Unica Et Opposita escrita por Sali


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Hmm, okay. Mais uma história nova. E, se é tradição, bora colocar. Samyni, não me mate. Eu consegui terminar ToF postando AdT então consigo terminar AdT postando UeO. u_u
Bom, bom. Vou dedicar essa fic para a Saah, a Bia, a Baunilha e a Arayan, porque vocês são fodas e me ajudaram a escrever essa fic.
É isso. Agora... Leiam.
E espero que gostem ^^



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Lizzie

O meu nome é Elizabeth. Elizabeth Bennet. Mas prefiro que me chamem de Lizzie. Eu tenho dezessete anos e acabei de entrar no 11° – ou melhor dizendo, último – ano do colégio, graças a algumas reprovações que eu tive há alguns anos. E eu também entrarei no St. Leonards-Mayfield School, um colégio interno para mulheres nos arredores de Londres. Não é a melhor notícia do mundo, mas também não é tão ruim. De qualquer forma, eu sei que vou sentir uma certa falta do meu quarto muito pequeno e das reclamações e xingamentos da minha avó, a única pessoa viva da minha família desde os meus dois anos de idade.

– Elizabeth! Vamos! Você vai chegar atrasada, menina! – Ouvi os gritos da senhora Joanne Bennet da sala de estar e me levantei da minha cama, desplugando os fones de ouvido do celular e pegando, no chão, uma mochila grande e uma mala de mão, onde eu havia comportado a maioria das minhas roupas, tênis e objetos pessoais.

A minha avó gostava de me xingar e reclamar, mas isso não significava que ela não gostava de mim. Ela era apenas uma pessoa... Difícil de lidar. Ainda mais quando quem está lidando é uma jovem de dezessete anos com o cabelo quase todo raspado com uma franja meio moicano e piercings no lábio inferior e no nariz.

– Elizabeth! – Ela gritou novamente, me fazendo revirar os olhos. Fechei a janela do quarto e joguei a mochila nas costas, saindo daquele cômodo e atravessando o corredor até chegar na sala de estar.

A casa da minha avó era pequena e bastante antiga, com uma sala, uma cozinha, dois quartos e um banheiro, todos os cômodos com móveis velhos e ultrapassados. Mas eu gostava de morar lá. Era onde eu havia nascido e crescido, apenas com a minha avó e mais ninguém.

– Você vai assim?! – A senhora Bennet perguntou com a voz elevada, me olhando de cima a baixo. Coloquei as mãos nos bolsos e fiz o mesmo, vendo meus all star pretos, os jeans um pouco largos com um rasgo no joelho, a camiseta branca também levemente larga e a xadrez vermelha aberta por cima.

– É.

– Você está parecendo um mendigo, Elizabeth.

Dei de ombros, sem responder nada. Eu não era o tipo de pessoa que costuma falar muito.

– Vamos embora. – Ela pegou a mala pequena da minha mão e saindo de casa. Segui-a em silêncio até o Ford cor de tijolo tão antigo quanto a casa, enquanto eu ouvia-a murmurar algo que soou como "eu ainda não entendo como esse colégio aceitou essa garota".

Jude

O meu nome é Jude Ward. Eu tenho dezesseis anos e estou no último do colegial. Eu vivo e estudo no St Leonards-Mayfield School, um colégio interno para meninas e, mesmo não precisando, tenho bolsa integral lá graças às minhas notas, que nunca foram menores que um B.

Meus pais são Julie e Oliver Ward. Ela, uma mulher arrogante e esnobe que trata qualquer pessoa com menor condição social como lixo, porém que vive do dinheiro do marido e ele, o CEO das Ward Enterprises, uma empresa renomada da elite londrina.

– Jude, nossos pais estão chamando. É hora de te levar para o colégio. – Ouvi a voz de James, o meu irmão, e olhei para a porta do estúdio de música.

– Ok, James. Eu já estou indo. – Respondi e voltei minha atenção à partitura a minha frente, tocando mais algumas notas no piano que eu tinha desde os meus 6 anos, quando, por insistência minha, meus pais compraram o instrumento e contrataram um professor particular para me dar aulas.

– Heeey, Jude! – Ele cantou, me fazendo revirar os olhos. – Larga esse piano, vamos! – E então, antes que eu percebesse, estava sendo arrastada junto à banqueta do piano pelo estúdio.

– Para, Jay, para! – Pedi enquanto soltava gritos agudos, em meio aos risos do meu irmão.

– Ei, o que é isso? – Uma voz masculina nos fez parar, olhando para a porta do estúdio ao mesmo tempo. – James, eu falei para você chamar a sua irmã, e não ficar aqui fazendo bagunça.

Mordi o lábio inferior, me levantando da banqueta e levando-a de volta para frente do piano.

– Desculpa, pai.

– Está tudo bem, Jude. – Ele respondeu, dessa vez com a voz mais branda, e então virou-se para James. – E se eu ver você implicando novamente com a sua irmã, você ficará de castigo.

– Pai, eu já tenho dezessete anos. – Ele revirou os olhos. – E eu não impliquei com a Jude. A gente só estava brincando.

Fiquei calada.

