Eva escrita por Anne Lima


Capítulo 2
Capítulo dois: Tão linda...


Notas iniciais do capítulo

me desculpem a demora
sem delongas
boa leitura



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Três anos e três meses atrás...

Ela estava deitada na cama acariciando sua barriga, o tempo havia passado tão rápido, ela já estava de quase nove meses, sua menininha nasceria logo e ela não via a hora de tê-la em seus braços.Para sua infelicidade ela não teria ninguém para compartilhar esse momento especial, ela não tinha família, ela não tinha amigos, ela não tinha ninguém, ela nem se quer tinha o apoio do filho mais velho, ele estava ocupado demais com a nova mãe. Ela estava solitária, mas mesmo com toda essa solidão ela estava feliz, mais que feliz ela estava se sentindo plena, porque logo ela a teria em seus braços, ela poderia contar para ela dormir, não que não fizesse porque ela cantava para sua enorme barriga todas as noites, mas era diferente, ela poderia cantar olhando nos olhinhos de sua pequena, ela estava plena porque sabia que ninguém poderia lhe tirar a filha, ela era a mãe verdadeira e ninguém poderia tirar Eva dela.

Eva, desde que soube que era menina nem ao mesmo se questionou o, nome lhe veio de inicio na cabeça Eva “a que vive” “cheia de vida” a filha era a sua própria vida, uma versão em miniatura dela, mas ela ensinaria a filha apenas ha bondade e o amor, não deixaria de maneira alguma lhe mostrarem o ódio, ela iria protegê-la e ama-la com toda a força de seu ser. Ela sentiu sede, se levantou com dificuldade pois a barriga já era enorme, ela não tinha ninguém para acordar e pedir agua, não tinha ninguém para acordar no meio da noite e dizer que estava com desejos, o ultimo ela estava com vontade de comer morangos com chocolate e então ela mesma teve que se levantar perto das dez da note e ir ao Granys buscar, ela não gostava de sair muito de casa, não gostava dos olhares das pessoas, os comentários, ela seria mãe solteira, só que dessa vez de um filho a quem ela dizia que não tinha pai, mas ele não fora parar lá sem ajuda e isso gerava comentários, alguns ate maldosos, era só ela e seu pequeno milagre que crescia dentro de si.

Antes de ir para a cozinha ela passou pela porta do quarto de sua menina e tudo estava exatamente no mesmo lugar, cada detalhe, ela o havia decorado todo em branco, rosa e roxo, ele lembrava um quarto mais medieval, porem delicado e encantador, havia bonequinhas de pano, sofá o berço uma linda estante cheia de brinquedos e objetos de decoração o tapete era bege todo camuflado, ela sorriu automaticamente ao pensar que logo Eva estaria dormindo tranquilamente naquele berço.

-esta vendo Eva? Esse aqui é o seu quarto-ela acariciou a grande barriga- logo vai estar aqui com a mamãe.

Regina saiu do quarto e foi em direção a sua a escada, desceu e chegou até a cozinha, abriu a geladeira gentilmente e pegou o jarra de agua a depositando no copo que estava em cima da bancada, bebeu um gole, ela pode sentir o liquido gelado passar pela sua garganta quente, bebeu mais uns três goles ate sua sede saciar. Subiu as escadas e foi novamente para seu quarto, quando olhou no relógio ele marcava 23:00, lamentou por ser tão cedo, na verdade nos últimos dois meses estava sendo muito descontável dormir, sua Eva estava impaciente para vir ao mundo, mas seus olhos e seu corpo estavam tão exaustos que ela conseguiu dormir com facilidade. Porém acordou no meio da noite sentindo fortes contrações.

- ho meu Deus- ela disse colocando a mão na barriga, uma outra contração veio.

Olhou para seus lençóis brancos e pode notar que eles estavam molhados.

-a bolsa estourou- ela falou para si mesma.

A cesariana de Eva estava marcada para a próxima semana, mas parece que a menina quis vir ao mundo uns dias mais cedo, Regina estava em pânico, com dores e sozinha.

-o que vou fazer?- ela disse, não estava pensando direito.

Tentou se levantar da cama mas outra contração veio.

-merda- ela exclamou- vamos lá meu amor fique quietinha a mamãe precisa chegar ai hospital- ela conversou com a menina.

Ela teve uns segundos de calma, se levantou e conseguiu trocar de roupa colocando um vestido vermelho solto,pegou sua bolsa preta, no meio do corredor no caminho do quarto da menina teve outra contração a fazendo perder a força das perna.

-eu consigo-ela sussurrou.

