Pegando Fogo. escrita por hollandttinson


Capítulo 33
Esperança.


Notas iniciais do capítulo

Demorei porque não estava encontrando inspiração, mas decidi que não é justo deixar vocês esperando tanto, então aí vai...
Mil desculpas por não ter sido o melhor capítulo da fic :c



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/423177/chapter/33

POV: KATNISS.

Depois da morte de Coin e Snow, eu e Peeta fomos levados pelos Pacificadores até o prédio dos Tributos, um lugar que era muito conhecido por nós. Estava vazio ali e eu estava sentindo uma dor de saudade no peito, á quase 1 ano atrás, aquele lugar era repleto de pessoas. Sanguinárias e com vontade de matar, mas pessoas. Vê-lo vazio fazia parecer menos "bonito" do que realmente era. De qualquer jeito, era onde ficaríamos até que tudo fosse resolvido.

Peeta ter matado Coin fez com que as pessoas ficassem chocadas e confusas, eles não sabiam porque Coin estava morta e quem a tinha matado e isso estava deixando eles muito preocupados, principalmente porque não tínhamos ideia de quem seria o Presidente agora. Mas eu decidi que votaria em Paylor quando houvesse a votação. Porque isso foi decidido: Uma votação entre todos, inclusive nos Distritos, sobre quem queria que fosse o Presidente. Cada Distrito e a Capital poderia eleger seu candidato, a candidata do Distrito 12/8 foi Paylor e eu estava crente de que ela venceria.

Também decidimos que contaríamos sobre nossas vidas pessoais apenas á Caesar, quando tudo estivesse mais calmo, é claro. E os Distritos voltariam á fornecer alimentos e tudo mais para a Capital, mas é claro que sem a terrível exploração. E os Distrito receberiam de outros Distritos também, então de certa forma, tudo seria Capital agora.

O Distrito 13 e 12 vai receber materiais para a reconstrução dos tais e o Distrito 2 já recebeu reforço na medicina, depois de tudo o que aconteceu foi o melhor á ser feito.

Houve festa na Capital e nos Distritos assim que os corpos foram levados para o IML. E ah, haveria um funeral múltiplo nessa sexta-feira, onde todos os mortos da Capital seriam enterrados. Assim como nos Distritos. Seria tudo televisionado, é claro.

– Acho que as coisas vão começar á dar certo agora, não acha?- Perguntou Peeta. Nós estávamos sentados no telhado, vendo o céu estrelado e toda a cidade, que estava toda iluminada e cheia de música e alegria. Eu podia sentir em cada poro do meu corpo, a satisfação daquelas pessoas.

– Estou preocupada com o que as pessoas do 13 estão pensando quanto á você e a morte de Coin.- Eu disse, lembrando de Peeta admitindo a morte de Coin para todo mundo. Ele deu de ombros.

– Foi uma troca de favores mortal.- Ele disse e eu revirei os olhos.- Só que eu fui bem-sucedido.

– Ninguém esperava que fosse uma morte presidencial dupla.- Eu disse e ele sorriu.

– Estamos sempre surpreendendo.- Eu revirei os olhos para a sua palavra.

Ele estava tentando fazer graça de tudo desde que fomos ver Haymitch no hospital. Haymitch foi baleado. 3 balas na barriga... Foi visto cambaleando por aí e foi isso que nos fez achá-lo e levá-lo para o hospital á tempo. Ele ficaria internado por um bom tempo até que seu sangue voltasse á ser produzido normalmente, por enquanto ele tinha perdido muito. Já tinham feito uma cirurgia nele e estávamos apenas esperando ele sair do hospital, que fosse logo. Peeta estava lidando com isso fazendo graça, o tempo todo.

– Será que eles vão chegar logo?- Eu estava me referindo á nossos familiares e pessoas que nos importavam. Eles chegariam o mais rápido possivel, foi o que nos disseram.

– Tenho certeza que sim, estão loucos para te agradar.- Ele disse, dando de ombros. Eu balancei a cabeça.

– Os trens estão ocupados demais essa semana, queria que eles chegassem antes de Paylor ser eleita.- Eu disse, fazendo uma careta. Peeta suspirou e se aproximou, abraçando a minha cintura.

– Eles vão estar aqui logo, Katniss, não precisa se preocupar.

– Estou preocupada com Annie também, com a sua reação e tudo mais. Será que ela vai ficar muito chocada em saber que Finnick não morreu?

– Nós ainda não voltamos para casa, até lá, muitas coisas podem acontecer.

(...)

Acordei cedo porque íamos para o hospital ver Haymitch. Finnick tinha ficado lá de plantão e nós trocaríamos de lugar com ele até o horário de Johanna. Foi um acordo que fizemos entre nós: não deixar Haymitch sozinho. Ele era solitário demais, Peeta disse que ele ficaria feliz em acordar e ver á todos nós lá. A verdade é que Peeta pegou uma amizade com Haymitch que nenhum de nós imaginamos.

