Pegando Fogo. escrita por hollandttinson


Capítulo 1
Proteção.


Notas iniciais do capítulo

Então, pessoinhas lindas do meu coração, que leram a fic antiga, Meu Refúgio e se interessaram por uma continuação, aqui está ela. Espero que vocês gostem desse primeiro capitulinho. Até mais...



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POV: KATNISS EVERDEEN.

Gale me abraçou com força quando os Pacificadores permitiram que ele viesse me ver, falar comigo por 3 minutos.

- Fique forte.- Ele me disse, antes de se afastar e me analisar. Ele foi o ultimo á vir. Já tinha recebido a visita de Prim, que chorou muito e eu tive de suportar para que não chorasse com ela. Prim tinha sido escolhida, mas eu tomei seu lugar, eu me ofereci como Tributo. Foi a decisão impensada que eu jamais me arrependeria. Prim não duraria um dia naqueles jogos e eu nunca seria capaz de assisti-la morrer, só de imaginá-la machucada, eu tremia.

- Eu estou forte. Eu estou bem, Gale.- Eu disse. Mas eu estava mentindo. Eu estava péssima. Eu queria chorar. Eu queria me agarrar á todos os objetos daquela sala, eu não queria ser levada embora. Eu não queria ter que passar por tudo que me esperava.

- Eu estou vendo.- Ele não estava falando sério. Olhou para porta atrás de si e respirou fundo.- Arranje um arco. Você é ótima com ele. Vão te dar um se mostrar que é boa. Você pode caçar.

- Animais, Gale.- Eu disse. Gale estava depositando toda a sua confiança em mim. Ele me olhou sereno.

- Não é diferente.- Foi a única coisa que ele disse. E eu sabia que ele tinha razão. Eu estava sendo muito nobre achando que as pessoas seriam legais comigo, que me deixariam viver. Seremos 24 lá, loucos para matar um ao outro e voltar para casa.

- Seremos 24 lá, Gale. E só um sai vivo.- Eu disse. Ele deu um meio sorriso.

- Será você.- Ele disse. Ouvimos um barulho e a porta foi aberta bruscamente.

- Tempo.- Foi o que o pacificador da Capital disse. Eu olhei para Gale, assustada. Agora eles me mandariam embora para a Capital, eu não queria ir. Eu não queria me afastar de Gale. Segurei seu braço com força.

- Mantenha elas bem. Não deixe elas morrerem de fome. Cuide delas, Gale.- EU disse, abraçando-o com força enquanto os Pacificadores agarravam o outro braço de Gale.

- Ganhe essa coisa toda, Katniss. Você é capaz. Você vai conseguir. Eu confio em você. Estou apostando em você, Katniss!- Gale dizia, agoniado, enquanto eles o arrastavam para longe. Não tive muito tempo para me recuperar do choque de me sentir sozinha naquela sala, até que Effie Tricket apareceu na porta. Me olhou de cima á baixo.

- É, a Capital vai ter de fazer um bom trabalho em você.- Ela disse, com sua voz irritante de moradora da Capital. Ela sorriu de leve e colocou a mão em minhas costas, empurrando-me para a porta.- Agora vamos, precisamos ir.

Peeta segurava a minha mão com força enquanto descíamos do automóvel da Capital, para um trem prateado. Haviam várias câmeras ali, nos esperando para tirar o melhor flash e mostrar como presente á Capital.

O trem era incrível e a menor cabine dele era maior que a padaria, minha casa e a casa de Gale junto. Tudo estava irritantemente decorado. Tinha veludo, mogno, seda... Nos mostraram nossas cabines próprias no trem e eu não passei muito tempo lá. Visitamos a Cabine-restaurante e de todo tipo de comida existia ali. Coisa que eu nem sabia que existiam.

- Me sinto naquela historia de Joãozinho e Maria que nos contavam na historia quando éramos pequenos.- Peeta sussurrou enquanto analisava um pãozinho. Olhei para ele.- Estão nos engordando para a morte.

- Quanto mais carne, mais sangue, quanto mais sangue, mais show.- Eu disse, suspirando. Ele olhou para mim. Se aproximou de beijou-me de leve a bochecha. Effie apareceu novamente absolutamente irritada.

- Vocês deveriam procurar seu tutor, afinal, é ele quem vai manter vocês vivos na Arena quando todos quiserem matá-lo.- Disse Effie. Arrumou sua roupa e respirou fundo.- Deve estar na cabine-bar, aquele bêbado.- Ela saiu da cabine, bufando e batendo o pé. Olhei para Peeta e ele revirou os olhos.

- Ele ganhou essa coisa uma vez. O Haymitch.- Disse Peeta. Eu concordei com a cabeça.- Mas estava sóbrio.- Eu sorri.- Ele deve nos dizer o que fazer quanto aos Jogos, o que fazer, como nos manter vivos e...- Ouvimos o barulho da porta da cabine se abrindo e um homem de cabelos um pouco abaixo de suas orelhas entrou, trazendo com ele o odor de álcool de vomito. Estava totalmente bêbado.

- Olha, olha, quem vemos aqui... Os...- Ele parou para dar um arroto nojento. Vi Peeta dar uma careta ao meu lado.- Como se chamam?

