Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls. Tudo bem? :DPrimeiramente, me desculpem pelo alarme falso de capítulo de ontem. O Nyah! estava tão bugado que eu tentei postar duas vezes e deu problema '-'Segundamente, sim, eu sei que eu demorei, mas é que como a minha outra fic (Só mais uma história de amor) tá numa parte tensa, acabei focando mais nela sem querer. Anyway, o cap tá aí. Nesse cap vocês vão conhecer um pouquinho mais da vida da Jude. Espero que gostem *w*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/423351/chapter/5

Jude

– O que achou delas, Lizzie? – Perguntei à Lizzie assim que entramos no quarto.

– As suas amigas são legais. – Ela respondeu e sorriu de canto, se sentando na cama. Observei enquanto ela pegava o celular na cômoda e desplugava o fone, enchendo, no segundo seguinte, o quarto com o toque do piano do início da música Neutron Star Collision, que eu tanto adorava.

– Você ouve Muse?! – Perguntei, completamente surpresa, enquanto ela desligava a música alta.

– Você conhece Muse? – Ela perguntou quase ao mesmo tempo, arqueando as sobrancelhas.

– Eu adoro Muse, por que a surpresa?

Lizzie sorriu de canto.

– Não sei, acho que é porque desde que eu te vi, imaginei que você fosse uma daquelas pessoas que só ouvem música Clássica.

Com isso, tive que rir.

– E eu pensei que você fosse uma daquelas que só ouve Metal e Punk.

– As aparências enganam. – Ela sorriu novamente e eu ri.

Lizzie, quando sorria, nunca sorria por inteiro. Seus lábios pálidos se retorciam em um sorriso de canto um tanto enigmático, que ela utilizava com qualquer humor ou comentário. Cabia ao interlocutor ler em seus olhos o que aqueles sorrisos queriam dizer. Quando ela ria, acontecia quase o mesmo: seu riso baixo quase não vinha acompanhado de expressão, mas era possível ver um leve toque de algo inocente, alegre, nos seus lábios e nos olhos.

– Mas então… Você gosta de Muse. Tem mais algum gosto musical surpreendente? – Perguntei a ela, me sentando na cama e cruzando as pernas, colocando uma almofada no colo.

– Não sei se é surpreendente, mas eu também gosto de Beatles. E...Hmm… Queen. Ah, sei lá. Eu gosto de tudo que é legal, sabe? Não tenho distinção. Se a música me agrada, eu ouço, simplesmente. – Ela deu de ombros.

– Pelo visto você não tem um gosto musical muito definido.

– É, acho que não. E você?

– Eu sou mais previsível. Realmente gosto de música clássica, mas acho que isso foi influência dos meus pais, sabe? Do meu pai, na verdade. Quando eu era pequena, gostava de sentar perto dele quando ele estava no escritório, e ele costumava ler aqueles livros gigantes com capa de couro enquanto ouvia Vivaldi, Bach, Nina Simone e Ray Charles… – Dei de ombros e suspirei, sentindo uma leve nostalgia por me lembrar disso. – Acho que é por isso que eu gosto tanto de música clássica e Jazz.

Quando terminei de falar, percebi que Lizzie tentava abafar uma risada com a almofada em suas mãos. Arqueei as sobrancelhas.

– O que foi?

– Me desculpa, eu não resisti. É só que… Isso que você disse me fez pensar naqueles filmes, sabe? Parece coisa de ficção, só faltou o cachimbo e, sei lá, o cheiro de fumo e hortelã. – Ela deu de ombros. – Me desculpa, eu só não sou acostumada com coisas assim.

Acabei rindo baixo com a sua alusão.

– Tudo bem, isso é normal. As vezes eu acho que a minha vida é meio de filme mesmo.

– E você gosta só de Jazz e música clássica? Nada mais?

– Não. – Sorri novamente. – Eu também gosto de Muse, como já disse. Acho incrível a fusão que eles fazem de música clássica e rock, sabe? Quem me mostrou eles foi uma garota daqui, uma antiga amiga minha. Ela provavelmente gostaria de te conhecer… Uma pena que teve que se mudar para a Escócia. – Mordisquei levemente meu lábio inferior, me lembrando de Gina. – Mas enfim. E você? Quem te apresentou Muse, Beatles, Queen e “tudo que é legal?”

Lizzie sorriu outra vez.

