Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 26
Capítulo XXVI


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeeeeeeem tempo record, caramba!
Tô me sentindo foda *-*
É... Vejamos... Capítulo bem fofinho e calmo no início, com mais... Coisas para o final. Espero mesmo que gostem :3
Tem recado nas notas finais :3



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Jude

Era estranho parar e pensar em tudo que acontecera num período tão pequeno de tempo. O dia em que a luz acabara no colégio parecia ter sido há semanas, vivido por uma outra pessoa que não eu. Entretanto, vendo no calendário, aquilo havia acontecido pouco depois do primeiro fim de semana daquele mês, e ainda não havíamos chegado ao terceiro. E, mesmo sendo um período de tempo tão pequeno, praticamente tudo mudara.

Em cerca de duas semanas eu beijara Lizzie pela primeira vez, pela segunda, terceira e uma boa quantidade desde então. Nós havíamos adquirido uma intimidade nova e muito interessante, e eu também quase acabara com tudo, com as minhas inseguranças. Entretanto, eu não o fiz. E era por isso mesmo que estávamos, naquele dia após o jantar sentadas na mesma cama, uma das minhas pernas sobre a de Lizzie, enquanto ela lia o caderno de Geografia e eu, um livro da biblioteca. Não havia palavras, como não houvera quando nos “reconciliamos” – afinal eu não a questionara em busca de respostas para os meus já aplacados medos e ela também não o fizera exigindo explicações para o meu comportamento. E dessa forma o tempo corria, os dedos de Lizzie acariciavam mechas do meu cabelo e aquele ar velado de intimidade nos envolvia novamente.

– Jude, você entendeu a última parte do que o professor explicou hoje? – A voz dela soou suave ao meu lado, me distraindo do livro que eu já não lia com muito interesse.

– O que, exatamente? – Me virei para ela, marcando e pousando no meu colo o objeto.

– Essa última, sobre o país basco. – Ela mostrou-me o caderno, indicando o último tópico anotado. – Ele não explicou direito. O que exatamente vamos ver sobre isso?

Sorri e peguei o caderno das mãos de Lizzie, aproximando-me um pouco mais dela, até nossos quadris se tocarem.

– Essa parte tem relação com essa. – Falei, indicando o último e o segundo tópicos. Ela olhava as anotações com uma expressão interessada, que chegava a ser fofa em seu rosto. Vendo seus lábios fixos em uma linha reta – interrompida apenas pela pequena argola preta –, eu sentia vontade de beijá-los.

– Como assim? – Sua voz soou novamente, e eu voltei minha atenção para o caderno, me endireitando na cama.

– Acho que o professor colocou esses tópicos em uma ordem meio errada, mas em resumo o fato do país basco estar entre a França e a Espanha acaba relacionando os governos dos países… – Me interrompi ao perceber que ela me olhava com um pequeno sorriso nos lábios, os olhos mostrando um interesse que não era na matéria. Enrubesci. – O que foi?

Lizzie sorriu.

– Você fica linda explicando a matéria.

Corei ainda mais, sorrindo timidamente.

– Obrigada, Lizzie. Meu Deus…

Ela riu baixo.

– Não, é sério. – E então, se aproximando. – Me dá vontade de ter dúvidas em todas as matérias, só pelo prazer de te ter explicando.

Senti meu rosto ainda mais vermelho, e voltei a sorrir.

– Você também fica linda com essa cara de interessada e estudiosa, mas nem por isso eu fico te encarando.

Ela também sorriu, um sorriso torto do seu jeito enigmático.

– E o que estava fazendo até alguns segundos atrás?

Para variar, enrubesci.

– E-eu…

Ela riu.

– Deus, como eu adoro te deixar sem graça.

– Isso é maldade, Lizzie.

– Não é. Você fica linda assim, toda vermelha. – Ela deslizou os dedos pela minha bochecha, aproximando o rosto do meu.

Fechei os olhos e sorri, sentindo segundos depois seus lábios nos meus. Correspondi ao beijo deslizando a mão pela sua nuca, enquanto roçava lentamente os dedos em seu cabelo muito curto.

Ao nos separarmos, ela sorriu de lado.

– Preciso estudar mais. – Disse então, levantando-se da cama.

Fiz uma cara triste, que arrancou dela uma risada baixa.

– Nem todo mundo nasce gênio, como umas e outras por aí, Jude. – Disse, enquanto se dirigia até a mesa de estudos.

Acabei sorrindo de lado.

– Espero que não esteja falando de mim. Não sou eu que resolvo problemas de física em menos de dez minutos.

Ela revirou os olhos, sem tirar o sorriso da boca enquanto trocava o caderno de Geografia por outro.

– Prática. Você domina todas as matérias.

Também revirei os olhos.

– Prática também. Eu estudo muito.

Ela sorriu.

– Nerd.

– Ah, não. Você também?

Ela riu ao voltar para a cama, passando os dedos pelo meu queixo.

– Jude Ward, aceite, você é uma das maiores nerds de St. Leonards Mayfield. Só que não deixa de ser linda e adorável.

Ri ao mesmo tempo em que sentia o meu rosto novamente vermelho.

– Incrível. Você faz qualquer cálculo matemático ou físico em minutos e eu que sou considerada nerd?

