Somos Pó E Sombras escrita por Lyllian Clarie


Capítulo 4
Capítulo IV - Ovos Voadores E Nankly


Notas iniciais do capítulo

Hey?
Como vão?
*Preguiça de digitar*

BOA LEITURA



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422670/chapter/4

Will adoraria ter a oportunidade de estrangular o cachorro dos Ligthwood. E se viesse de brinde matar Gabriel junto, ele daria pulinhos de alegria. Bem, pulinhos é exagero. Mas ele ficaria bastante satisfeito.

A culpa era de Charlotte. Por que ela simplesmente não ignorou as batidas nas enormes portas do Instituto? Ela bem que poderia te-los deixado lá, apodrecendo na chuva. Os três, mais o maldito cachorro. Ela poderia não poderia? Teria sido tão melhor para todos. Mas nããããoooo! Tinha que baixar nela, naquele exato momento, o espírito do bom samaritano. Vamos acolher todos! Dar o nosso café da manhã de bom grado e ceder a nossa torta de morango com um sorriso no rosto! Que feliz!

Estava tudo relativamente tranquilo antes do apocalipse em forma de família chegar. O café estava com gosto de terra e açúcar como sempre (Will nunca iria entender como é que existia gente gostava daquilo.) mas em compensação a torta de morango estava maravilhosa.

Tinha dado um pequeno trabalho para explicar como havia sido a missão de ontem a noite. Com certeza Will colocou algumas dificuldades e atos heroicos que não haviam acontecido. Mas ele estava bastante irritado de ter que acordar com Charlotte, Jem e Sophie, ao redor de sua cama com olhos arregalados parecendo três curujas curiosas. Ele não quis saber como havia chegado a seu quarto depois do desmaio dramático da noite anterior. Nem como os cortes feitos pela Vovó demônio tinham sumido magicamente de seu ombro deixando apenas a cicatriz branca de um iratze.

Eles não tinha acreditado nem um pouco na história da Varíola Demoníaca. Não importava o quanto Will jurasse pelo anjo Raziel, ou pela cambada inteira de anjos existentes, eles continuavam a acreditar que tinha sido um delírio causado pelo veneno das garras do demônio (Sim! Tinha veneno! Ele ganhara mais essa de presente!). Will quase acreditou. Quase. E esse quase era suficiente para que ele colocasse a varíola em tudo. Ah, falando nisso, o cachorro tinha a varíola. Aquele demônio.

Will já estava no seu terceiro pedaço de torta quando as batidas do fim do mundo começaram. Insistentes e fortes. TUM, TUM, TUM! Mais uma mordida, depois eu vou ver quem é. Pensou levando o pedaço a boca.

"Will, vá abrir a porta." Charlotte ordenou sem levantar os olhos da carta que ela escrevia ao Enclave, relatando a missão de Will. Só mais uma mordida que eu... TUM, TUM, TUM!, seu pensamento foi interrompido.

"Will, vá abrir a porta." Ela disse outra vez.

"Já estou indo." Respondeu com a boca cheia e a faca na mão. Hum... Presente do Céu. Mais um pedacinho... TUM, TUM, TUM!

"Will, a porta!" Dessa vez Charlotte olhou para ele.

"Ela pode esperar." Pelo Anjo! Que delícia de torta. Eu tenho que... TUM, TUM, TUM!

"Will!" Charlotte ralhou.

"Vá abrir a porta..." Jem, murmurou concentrado em cortar seu pudim em três pedaços iguais. TUM, TUM, TUM!

"A porta, idiota." Jessamine resmungou tomando um gole de seu chá.

TUM, TUM, TUM!

"A PORTA WILL!" Todos gritaram.

"Ovos?" Henry disse.

"Que ovos?" Will virou-se para ele.

"Vocês não estão falando de ovos?"

"Não, não estamos," TUM, TUM, TUM! "Mas bem que poderíamos dialogar seriamente sobre eles."

"VÁ ATENDER A PORTA WILLIAN!"

"Podemos mesmo?" Henry parecia extremamente animado. Will se inclinou para ele, sobre a mesa. TUM, TUM, TUM!

"Oh, claro! Qual é o seu preferido? Eu sinceramente tenho uma paixão pelos mexidos que..."

"WILLIAN HERONDALE, LEVANTE DA SUA CADEIRA AGORA E VÁ ATENDER A PORTA ANTES QUE EU JOGUE UM OVO NA SUA CABEÇA!!" Charlotte havia se levantado com um garfo na mão, e o apontava ameaçadoramente na direção de Will.

