Pegando Fogo. escrita por hollandttinson


Capítulo 11
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Sabe o que aconteceu? A "Katniss" recomendou a fic. Eu estava começando á achar que as pessoas não estavam gostando dessa fic quando de repente, isso! Eu estou imensamente feliz com a recomendação e quero agradecer á essa bela leitora! Eu sou muito grata á você por ter acompanhado a fic desde a outra.
Em agradecimento á recomendação, lá vai outro capítulo pra vocês:



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POV: KATNISS.

Peeta beijava a minha cabeça e me abraçava enquanto eu chorava sobre o corpo de Rue.

- Anda, Katniss, o Cato pode aparecer por aqui e nos matar.- Ele disse, tentando me levantar do chão. 

Eu não queria deixar o corpo de Rue. Ela não merecia morrer assim. Rue não era só mais uma criança, não é mais um tributo, ela é a Rue. A pequenina de 12 anos que me lembra duas pessoas especiais em meu Distrito. Que além disso, me ajudou quando eu precisei. Rue não me abandonou quando precisava, ela ficou do meu lado, não é justo que a abandone agora.

- Se você morrer agora, pelas mãos de Cato, a luta de Rue não vai ter valido a pena.- Disse Peeta, tentando me convencer. Eu olhei em seus olhos. O azulado estava sereno, mas sua boca tremia e seu queixo estava travado. Peeta conseguia sentir toda a dor que estava sendo emanada no lugar. Ele sabia o quanto estava doendo em mim. Talvez estivesse doendo nele, também. 

- Eu preciso matá-lo. Não posso deixar que outro tributo o mate. Tem de ser eu. Por Rue, por mim e por você.- Eu disse, olhando para a sua perna que estava muito machucada em efeito á espada que foi cravada na mesma. Peeta deu de ombros.

- Você tem que relaxar. Vamos procurar um lugar seguro para ficarmos.- Ele disse, me levantando do chão.- Os corpos deles precisam ser levados.

- O que vamos fazer com isso?- Perguntei, pegando o para-quedas que recebemos. Dentro dele tinha um pão. O pão estava cravado com um símbolo. Era o símbolo do tordo. O tordo que Peeta me deu, o broche. Peeta balançou a cabeça.

- Você vai comer. Não é pra isso que foi mandado? Para que você sobreviva. Você lutou por Rue nesse último dia. Eles vão lutar para que você tenha mais um dia para lutar por alguém.- Ele disse. Eu sorri e abracei o para-quedas. Ele podia ter razão. Olhei para as árvores esperando que tivesse uma câmera em uma delas.

- Obrigada. Rue era uma ótima garota.- Eu disse. 

- Acho que eles precisam do luto.- Peeta sussurrou em meu ouvido. Eu concordei com a cabeça, olhando para ele.- O que nós fazemos em nosso Distritos, em nosso luto?

Me lembrei do dia da Colheita. Quando todos os habitantes de meu Distrito, o 12, tocaram 3 dedos médios de sua mão esquerda aos lábios, e depois, os ergueram. Isso sempre significou, em nosso Distrito, respeito, agradecimento, admiração, e principalmente, adeus á alguém que você ama. 

Eu e Peeta demos as mãos e reverenciamos os moradores do Distrito 11, onde Rue morava.

- Á Thresh, por sua ajuda, agora, á Rue, por seu companheirismo, e á seu Distrito, pelo pão. Nós agradecemos.- Disse Peeta, e então, tirou seu casaco e cobriu o corpo de Rue. Eu sorri para ele.

- Adeus, Rue.- Eu disse. Peeta me deu a mão. E á mancadas, nos distanciamos dos corpos mortos na relva. Ouvimos o barulho do aerodeslizador pegando os corpos. Minha garganta ainda estava travada e eu queria voltar e pedir para que não levassem o corpo da garota. Para que ela tivesse mais um tempo de vida. Ela era tão jovem!

Nós nos escondemos dentro de uma caverna, embaixo do rio. Era úmida e mal iluminada, além de ser um pouco abafada. Eu tirei o casaco para ficar mais confortável. Abri minha mochila e a de Peeta, espalhando nossas coisas para nos organizarmos. Peeta se deitou, esperando que eu terminasse. 

- Porque você não tira a calça? Deve estar magoando o machucado.- Eu disse, me aproximando dele e me ajoelhando. Ele fez uma careta.

- Vai ficar exposto aos males da Capital.- Ele disse. Eu revirei os olhos.

- Eu tenho remédio, lembra-se? E a sua calça está imunda. Anda, me obedeça.- Eu disse. Ele gargalhou.

- Tudo bem, mamãe.- Ele disse, e começou á abrir a calça. Eu voltei ao meu trabalho com as mochilas.- Isso me lembra nossas noites e dias na floresta.- Disse Peeta. Eu sorri um pouco. 

- Você não é o único que pensa sobre nós. Eu pensei muito sobre isso nos últimos dias. E fica tudo mais complicado quando eu sei que vamos morrer.- Eu disse, me virando para ele. Peeta estava usando apenas uma cueca boxer preta. Sua perna estava toda manchada de sangue a a calça estava ao seu lado, junto com suas botas. Ele me olhava com um olhar triste. Eu me aproximei e peguei as calças.

- Não dá pra a gente pensar em outra coisa, não é?- Ele perguntou, enquanto eu me levantava.

- Vou lavar a sua calça. Logo eu volto e você poderá se vestir e não pegar uma gripe.- Eu disse, saindo da caverna e me aproximando do lago.

