Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Aaaaaaawyeeeeahhh! o/
Chegay pessoal, não chorem mais! u.u
Ai mds. Esse capítulo é lindo. É o melhor capítulo de todos. Tô exagerando? Sim, mas vocês verão por que.
Bora lá, bora!



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Jude

– Pode ir primeiro. – Lizzie falou, logo que adentramos nosso chalé, ambas com as roupas e cabelos molhados. – O meu cabelo seca rápido.

Com frio demais para insistir pelo contrário, agradeci com um sorriso e me dirigi para o banheiro, tentando ao máximo não olhar tanto para as roupas da minha colega de quarto coladas em seu corpo, sua pele arrepiada pelo frio e as gotinhas de água que escorriam pelo seu rosto, nuca e pescoço.

Meu banho foi rápido, já que eu não queria que Lizzie congelasse do lado de fora, e mesmo percebendo que havia esquecido as minhas roupas no quarto, não hesitei em deixar o banheiro, mesmo só enrolada na toalha.

– Pronto, sua vez. Não quero um picolé de moicano no meu quarto. – Brinquei, fazendo-a sorrir enquanto corria para o banheiro.

Quando já estávamos ambas banhadas e aquecidas, nos sentamos em nossas camas, ouvindo o som da chuva forte que não parara nem por um segundo.

– Pelo menos já comemos. – Lizzie sorriu de lado, se encostando na cabeceira da sua cama. – Não seria legal dormir com fome.

Concordei com uma risada.

– E o que vamos fazer agora?

– Dormir? – Ela sugeriu, dando de ombros.

– Não estou com o menor sono.

Lizzie deu uma risada baixa.

– Também estou sem sono nenhum. Você tem livros aí?

– Tenho. Mas você quer realmente ler? – Olhei-a, erguendo as sobrancelhas.

Lizzie fez uma careta.

– É, não.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, pensando.

– E se… – Lizzie começou a sugerir algo, mas antes que terminasse as luzes do quarto se apagaram, e um trovão alto soou, me fazendo soltar um grito assustado.

– Jude? Está tudo bem? – Ouvi a voz dela soar, e ri baixo.

– Sim, desculpe. Eu só me assustei. – Respondi rapidamente, sentindo o toque de Lizzie no meu braço.

Ela também riu.

– Acho que a luz acabou. – Disse, e eu vi sua silhueta enquanto ela se encaminhava para a janela.

Segui-a rapidamente e pude ver, através da chuva grossa, o escuro completo do lado de fora. Era como se estivéssemos sozinhas, isoladas do resto do mundo pela chuva.

Senti um arrepio percorrer a espinha e me encolhi por reflexo.

– Está com frio, Jude? – Lizzie voltou-se para mim e, agora que meus olhos haviam se acostumado melhor ao escuro, eu podia ver seus contornos.

– Um pouco. – Respondi, sem querer assumir que estava com medo.

– Acho que podemos encontrar cobertores. Tem velas aqui?

Neguei com a cabeça.

– Acho que não esperava um apagão em St. Leonards.

Ouvi a risada de Lizzie.

– Tudo bem. Nós… Ai! – Sua frase foi interrompida pelo barulho de algo batendo em algo, muito provavelmente alguma parte do corpo dela em algum móvel.

– Deixa pra lá. – Acabei rindo. – Você vai se machucar.

– Tem certeza?

– Tenho cobertores aqui.

– Então tudo bem. – Não tinha dúvidas que, no escuro, Lizzie sorria.

Ficamos mais alguns segundos em silêncio.

– Ainda estou sem sono. – Foi a minha colega de quarto que quebrou novamente a quietude.

– Eu também. Mais, agora.

Ouvi-a rir baixo.

– Não gosta de escuro?

Me peguei imaginando como ela teria descoberto.

– Não muito.

O silêncio se fez, e então eu senti o movimento do colchão da minha cama quando ela sentou-se ao meu lado.

– Eu também tinha medo, há algum tempo. Minha avó costumava dizer que se tivesse algum monstro embaixo da cama, ele já teria aparecido e me comido. E que se isso ainda não aconteceu, eu podia ficar tranquila. Mas, se caso acontecesse, era só gritar, que ela estaria ali para mim.

Acabei rindo muito da história de Lizzie, esquecendo quase por completo o escuro.

– Isso não parece uma forma muito boa de psicologia infantil.

Ela riu, e eu vi o leve brilho dos seus dentes brancos no escuro.

– Não que minha noite ficava mais tranquila depois disso, mas pelo menos eu acabei perdendo o medo. Mas relaxa. Eu tenho certeza que não há monstros aqui. E estou aqui para você.

