Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Heey, moças. Tão bem?
Sim, eu sei que demorei, mesmo prometendo que tentaria não demorar. Achei que ia ter mais tempo pra escrever nas férias, mas doce engano esse. Eu mal mal tô entrando no computador, e se vocês duvidam, podem perguntar pra Samyni. Ela sabe bem que não tá fácil.
Mas... Bom... Taí o capítulo oito. E eu sou obrigada a dizer que é um dos meus preferidos, e que me faz amar ainda mais a Lizzie.
Espero que gostem, okay?



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Jude

Despertei ao primeiro toque do meu despertador, abrindo os olhos e vendo a familiar luz clara que entrava pelas frestas da janela. Espreguicei-me, ainda deitada, e sentei na cama, olhando para a cama à minha esquerda.

Lizzie estava deitada, mas acordada. Sorri.

– Bom dia, Lizzie.

Ela sorriu de canto.

– Bom dia, Jude.

Observei enquanto a minha colega de quarto sentava-se na cama e esticava os braços, espreguiçando-se.

– Que horas são? – Ela perguntou, em voz preguiçosa.

– Hmm… – Olhei para o relógio, na minha mesa de cabeceira. – Seis horas agora.

– Sério? Mas… As aulas não começam às sete?

Dei risada.

– Desculpa, é que eu costumo colocar meu despertador uma hora mais cedo para dar tempo de me organizar.

Lizzie sorriu de canto, estendendo as mãos.

– Uh, ok. – Ela deu de ombros, levantando-se da cama. – Vai tomar banho?

– Vou, mas pode ir primeiro. Eu ainda vou arrumar a cama.

– Hmm, tudo bem. – Ela sorriu. – De qualquer forma, não vou demorar.

Assenti e levantei-me, vendo Lizzie digirir-se ao banheiro.

Esfreguei os olhos e comecei a arrumar a cama, esticando o lençol e endireitando o travesseiro. Depois de terminar, sentei-me diante da minha escrivaninha para separar os materiais do dia, esperando Lizzie sair do banheiro para eu poder me trocar.

Não demorou muito e eu ouvi o som da porta do banheiro sendo destrancada e aberta, junto aos passos da minha colega de quarto e a sua voz.

– E eu achando que um banho frio amenizaria meu sono. – Ela gracejou.

Eu ri, colocando um caderno na bolsa, inclinada para baixo.

– Você pode dormir mais, se quiser. Me desculpa, meu despertador é meio... – E eu não consegui terminar a frase quando levantei os olhos. Meu rosto enrubesceu violentamente e eu agradeci em pensamento por Lizzie estar olhando para o outro lado. – A-alto...

Ela virou-se para mim e deu um sorriso de canto. Seus cabelos estavam molhados e um tanto bagunçados. Ela vestia a saia xadrez da escola e, da cintura para cima, estava nua.

Ok. Não completamente nua.

Na verdade, ela vestia um top cor de chumbo. Mas, sem blusa, era possível ver grande parte do seu corpo: os músculos levemente definidos do abdome, dos braços, dos ombros e das costas, a curva suave da cintura e, graças à largura do cós da saia, o elástico superior do que parecia ser uma cueca masculina, com a marca Calvin Klein.

Não percebi o quanto o meu rosto estava vermelho, ou a velocidade em que o meu coração batia ou o fato dos meus braços e pernas estarem levemente trêmulos até a voz da minha colega de quarto soar novamente.

– É… Me desculpa. Eu deixei a blusa aqui. – Ela deu de ombros, mostrando-me a camisa de uniforme e vestindo-a rapidamente.

Assenti lentamente, ainda sem fala.

Não era como se eu nunca tivesse visto uma garota seminua na vida. Na verdade, eu já trocara de roupa ao lado de Anne, Lucy e Rebecca diversas vezes, assim como com outras garotas. Mas eu nunca havia me sentido tão… Estranha.

Anne fazia dietas e exercícios regularmente, Rebecca era a magreza em pessoa e Lucy não era feia. Mas, mesmo assim, o corpo de Lizzie era totalmente diferente. Ou talvez isso se devesse às suas roupas, ou à aparência. A única coisa que eu sabia era que uma garota nunca havia me desconcertado tanto assim quanto a minha colega de quarto, Elizabeth Bennet, naquele momento, e eu nunca havia sentido sensações tão estranhas como quando ela sorriu para mim.

– Jude?

– Hm? – Perguntei, levantando os olhos. Sem perceber, eu havia encarado o caderno na minha mão pelos últimos segundos.

Lizzie terminava de abotoar a blusa, cobrindo sua nudez. Mas, mesmo assim, eu ainda relutava em olhar para ela.

