Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 23
Capítulo XXIII


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeeeeeeeeee o/
Eita que dessa vez eu demorei, e não tô muito certa de que o cap de hoje é uma boa retaliação. Pelo menos pra vocês, porque pra mim, que amo treta, tá lindão.
Bora dançar e pular em agradecimento à Alaska Young, que retornou do mundo dos mortos para recomendar UeO (se você não leu Quem é você, Alasca? simplesmente ignore o comentário retardado) e fazer companhia à ArayaN na calçada da fama. Não, pera.
Bobeiras a parte, bora?



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Jude

Esfreguei os olhos, me sentando na cama apenas para notar que Lizzie não estava no quarto. Pulando da cama, aproveitei a sua ausência para me vestir.

– Bom dia, Jude. – Ela sorriu de lado ao sair do banheiro, e eu suprimi o arrepio que me subiu ao vê-la dizer meu nome.

– Bom dia. – Abri um pequeno sorriso, sem muita convicção.

– Dormiu bem?

Na noite anterior eu havia encontrado uma forma de manter Lizzie em sua cama e eu na minha, o que não havia sido totalmente agradável, pois eu me acostumara à sua presença, e a falta dela era irritante.

– Sim, e você?

Assentindo, sem acrescentar nada, ela se voltou para a sua bolsa, que repousava na mesa de estudos.

– Aula de Física no primeiro horário?

Confirmei, me aproximando da minha bolsa – e, consequentemente, de Lizzie.

– Desagradável. Eu preferiria ficar aqui. Se possível, com você. – Seus olhos encontraram os meus, mas eu desviei, me esforçando ao máximo para não corar e torcendo para que aquilo não abalasse minha convicção.

Quando voltei a erguer a cabeça, Lizzie já estava distante de mim.

Seguindo-a, deixei o chalé em direção ao prédio das salas.

Por mais que durante a aula eu tivesse desviado os olhos ao sentir o olhar penetrante de Lizzie sobre mim, afastado a mão quando ela tentou tocá-la e prendido o cabelo quando ela quis mexer, senti meu coração afundando quando ela finalmente desistiu, e seu sorriso habitual foi trocado por uma expressão séria e indecifrável, mas um tanto assustadora.

Na terceira aula do dia, Filosofia, finalmente ouvi a sua voz.

– Jude. – Ela disse, suficientemente baixo para que apenas eu ouvisse.

Inconscientemente, apertei com mais força a caneta, ignorando os efeitos que ela me causava ao dizer meu nome enquanto me inclinava para trás, como forma de mostrar que eu a ouvia.

– Você está…

– Elizabeth Bennet. – A voz severa da professora se fez ouvir, me dando um pequeno suspiro de alívio. – Se a senhorita não pretende prestar atenção na aula, peço que saia.

Escondi um pequeno sorriso aguardando qualquer argumento lógico e irônico por parte de Lizzie, mas o único som que ouvi foi o dela levantando da cadeira.

Após jogar a mochila no ombro, meneou a cabeça em uma saudação.

– Com licença.

Vendo a porta se fechar, surpreendi-me boquiaberta – como metade das garotas da sala –, um tanto incrédula com a atitude que eu nunca vira Lizzie tomar.

– E você, senhorita Ward, – A professora olhou-me. – Cuidado.

Foi com um pequeno arrepio na espinha que eu assenti, me voltando para o caderno.

Olhando para o quadro quando era necessário e preferindo me manter reservada no debate que se seguiu, eu não consegui deixar de pensar em Lizzie, lembrando nitidamente da sua expressão ao sair. Não era irônica; era irritada e aparentemente impaciente.

Quando saí da sala, Lizzie aguardava encostada ao lado da porta.

– Jude.

Olhei-a.

– O que está acontecendo? – Foi a sua pergunta, antes que eu pudesse responder.

– Nada. – Além de estar certa de que a minha voz não era firme, eu não tinha coragem ou vontade de confrontar Lizzie e dizer meus motivos para… Evitá-la.

– Nada? Você está diferente, Jude. O que aconteceu? Eu te fiz algo? – Seus olhos buscaram os meus, e no lugar da irritação de antes, eu vi preocupação neles antes de desviar. – Você sabe que pode falar comigo, não sabe?

Prendendo a respiração, senti a minha determinação falhar, quase cogitando a possibilidade de desabafar ali mesmo. Mas eu sabia que, se fose o caso, ela diria coisas para me tranquilizar, e eu não tinha certeza de que seriam verdades.

– Eu sei, sim. Obrigada, Lizzie, mas não é nada. – Acenei com a cabeça, me voltando para o corredor. – Vamos para o refeitório?

Ela deu de ombros.

– Não vou almoçar.

Lizzie

Joguei a mochila no chão do quarto e soltei um suspiro exasperado, me forçando a suprimir a raiva que me subia pela garganta. Se o plano de Jude era me irritar, estava sendo cumprido com excelência, porque por mais que eu gostasse dela – o que não era pouco –, sua reticência era enervante, e a falta de motivos ainda mais.

