia em um relacionamento onde claramente ele não tinha mais interesse algum numa das partes.

Dei um beijo na bochecha da minha mãe e sai da cozinha, precisava pensar, caminhei para a varanda e me joguei em uma das cadeiras de lá apoiando as pernas na cerca a minha frente.

Outra coisa também não deixou de passar despercebida para mim, agora Teddy seria meu professor de transfiguração, me encaminhava para o quarto ano, tinha conseguido virar assistente da Mcgonnal já que sempre gostei de transformar as coisas. Então, não só eu seria aluna de Teddy como também passaria a ser assistente dele.

Isso exigiria muito da minha força de vontade e uma boa cota de atuação para ele não perceber o que se passa no meu interior. O que devo garantir que sempre foi um sacrifício hérculo, ele me lê com uma facilidade incrível.

Ao meu lado sentou Victória também olhando para frente carregando na mão um bule e duas xicaras.   Sorriu para mim doce e me serviu.

Ficamos ali simplesmente sentadas, cada uma perdidas em seus próprios pensamentos, sem ela saber que o que dominava minha mente era o mesmo que ela, queria ser merecedora do carinho da minha prima, mas não era, afinal eu amava intensamente seu namorado.  Não sei quanto tempo depois à voz de soprano dela se fez ouvir.

- Você sempre foi à pessoa que mais nos apoiou... Também é a pessoa da qual Teddy é mais próxima, sei que você é bem mais nova, mas, pode me aconselhar, ou pelo menos me emprestar o ombro?

Sabia o quão difícil isso era para ela. Sempre foi muito orgulhosa. Assenti sorrindo.

- Você sabe que ele não simplesmente ignoraria minhas sardas, ou falta dela, estamos falando de Teddy afinal...

- Sim. – Não podia mentir.

- Você acha que Teddy um dia me amou?

É a sutileza Wesasley corria mesmo na veia dessa mulher.  Demorei a responder, por que até a uns momentos diria que sim, mas agora já não tinha certeza, Teddy sempre foi super aberto comigo, sempre foi aberto com meu pai, por que com a mulher que divide um teto nunca foi?... Já não sabia dizer se ele de fato um dia a amou.

- E você ainda o ama? – O melhor ao meu ver é rebater a pergunta para ela já que não sabia responder.

- Já fui muito apaixonada por ele sim... – Ela me respondeu meio evasiva. Sempre orgulhosa, mesmo vindo aqui para conversar comigo não consegue descer do salto.

Coloquei a xícara na mesinha a nossa frente, virei-me para ela segurando suas duas mãos que estavam na xícara.

- Victória...

Ela me olhou profundamente, meus olhos verdes olharam dentro dos azuis dela, ela tentou desviar mas voltei a buscar seus olhos.

- Não sei...

- Então por que agora que tudo está terminando você não deixa correr natural, se ambos não sabem oque sentem....

- Por que não. - O olhar dela ficou duro e largou minhas mãos.

- Victória! – Chamei segurando seu antebraço. – Hey, sou eu Lily, aquele que sempre apoiou vocês, que tal você ser menos orgulhosa e me contar por que insiste em algo que pode não fazê-la feliz?

- Porque....- Victória ficou roxa e parecia realmente irritada, mas eu sabia que não era comigo.

- Porque... Vamos mulher desembucha! Estou do seu lado, não estou?

- Porque não quero deixa-lo para a outra!

Ai tive de solta-la e a olhei estarrecida, nunca imaginei que Teddy traísse Victória, devo confessar que ele me decepcionou.

- C-como? Ele tem outra?

- Na vida não, ele não me trai, já investiguei... Mas sei que tem outra no coração... Ele vive perdido em pensamentos, todos os feriados ele fica saudosista, vive com o álbum de fotos na mão e suspirando, achei que era a falta que os pais dele deviam fazer, mas uma vez acordei e fui para a sala e ele estava lá com o maldito álbum na mão acariciando as fotos dizendo coisas como “tão linda”... “tão meiga”... “ai essas sardinhas”....“que sorriso lindo”... “foi tão divertido”!!!! o cumulo foi quando disse “minha menina!”

- Podiam ser fotos da mãe dele como você mesma disse...