Caminhou com dificuldade até o quarto de sua Eva e pegou a pequena bolsa branca que já estava preparada para o hospital, desceu as escadas e conseguiu chegar ao carro. Ela entrou, mas não conseguiu chegar muito longe, talvez apenas até a esquina, ela não tinha saída a não ser pedir ajuda, não tinha muitos amigos, na verdade nenhum, jamais ligaria para David, a ultima pessoa que lhe restava era Emma, pegou se celular e deslizou os dedos ate chegar ao numero dela, três toques foram dados até que ela pode ouvir sua voz.

-alô- ela pode ouvir a voz sonolenta de Emma.

-Emma-ela disse.

Emma soube que era Regina, Emma se sentou na cama, sabia que Regina estava perto de dar a luz, elas não eram melhores amigas mas Regina havia criado seu filho, com muito amor.

-Regina...esta tudo bem?

-não Emma, eu preciso de sua ajuda-ela disse- eu estou dentro do meu carro na esquina de casa, minha bolsa estourou, estou com muitas contrações não consigo dirigir ate o hospital.

-estou a caminho-Emma disse já se levantando da cama.

Ela não deixaria Regina dar a luz dentro do carro.

Emma caminhou pela casa pequena, ela ainda estava morando com Mary Margaret e David, sua nova casa onde moraria com Henry estava em uma pequena reforma e se mudariam no próximo mês, ela estava terminando de por os sapatos sentada no sofá branco quando David apareceu sem camisa, sonolento.

-encontro as noturnas Emma? Escondida?- ele sorriu com humor.

-quem me dera-ela disse pegando as chavez do carro- Regina ligou ela esta sozinha dentro do carro perto de sua casa, a bolsa estourou e ela não consegue dirigir...

-ho meu Deus ela esta bem? –ele disse arregalando os olhos, Emma estranhou sua reação- digo pelo bebe-completou.

David sabia que seria uma menina pois Henry havia o contado, mas ele não sabia o nome de sua filha, na verdade ele não sabia nada sobre Regina ou sua gravidez a não ser o que ele ouvia das pessoas ou ate mesmo Henry, ele se sentia péssimo, um covarde, sujo, não havia um dia sequer que ele não dormia pensando em Regina ou em sua filha, um dia sequer em que ele se dava conta que seu casamento estava rolando de escada abaixo, mas ele era fraco demais para dar um basta nisso tudo e correr para a mulher que ele ama. Regina.

-deixe que eu vou-ele disse colocando a camisa preta que estava no braço do sofá.

-tem certeza?

-tenho, Regina me salvou uma vez, eu quero ajuda-la-ele disse.

Mas além de tudo ele queria vê-la, queria senti-la, queria estar com ela e ver o nascimento de sua filha.

Correu ate o carro e chegou a ela em cinco minutos, pode avistar Regina no carro, ela respirava fundo e tinha suas mãos pressionadas na barriga, ele não pode deixar de notar o quão linda ela era gravida, se lamentou por não ter podido acompanhar cada passo de gravidez. Ele desceu do carro rapidamente abrindo a porta do carro dela.

-o que esta fazendo aqui?-ela disse surpresa.

-no momento vou te levar ao hospital antes que de a luz aqui-ele disse ajudando-a sair do carro- com cuidado-ele disse a colocando no banco de passageiro de seu carro.

-tem que pegar a bolsa dela e a minha estão no banco do passageiro-ele disse um pouco mais calma.

David tinha o dom de acalma-la, ela estava feliz por ele estar ali, em um momento tão lindo de sua vida ele era a pessoa com que ela queria dividir.Parecia que mesmo dentro de sua barriga a pequena Eva já estava unindo o que nunca devia ser separado. Ele pegou a pequena bolsa que tinha o nome “Eva” em rosa bordado e a bolsa preta de Regina, entrou no carro e dirigiu ao hospital rapidamente.

-como esta?-ele perguntou nervoso ao ver a respiração ofegante de Regina.

-minha filha esta saindo de dentro de mim, isso não é exatamente uma coisa indolor- ela riu.

-aguente estamos chegando-ele disse e deu um pequeno sorriso.

-você deu a ela o nome de Eva-ele disse reparando no nome da bolsa branca.

-sim, ela se chamara Eva-ela disse com as mãos sobre a barriga.

-é um lindo nome- completou.

-David eu estou dando a luz, se respeitar as leis de trânsito ela vai nascer no seu carro-ela disse quando ele parou no sinal vermelho.

-me desculpe-ele disse acelerando o carro.

