Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 22
Capítulo XXII


Notas iniciais do capítulo

Agora fala sério, não demorei nada! U.u
Tô até rapidinha, que isso u.u
Mas enfim.
É...
Calmarias normalmente antecedem tempestades.
Preparados pra esse cap?
Bora, bora, bora!



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Jude

– Isso é ruim. – Constatei assim que deixamos a aula.

– Eu não posso negar. – Lizzie sorriu de lado e eu não consegui deixar de rir.

Estávamos indo para a sala da última aula, e Lizzie conseguira levar uma advertência por chegar um tanto atrasada na aula de Biologia. Por esse motivo, ela teria que ficar até um pouco mais tarde no prédio das salas, para auxiliar a professora como forma de punição.

– Meninas! – A voz de Anne soou, desviando a nossa atenção.

– Oi Anne, Lucy! – Sorri, e Lizzie também as cumprimentou.

– O que acharam das provas? – Minha amiga loira perguntou, sorrindo.

– Eu achei que não foi tão ruim. – Lucy deu de ombros.

– Eu achei que seria pior. – Lizzie sorriu.

– Mas gente! Estava fácil!

Anne sorriu.

– O que não é fácil para você, nerdzinha? – Perguntou, envolvendo a minha cintura com um braço.

Percebi Lizzie olhando-nos, mas sua expressão era tranquila.

– Eu não sou nerd! – Protestei.

– Sim, Jude, você é. Linda, e legal, mas nerd.

Senti meu rosto esquentando e vi Lizzie sorrir de lado, claramente apreciando minha timidez.

– Essa foi a última prova do dia? – Lucy perguntou, e então as atenções se voltaram para ela.

– Acho que sim. Inglês, Matemática e Biologia são mais que o suficiente em um dia.

Anne riu.

– Você está certa, Liz.

Ergui o rosto para a minha amiga loira, erguendo as sobrancelhas.

– Liz?

– É. – Anne sorriu. – Uma abreviação de Lizzie.

– Que já é abreviação de Elizabeth? – Perguntei, divertida.

– Jude! – Lizzie reclamou, sorrindo de lado. Ela não gostava mesmo do seu nome.

Olhei-a com uma expressão inocente.

– Me desculpa.

Ela sorriu outra vez.

– Tudo bem. E eu gosto de Liz.

Anne voltou a sorrir e lançou-me um olhar.

– Viu?

. . .

– É chato ficar sozinha no chalé. – Reclamei e Lizzie riu, se aproximando um pouco e pegando uma mecha do meu cabelo.

Estávamos diante da porta fechada da sala dos professores, no corredor completamente vazio.

– Relaxa, Jude. – Ela sorriu de lado. – Vou estar contigo daqui a pouco, no jantar.

Abri um sorriso pequeno, olhando para baixo, e Lizzie tocou meu queixo para erguer-me o rosto.

– Agora vai lá, ok? Não vou demorar.

– Vou te esperar.

Depois de olhar rapidamente para todos os lados, Lizzie pressionou bem rapidamente os lábios nos meus, me deixando um tanto desconcertada. Depois de se afastar um pouco, ela sorriu.

– Até daqui a pouco.

Ainda vermelha, assenti levemente, sorrindo.

– Até. – Murmurei, antes de deixar o corredor.

Eu ainda sorria quando saí do prédio, prensando no beijo rápido e discreto de Lizzie. Entretanto, quando meu olhar decaiu em um pequeno grupo – mais exatamente em uma integrante dele, cujos cabelos eram loiros e muito cacheados –, o meu sorriso sumiu.

Um familiar aperto se instalou no meu peito, juntamente com um gelo no estômago. Era impossível olhar para Carrie e não pensar no “passado” de Lizzie. A garota loira representava para mim a parte da minha, bem, colega de quarto que não me agradava nem um pouco.

Mordendo com força o lábio, me obriguei a olhar para baixo. Se eu gostava de Lizzie? Sim, muito. Se eu a temia? Também.

Mesmo depois de todo aquele tempo, eu não havia esquecido das palavras de Carrie na noite em que Lizzie chegara exageradamente tarde no chalé. Ela dissera claramente que sabia que a minha colega de quarto não era do tipo que aprofundava relações, e realmente elas não haviam se falado mais, mesmo que Carrie houvesse pedido que continuassem amigas.