- Lily não eram! Tão pouco eram fotos nossas, abri o álbum no dia seguinte quando ele estava no banho, não tinha uma única foto dos pais dele, é o álbum que sua mãe fez quando ele se formou, só tem foto da formatura, onde só tem foto dos colegas dele da escola e da sua família na formatura! Eu não pude ir à formatura! É alguma biscate colega dele do colégio! Pena que todas estavam bem maquiadas!!! Pois não foi bem isso que ele me respondeu ontem quando perguntei a noite, ele estava quase dormindo quando perguntei ele só falou “seu rosto todo sardento”... Eu tinha sardas, mas eram poucas na bochecha e logo que tive idade eu as tirei!!! Ele não falava de mim, nem quando eu perguntei, ele falou pensando na outra! 

Eu a olhei espantada sem saber o que dizer, voltamos a tomar chá por mais um tempo até que decidi que não tinha mais cabeça para ficar lá, precisava ficar sozinha mesmo.

- Olha Victória, sei que só tenho treze anos, faço quatorze só mês que vem, mas mesmo assim, caralho! Mesmo com treze anos e nunca tendo me envolvido com ninguém eu sei que prender alguém a si por puro orgulho, por não querer dar o braço a torcer, e se permitir ser enrolada como está sendo não pode acabar bem. Vai fazer ambos infelizes... Porra vocês não merecem isso!!! – Levantei pegando as xicaras e o bule. – Pensa no que sente de verdade e ai decide prima, não se machuca assim atoa por puro orgulho.

Ela me olhou estarrecida, não sei dizer se ela estava admirada pelo que eu disse ou muito irritada, sei que não me importava nem um pouco agora.

Pouco depois que entrei vovó pós o jantar na mesa, jantamos e logo fomos para casa via pó Flú.

Detesto ficar imunda por conta do pó e o cheiro de fuligem que fica em mim, queria logo fazer dezessete para nunca mais usar.

Deitada na minha cama comecei a pensar em tudo que conversei com Victória, podia ser insano, mas uma ideia surgia em minha mente. No dia da formatura ele tinha somente quatro colegas mulheres, uma negra, uma loira, uma morena e uma ruiva, mas a única com um pouco de sardas era a ruiva, e nem ruiva natural ela era.

Ninguém que eu conheço tem o rosto todo sardento, exceto eu. Sou a pessoa com mais sardas que conheço! Até na boca eu possuo! Alias, nunca nenhum garoto chegou em mim por isso, e por eu ser toda moleca, e por eu ter dois irmãos e um primo super-protetores, e... Enfim! Sei que não sou nenhuma princesa que nem minhas primas, mas mesmo assim tenho mais sardas do que eh normal em qualquer ruivo.

Ele me chama de minha menina quando estamos sozinhos e resolvo desabafar com ele e vice e versa, e na formatura ele estava muito nervoso e eu fiquei zoando com ele o fazendo relaxar até a hora de dança quando ele dançou com minha mãe, depois passamos o resto da formatura juntos brincando e zoando um com outro e lembro dele afirmar que passar a noite comigo foi muito divertido. E lembro ano passado quando Hugo sem querer me deu um selinho na hora que caiu em mim como ele ficou nervoso com o garoto, achei na época que era ciúmes de irmão para com a irmã menor...

Mas e se não for? E se for eu o alvo dos suspiros dele?

Podia ser só coisas da minha cabeça, e provavelmente era, mas eu sou uma Potter e quando cismo com algo vou até o fim para descobrir.

Irei tirar a prova disso a limpo na escola para saber. Se for coisa da minha cabeça, tudo bem eu me conformarei e ajudo a Victória a montar o Vudoo da menina, ou simplesmente tento desencanar de vez dele, por que perde-lo para a Victória tudo bem, é minha prima mas para outra é de mais para meu coração.

Mas, se por uma mínima chance, seja eu, por menor que for essa chance, ele será meu e ninguém irá me impedir!


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Notas finais do capítulo

Já estou com o capitulo dois pronto, falta só mandar betar, (alias deem um beijo na Carol por um texto sem erros por favor!) só postarei a continuação com pelo menos um review, por que se for só para a Carol minha betta linda ler envio por ela por e-mail não preciso realmente postar XD Se tiver um leitor aqui eu me dou o trabalho de postar ^^

Espero que gostem ^^

beijos!