Ele sorriu diante da ameaça dela. "Você não teria coragem."

TUM, TUM, TUM!

Charlotte cravou o garfo em um dos ovos fritos do prato e apontou para Will. O garoto pegou uma maçã e se empoleirou na cadeira, desafiando-a.

"O ovo não!" Henry implorou se levantando também com as mãos na cabeça.

"Charlotte, não se iguale a Will. Willian, vá abrir a porta." Jem tentou mediar entre os dois. Como sempre acontecia quando Will e Charlotte começavam a brigar.

"Eu convivo com loucos." Jessamine,que não havia se mexido um milimetro, disse com cara de tédio. TUM, TUM, TUM!

"A porta Willian." Ela brandiu o garfo na direção dele. O ovo ameaçou cair.

"Pobre ovo..." Henry gemia, incosolável. TUM, TUM, TUM!

"Eu vou contar até três." Charlotte ameaçou.

"E eu até cem. Você não vai joga-lo." Ele instigou. Uma ideia se formando na sua mente. Vai ser hilário, pensou.

"Um..."

"O ovo..." Henry sentou-se desolado, olhando fixamente para a figura que pendia.

Will se moveu de costas avançando devagar na direção da porta. Charlotte o acompanhou arrodiando a mesa e o seguindo com o garfo e o ovo.

"Eu duvido você ter coragem." TUM, TUM, TUM! Mais cinco passos e ele estaria na porta.

"Dois..."

O corpo de Will tremeu quando suas costas encostaram na porta que balançava por conta das batidas.

"Abra Will." Jem avisou cauteloso, alternando o olhar entre Charlotte, Will e o ovo.

"Três!" Charlotte lançou o ovo em um arco perfeito, que ia para direto na cabeça de Will.

"Como quiser." Ele abriu a porta saindo do caminho do ovo voador.

"Até que enfim resolveram..." Plaft! O ovo aterrissou na cara do sujeito que estava falando irritadamente.

Will explodiu em uma gargalhada incontrolável. O rosto do garoto não era mais reconhecivel graças ao enorme ovo frito colado nele. O fato dele estar completamente encharcado ajudou na adesão do ovo. Uma garotinha se juntou a risade de Will. Ela estava atrás do menino que tentava se livrar do ovo, junto com outro garoto (um pouco maior do que o que tinha levado a ovada na cara) que segurava um cachorro.

Charlotte demorou dois segundos para perceber as boas vindas deliciosas que tinha dado ao visitante. Will se dobrava de tanto rir. Sua barriga começando a doer, e seus olhos a lacrimejar. Houve um arrastar de cadeiras e passos apressados enquanto Charlotte corria até o menino para ajuda-lo a desapregar o ovo da cara.

"Oh! Por favor me desculpe! Eu não queria..." Ela começou se aproximando do garoto e começando a ajuda-lo. Ele livrou-se da mão dela com um safanão.

"É assim que vocês recebem suas visitas?" Ele disse mal-humorado, finalmente desgrudando o ovo do rosto. "Sei que é hora do café da manhã, mas não precisava tentar me fazer engolir um ovo logo de cara. Espere eu pelo menos me sentar."

Will caiu no chão de tanto rir. Literalmente rolava de divertimento.

"Por favor, me perdoe. Eu não tive a intenção de acertá-lo." Charlotte parecia quase desesperada para obter uma desculpa.

"Então vocês atiram ovos em portas por pura diversão?" Agora ele parecia realmente espantado. Como se o ato anterior não tivesse sido nada demais; como se ele estivesse acostumado a levar ovadas assim que entrava em uma casa.

"Não! Eu queria acertar ele..." Ela virou-se para fuzilar um Will rolante que morria de rir. "Já chega Willian."

Ele parou devagar e virou-se na direção dela. Assim que viu o garoto do ovo com um pedaço de gema no cabelo molhado a gargalhada voltou com força total.

"Ele é sempre assim?" O garoto maior perguntou, observando Will com incredualidade.

"Sempre." Charlotte suspirou cansada. Atirar ovos não era para ela. "Mas por favor entrem. Saiam da chuva. Sophie!"
A garota apareceu correndo, mas parou ao ver Will rolar no chão com as mãos apertando a barriga.

