Pegando Fogo. escrita por hollandttinson


Capítulo 26
Memória.


Notas iniciais do capítulo

Voltei depois de séculos. Espero que não tenham desistido da fic, ela está chegando numa parte muito difícil pra mim, ainda não sei como escrever o Capítulo da invasão á Capital :c



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POV: PEETA.

Quando entramos no mundo subterrâneo do Distrito 13, fomos aplaudidos de pé e reverenciados. Gale e Coin exibiam sorrisos enormes, estavam orgulhosos de si mesmos e eu só queria socar a cara de todo mundo que ousou acreditar que isso aqui era incrível. Eles não viram tudo o que aconteceu? Eles não viram Tysson e a sua quase morte? Eles não viram o quanto foi terrível o plano de Gale? Eu estava chocado por essas pessoas não conseguirem ver o que nós vemos.

– Katniss, Peeta! Vocês foram incríveis! O jeito que lidaram com o garoto lá, foi uma atuação incrivelmente perfeita!- Disse Flavius quando conseguiu nos alcançar. Eu olhei para ele, estava bravo o suficiente para que Finnick tivesse de segurar meu braço para que não o socasse, Flavius me olhou confuso.- Algum problema, Peeta?

– Não, imagina! Peeta está perfeitamente bem. Eu acho que é o choque de tudo que viu, não é Peeta? Não se preocupem, ele está bem, só precisa relaxar.- Disse Finnick me poupando de abrir a boca, eu tinha a sensação de que podia vomitar no rosto de Flavius se a abrisse. Katniss não foi tão eficiente quanto eu na tarefa de segurar o estômago, em segundos a roupa impecável de Flavius estava podre. Katniss vomitou nela. Todo mundo fez um muxoxo de nojo enquanto eu ajoelhava ao lado de Katniss para segurar seu cabelo longe do rosto enquanto ela vomitava.

– Meu amor, está tudo bem?- Perguntei baixinho.

– É claro, está tudo ótimo! Uma consequência do bem estar é vomitar, não sabia?- Johanna disse, revirando os olhos. Eu bufei para o seu sarcasmo. Katniss limpou a boca com a manga de sua jaqueta.

– Eu acho que não estou me sentindo bem o suficiente para ter tanta gente ao meu redor o tempo todo.- Ela disse, olhando para as pessoas que tinham calado a boca para admirar Katniss vomitar. Revirei os olhos.

– Vou levar você até o hospital.- Eu disse. Ela concordou com a cabeça e se levantou, mas ela estava fraca.- Você devia ter comido alguma coisa no aerodeslizador.- Eu disse e ela negou com a cabeça.

– Eu estaria pior e vomitaria mais se o fizesse, é melhor fazer isso em chão firme e segura, como agora.- Ela disse, dando de ombros. Eu coloquei Katniss sobre os meus braços e comecei á andar com ela para o hospital. Johanna e Finnick vieram comigo, no mesmo instante eu ouvi Coin anunciar 1 semana sem trabalhos para a comemoração do nosso sucesso.

– Patético, vocês não acham?- Perguntou Johanna, cruzando os braços com os lábios crispados. Eu concordei com a cabeça, Katniss e Finnick me acompanharam no ato.

– Eu fiquei o tempo todo pensando no garoto, sabem? O Tysson.- Disse Finnick com um sorriso no rosto. Era verdade que Finnick se apegou muito ao garoto, ele até foi no hospital pra ver ele.- O que será que vai acontecer com ele quando ficar melhor? O que vão fazer com ele?

– Bom, se for como no Distrito 12, ele vai ser levado pra um abrigo. Não é um lugar muito bom de se viver, mas ele logo, logo vai ser maior de idade... Bom, não tão logo assim...- Katniss disse, com a voz fraquinha.

– Você devia ficar quieta, sabe? Está bastante fraca pra ficar abrindo a boca, espero que não vomite novamente, vocês não viram a cara de Coin quando viu você ajoelhada no chão, quase teve um colapso.- Disse Johanna, balançando a cabeça com um sorriso divertido.- Seria uma boa ver ela tendo um colapso.

– Com certeza ela não fica feliz que nós sujemos isso aqui, não é? Apesar de tudo.- Eu disse, dando de ombros. Finnick concordou.

– Sinto falta do 4... Já faz um tempo que não vou lá... Espero que isso tudo acabe logo, Annie e eu precisamos voltar pra casa e tudo mais. Sinto falta de tudo ali.- Disse Finnick, olhando para frente sonhador. Ele estava sempre com uma expressão meio sonhadora, Finnick é uma boa pessoa.

– Katniss! Peeta! Ah, que saudade! O que aconteceu com ela?- Perguntou Prim quando nós entramos no hospital. O Dr. Aurelius e a Sra. Everdeen estavam ali também, sorriram para a gente quando entramos. Annie estava lá.