– Como ele está?- Peeta perguntou, entrando no quarto. Haymitch podia receber visita, mas ele estava dormindo com sedativos e também estava sendo alimentado e tudo mais por máquinas. Finnick fez uma careta.

– Nenhuma melhora, mas os médicos disseram que isso é normal. Ele perdeu muito sangue e parece que a bebida afetou muita coisa dentro dele. Disseram que ele ia ter que fazer um monte de lavagens do estômago, mas não podem fazer isso agora por causa do quadro médico. E disseram também que ele não tem muita fibra, proteínas ou cálcios no corpo e isso está prejudicando a cura dele. Mas fora isso, está tudo bem.- Disse Finnick dando de ombros. Ele ainda estava usando a roupa da invasão.

– Você fala "fora isso" como se o isso fosse pouca coisa. Será que algum dia o Haymitch se cuidou?- Perguntei, me sentando na cadeira que antes Finnick estava. Ele deu de ombros.

– Olha, eu não faço a menor ideia, só sei que é bom ele começar á se cuidar agora. Os médicos disseram que o organismo dele não aguenta muita coisa mais, acreditam? Um vitorioso dos Jogos Vorazes morrendo por causa de bebida e idiotice egoísta.- Disse Finnick, balançando a cabeça enquanto olhava para Haymitch.

– Idiotice egoísta? Idiotice solitária, você quer dizer. Haymitch é apenas um cara só, mas vai ficar tudo bem com ele. Estamos aqui e vamos cuidar dele.- Disse Peeta, sorrindo para Haymitch que não tinha nenhuma reação. Sem contar no fato de que ele estava muito pálido.

– Essa é a cor natural de um doente ou de uma pessoa que está preparada para ser defunto? Só falta a roupa preta.- Eu disse, apontando para ele. Finnick revirou os olhos.

– Quando ele tiver mais sangue e mais força no próprio corpo, acho que ele vai voltar á cor "normal".- Disse Finnick, dando de ombros.

– Aquela roxa que ele ficava toda vez que nós achávamos que ele ia vomitar de tanto beber, ou aquela amarelada quando ele estava na seca no Distrito 13?- perguntou Peeta, pegando uma cadeira e se sentando. Finnick deu de ombros.

– Veremos quando ele acordar. Agora eu acho melhor eu ir, estou exausto. Vou lembrar Johanna de suas responsabilidades.- Disse Finnick, já indo para a porta.- Boa vigiada.

– Boa dormida.- Eu disse, sorrindo e acenando. Então me virei para Haymitch.

Era doloroso vê-lo assim. É claro que eu sabia que Haymitch nunca foi saudável, era quase humanamente impossível considerando todos os fatos, mesmo assim, ainda doía. Quero dizer, ele me ajudou á vencer os Jogos e esteve "do meu lado" em todas as minhas decisões quanto á Coin e tudo mais. E daí que ele é bronco e babaca? Ele ainda é o Haymitch, meu tutor. Suspirei colocando a mão dele sobre a minha, estava levemente quente. Levemente mesmo, como se ele estivesse em um frio de 2 graus negativos, no mínimo. Será que é assim a quase morte? 2 graus negativos no mínimo? Pensar assim me faz lembrar que Peeta passou por isso quando Coin tentou matá-lo.

– O que será que o Haymitch vai pensar do que eu fiz? Ele provavelmente vai ficar orgulhoso, mas será que ele vai ficar bravo? Quero dizer, a gente não sabe o que ele achava de Coin e tudo mais.- Peeta perguntou, ele parecia preocupado.

– Está mesmo preocupado com isso?

– Estou.- Peeta fez uma careta e eu revirei os olhos.

– Sabe o que eu acho? Eu acho que Haymitch vai acordar, olhar para você e dizer "muito bem, garoto, eu sempre soube que você era capaz de fazer qualquer coisa desde o primeiro dia em que deixou a sua vida e de sua namorada nas minhas mãos". Ele vai ficar orgulhoso.- Eu disse. Peeta balançou a cabeça e fez uma careta.

– Eu não tinha outra escolha.

– Mas não precisava ter pedido, era obrigação dele. Mas não, Peeta. Você impulsionou Haymitch á trabalhar direito no dia em que pediu para que ele cuidasse de mim.

– Ele sabia o que devia fazer antes que eu pedisse.- Disse Peeta, olhando para o rosto impassível de Haymitch.

– Mesmo assim. Ele seria capaz de fazer se você não tivesse seguido com o plano?

– Eu falhei no plano, Katniss. Eu voltei para você rápido demais.