– Na verdade foi uma mistura. Não sei ao certo. Quando eu era menor, encontrei muitos discos antigos nas coisas dos meus pais. Raridades, sabe? Vinis originais dos Beatles, Pink Floyd, Queen. Eu os tenho guardados até hoje. Abbey Road, Yellow Submarine, The Dark Side of The Moon, The Wall, A Night at The Opera. Foi o primeiro contato com música que eu tive. E aí depois eu fui encontrando outros estilos, outras músicas, e me identificando também. Foi tipo isso.

– Que legal! – Exclamei, realmente animada com a ideia de ter tantos clássicos em casa, e então reparei na expressão que Lizzie usara e franzi o cenho. – Mas… Como assim você “encontrou” discos? Seus pais não te mostraram as músicas?

Percebi que, de repente, Lizzie deu um sorriso bem pequeno, com um ar triste.

– Eles morreram quando eu tinha dois anos.

– Ah… Eu… Eu sinto muito… – Mordi o lábio, um tanto sem graça por ter feito uma pergunta tão indelicada e olhei para a almofada no meu colo.

– Tudo bem, Jude. Eu não sofro tanto com isso porque era muito pequena. Eu tenho poucas lembranças deles.

– Entendo… – Respondi simplesmente.

– Mas e os seus pais? Como eles são? – Lizzie perguntou de repente, como se para quebrar o clima que se formara.

Soltei um suspiro longo e sorri, pensando no meu pai e na minha mãe.

– O meu pai é legal. Como você mesma já disse, ele é bem tipo aqueles pais de filme. Como eu sou a única filha, ele me mima como se eu fosse uma criança. Por exemplo, quando eu tinha seis anos, que ele me deu um piano e aulas com um professor particular, porque eu era louca para aprender a tocar. Quando eu era pequena, costumava ficar no escritório e, quando ele tinha paciência, lia para mim até eu dormir, e então eu me lembrava de acordar no outro dia na minha cama… – Dei de ombros, com cada vez mais lembranças felizes do meu pai na memória.

– Então você toca piano… – A minha colega de quarto sorriu, a sua voz tinha um tom surpreso.

– Eu era, e ainda sou, apaixonada pelo instrumento.

Lizzie assentiu, como se compreendesse e eu percebi que nunca havia contado tanto sobre a minha vida para uma pessoa tão… Desconhecida. E um tanto diferente, também. Mas, por incrível que parecesse, eu me sentia mais confortável com ela que com qualquer outra garota que estudava no St. Leonards, mesmo as mais “normais”.

Lizzie

– E a sua mãe? – Perguntei para Jude com cautela, logo que ela terminou de falar sobre o piano.

Ela suspirou.

– Ela não é uma pessoa que se valha a pena conhecer.

– E por que não?

– Ela é… Bom… O que se pode chamar de “perua”. Ela se importa mais em manter as aparências de família feliz do que realmente manter uma família feliz. –Jude revirou os olhos enquanto falava. – É muito fútil, sabe? Só pensa em aparências, e a vida dela é comprar tudo que vê pela frente apenas porque tem dinheiro. Às vezes eu acho engraçado ter nascido dela. Se não fôssemos tão fisicamente parecidas, eu poderia jurar que sou adotada.

Ri baixo com a sua conclusão.

– É engraçado ver uma pessoa de verdade com uma vida assim. Sempre achei que isso fosse sempre coisa de ficção.

O rosto de Jude adquiriu um tom vermelho e ela olhou para baixo, parecendo levemente constrangida. Mordi o lábio e arrematei a frase.

– Não que isso seja ruim. É só um tanto diferente. – Dei de ombros. – Mas é legal saber. Se quiser, pode contar mais.

– E sobre o que você quer saber?

– Não sei. Da sua casa, talvez. Aposto que deve ser uma mansão de paredes amarelas e portões dourados com um jardim na frente e sei lá mais o que. – Ironizei e ela riu.

– A minha casa é realmente grande. Até um pouco exagerada, julgando que só moram quatro pessoas, além dos empregados. Para você ter uma ideia, são seis quartos no andar de cima. Todos um tanto maiores que esse aqui. O dos meus pais é o maior de todos, e tem um closet que é quase do tamanho de outro quarto desse. É uma pena que meus pais não durmam juntos desde os meus sete anos… – Ela suspirou novamente e deu de ombros, fazendo uma pausa, mas logo retomou, com a voz mais animada. – De qualquer forma, todos os cômodos são grandes. O meu quarto é um pouco maior que esse aqui também, mas eu não gosto disso. Me sinto um pouco sozinha, sabe? Não sei explicar muito bem. É como se fosse… Vazio.