Contudo, elas haviam se beijado. Talvez feito… algo a mais, mas só. Comigo, entretanto, ela não se mostrava minimamente interessada em… bom, “algo a mais”. Era carinhosa, gentil, delicada e aparentemente sincera. Mas eu já vira muitas nuances da sua gentileza. Estaria Lizzie sendo realmente verdadeira comigo? Ou seria apenas uma artimanha dela para conseguir algo de mim, e então ir embora? Mas se fosse esse o caso… O que ela iria querer de mim? Eu definitivamente me metera em um erro muito grande entrando nisso.

“Pare!” gritei mentalmente para mim mesma, balançando a cabeça ao entrar no chalé, a fim de afastar aqueles pensamentos e paranoias. Lizzie não era como minha mente insegura projetava, e a cada segundo ao lado dela eu tinha mais certeza disso. Entretanto em qualquer momento sem ela minha cabeça se enchia com um sem-número de inseguranças e temores. E se a minha mente insegura projetava aquilo, não poderia ser sem razão. Sem querer, isso me colocava numa situação confusa e complicada.

O meu desejo era ficar com Lizzie, deitar em sua cama durante a noite, sentir seu abraço firme e a sua boca na minha. Mas eu também tinha consciência de que aquilo não era a história de amor que eu lera em algum livro. Poderia não ser simples assim. Haveria riscos, situações difíceis e regras quebradas. Poderia trazer consequências desagradáveis, e eu não sabia se tinha coragem para enfrentar isso tudo.

Só quando meu braço esbarrou no box do banheiro eu acordei do meu transe e percebi que lágrimas salgadas se misturavam à água do chuveiro no meu rosto.

Lizzie

Suspirei aliviada quando a professora de Biologia finalmente me liberou, mas não antes de me advertir para que não repetisse o atraso e elogiar pelo “bom trabalho feito” a ajudando.

Deixei apressadamente o prédio das salas, um tanto surpresa ao perceber que, mesmo apenas por uma hora e meia, a ausência de Jude me deixava com saudades.

Antes de chegar ao chalé, constatei que faltava menos de meia hora para o jantar, mas eu sabia que Jude não saía tão adiantada para comer, o que significava que eu ainda teria um tempo com ela.

Depois de finalmente encontrar a minha chave, adentrei o nosso quarto.

– Jude? – Falei baixo, ao vê-la debruçada sobre algum livro.

– Oi, Lizzie. – Ela não ergueu os olhos nem se virou para falar, mesmo tendo na voz o tom de sempre.

– Está estudando? – Perguntei, sorrindo de lado e aproximando-me. – Mas as provas já acabaram.

Jude ergueu os olhos.

– Só revendo uma coisa.

Assenti.

– Estava com saudades. – Confessei, aproximando-me mais dela e pegando uma mecha do seu cabelo, como eu fazia as vezes.

Entretanto, em vez de se aproximar, Jude apenas deu um sorriso pequeno e sem graça e empurrou a cadeira para trás.

Surpreendi-me com aquele gesto, tirando a mão dos seus cabelos e olhando-a.

– Está tudo bem, Jude?

Assentindo, ela se levantou da cadeira.

– Está, sim. – Confirmou, enquanto se dirigia ao seu lado do quarto.

Segui-a.

– Você está diferente.

Erguendo a cabeça para me olhar, ela deu outro sorriso sem graça.

– Não é nada. Vamos jantar?


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Notas finais do capítulo

Ah, que isso. Fofura e treta num cap só?
Amo! *-*
Aguardem. Tô pensando em considerações pra essas notas finais.
Mas sei lá, acho que não tenho nada mesmo.
Bora ver quem comentou o último cap?
— Leah Shintekyo
— AnaCarolina
— Ms Lee Barbosa
— Hachimenroppi
— Saah Chan
— ArayaN
— Lua
— zombierecklesst
— TConty
— Samyni
— Allegra Egnatz
É isso! :3 Muito obrigada mesmo, mesmo!
E leiam minha short quase terminada! Tá legal :3
http://fanfiction.com.br/historia/516462/Masquerade_-_Interativa/
É isso aí. Até mais ver o/