– Você nos salvou, Peeta. Todos os dias da minha vida você me salvou, eu sou orgulhosa de você e tenho certeza de que Haymitch é inteligente o suficiente para sentir o mesmo. Não se preocupe. Haymitch tem seu jeito tosco de amar você, e um deles é ficando vivo.- Eu disse, apertando a mão de Haymitch com mais força.

– Isso é bem idiota, não é? Olhando por tal ponto de vista... Quando nós fomos para os Jogos ele nos disse que a única dica que podia dar ela "fiquem vivos". Quando estávamos no carro, ele disse que isso aqui eram os Jogos Vorazes, só que piores... Agora somos nós quem mandamos ele ficar vivo.- Disse Peeta, sorrindo de leve. Eu sorri, entendendo o que ele queria dizer.

– Ele vai ficar. Ele vai ficar vivo. Fique vivo, Haymitch.- Eu disse, sorrindo para ele. Apenas fique vivo.

(...)

Eu dormi no hospital, não consegui ficar acordada por muito tempo e quando acordei, estava deitada relaxada na cama do quarto. Peeta não estava lá e eu ouvia o som das risadas de Delly. Eu conseguia sorrir para isso, era bom ouvir de novo. Espera, Delly?

Corri até a sala de jantar e encontrei a mesa completa. Gale, Delly, mamãe, Prim, Peeta, Cinna, Portia, Paylor...

– Meu Deus!- Eu gritei, feliz e corri para abraçar Cinna que riu de mim enquanto me abraçava.

– Calma, Katniss. Você ainda é uma grávida, ou não?- Ele perguntou, olhando para a minha barriga e sorrindo.- É bom ver você também.

– Pensei que fossem demorar mais para vir.- Eu disse, passando de Cinna para Delly que ria de mim também.

– Íamos, mas arranjaram um aerodeslizador para a gente. Annie, Finnick, Johanna e Effie foram no hospital para ver o Haymitch.- Disse Portia, sorrindo para mim enquanto eu a abraçava.

– Ele está melhor?- Olhei para Peeta enquanto perguntava. Ele deu de ombros.

– A cor dele melhorou quando você dormiu, mas eles acham melhor deixar ele dormindo por mais um pouco de tempo.- Disse Peeta, dando de ombros.

– Ele vai ficar bem.- Eu disse, convicta.

– Claro que vai, mas você não vai ajudá-lo se não sentar e tomar café conosco.- Disse Gale, sorrindo e apontando para a cadeira ao lado de Peeta. Eu me sentei feliz.

– Chegaram á muito tempo?- Perguntei.

– Uma hora atrás. Pensamos em te acordar, mas parecia maldade em vista de tudo que te fez ficar com sono. E você está grávida também, dorme por dois! De qualquer jeito, estamos felizes de estarmos aqui. Eu estava louca para dar parabéns á todos vocês pessoalmente. Foram incríveis!- Disse Prim, sorrindo admirada. Eu revirei os olhos.

– Estou feliz por estarem aqui e por conseguirmos.- Eu disse.

– O que aconteceu á Coin?- Foi mamãe quem perguntou, mas ela olhava diretamente para Peeta que deu de ombros, limpando a boca com o guardanapo.

– Eu só estava fazendo uma troca de favores com ela. Ela tentou me matar com o ataque ao Distrito 12 e eu a matei por completo com a faca que Haymitch me ensinou á usar.- Disse Peeta comendo torrada. Eu concordei com a cabeça e mamãe estreitou os olhos.

– E isso não vai trazer problemas á vocês? Quero dizer, eles não estão bravos?- perguntou ela.

– Bravos com quem? Com eles? Eles que salvaram as suas vidas de ditadores? De uma futura Snow? Acho que não.- Disse Cinna, balançando a cabeça e sorrindo para mim. Ele estava feliz comigo e eu respirei aliviada.

– E ainda mais, teremos Paylor que é melhor do que qualquer um.- Eu disse, sorrindo para Paylor que ficou sorrindo boba, tímida.

– Eu ainda não acredito que você foi louca o bastante para me candidatar. Nunca me imaginei!- Disse Paylor, sonhadora.

– Você vai ganhar, com todo o crédito que Katniss te deu, você vai ganhar com certeza. Talvez Panem tenha alguma esperança, Paylor.- Disse Portia, sorrindo e pegando a mão de Paylor. Eu sorri.

– Parabéns, Tordo 2!- Eu disse e ela gargalhou, balançando a cabeça.

– Sem queimaduras, por favor!- Ela pediu e eu gargalhei.

Sem fogo dessa vez, apenas o calor da alegria que invade o peito e faz a gente pensar que existe sim esperança. E ela não é a última que morre porque ela não morre. Nunca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!