- Peeta e Katniss.- Eu disse, preocupada conosco. Esse homem nunca poderia nos ajudar á nada. Estava bêbado. O máximo que podia fazer por nós dois seria nos drogas com esse terrível cheiro.

- Sim, sim.

- E então?- Peeta perguntou, fazendo com que nós dois olhássemos pra ele.- Effie nos disse que você devia nos auxiliar. Nos aconselhar. E então?- Perguntou Peeta, com uma sobrancelha erguida. Olhei para Haymitch e ele tinha uma expressão divertida.

- Calma, aí, calma aí, bonitinho. Você está muito apressado. Normalmente as pessoas não tem tanta... Pressa.- Ele bebeu mais um pouco de sua taça enquanto Peeta dava de ombros.- Quer saber como ganhar essa coisa toda? Lá vai meu grande conselho: Fique vivo.

- Parece muito bom.- Eu disse, cruzando os braços, irritada.- É claro que ele não tem como nos ajudar, está bêbado.- Eu disse, olhando para Peeta, que revirou os olhos.

- E tenham certeza que não existe a menor forma de ajudar vocês.- Disse Haymitch, se aproximando da porta.

- Então porque está aqui, afinal?- Peeta perguntou, se levantando. Haymitch se virou, olhando de Peeta á mim, sentada de braços cruzados e cara feia.

- Pela bebida, é claro. Afinal, estou bêbado.- Ele piscou pra mim enquanto saia. Eu bufei. Idiota. Peeta me olhou e respirou fundo.

- Eu vou atrás dele. E você, por favor, tente não irritar mais ninguém.- Ele disse. Eu bufei novamente.

- É inútil. Ouviu o que ele disse, só está aqui pela bebida.- Eu disse. Peeta revirou os olhos.

- Ele vai me ouvir. Se você ficar quietinha aqui.- Ele disse. Se inclinou e me beijou de leve nos lábios.- Porque não vai se deitar? Nos vemos amanhã de manhã.- Ele disse e saiu. Suspirei enquanto olhava ao redor.

As janelas do trem eram apenas borrões, era impossível conseguir definir o que se passava atrás de tudo aqui. Olhei para mim e parecia imunda. Fui até a minha cabine. Era o que chamavam de suíte. O quarto era um pouco escuro e cheio de modernidades. A porta do banheiro era aberta por um botão. O closet era repleto de outras roupas muito modernas e escandalosas. Balancei a cabeça. Eu não usaria isso. Entrei no banheiro e percebi que não seria nada fácil tomar banho, tampouco. O chuveiro era repleto de botões que eu não faço a menor idéia de pra quê servem. No fim, eu consegui encontrar o botão de água quente...  No Distrito 12, se eu quisesse tomar banho quente, teria de gastar o pouco de lenha que sobrasse, então, não valia á pena. Mas até a água da capital tem um cheiro melhor, como é possível?

Eu não queria vestir nenhuma daquelas roupas escandalosas, então vesti apenas a minha roupa de baixo e deitei na cama. Eu tentei dormir mas era sempre acordadas por pesadelos onde eu via as pessoas matando o Peeta... mas esses pesadelos não era piores do que os em que era eu mesma quem o matava.

- Trouxe uma coisa pra você.- Disse Peeta, sorrindo. Ele tinha me acordado de meu ultimo pesadelo. Cobri meu corpo, lembrando que estava apenas com a roupa de baixo. Eu não tinha trancado a porta? Ele revirou os olhos.- Você age como se eu nunca tivesse visto o seu corpo.- Ele disse, balançando a cabeça. Eu fiz uma careta.

- O que você trouxe pra mim?- Perguntei. Ele tirou do bolso de sua calça um broche. No centro dele estava cravado um tordo que segurava uma flecha em seu bico.

- Trouxe do Prego. Eu ia te entregar depois da Colheita... Se nós estivéssemos bem, como eu acreditava que estaríamos. - Ele disse. Pegou minha mão e colocou o broxe sobre a palma. Eu sorri, era singelo, puro e único, como tudo que envolve Peeta e eu. Suspirei. Eu e Peeta nunca poderíamos ficar juntos, iríamos morrer naquela Arena. Olhei para ele e sabia que tinha entendido meus pensamentos.- Vai ficar tudo bem. Use esse broche, é pra dar sorte.

- Muito obrigada, Peeta.- Eu disse. Ele me olhou com os olhos estreitos. Eu balancei a cabeça.- Estou com medo.

- Eu estou aqui.- Ele disse. Eu fiz uma careta. Sim, ele estava aqui, mas até quando? Até quando? Até que alguém o mate? Ou até que eu morra? Até que  nos matemos.- Eu te prometi, Katniss, enquanto eu estiver vivo, eu vou protegê-la. E eu não pretendo morrer sem uma boa luta.- Eu abaixei a cabeça, sentia que iria chorar. Ele me abraçou. E assim nós dormimos. Dormimos juntos tantas noites, senti seu calor ao meu tantas vezes, seu perfume... Essa poderia ser a ultima vez, e as pessoas nunca vão saber o quanto isso dói.

(...) 


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Notas finais do capítulo

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