Eles não conversaram ate chegar ao hospital, estava claro que ali havia um clima estranho. Ela tinha magoa em seus olhos, frustração e tristeza, ele não estava com ela todos esse tempo, ele não acompanhou cada mês, ele não ajudou no enxoval e nem pintou as paredes do quarto, ela não planejou cada detalhe e nem esperou ansiosamente por esse momento, ele nem se quer sabia o nome de sua própria filha. Ele se sentia culpado todos os dias de sua vida, mas ele não sabia se era o certo a fazer, largar tudo e ficar com Regina, largar seu filho de quase três anos, seria um preço muito grande a passar, mais pessoas sofreriam, pessoas que não tinham nada haver com seus erros, Mary Margaret e Nicholas não tinham que pagar por um erro seu, ele tinha uma estrutura, ele era a base da família, ele segurava as pontas, ele era o homem da casa, como desistir de tudo? Por mais que ele amasse aquela mulher que estava ali, por mais que ele amasse aquela criança cujo fora fruto de uma noite linda de amor cheia desejos e entregas ele simplesmente não conseguia.

-chegamos-ele disse estacionando o carro.

Ele ajudou Regina a descer.

-preciso de ajuda aqui! –ele disse e logo dois enfermeiros apareceram, ajudaram Regina a se sentar na cadeira de rodas, David estava logo atrás.

Entraram no hospital.

-vamos encaminha-la para a sala de parto- a medica de Regina Dr Eliza disse aparecendo no corredor- quer acompanhar?- ela perguntou a David.

-eu prefiro ficar aqui- ele disse.

Não queria nenhum contado emocional com a menina, ele não podia olhar para aquele bebe, ele não podia suportar te-la perto de ti e depois simplesmente ir embora. Regina não esboçou nenhuma reação, ela sabia que David não ia e não queria se envolver emocionalmente com ela e com Eva, mas ela não ela não estava triste, ela estava explodindo de felicidade, aquele seria o segundo dia mais lindo e especial de sua vida. O primeiro foi o dia em que pegou Henry nos braços pela primeira vez e agora o segundo quando estava prestes a pegar sua Eva nos braços pela primeira vez.Segundos depois ela já estava na sala de parto em cima da maca, os médicos ao seu redor.

-haaaaaa!- mais uma vez pela milésima vez ela gritou fazendo força.

-vamos Regina mas um pouco- a medica disse mais uma vez.

-haaaaaaaaaaaa!- mais uma vez ela tentou.

-estou vendo Regina, estou vendo sua garotinha- ela sorriu- mais uma vez.

-haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! –ela gritou com toda força que havia dentro de si.

E então ela ouviu um choro forte e cheio de vida, aquele choro era como musica para seus olhos a mais linda e pura melodia.

-deixe-me vela- ela disse sobre a voz ofegante- me de minha Eva- ela disse estendo os braços.

A medica colocou as meninas em seus braços.

Ela era magnifica, a coisinha mais linda e perfeita que ela havia visto em toda a sua vida, sua pele era branca como algodão, seus cabelos loiros dourados chegaram a bilhar, suas bochechas tinham duas lindas maças rosadas e seus lábios eram tão lindos e perfeitos quanto aos de Regina, ela abriu os olhinhos brevemente e eles eram azuis como o céu, ela era uma mistura entre ela e David.

Um tempo depois...

A menina estava tranquila nos braços da mãe, ela podia sentir seu amor, seu afeto, sua vibração,Regina estava amamentando a filha pela primeira vez, Eva sugava cada centímetro de leite com toda a sua força, era extremamente prazeroso para Regina poder alimentar sua filha com o alimento mais poderoso e mais saudável para uma criança, um que nem toda a magia poderia substituir, o seu leite materno.

A menina estava linda no macacão rosa, sapatinhos de crochê e um pequeno lacinho nos cabelinhos, ela sorria feito boba, a felicidade dentro de si não lhe cabia, ela estava realizada, completa e feliz, aquilo era tudo que ela queria, tudo que precisava.

-hei minha filhinha-ela disse passando as mãos nos cabelos da menina- eu esperei por esse momento desde que soube que você vivia dentro de mim, não sabe o quanto eu estou feliz por tela aqui comigo, eu vou te proteger, te amar, te educar, te fazer a pessoa mais amada desse mundo todo, você é tudo que eu tenho e nunca vou deixar te tirarem de mim, nunca vou deixar ninguém te machucar Eva, eu quero viver do teu sorriso, vou cantar historias para você, vou cantar pra você dormir, vou lhe ensinar que o amor é a coisa mais poderosa do mundo e nunca devemos deixar que ele saia de dentro de nos, vou lhe ensinar que o ódio não é o caminho para nada, vou lhe ensinar palavras bonitas, versos gentis, não vou deixar nunca ninguém dizer que não será capaz de fazer algo, a mamãe fez muitas coisas ruins, coisas das quais eu não me orgulho, eu me arrependo de todo mal que causei, de todo sofrimento e toda morte, mas você e Henry me mudaram, me mudaram verdadeiramente.Eva minha filha não vou deixar nunca ninguém magoar seu coração nem se quer por um segundo, você nasceu de um amor, entre e mim e seu pai, ele não pode estar aqui com a gente mas eu tenho certeza que ele nos ama muito meu amor, a vida e complicada demais para um ser tão pequeno como você entender, só saiba que ele nos ama muito, veio de um amor puro e lindo e será assim que você irá permanecer, pura e com o coração cheio de amor-ela disse deixando cair uma lagrima, deu um beijo carinhoso na bochecha da menina que dormia em seus braços- eu te amo mais que minha própria vida.