Sabendo que eu não conseguiria ficar em sua companhia por muito tempo, preferi me refugiar no quarto em vez de almoçar, a fim de esfriar a cabeça. Um dos únicos motivos pelo qual eu ainda não havia explodido era a minha consciência de que, com toda a inocência que lhe era própria, ela não fazia o que fazia por querer, mas sim por alguma razão que, Deus sabe por quê, omitia.

Talvez se eu a descobrisse, poderia resolver aquilo sem piores danos.

Ao ouvir batidas na porta, suspirei, com a tênue esperança de que fosse Jude.

– Bennet, hey.

Respirei profundamente ao ver diante de mim um rosto que eu preferia ignorar.

– Mary…? – Olhei a garota, tentando lembrar o nome que Anne uma vez mencionara de passagem.

Ela sorriu.

– Como vai?

Olhei-a, um tanto intrigada com aquela simpatia gratuita e súbita. Era óbvio que havia algo mais.

– Vou bem. – Respondi, saindo do chalé e fechando a porta atrás de mim.

Erguendo as sobrancelhas, ela pareceu analisar meu ato.

– Não vai me convidar para entrar?

Balancei a cabeça, sem nenhum ânimo de participar naquele momento de algum joguinho de interesse.

– Logo o intervalo acaba. Não estou planejando ficar.

Ela assentiu lentamente, como se avaliasse minhas palavras.

– Soube que você e Jude… Bem… – Abriu um sorriso especulativo e eu senti um pequeno arrepio.

– Há rumores? – Perguntei, fingindo indiferença.

– Não, você pode ficar tranquila. Eu só soube. É verdade?

Suspirei, impaciente.

– Não, não é.

Ela sorriu.

– Por favor, não se sinta refreada a dizer a verdade caso pense que não reprovamos isso. Na verdade, há muitas garotas aqui que inclusive… Concordam, entende?

– Eu estou dizendo a verdade. E… Você não acha que está um pouco atrasada? – Olhei-a. – Eu estou aqui desde o início das aulas. Já fui suficientemente bem informada sobre a aceitação das alunas.

A expressão de Mary foi de irritação a surpresa em segundos. Vi um leve cintilar de satisfação em seus olhos.

– Então é verdade. – Ela deixou escapar um pequeno sorriso, e eu ergui uma sobrancelha. – Você e Carrie realmente…

– Por que tanta necessidade de saber da vida alheia?

– Eu não me importo com a vida alheia, Lizzie. Só estava pensando… – Ela aproximou-se de mim, brincando com a gola da minha camisa.

– Não, Mary. – Afastei a sua mão quase gentilmente.

Seu sorriso murchou, e então voltou.

– Mas por que? Se você realmente não está com Jude…

– Mary, não, ok? Simplesmente não.

Agora o olhar dela era exasperado.

– Você tem alguma namorada fora daqui, então? – Ela insistiu, sorrindo. – Eu realmente espero que não. Carrie lamentaria ter sido infiel.

Rangendo os dentes, me esforcei ao máximo para não expulsar Mary dali.

– Mas eu não me incomodo tanto. Inclusive gostaria de conhecê-la, se for assim como você.

– Mary, preste atenção. Minha vida, assim como o que eu faço ou deixo de fazer, não compete a você. Eu não quero e não vou transar com você para satisfazer sua curiosidade de colegial, ok? E não é você que vai me convencer do contrário.

Diante de mim ela suspirou, mas antes que eu sentisse qualquer esperança de que finalmente houvesse a convencido, vi-a sorrir.

– Eu não acho que a diretora gostaria de saber que há duas alunas… Bom, se relacionando intimamente em um dos chalés.

Encarei-a.

– E eu duvido que a família Ward gostaria de saber que há uma garota emburrada espalhando denúncias mentirosas sobre a sua filha.

Mary empalideceu um pouco, e eu contive o meu sorriso.

– Vá importunar outro.

Me fuzilando com um último olhar, ela saiu dali.

Soltei um suspiro longo ao adentrar o chalé a fim de pegar a minha mochila.


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Lizzie também tem seu lado muito-brava-pra-cacete e sou-foda-se-manda-da-minha-frente.
Gostaram? Não?
Comentem! Nem que seja xingando, sei lá. Ou melhor, xingando não. Respeito é bom e conserva os dentes.
Ignorem a minha saltitância (oi?) desnecessária okay? E comemorem comigo o fato de eu ter trocado de óculos e estar perto de fazer a minha tatuagem. Isso é lindo!
Bora logo pra quem comentou porque eu tô com fome e tem nutella me esperando na cozinha.
Yay! (mentalizem-me dando um pulinho animado, o que eu não vou fazer por motivos de frio e preguiça)
— AnaCarolina
— Hachimenroppi
— Ms Lee Barbosa
— Allegra Egnatz
— Ariane
— Leah Shintekyo
— Gabriiele Novaes
— lih
— ArayaN
— Lua
— Saah Chan
— Samyni
E pra finalizar, cês curtem fic interativa? Acabei de acabar uma. Fiquem com ela para não morrerem de saudade até o meu retorno:
http://fanfiction.com.br/historia/516462/Masquerade_-_Interativa/