– FINNICK!- Ela gritou e o sorriso de Finnick só aumentou. Ela pulou em seu braço e começou á falar muito rápido, Finnick respondia lentamente e ela estava feliz. Eles estavam feliz. Eu acho a relação de Finnick e Annie linda, eles superam os obstáculos, as dificuldades humanas, eles se amam de verdade e ninguém pode colocar isso á prova. Eles saíram do hospital sorrateiramente quando eu coloquei Katniss numa maca.

– Eu estou bem, só não me alimentei direito.- Disse Katniss enquanto a mãe dela checava sua pressão.

– Acho que também foi coisa á ver com todas as coisas que aconteceram ultimamente, ela não teve muito tempo de se preparar pra tudo, a coisa toda aconteceu muito rápido. Eu estava até chocada por não ter acontecido coisa desse tipo antes.- Disse Johanna, dando de ombros. A Sra. Everdeen concordou com ela.

– Você precisa relaxar. Vamos te dar um remédio para dormir e colocar você no soro.- Disse a mãe dela, sorrindo serenamente.

– Eu não quero dormir!- Disse Katniss, se sentando bruscamente na cama, ela pareceu tonta. Eu revirei os olhos.

– Precisa sim, ela não anda dormindo direito, vai ser bom pra você.- Eu disse, passando a mão no cabelo dela e sorrindo. Ela suspirou.

– Você também.- Ela disse e eu dei de ombros.

– Eu acho que não vou vomitar ou coisa do tipo, sabe? Vou procurar alguma coisa pra comer, tomar um banho e depois volto pra você.- Eu disse, mas o Dr. Aurelius negou com a cabeça.

– Seus irmãos podem não ficar muito felizes com isso. Além disso, sua mãe está brava por vocês terem demorado tanto nessa viagem ao Distrito 2. Ela resmunga coisas como "roubaram meu filho para os Jogos e agora ele vive por aí, arriscando a vida de novo, preferia quando ele era um Zé Ninguém, tudo culpa da filha da médica, tudo culpa de Katniss Everdeen".- Disse Aurelius, revirando os olhos.

– Ela realmente me odeia.- Disse a Sra. Everdeen. Eu estava chocado. Minha mãe sentia falta de mim? Bom, isso era surpresa.

– Acho que a minha mãe foi abduzida, por qual outro motivo ela se preocuparia comigo?- Perguntei. Vi Prim sorrir e revirar os olhos.

– Não seja idiota, Peeta! Ela é sua mãe e o ama, apesar de não demonstrar muito. Além disso, eu acho que ela não está realmente preocupada com você... Ela só quer arranjar um motivo pra xingar mamãe e Katniss. Á mim não, de mim ela gosta.- Disse Prim com um sorriso maior. Eu revirei os olhos.

– Certo. Então eu vou tomar um banho, procurar algo para comer e ver mamãe e os outros.- EU disse. Virei para Katniss.- Nos vemos quando você acordar.

– Eu vou esperar você aqui.- Ela disse sorrindo. Eu concordei com a cabeça e fui até a porta. Johanna veio comigo.

– Eu posso te contar uma coisa?

– Claro.- Eu disse dando de ombros.

– Eu acho que Katniss não vai acordar tão cedo. Percebeu o quanto ela estava pálida? Percebeu o jeito que o Dr. Aurelius olhou para ela quando entramos e quando falou o que ela tinha? Eu acho que ele não vai deixar ela sair do hospital logo.- Disse Johanna me fazendo parar e olhar para ela. Eu engoli em seco.

– Você acha que Katniss está doente ou coisa do tipo? Acha que é algo grave?- Perguntei, segurando o braço dela. Eu senti a pele dela incrivelmente quente debaixo da minha mão e sabia que devia estar parecendo uma pedra de gelo de tão frio. Ela crispou os lábios.

– Eu pensei que você tinha percebido eu... Ah, qual é! Não fique preocupado, ela é forte não é? Ganhou os Jogos Vorazes... Ganharia mesmo que não a tivessem tirado de lá...

– O que você acha que ela tem, Johanna?- Perguntei, ainda segurando o braço dela. Ela balançou a cabeça.

– Nós estávamos no meio de um monte de fumaça e tudo mais, quanto de fumaça você acha que ela inalou? Além disso, tinha gente machucada ali... E ela entrou num hospital cheio de gente doente, a gente não sabe o que tinha ali, talvez ela fique doente com aquelas coisas e tudo mais.- Disse Johanna, soltando o braço do meu aperto e massageando o lugar onde eu apertei. Eu respirei fundo.

– Isso pode ser sério.

– Fica calmo, okay? Eu só estou dizendo as coisas que eu martelo na minha cabeça, sabe? Não precisa ficar se preocupando com as coisas que eu falo, só falo besteira lembra? Não se preocupe.- Ela disse, colocando a mão no meu ombro e sorrindo serenamente.