Enquanto eu tentava tirar as manchas de sangue, pensava no que Peeta tinha dito. E no que eu disse, também. 

Nós não podemos falar de outra coisa, não mesmo. Tem uma faca afiada postada em cima de nossas cabeças, não dá pra esquecer isso. Não dá pra esquecer o desespero, o medo, a angústia. Nós não temos tempo para outras coisas. Nós não temos tempo para nada. Temos que ficar lutando por alguns minutos de vida. E á cada momento, isso diminui.

- Vai me matar?- Peeta perguntou quando eu entrei na caverna. Eu olhei para ele com os olhos arregalados. Ele me pegou de surpresa. Eu não esperava por isso. Ao contrário de mim, seus olhos eram calmos e serenos. Ele estava falando sério. Me sentei de pernas cruzadas enquanto pegava o remédio e começava á passar em sua perna. Ele gemeu aliviado.

- Matar você?- Perguntei, voltando ao assunto porque eu sabia que ele não deixaria isso passar. Ele fez um barulho com a garganta em sinal de concordância. Eu não desviava o olhar de seu ferimento, tinha medo de olhar em seus olhos e ver algo que me assustasse.

- Seria absolutamente compreensível. Eu a traí. Acho que ninguém ficaria furioso se você me matasse. Mas além disso, você precisa voltar para sua irmã, para sua mãe e Gale. E você sabe que não dá para ficarmos os dois juntos.- Disse Peeta. Eu balancei a cabeça. Eu já tinha pensado nisso antes, mas eu sempre me repreendia. Acreditava que os carreiristas o matassem e eu não tivesse que passar por esse momento nunca mais.

- Eu não seria capaz de matá-lo, Peeta. Se for para que você morra, que seja entregue aos outros tributos.- Eu disse, ainda sem olhar para ele.

- Então me deixe ir e procurar o Cato.- Disse ele. Eu olhei para ele. Seus olhos eram desesperados. Ele estava falando sério. Queria que o deixasse ir.- Pare de passar essa porcaria de remédio em mim e me deixe ir!- Ele disse, empurrando a minha mão e tentando sair. Eu não permiti. Segurei ele no chão.

- Não seja ridiculo, Peeta Mellark!- Eu disse, com a voz desesperada. Ele só podia estar brincando comigo! Depois de ter perdido Rue, passado por vários desesperos hoje, achado que tinha sido abandonada por ele... E ele quer ir de novo?

- Eu vou morrer, não vou? Eu não quero te dar trabalho. Olha, eu já tenho tudo em mente: Eu vou, me entrego á Cato e você o mata. Ele é um alvo fácil. Eu posso te dizer todos os seus pontos fracos. Além disso, ele está machucado também e acabou de perder Clove, vai estar maluco de ódio.- Ele fala rápido. Eu baixei a cabeça.

- Já tem tudo planejado para me abandonar de novo, não é? Me deixar sozinha.- Eu disse. Ele suspirou e colocou a mão no meu queixo para que eu olhasse em seus olhos.

- Eu nunca vou abandonar você, Katniss. Eu já te disse isso antes. Eu nunca vou estar longe... Mas você sabe que não tem como nós dois vivermos. Um de nós terá de morrer.- Ele disse. Eu baixei a cabeça de novo.

- Será que eu não posso... Fingir que tudo pode ficar bem pelo menos por hoje? Enquanto Cato não está louco atrás de nós e os outros estão escondidos? Será que eu não posso passar um dia sem crise e apenas com você? Por favor?- perguntei, olhando para ele. Eu queria chorar. Eu sentia que se ouvisse mais uma palavra de mal jeito, passasse por mais alguma coisa, desabaria. Como uma muralha de areia. Eu desabaria.

- Agora?- Ele perguntou, pegando na minha trança. Sorriu um pouco para mim. E por um momento, aquele sorriso acendeu algo em mim, algo que parecia morto, algo que eu pensei que nunca mais viria acender em mim. Eu esquentei. Me chamavam de garota em chamas... Mas as pessoas não viam esse sorriso de Peeta... Esse belo sorriso. Se pudessem vê-lo, todos ficariam em chamas.

- Eu amo você.- A frase saiu meio sem querer. Eu não queria ter dito isso assim. Eu me surpreendi e tapei a boca com a mão. Peeta ergueu uma sobrancelha e sorriu para mim, me fazendo queimar novamente. 

- Eu amo você, Katniss.- Ele disse, e tirou a minha mão da boca.- Você não precisa sentir vergonha disso, meu amor. Você sabe que eu adoro ouvir isso. 

- Eu devia estar irritada com você.

- Você devia parar de resmungar e me beijar, porque eu estou morrendo de saudade de você.- Ele disse. Eu gargalhei e me inclinei sobre ele.

- Seu idiota.- Eu disse, dando beijinhos em seu rosto.- Seu idiota encantador.- Eu disse, e então o beijei. E eu sabia que sentia tanta falta disso quanto ele. Eu sabia que eu necessitava disso á muito tempo. Para me sentir viva. Para querer lutar.

E então eu comecei á raciocinar que não, a Capital não pode nos separar. Se Peeta se for, eu vou junto.

(...)


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Notas finais do capítulo

"Thais Souza" Obrigada por ter recomendado a fic "Meu Refúgio". Eu achava que as pessoas tinham esquecido da primeira fic :'( Enfim, mil vezes obrigada pela sua recomendação lá, viu? Um beijo.