– Experimente raspar o cabelo, sei lá. Funciona.

Acabei rindo.

– Prefiro como está.

Ela assentiu.

– É, eu também. Mas agora… Filosofia.

Acabei sorrindo.

– Boa sorte.

Ela sorriu de lado com os olhos fixos no caderno.

– Muito obrigada.

Voltei a pegar o livro ao meu lado, percebendo que estava novamente com a perna sobre a de Lizzie apenas quando ela a moveu, se deitando. Fiz menção de mudar de posição, mas senti sua mão sobre a minha coxa.

– Pode deixar aí. – Ela disse então, ainda sem desviar os olhos do caderno.

Dei um sorriso pequeno e murmurei um “tudo bem”, abrindo também o meu livro. Situei novamente a linha onde eu havia parado e prossegui com a leitura, até estacar, prendendo a respiração e sentindo meu rosto ficar subitamente quente.

Ao ver que Lizzie continuava absorta em seu estudo, fechei os olhos por alguns segundos, soltando a respiração e cogitando fechar também o livro. Entretanto, voltei meus olhos para a última linha lida, sentindo novamente meu rosto esquentar diante da detalhada descrição do corpo despido da protagonista, assim como a forma que ela o tocava, febrilmente e – ofeguei – pensando em uma pessoa.

Desviei outra vez o olhar das palavras, da descrição, da mão pousada na coxa – como a de Lizzie pousara na minha momentos antes –, e meus olhos acabaram caindo nela, de shorts e uma camiseta larga, mas curta demais para esconder os ossos do quadril e o cós da cueca – Calvin Klein, para variar.

Olhei para o outro lado, buscando fugir daquilo, mas meus olhos voltaram ao livro. As palavras dançavam, mostravam a garota tocando-se o ventre, descendo para a coxa. A Calvin Klein azul e cinza continuava lá, imutável, junto aos ossos do quadril e a blusa que subia a cada inspiração, expiração…

– Jude, está tudo bem? Você está quente!

Nada mais de Calvin Klein. Suspirei. No lugar, mãos. No meu braço, rosto, ombro. E a cama parecia pequena demais, e o pijama, pano demais. Me senti tonta.

– Eu… Preciso jogar uma água no rosto.

O corpo de Lizzie ficou longe quando eu me levantei, mas seu calor parecia impresso na minha pele. Andei com passos rápidos até o banheiro.

Lizzie

Vi com surpresa o momento em que Jude se dirigiu ao banheiro, parecendo extremamente perturbada com algo. De repente estávamos bem, rindo na cama, e então, de repente, ela se mostrava quase febril, gaguejando e quase tropeçando ao andar. Sem entender o motivo daquilo, olhei em volta, percebendo então o livro aberto na cama. Julgando ser aquela a razão da sua estranheza, peguei-o.

Um sorriso brincou sem querer nos meus lábios ao ler o que Jude havia lido momentos antes. A cena descrita retratava muito bem o desejo daquela personagem – fosse ela quem fosse – se tocando e gemendo o nome de outra pessoa.

Sob essa luz, era compreensível a confusão de Jude. Eu entendia, assim, seu rosto vermelho, o corpo quente e as demais reações. Aquilo não era nada além de desejo, puro e simples.

Voltei o livro para o lugar agradavelmente surpresa, e um tanto interessada. O pequeno anjo Jude Ward com desejo era algo um tanto notável, e apenas pensar naquela possibilidade foi o suficiente para inflamar a vontade que eu mesma vinha contendo. Ao deitar novamente na cama dela, suspirei baixo, sentindo seu perfume no travesseiro macio. Com a imaginação um tanto estimulada, me forcei a prestar atenção na matéria nova de Filosofia.


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Notas finais do capítulo

Uiiii!
E aí? O que acharam?
Eu gostei *-*
Zeus, eu estava tão afobada pra postar o capítulo passado que esqueci de um tanto de coisa que ia dizer. Vamos nesse, né.
Com duas semanas de atraso, tenho que compartilhar com vocês que finalmente fiz a minha primeira tatuagem. Sei lá, queria compartilhar isso porque... Eu amo tatuagens, e finalmente poder fazer a primeira foi incrível. Agora eu não paro mais -q
A outra coisa que eu esqueci completamente foi de divulgar as fics que me mandaram nos reviews. Infinitas desculpas, mesmo. Foi a afobação. Os links que eu recebi no penúltimo capítulo vão ser colocados aqui.
É... A terceira coisa é uma pergunta. Pessoas, de que ponto de vista vocês gostam mais? Jude ou Lizzie? Me bateu essa curiosidade, aí sei lá.
Bom, acho que agora é só.
Vamos pra quem comentou:
— AnaCarolina
— Ms Lee Barbosa
— Saah Chan
— Hachimenroppi
— Allegra Egnatz
— Ariane
— Doce Amarga
— lih
— Alaska Young
— ArayaN
E agora, as fics! *-*
Pra você, pessoa que gosta de Yuri, aí vai a fic da Hachimenroppi, pra você, que gosta de romances fofinhos, uma fic da Samyni e mais uma minha, só que dessa vez, one-shot de Alice no País das Maravilhas.
Passem lá!
http://fanfiction.com.br/historia/536672/Nascida_Para_a_Gloria/
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