– Eu disse que você já podia usar o banheiro. Está no mundo da Lua?

Dei uma risada distraída.

– É, eu me distraí. Desculpa. Vou terminar de arrumar isso e vou lá.

Ela sorriu de canto e balançou a cabeça, se voltando para a cama bagunçada.

Lizzie

Pouco antes das seis e meia, eu já estava perfeitamente pronta para ir para a aula. Deitada na cama, com apenas um dos fones no ouvido, eu ouvia uma música qualquer enquanto aguardava Jude terminar de se aprontar. Mesmo sendo muito diferente das outras meninas, nisso a minha colega de quarto era exatamente igual: demorava a se arrumar como se estivesse indo para o próprio casamento.

Quando eu estava quase dormindo, sua voz me sobressaltou, finalmente dizendo que estava pronta. Com um sorriso de canto, levantei-me da cama e, depois de alisar minha roupas, acompanhei Jude para fora do chalé.

Caminhamos para o refeitório sozinhas, até Anne juntar-se a nós, sorrindo e saltitando. Mesmo sendo seis e cinquenta da manhã, a amiga loira de Jude parecia tão feliz e animada como eu nunca estaria antes do meio dia. Os olhos azuis, levemente contornados por uma maquiagem suave, brilhavam, e antes que eu perguntasse, Jude me segredou que aquele era o estado normal dela.

No refeitório, não nos demoramos no café da manhã – que, diferentemente do jantar, era colocado nas mesas onde sentávamos, antes que as alunas entrassem – e logo eu seguia Jude, Anne e Lucy em direção ao prédio das salas.

A loira seguiu para a sala de Biologia do último ano, junto com outras garotas, e eu continuei seguindo Jude e Lucy pelos corredores, até finalmente chegarmos à sala onde se lia Física numa pequena placa na porta.

– Ótimo. – Lucy revirou os olhos. – Primeira aula do dia já é Física. Assim eu não aguento.

Jude riu.

– É, Lucy. Até eu, que vocês chamam de nerd, não aguento essa.

As duas garotas riram enquanto adentrávamos a sala.

– E você, Lizzie? Animada para uma aula de Física?

Sorri de canto, rindo baixo.

– Não estou animada para aula nenhuma, mas tudo bem.

As duas riram novamente e Jude tomou seu lugar na segunda carteira da frente, no lado direito da sala. Percebendo que não havia nenhum outro lugar livre – fora o que Lucy sentara, logo ao lado da amiga –, acabei ficando na primeira carteira.

– Hey, Lizzie. – Jude chamou-me, tocando meu ombro suavemente.

Me virei para ela.

– Sim?

– Duvido que eu me engano dessa vez, mas não é do seu costume sentar na frente, é?

Dei uma risada baixa.

– Não, você não se enganou. Meu lugar é realmente no fundo. Chama menos atenção.

Jude sorriu um de seus sorrisos radiantes.

– Eu sabia.

Sorri de canto mas, antes que eu respondesse qualquer coisa, uma voz feminina soou na sala.

– Bom dia!

Virei-me para frente e me vi diante de uma mulher jovem, abraçada a alguns livros. Ela tinha cabelos castanhos e presos em um rabo-de-cavalo, usava óculos e vestia jeans e camiseta. Nos lábios, um sorriso grande. No momento em que ela entrou, as alunas de pé sentaram-se prontamente, se virando todas para frente.

Ela era, definitivamente, a última pessoa que eu esperava ver como uma professora de Física, ainda mais naquele colégio de diretoras e bibliotecárias velhas.

Depois de se apresentar rapidamente às alunas novas como Marisa Sander e pedir que nos apresentássemos também, a professora começou a passar a matéria. Depois de escrever algumas fórmulas no quadro, ela se virou para as alunas.

– Agora, um desafio. Quero que resolvam essa questão e me respondam oralmente, ok?

Murmúrios de concordância se fizeram ouvir, e então a professora se virou novamente para o quadro, ditando enquanto escrevia.

– Considerando os deslocamentos D1 = 4m e D2 = 3m determine as resultantes R quando D1 e D2 são perpendiculares.

Com uma certa preguiça, peguei o lápis que estava sobre a mesa entre os dedos e fiz rapidamente a única conta necessária para encontrar o resultado do problema, encontrando a resposta segundos depois.

Suspirando, larguei o lápis na mesa e olhei em volta, esperando que alguém respondesse. Não era uma pergunta realmente difícil, mas a maior parte das meninas parecia concentrada em seus cadernos.

Dando de ombros, ergui a mão.

– Elizabeth? – A professora se voltou para mim.

– A resultante é 5.

