Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Existe a falta de tempo. Existe a falta de criatividade. Existe a união dos dois. E existe eu.
Mds, duas semanas direto sem pegar no pc a não ser pra fazer trabalho! Que trem!
Nossa, eu realmente espero que vocês, leitoras lindas, não tenham me abandonado, mesmo depois de dois meses.
Temos aí hoje um capítulo apaixonado. Espero muito que gostem!



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Jude

Talvez.

Essa palavra parecia ter me perturbado mesmo durante o sono, e ainda ecoava nos meus pensamentos quando eu acordei, ouvindo o som da porta do banheiro ao se fechar.

Sentei-me na cama e soltei um bocejo longo, esfregando os olhos e o rosto enquanto desviava o olhar para o meu relógio na mesa de cabeceira. Surpresa, percebi que faltavam cinco minutos para as seis da manhã e, ainda mais surpresa, vi que a cama de Lizzie estava vazia.

Por uma fração de segundo, pensei que ela simplesmente não havia dormido ali naquela noite. Mas logo esse pensamento foi descartado, quando lembrei-me da noite anterior.

Com muito sono para processar muitas informações, me mantive sentada na cama, olhando para o nada e puxando uma mecha do cabelo que me caía pelo ombro.

Sem querer, meus pensamentos começaram a vagar para o dia anterior. Lembrei-me quase sem querer de como gostara de estudar com Lizzie, e como fora bom tê-la me explicando a matéria de seu jeito paciente e gentil. E então, lembrei-me da minha irritação. Pelas minhas contas, aquele pequeno surto de mau humor poderia ser explicado, em parte, por uma tensão pré-menstrual. No entanto, isso não explicava tudo. Apenas uma TPM não explicava por que a ausência de Lizzie me deixara num humor tão negro, e por que, de repente, eu começara a detestar tanto Carrie.

Suspirei profundamente, bagunçando um pouco mais o cabelo, e cheguei a apenas uma conclusão: precisava conversar com alguém, e Anne era a pessoa ideal para isso.

– Jude! Já acordou?

Desviei o olhar para o som da voz de Lizzie, sorrindo quase sem perceber ao vê-la mexer nos cabelos molhados, me olhando.

– Já, sim.

Ela riu e revirou os olhos, como se tivesse percebido naquele momento o que disse.

– Meu Deus, que pergunta idiota.

Dei uma risada baixa e me espreguicei, mexendo o pescoço para esticá-lo.

– Jude, acho que eu te devo alguns pedidos de desculpas.

Surpreendentemente, Lizzie retomou o assunto antes mesmo que eu respondesse – o que era realmente raro de tratando dela.

Ergui as sobrancelhas.

– Desculpas?

– Sim, Jude. Pelo menos por ter saído sem avisar nada. E por ter te acordado ontem.

Antes que eu percebesse, sorri, balançando a cabeça.

– Tudo bem, Lizzie. Não precisa se incomodar.

E então minha colega de quarto sorriu, um sorriso largo, ou, pelo menos, largo para os parâmetros dela. E, por alguns segundos, me vi realmente distraída diante daquele simples gesto.

– Meu Deus! As horas! – Lizzie exclamou de repente, me tirando da minha distração.

Desviei o olhar para o relógio ao meu lado, surpresa ao ver que realmente estávamos um pouco atrasadas.

Com um pulo, levantei-me da cama.

– Vou me arrumar. – Disse, rapidamente, antes de correr ao banheiro, sentindo arrepios leves graças ao toque do ar frio da manhã nas minhas pernas nuas.

Lizzie

Eu já experimentara um certo número de sensações após acordar de uma noite agitada, sozinha ou acompanhada. Contudo, nenhuma delas aproximou-se da culpa esmagadora que me invadiu ao acordar naquele dia. O pequeno diálogo com Jude na noite anterior havia me feito passar um certo tempo em claro. E, com certo tempo, eu me refiro à noite inteira.

Logo que minha colega de quarto dormiu, meus pensamentos acabaram vagando para as perguntas que ela me fizera: eu acreditava em amor de verdade?

Suspirando sem perceber, comecei a pensar, de repente, na minha vida.

Diferente da maioria das pessoas, eu não me importava em me apaixonar. Não tinha aquele medo, aquele receio de me envolver com alguém. Se meu sentimento fosse recíproco, poderia avançar para uma relação, que continuaria ao sabor dos sentimentos envolvidos.