"Vá pegar toalhas para nossos convidados, sim?" Charlotte pediu. Sophie assentiu ainda encarando Will, mas correu para buscar o que lhe foi pedido.

"Gema... HAHAHAHAHA!" Will riu apontando para o garoto. Ele rapidamente passou a mão no cabelo tirando o pedaço de gema que grudara.

"Venham," Charlotte os encorajou a passar por Will. "geralmente ele não morde."

§



"Então," Will mordeu ruidosamente a maçã. "algum de vocês já contraiu a Varíola?"

"Q-que Varíola?" Gabriel Lightwood perguntou se assustando um pouco.

"Não conhece a Varíola?!" Will arregalou os olhos em total espanto.

"Lá vem ele..." Jem se lamentou descançando a cabeça em uma das mãos.

"Não. Isso é ruim?" Ele olhou para o rosto de Jem pedindo ajuda.

"Se é ruim? Meu rapaz, é pessímo!" Ele fez parecer uma coisa escala Fim do Mundo. Sim, Will sabia atuar muito bem quando queria.

"E o que é a Varíola?"

"Ah, a Varíola Demoníaca é uma coisa horrível." Will disse tragicamente com os olhos brilhando. "Começa com sua pele inchando e formando bolhas de pus por todo o corpo. Depois você dobra de tamanho, ai vai começar a transformação em Verme que..."

"Isso existe?" Gideon Ligthwood perguntou descrente. Will o encarou irritado. Odiava quando era interrompido.

"Não. É mais uma loucura da cabeça de Will. Não se preocupe." Jem assegurou, aliviando um Gabriel assustado.

"Que não se preocupe?! Eu me preocuparia se fosse vocês, principalmente se alguém aqui possue interesses em ter relações mais íntimas com um demônio que..."

"Will?" Jem chamou calmamente.

"Pois não?"

"Cale a boca, sim?"

"Não." Respondeu sorrindo, dando mais uma mordida na maçã.

"Will?" Charlotte chamou.

"Pois não?" Disse educadamente se virando para ela.

"Saia de cima da mesa."

Eles tinham voltado a tomar café. Ou ao menos, tentaram fazer isso. Jem, com algum milagre divino que jamais vai ser explicado, conseguira fazer Will parar de rir e leva-lo devagar até a mesa. Charlotte após se certificar que os três estavam bem secos (o cachorro inclusive) oferecera comida que eles aceitaram de bom grado. Depois das apresentações, e de uma explicação curta do motivo dos três Nephilins estarem ali (que era por que estava seguindo para a Idris, e o pai os encontraria na estação de trem, mas antes eles tinham que descançar um pouco no Instituto) Will havia subido em cima da mesa do café e interrogado os irmãos sobre tudo. Idade, grau de escolaridade, família, cor dos olhos, altura, peso, quantos primos possuíam, virgindade (um ovo foi atirado em sua direção depois dessa. Errando sua cabeça por um triz. Ele suspeitou ter vindo de Charlotte.)... E finalmente sobre a varíola.

"Mas é tão confortável aqui." Will reclamou, esticando as pernas e a jarra de suco de laranja por pouco não foi atirada para fora da mesa.

"Desça da minha mesa Willian." Ela rebateu rudemente. Will sorriu, ainda sem se mover.

"Você adora dizer meu nome não é?" Ele perguntou retoricamente enquanto saía (o perigo de mais uma ovada era eminente). "Will. Will. Willian. WILLIAN! Will. Mas eu peço, ele é bonito demais para que o gaste tanto. Agora se quiser gastar Gabriel... Este sim pode ser usado. Gabriel... GABRIEL!"

Ele fez a linda ação de gritar no ouvido deste que estava distraído com a torta de morango. O garoto pulou com o susto derrubando na toalha branca um pedaço de torta.

"Minha toalha! WILL!" Charlotte reclamou. Will a olhou feio.

"Ouviu o que eu disse? Meu nome não. O dele. Foi ele quem sujou sua toalha."

"Mas foi você que me assustou!" Gabriel reclamou tentando pegar a torta, mas sujando ainda mais a mesa.

"Não, Sophie depois limpa isso." Charlotte se apressou antes que ele piorasse demais as coisas.

"Will, o cachorro está mordendo sua maçã." Jem comentou como se estivesse dando as horas. Will pulou; o animal estava agarrado em sua maçã metade comida. Nankly era pequeno. Um Chiuhauha bastante horrendo na opinião de Will. E era leve, assim quando o garoto balançou a mão par se livrar da coisinha, ele veio junto, a mandíbula minúscula abocanhando a maçã.