Jude

Lizzie, sentada na cadeira à minha frente com a pior postura que eu já havia visto, olhava Ms. Sander com um ar tão entendiado que nem parecia notar todos os olhares da sala sobre ela, inclusive o meu. Mesmo faltando nos primeiros dias de aula, ela respondera a pergunta que ninguém conseguira.

Com um sorriso satisfeito, a professora assentiu.

– Correto!

Estando virada de lado, sentada na cadeira de um modo preguiçoso, quase deitada, Lizzie assentiu lentamente, parecendo desanimada até para se movimentar com agilidade.

Mas esse aparente tédio não impediu que ela, no decorrer da aula, respondesse corretamente todas as perguntas e desse o resultado de todos os cálculos pedidos antes das demais alunas, sem nem ao menos fazer anotações substanciais.

Quando o horário chegou ao fim, a professora parou-nos antes que saíssemos da sala.

– Com licença, Elizabeth?

– Lizzie. – Ela corrigiu em um tom suave.

– Me desculpe, como?

– Lizzie. Prefiro que me chamem assim.

– Ah, certo. Bom, então me chame de Marisa.

A minha colega de quarto assentiu, sem dizer nada.

– Esse é o seu primeiro dia aqui, não é?

Lizzie assentiu.

– Então seja bem vinda ao St. Leonards-Mayfield. – Disse, e Lizzie assentiu novamente, como em agradecimento. – Eu não quero tomar o tempo de vocês. Só queria dar as boas vindas e lhe fazer uma pergunta, Lizzie. Você, por acaso, tem memória fotográfica, ou algo assim?

– Não que eu saiba. – Ela deu de ombros.

– Entendo. É que eu achei surpreendente a sua desenvoltura com a Física, principalmente numa matéria que eu iniciei antes de você chegar. Bom, parabéns. Você é muito inteligente.

– Obrigada. – De repente, tive a impressão de que a minha colega de quarto parecia levemente embaraçada.

– Por nada. É isso. Espero que continue conosco e que goste do colégio.

Lizzie assentiu novamente, dando um de seus sorrisos de canto simpáticos e nós deixamos a sala.

Meu primeiro impulso, enquanto andávamos pelo corredor, foi elogiar Lizzie como a professora Sander fizera mas, lembrando-me do seu embaraço – ou do que eu pensava ser embaraço – preferi me manter em silêncio.

Nossa segunda aula, como se para compensar a primeira, era de História. A melhor matéria com o melhor professor, Mr. Shephard.

Graças à pequena conversa com a professora de Física, acabamos chegando ao mesmo tempo que o professor na sala.

– Bom dia, Jude! – Ele sorriu abertamente.

Dei um sorriso.

– Bom dia, professor. Essa é Lizzie, a minha colega de quarto. – Respondi, apresentando-a.

Mr. Shephard, o professor de História, tinha cerca de quarenta anos, um jeito alegre, expansivo e sorridente e agora estava admirando Lizzie com um olhar interessado, que ela retribuía com seu olhar normal de indiferença.

– Muito prazer, Lizzie. Seja bem vinda. Sou Dean Shephard, seu professor de história.

Ela sorriu, assentindo levemente, mas antes que pudesse responder qualquer coisa – se é que responderia –, o professor voltou a falar.

– Você teve sorte, Jude! Uma colega de quarto tão linda.

Sorri e olhei para o lado, vendo Lizzie com uma expressão estranha no rosto. Aquele professor alegre e expansivo realmente podia intimidar algumas alunas.

– Bom, bom. Vamos para a aula. – Ele sorriu e colocou as mãos sobre nossos ombros, nos guiando para a sala.

– Me desculpa, Lizzie. – Eu disse, quando sentamos em nossas cadeiras e o professor se afastou. – Mr. Shephard é muito… Alegre.

Ela sorriu de canto.

– Relaxa, Jude. Eu entendo.

Dei um sorriso cordial e voltei minha atenção ao professor.


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Notas finais do capítulo

O capítulo valeu a demora? Espero que sim, sério.
Eu tive mais problemas pra achar a matéria de Física que a Lizzie fala ali do que com o capítulo em si, mas enfim. Peço que me desculpem pela demora e me desculpem também porque eu tenho certeza que vou demorar no próximo também. Vei, cês não tem noção de como minha criatividade tá mal. Tá me deprimindo, pra dizer o mínimo.
Mas enfim.
Povo lindo de morrer que comentou no último cap aqui (amo ocês, na boa):
— Alucard Jr.
— Paçoquinha
— Vírus
— Haay
— juliana
— Em
— Yayo
— Kay Burn
— Gabs Jenner Somerhalder
— Biscoitinho
— Samyni
— ArayaN
Cês são demais, cara. Na boa, cês são demais



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