Eu conseguia perceber que, mesmo cercada de tanto luxo e dinheiro, Jude não parecia se sentir completamente feliz naquele ambiente.

– Acho que eu entendo. Não posso dizer com certeza porque acho que a minha casa é do tamanho desse quarto, mas deve ser desesperador viver sozinha num quarto tão grande.

– É mais ou menos isso.

– Mas a sua casa não tem só quartos, não é? Vamos lá, Jude, eu quero saber como é essa mansão da vida real. Quero ouvir sobre os jardins frontais e as escadarias da sala e os sofás de dez mil libras. – Encorajei-a.

Jude sorriu, e eu percebi que quando ela sorria, sorria por inteiro. Era possível ver as covinhas nas suas bochechas e o brilho nos seus olhos, como se eles estivessem sorrindo também. O mesmo acontecia quando ela ria, e aquilo era realmente bonito de se contemplar.

– O sofá da sala não custou dez mil libras! – Ela exclamou, o tom de voz mostrando uma falsa revolta. – Na verdade foram cinco, mas foi um delírio da minha mãe. O antigo era muito melhor, e foi umas quinhentas, seiscentas libras.

– Uau. – Eu disse sem querer, surpresa com a facilidade com que Jude falava de tanto dinheiro.

– E a minha casa não tem portões dourados, mas as paredes são realmente amarelas. E tem um jardim na frente, rodeado pelas alamedas que levam para a porta de entrada, como aqui no St. Leonards. E na sala de estar realmente tem uma escada enorme que leva para o andar de cima.

– Eu disse!

Ela riu e continuou.

– No andar de cima ficam os quartos. O dos meus pais, o meu, o de James, meu irmão, e os de hóspedes. E lá também tem a biblioteca, o estúdio (onde fica o meu piano e as guitarras do meu irmão) e o escritório do meu pai.

Eu ouvia o relato de Jude quase boquiaberta, surpresa com o tamanho contraste do local onde ela vivia e onde eu morava.

– E a sua casa tem piscina? – Perguntei.

– Tem, sim. A piscina fica no jardim de trás da casa, e é aquecida. Mesmo assim, é raro usarmos ela. Menos quando o James resolve levar alguma das suas namoradas, aí eles ficam lá até de noite. – Ao dizer a última frase, o rosto de Jude adquiriu uma tonalidade absurdamente vermelha, e eu apenas sorri com a sua inocência.

– A sua vida parece ser legal. Diferente, no mínimo. Mas, pelo visto, você não gosta tanto assim dela. Ao meu ver você preferiria muito mais a simplicidade, nada de muito luxo e superficialidade. – Conclui, fazendo-a arregalar os olhos, surpresa.

– É! Exatamente! Eu sou exatamente assim. Mas como você sabe disso?

Sorri de canto, dando de ombros.

– Foi só o jeito que você falou.

Jude ia responder algo mas, ao olhar para o relógio sobre a sua mesa de cabeceira, agitou-se.

– Meu Deus! Já é hora do jantar! Mas o tempo passou tão rápido…

– Então vamos jantar. – Me levantei da cama e sorri de canto.

– E depois é a sua vez de me contar sobre você? – Jude perguntou, me olhando com um brilho nos olhos acinzentados.

– Se quiser… – Sorri e dei de ombros, andando até a porta.. – Mas agora vamos jantar. Eu estou com fome.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram, ou nem? Eu espero que sim :3Bom, nesse cap eu citei algumas bandas e cantores e vou explicar. Muse, a primeira banda citada, é a minha banda favorita (sério, eu respiro Muse), e eu achei legal colocar. Vivaldi e Bach são compositores de música clássica, que eu adoro, e Ray Charles e Nina Simone são cantores famosos de Jazz. Beatles, Pink Floyd e Queen são bandas clássicas de Rock inglesas, e os álbuns citados são delas. Well, é isso.Agora, antes de ir embora, as minas que comentaram:- Arayan- MaryMelo- Yayo- Leah Shintekyo- TConty (é tu na foto de perfil? Porque se for, cê tem uns olhos lindos, mds)- Kay Burn (essa dai ganhou meu respeito pela foto de perfil. Shane, sua linda ♥)- Haay- Em- Samyni- julianaE as que favoritaram:- juliana- BorboletinhaPor hoje é só, pessoal. Daqui a pouco tem mais.Até mais! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unica Et Opposita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.