"Ei seu pulguento! Minha maçã não! Morda Jessamine!" Ele sacudiu com força e o animal voou longe pelo chão da sala de refeições. A maçã pingou com a baba Nankleriana.

"Que nojo." Jessamine resmungou se levantando e jogando o guardanapo na mesa. "Perdi a fome."

E saiu furiosamente da sala. Ninguém pareceu notar sua saída.

"Nankly!" Tatiana Lightwood saiu de sua cadeira e foi ver como o seu bichinho estava. Will atirou a maçã para longe da sua mão, estava realmente nojenta. E ela foi parar no prato de Henry; a maçã acertou em cheio um ovo que Henry estava prestes a devorar, e o mandou para longe voando. É, os ovos querem voar hoje. Will pensou divertido.

"Meu último ovo!" Henry gemeu infeliz.

Assim que a maçã aterrisou no chão, Nankly, que estava se fingindo de coitadinho para receber carinho da dona, voou em cima dela e a comeu com uma dentada só.

"Vocês tomam café assim todos os dias?" Gideon perguntou enquanto observava Nankly devorar a maçã fervorosamente.

"Só nos dias que terminam em a e o." Will respondeu sorrindo. Gideon revirou os olhos; aquele garoto dava nos nervos.

"Ah! Então vocês tomam café normalmente na... No..." Gabriel se calou vendo a besteira em que tinha se metido.

"Todos dias terminam em a ou o, querido." Charlotte disse docemente, como se estivesse falando com uma criança com problemas mentais.

"Eu sei!" Ele disse cruzando os braços. Garoto mimado, pensou Will.

"Meninos," Charlotte disse se virando para Gideon e Gabriel, tentando mudar de assunto. "vocês vão passar a noite conosco?"

"Não!" Will e Gabriel responderam ao mesmo tempo. Charlotte fuzilou Will com o olhar pela falta de gentileza. Para o inferno a gentileza. Ele não vai ficar aqui.P

"Nós infelizmente não poderemos."Gideon explicou. O infelizmente saindo mais como um felizmente, Will pode notar. "Nós vamos para Alicante hoje, só passamos aqui porque papai pediu para descansarmos um pouco, antes de ir. E como a chuva já passou..."

"Ao menos fiquem para o jantar." Charlotte parecia decepcionada.

"Não. - Gideon disse rápido demais. " Agradecemos mas nosso trem sai a tarde e... Nós demoramos a andar..."

"Demoram um dia inteiro para chegar a estação?" Jem perguntou cético.

"Jem! Shh!" Will sussurrou. Se eles queriam ir embora, era bom ajudar.

"S-sim por que... A... Tatiana anda devaga!" Gabriel pareceu satisfeito por arrumar uma desculpa boa.

A garota parou de acariciar Nankly imediatamente.

"Não ando não. Sempre chegamos ce..."

"Tarde! Ela quis dizer que sempre chegamos tarde por conta de seu pequeno passo de criança. Uma gracinha. Vamos Tati?" Gideon se levantou e saiu em direção a porta com Gabriel em seu encalço.

"Mas..." Charlotte murmurou com a voz pequena.
Will foi para o lado dela e colocou um braço nos ombros da pequena mulher. Eles observaram os garotos fugirem quase correndo para fora.

"Deixe Charlotte. Os coitados não aguentaram nossa loucura."
Charlotte disvensilhiou-se do braço de Will e o encarou.

"Você quer dizer que eles não aguentaram a sua loucura não, Will?" Ele deu as costas a ela rindo, indo em direção a porta que dava para dentro do Instituto.

"Cara Charlotte, você adora mesmo meu nome não é?"
Ele colocou a mão na porta. Antes que pudesse sair Jem perguntou:

"A onde você vai Will?"

"Eu? Para minha cama, fechar os olhos e fingir que isso foi um longo e terrível pesadelo."

Jem suspirou. "Por que Will?"

"Porque já enchi minha cota diária de... Ovos voadores e..." Ele olhou o miolo de maçã babado no chão. "Nankly."

E saiu deixando um Jem confuso; uma Charlotte decepcionada e um Henry chamando pelos ovos do chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou ruim? Eu não tenho certeza se ta bom,.. Comentem!