Isso inclusive já acontecera comigo quando eu namorara Jenny, a minha antiga vizinha e dona da gatinha Whisky. Nos amamos por quase um ano, e com ela eu vivi coisas que foram cruciais para o desenvolvimento de muitas ideias e conceitos que eu possuía na cabeça. Mas, como tudo, houve um fim. Ela se mudou, começou a gostar de outra pessoa. O sentimento não era mais o mesmo, nunca mais nos vimos.

Foi algo triste, obviamente, mas passou. E meu sentimento voltou a crescer por outras pessoas, em curtos relacionamentos que foram bons pelo breve tempo que duraram. Ou então, apenas curtos encontros de um dia, uma noite, baseados apenas no interesse, e não em sentimentos maiores.

E assim era a vida, e assim, até então, eu me permitira seguir ao sabor do vento, aproveitando cada momento em vez de sofrer pelo futuro.

No entanto, realmente poucas coisas na vida são sempre exatamente como queremos.

E uma bela prova disso era a garota que dividia seu quarto comigo.

Jude. Jude Ward.

Minha colega de quarto, filha de uma das famílias mais influentes na elite de Londres, uma das garotas mais doces e meigas que eu já conhecera e, principalmente, a garota mais diferente pela qual eu já me apaixonara.

Afinal, eu nunca me enamorara de forma tão intensa por alguém que corava ao falar sobre as namoradas do irmão ou que entendia de sexo restritamente o que as escolas ensinam. E, principalmente, eu nunca gostara tanto de uma garota que, até então, não dera a menor mostra de quem (e do que) gostava.

E, mesmo assim, eu me sentia profundamente culpada por ter ficado com outra pessoa, por não tê-la avisado e, principalmente, por tê-la deixado tão incomodada com isso.

E então, interrompendo a linha das minhas reflexões – e percebendo que, ao longo delas, meu corpo me levara até o banheiro, para me vestir antes mesmo do dia clarear totalmente –, vi Jude sentada em sua cama, tão distraída quanto só uma pessoa profundamente sonolenta pode estar e me voltei por reflexo para ela, a fim de... Bom, a fim de aliviar o peso da culpa que tanto me incomodava.

Dessa forma, só depois de voltar a ver seu sorriso eu me tranquilizei. Mas a tranquilidade não demorou a desaparecer, dando lugar a sentimentos adversos quando ela passou na minha frente, e sua visão vestida com uma camisola que lhe chegava muito mal até o meio das coxas, de um tom claro de lilás, me manteve, sem que ela percebesse, boquiaberta por um bom tempo, tão surpresa por ver a beleza do seu corpo quanto por perceber que nunca havia notado isso tão detalhadamente antes.

Suspirando sem perceber, mordi meu lábio inferior pensativamente, num gesto que não me era tão comum e toquei meus dedos, buscando o anel de metal que eu perdera alguns dias antes.

– Ah, Jude! – Suspirei, voltando a deitar na cama e começando a pensar em como eu resolveria meu probleminha – descobrir, bom, os gostos da minha amiga e colega de quarto.


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Notas finais do capítulo

Ooi, pessoas!
Se é que ainda resta alguma né.
~suspiro desconsolado~
Aii, aii. Se não quiserem comentar por preguiça, comentem porque meu aniversário foi anteontem, me deem um presente, me deixem feliz!
Well, bora aí pra quem comentou o longínquo último capítulo.
— ArayaN
— Brunna Laryssa
— Em
— TConty (mds, sigam o exemplo desse ser iluminado, que eu nem conheço e mesmo assim é tipo rexona: nunca me abandona. Aaah, mds, que lixo! É o sono, relevem)
— Gabs Jenner Somerhalder
— Lari
— Uma quase bruxa
— Kay Burn
— Samyni
— Yayo
— Anna Pallas Jackson
— Sibi
— Ms Lee
— Beatriz Cunha
E... Por hoje é só, pessoal!
Fiquem aí com a minha fic recém terminada (um dos motivos da demora aqui) e com a minha nova one, pra matarem as saudades enquanto eu estiver longe.
http://fanfiction.com.br/historia/281704/So_mais_uma_historia_de_amor/
http://fanfiction.com.br/historia/488291/Happy_birthday_Alice/