Eu deixei minhas preocupações de lado para observar que Johanna tinha mudado muito desde o dia em que a vi pela primeira vez, talvez ela não seja tão sem sentimentos assim. Talvez a Capital não tenha levado tudo o que ela tinha, Johanna tinha sentimentos e isso era óbvio, estavam aflorando. A Capital pode te fazer acreditar nisso, mas ela não é capaz de te roubar tudo.

– Obrigado, Johanna.- Eu disse, sorrindo para ela que deu de ombros.

– PEETA! Eu ouvi dizerem que vocês tinham chegado! Meu Deus, como você está imundo! No Distrito 2 não tinha banheiro não? Vamos, vou levar você para tomar um banho, e vai ter que ser um bom banho. Onde já se viu ficar sujo desse jeito? Tenho certeza que não te criei assim, só pode ser a convivência com a garota lá... Como ela está? Ouvi dizer que está doente. Espero que fique bem, ainda tenho que ter uma conversa séria com ela. Onde já se viu deixar você imundo desse jeito?- Mamãe falava rápido enquanto passava a mão pelo meu corpo como se estivesse checando para ver se eu estava vivo. Os olhos azuis de mamãe estava assustados, desesperados, felizes e confusos. Era isso que se via na expressão da Sra. Mellark.

– Mãe, fica calma, está tudo bem comigo. É só um pouco de sujeira e sai com água, que tinha sim no 2, mas nós saímos rápido depois do ataque á Noz.- Eu disse, dando de ombros enquanto afastava suas mãos agoniadas do meu corpo. Ela olhou para mim com os olhos arregalados.

– Isso me faz lembrar: QUE LOUCURA FOI AQUELA, PEETA MELLARK?! Quantas pessoas morreram naquilo? Vocês tem uma estatística? E você? Não está na hora de tomar banho também? Seu cabelo está imundo, olha só!- Mamãe dizia enquanto pegava no cabelo de Johanna que olhou para ela como se ela fosse mais maluca do que Annie, e eu estava quase concordando com Johanna.

– Mãe, está tudo bem com a senhora?- Perguntei, pegando no seu braço e afastando ela de Johanna que balançou a cabeça e saiu andando corredor á frente, ela resmungou alguma coisa mas eu não ouvi, estava preocupado com a mulher estranha na minha frente.

– Tudo ótimo.

– Você parece... Diferente.- Eu disse e ela deu de ombros.

– Sabe o que é? Você passa muito tempo longe e quando chega perto de alguém da sua família, e eu sou da sua família, acha estranho. Mas não, somos os mesmos.- Disse mamãe, cruzando os braços. Ela parecia ter assumido a normal postura que eu conheço. Eu revirei os olhos.

– Faz sentido.

– É. Agora vá tomar um banho, vou falar para os seus irmãos irem te visitar no seu alojamento... Vou mandar eles mandarem comida pra você também, olha como emagreceu!- Ela disse, pegando no meu braço, os olhos preocupados e desesperados estavam ali de novo.

– Obrigado pela preocupação, eu preciso mesmo comer alguma coisa.- Eu disse.

– E dormir também, olha essas olheiras!- Ela tocou abaixo dos meus olhos com a ponta dos dedos e suspirou balançando a cabeça.- Sua saúde parece bem instável desde os Jogos. Anda, vamos para o banheiro. Quer que eu prepare uma roupa para você? Não vai ser incomodo nenhum pra mim.

– Mãe, você está passando por algum surto de "não tenho nada para fazer"? Porque só isso explica toda a preocupação que está depositando em mim.- Eu disse enquanto ela me rebocava para os quartos. Ela revirou os olhos e bufou.

– Ah, eu não posso mais querer cuidar do meu menino?- Perguntou. Eu ergui uma sobrancelha. Ela disse "meu menino"? Quem era aquela mulher e o que ela fez com a minha mãe?

– Ahñ... Pode, ué.- Eu disse dando de ombros.

Eu me permitiria curtir um pouco de "minha mãe está legal". Eu bem que mereço um pouco de carinho maternal. Eu podia dizer que é tarde demais para ela ser legal comigo, mas nunca é tarde pra receber carinho e amor, e eu estava feliz por ter uma mãe de verdade pelo menos uma vez. Me permiti ser mimado e ninado por ela. Adormeci no colo dela e quanto tempo fazia que isso não acontecia? Minha memória não conseguia lembrar a ultima vez então, deixei que essa se tornasse a primeira e talvez a única memória que eu teria de uma mãe boa e preocupada. Do amor de mãe.

(...)


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Notas finais do capítulo

Eu escrevi esse capítulo 3 vezes porque o Nyah! não estava postando antes :C Enfim, curtam um pouco de "mãe do Peeta tá ficando legal". Hehe ♥