Não me incomodei em disfarçar o enorme sorriso que se abriu no meu rosto, ao mesmo tempo em que eu corava levemente. Vendo Lizzie diante de mim, minha única vontade era abraçá-la.

– É engraçado pensar em você com medo.

– Sério? – Ela pareceu surpresa, e eu assenti.

– Sei lá. Você parece não ter medo de nada. Ou pelo menos não aparenta.

Ouvi o riso surpreso de Lizzie, e acabei sorrindo.

– Acho que não existe alguém que não tenha medo de nada. Não no mundo real, pelo menos.

A minha colega de quarto encostou-se na cabeceira da minha cama e eu a imitei, percebendo que aquela cama de solteiro era realmente larga.

– E você tem medo de quê? – Perguntei, me deitando de lado, voltada para ela.

– Do que todo mundo tem. Escuro, perder alguém que ama, ser atropelada, da cena da bruxa em Branca de Neve…

Comecei a rir, muito e alto.

– Sério mesmo, Lizzie?

Ela sorriu, segurando o riso.

– Ah, vai. Aquela cena é muito assustadora. Como classificam isso como um filme infantil?

Ri ainda mais.

– Talvez por que é um desenho, com princesas e contos de fadas. – Ironizei, e ela riu.

– Tudo bem, você está certa. Mas, falando sério, acho esses desenhos meio idiotas. Sei lá. Eles quase obrigam as meninas pequenas a sonhar com um príncipe encantado e tudo isso.

Sorri.

– Isso é verdade. Não que eu possa falar muito, porque sempre gostei.

– Não, eu também. São bonitinhos e tudo. Mas mesmo assim… Espera. Você não sonha com um príncipe encantado, sonha?

Ri baixo.

– Não. Não mesmo. Acho que já tenho o que preciso, bem aqui. – Sorri de lado e passei com carinho a mão no seu cabelo. Estávamos agora deitadas na minha cama, Lizzie de barriga para cima e eu de lado, os rostos próximos.

Ela se aproximou um pouco mais, e eu senti meu coração batendo um pouco mais acelerado, tanto pela coragem de dizer aquilo quanto pelo fato de que eu sabia o que poderia acontecer, e me sentia nervosa.

– Eu acho que também tenho. Vim para um castelo e encontrei uma princesa.

Senti meu rosto enrubescer e dei uma risada baixinha, sentindo-a se aproximar ainda mais de mim. Sua mão tocou-me o rosto, e seu nariz roçou no meu de uma forma delicada.

Antecipando o que eu ansiava por tanto tempo, cobri a distância e beijei Lizzie. Senti nossos lábios se tocando de uma forma que me fez sentir como se o ar houvesse sido expulso dos meus pulmões e senti o toque quente da sua mão descendo da minha bochecha para a nuca, e a pressão de seus dedos lá. Senti também o calor da sua pele na minha mão, que repousava em sua cintura, e nas minhas pernas nuas, que tocavam as dela. E, com uma felicidade que eu não acreditava poder existir, senti-lhe a boca macia e a maestria como conduzia a sintonia daquele tão esperado beijo.

Quando nos separamos, não houve palavras. No lugar disso, abri um sorriso do tamanho do mundo inteiro, e vi, mesmo no escuro, Lizzie com um sorriso parecido, muito maior que os habituais. Senti sua mão me acariciando a nuca e o rosto, e movi devagar os dedos por sobre a sua camiseta, na cintura, com um pouco de medo de acordar daquilo que parecia ser um sonho.

– Tudo bem. – Ela sorriu. – Até que contos de fada são legais.

Voltei a dar risada, e me abracei mais a Lizzie.

– Têm alguma serventia.

Ela riu, e então voltamos a ficar em silêncio. Só que, dessa vez, ele foi interrompido quando a mão de Lizzie voltou a tocar meu rosto, afastando o cabelo que me caía pela bochecha. Seu nariz voltou a roçar no meu, numa carícia delicada e sua boca buscou a minha para começar um segundo beijo que já não era sem tempo.


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Notas finais do capítulo

Awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn!
O capítulo ficou curtinho, mas acho que valeu a pena né? Espero que sim *--* Bom, comentem!
Sigam o exemplo delas:
> Ms Lee Barbosa
> Samyni
> Beatriz Victoria
> Newmee14
> TConty
> brunafs
> tamis
> Paçoquinha
> Leah Shintekyo
> ArayaN
> Alice Drumont Hanfik Oliveira (eeeita nome grande)
> AnaCarolina
> Caçadora de jujubas
> Lud
E mds! Olhando a página de comentários eu vi que deixei alguns sem responder. Mil desculpas! Vou responder agorinha ^^