– É hora de irmos. – Meu pai disse simplesmente e eu assenti, seguindo-o em silêncio para fora do estúdio. Sem dizer nada, percebi que James me seguia.

Para os meus pais, eu sou um tipo de exemplo de perfeição. A filha inteligente, que tira notas boas, é obediente e prestativa. E, obviamente, tenho que seguir um futuro digno dos Ward. E, para a minha mãe, um futuro digno dos Ward é cuidar da empresa da família, ou então me casar com o filho de alguma família tão rica e famosa quanto os Ward e ser uma dona de casa enfadonha como ela.

E isso é realmente diferente do que eu sonho para o meu futuro.

– Onde está a mamãe? – Perguntei enquanto eu via James descer as escadas principais com a minha mala.

– Hoje ela acordou com enxaqueca. Está deitada. – Meu pai respondeu simplesmente, pedindo para que um empregado levasse a mala até o carro e chamasse o motorista para tirá-lo da garagem.

– Ah, tudo bem.

Quando a Sra. Ward acordava com enxaqueca, incomodá-la equivalia a acordar um leão. E isso significava que eu só a veria novamente dali a um bom tempo.

– Está pronta, Jude? – A voz do meu pai me sobressaltou.

– Sim, papai. – Respondi.

– Então vamos, eu vou te levar até o carro.

– Ok.

– Eu vou sentir a sua falta, irmãzinha. – James sorriu, me abraçando por trás.

– Legal, porque eu não vou sentir a sua. – Brinquei e ele fez uma expressão ultrajada.

– Renegado pela própria irmã! – Ele exclamou, colocando a mão sobre o peito.

– Para de ser idiota, Jay. – Revirei os olhos, dando-lhe um tapa no braço. – Eu vou sentir sim a sua falta.

Ele sorriu e me abraçou, e então eu segui meu pai pela enorme sala de estar da minha casa.

Depois de mais uma despedida no jardim da frente, entrei no banco de trás do Mercedes negro e brilhante, acenando mais uma vez para o meu pai e James antes que o motorista arrancasse.

Depois de algum tempo, finalmente vi os prédios decrépitos e o portão enferrujado da St. Leonards-Mayfield, os quais o carro atravessou, parando no pátio externo, perto de diversos outros carros de marca.

Saí do carro antes que o motorista abrisse a porta para mim, e aguardei até que ele tirasse a mala do porta-malas e me entregasse, sem dizer uma palavra.

Peguei a minha mala não muito pesada e adentrei o saguão, vendo, em um canto, um grupinho de três garotas.

– Hey, meninas! – Exclamei, andando até elas.

– Oi, Jude! – Anne, Lucy e Rebecca disseram ao mesmo tempo.

– E aí? Como foram as férias?

– Foram demais! – Lucy exclamou, sorrindo. Muitas pessoas diziam que ela era parecida comigo, graças aos cabelos castanhos e ondulados acima da cintura e a pele clara, mas os olhos dela são castanhos e os meus, cinza. – Pena que seus pais não deixaram você ir.

– É, eu queria conhecer NY. – Falei triste.

– Os pais da Rebecca são demais. – Anne contou, enquanto prendia os longos cabelos loiros em um coque. Seus olhos eram muito azuis e o corpo cheio de curvas. – NY é linda e cheia de gatinhos também...

– Vocês só pensam em meninos? – Perguntei, arqueando uma sobrancelha.

– E você só pensa em estudar.

Revirei os olhos, ignorando-as e mudando de assunto.

– Senti falta de vocês, meninas.

– Nós também sentimos falta da nossa nerd. – Lucy sorriu e nós rimos.

– Vocês ficaram sabendo? Vão entrar alunas novas na escola. – Rebecca mudou de assunto, com o seu forte sotaque americano. Ela era a mais alta de nós, com o corpo magro, cabelos negros muito lisos, pele clara e olhos verde-musgo.

– Sempre entram alunas novas, Becca. – Lucy disse.

– Mas essas são diferentes. Parece que a diretora liberou bolsas para algumas garotas.

– Hum, legal. – Murmurei.

– Não acho. – Opinou Rebecca. – Elas não tiveram o mesmo ensino que a gente desde o inicio, muitas delas estudaram em escolas públicas...

– E daí? Se elas entraram, é porque fizeram provas e são tão inteligentes como nós.

– Eu concordo com você, Jude. Talvez elas não sejam tão diferentes. – Lucy sorriu, como sempre. Vê-la sem um sorriso no rosto era equivalente a uma catástrofe mundial.

Depois de mais um tempo conversando com as meninas, nós finalmente seguimos para os nossos prédios. Rebecca e Anne tinham seus quartos no Prédio A, e eu e Lucy no B. Nos despedimos com um "até logo" e eu segui para o meu quarto, que era o mesmo de todos os anos.

Ao abrir a porta, tive uma surpresa. Em todos os anos anteriores, sempre houve apenas uma cama no meu quarto, mas agora existia outra, assim como outro armário, outras mesas de cabeceira e outra mesa de estudos. E isso significava que, nesse ano, eu teria uma colega de quarto.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Bom, espero receber pelo menos um review nesse projeto novo, e espero que tenham gostado do primeiro capítulo.
É isso.
Até mais! o/