Ela ouviu uma leve batida na porta, limpou as lagrimas rapidamente.

-entre- ela disse.

A porta se abriu, ela deu um leve sorriso ao ver David entrando pela porta, achou que ele havia ido embora desde o momento em que a deixou no hospital, mas ele não, ele não sairia do hospital sem saber se ela e sua menina estavam bem e a salvo. Ele sentiu seu coração se apertar ao ver Regina na cama com um pequeno ser enrolado no cobertor rosa, um ser que dormir profundamente.

-posso ve-ela? –ele perguntou gentilmente.

-claro que sim-ela sorriu olhando para a filha.

Ele se aproximou das duas olhando aquele pequeno e lindo ser.

-tão linda... - ele sussurrou- Regina ela é perfeita.

-quer pega-la? –ela sorriu.

-posso? –ele disse todo bobo.

-David ela não tem nada haver com isso, ela é a coisa mais pura e indefesa de toda essa história, eu sei que você a ama e sei o quão difícil esta sendo pra você tendo que abrir mão de Eva- ela sorriu.

Era mesmo difícil, quando se olha para aquela menina linda todo o seu coração se enche de amor, quando se vê aquele pequeno pedaço dos céus ali era como se nada mais importasse, apenas ela, apenas Eva importava ali naquele momento, ela era muito amada, muito desejada, muito esperada pelos dois, David mesmo de longe sempre se via imaginando como seria o seu lindo rostinho, uma mistura dele e Regina, uma mistura de amor, uma mistura de paixão.

Regina entregou a menina com cuidado para os braços do pai, ela abriu um pequeno choro fazendo David se assustar um pouco, mas logo a menina foi se acalmando nos braços do pai dormindo tranquilamente.

-não esta sendo difícil abrir mão apenas dela-ele disse ninando a menina- esta sendo uma tortura ficar longe de você também, eu te amo e parece que isso só aumenta a cada dia e eu estou completamente perdido, eu não sei mais o que fazer...e agora tendo Eva aqui em meu colo tão tranquila...e tão difícil sair por essa porta e deixar vocês duas...

E então pela primeira vez ele deixou cair uma lagrima, aquilo era doloroso, não poder estar com a filha era doloroso, não estar com a mulher que ele amava era doloroso.

-você tem que ser forte e voltar- Regina disse contendo o choro- não pode largar sua família por nos...

-eu estou vivendo um farsa a quem quero enganar? Eu não amo mais Mary Margaret.

-e Nicholas?

-e Eva?- ele retrucou.

-Eva vai ter todo amor e carinho que ela precisa- ela disse gentilmente- eu não quero que largue tudo para daqui alguns anos quando estiver cansado de todos disserem que você traiu sua mulher e esta vivendo com sua amante e o fruto da traição, jogar tudo em cima de mim e de nossa filha, eu não quero ouvi-lo dizer que tomou as escolhas erradas, eu não quero que nossa filha seja vista como fruto de uma traição, ela é fruto de um lindo amor David e eu quero que seja assim que ela ouça a historia de como ela veio ao mundo, já pensou em tudo que ela sofrera? Eu não quero isso pra ela- ela disse já derrubando algumas lagrimas.

-você sabe que eu jamais culparia você e Eva não sabe? Vocês são tudo pra mim Regina...

-eu só quero que seja feliz David- ela disse secando as lagrimas- só quero que ela cresça em lar tranquilo, eu cresci em um lar tão conturbado, eu não quero o mesmo pra ela, pense em nossa filha David...

David não disse nada, apenas entregou a menina de volta a mãe e lhe deu um beijo carinhoso, pode sentir a lagrima quente descer sobre sua face, de um beijo no topo da testa de Regina, deixa-las era como flechadas em seu coração. Mas sem contestar e dizer nenhuma palavra saiu do quarto.

-apenas você e a mamãe princesa-ela disse dando um beijo carinhoso na menina.

Seria uma longa jornada, mas com Eva ela seria capaz de enfrentar todas as dificuldades, com Eva ela era forte o suficiente para vencer todos os medos e ser feliz.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem se houve erros de português.
espero que tenham gostado!!
comentem!!!