Somos Pó E Sombras escrita por Lyllian Clarie


Capítulo 1
Capítulo I - Bandejas de Bolinhos Assassinas


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero que gostem. E se não gostarem... Bem, deixem reviews do mesmo jeito.Música do Capitulo - Dear God XTC



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Will Herondale queria as respostas do universo. Queria saber como e porque tinha uma vida como aquela. Queria saber o que é que tinha ido fazer no mundo quando nascera. Queria saber por que tinha que agüentar tudo aquilo, sozinho. Não, esta última era mentira. Ele sabia a resposta desta. Sabia por que tinha que agüentar tudo só. Fora ele afinal que começara tudo, não?

As botas de Will faziam barulho quando entravam nas várias poças dágua que a chuva deixara como lembrança. Mas Will não se importava, estava acostumado com a chuva, afinal em Londres, não acontecia outra coisa se não chover. Mas era realmente cansativo andar todas as noites sem rumo. Nos primeiros dias de caminhada noturna, Will tinha ido a bares mal falados, a festas de demônios, a prostíbulos, mas agora ele simplesmente andava, andava e andava, sem rumo. Entrando em cada beco e viela escura da cidade, para tentar arranjar confusão mesmo, se chegasse ao Instituto com um olho roxo ou com alguns hematomas bem feios... Bem, isso iria contribuir para a imagem difamatória que tentava construir de se mesmo.

Seus pensamentos saiam de sua cabeça, imaginando e planejando histórias horrendas de como sua noite fora imoral que iria contar a Sophie e a Jem quando chegasse. Eles estariam acordados, esperando por ele. Sempre estavam. Sophie provavelmente apenas por obrigação que sua consciência a impunha de ver todos bem, e Jem pela amizade.

Sem mais nem menos, um indiscutível ruído de choro preencheu o ar pegajoso da noite sombria. Os músculos de Will ficaram rígidos. Seus instintos de Caçador de Sombras se mostraram presentes, lhe enviando apenas uma mensagem: Vá em direção ao som.

E ele foi. Não correu como seria o esperado, mas aumentou consideravelmente o ritmo de seus passos. O barulho foi se intensificando à medida que Will se aproximava. As ruas estavam costumeiramente vazias, então ele não teve que aturar nenhum olhar reprovador por sua presença ali. Parou na entrada de um beco. Pela sua longa escuridão e pelo brilho que a Lua colocava na ponta do muro, ele percebeu que era sem saída. Ali o ruído era assustadoramente penoso. Um lamento rasgando o silêncio.

Will adentrou alguns passos na escuridão do beco. Sua respiração estava controlada, ela já tinha experiência em situações como aquela. Mas isso não impediu que seu coração batesse nervosamente contra sua caixa torácica, como se quisesse ver também o que estava emitindo aqueles sons.

A mão direita de Will foi imediatamente ao cinto tateando os cabos de suas facas serafins, quando o ruído parou. Ele puxou uma lentamente uma. Mesmo ali no escuro a lâmina ofereceu um reflexo familiar. Will avançou devagar, um passo por vez; suas botas macias não faziam som algum.

"Samathiel." Will teve que sussurrar, afinal ele tinha que libertar a lâmina.

Para sua mais completa raiva acidentalmente pisou em uma poça dágua. O som pareceu ecoar no beco, tão alto para as percepções aguçadas de Will, como mil sinos em uma catedral.

Ele fez um barulho irritado com a garganta.

"Quem está aí?" Perguntou para o vazio a sua frente. Se fosse realmente um demônio, o barulho da poça já teria estragado tudo mesmo. Que diferença faria se Will fizesse aquela costumeira pergunta de romances? Ou até se conversasse com a criatura antes de matá-la?

Nada respondeu a sua pergunta. Nenhum barulho, nem mesmo uma respiração.

"Olhe, vou fatiá-lo de qualquer jeito, se falar o que você é talvez seja indolor. Só talvez..." Disse indiferente. Novamente o silêncio foi sua resposta.

Will se aproximou mais. A luz da Lua que batia no muro dizia mais ou menos sua localização ali. Com a mão livre, Will pescou do bolso lateral da calça sua pedra enfeitiçada, se ia matar a criatura era melhor saber o que estava matando. Will detestaria matar outro gato acidentalmente. Mas ele logo varreu a idéia da mente; até onde sabia gatos não choravam como humanos.

A pedra acendeu sua luz brilhante ao mero toque de Will, e logo iluminou o local. O que estava ali chocou mais Will do que se ele tivesse visto Sophie sorrindo amigavelmente para ele.

Sem explicação nenhuma ela estava ali. Will arquejou. Sua irmã morta estava olhando para ele.

§

Os olhos acinzentados que Ella herdara da mãe analisavam Will com certo interesse.

"Will" Ela disse calmamente. Seu rosto estava molhado pelas lágrimas. "Onde você esteve? Estivemos tão preocupados."

Ella se levantou e avançou na direção do garoto. Will, que até o momento pensava que tinha virado pedra, deu passos nervosos para trás. Ela não está aqui. Ele pensou. Não pode. Estou sonhando, é isso.

Ella pendeu a cabeça para o lado, confusa. Depois avançou mais para o irmão, este ao mesmo tempo recuou. Ela parou, esticou a mão na direção dele, como se quisesse tocá-lo.

Will olhou assustado para o braço que a irmã havia erguido. Ela estava diferente da última vez que ele a vira. Não estava mais inchada, nem verde, e nem com a pele borbulhando. Estava branca e magra como sempre fora, mais havia algo estranho em seu olhar. Algo branco, estranho. Algo... Morto.

Antes que Will pudesse falar ou fazer alguma coisa, Ella se dissolveu, como areia levada pelo vendo. Sem que pudesse impedir um "Não!" escapou por seus lábios. Depois disso o silêncio reinou novamente. E a noite escura, fria e silenciosa voltou como se nada tivesse acontecido.

Will ficou parado por alguns minutos, observando o local que a irmã outrora estava. Como ele pode deixar aquilo acontecer de novo? Como pode deixar ser dominado pela saudade alucinante de novo? Ele suspirou fortemente. Aquilo já havia acontecido antes. Uma peça que sua mente não cansava de lhe pregar. Ás vezes ele achava que era parte da maldição, que ele tinha que se lembrar sempre do mal que o amor de Ella por ele causara. Mais um suspiro, dessa vez de cansaço mesmo. Já estava na hora de voltar pra casa.

Will guardou a lâmina, já de volta seu tamanho reduzido, sem se preocupar com o barulho que isso causou. Guardou a pedra enfeitiçada no bolso e colocou as mãos dentro deles também. Apesar das luvas de couro, o frio era quase perturbador. Mas nada mais naquela noite, perturbaria Will depois desse acontecimento.

§

"Não vai adiantar se eu perguntar onde você esteve, vai?" Jem indagou o amigo assim que ele entrou no quarto.

Will suspirou de costas para Jem, fazendo com que o amigo não visse o gesto, e começando a desabotoar a própria capa de frio.

No começo havia sido desconfortável, mentir para Jem, mas agora ele fazia com tanta freqüência que se tornara quase natural. E também havia sido inconveniente Jem entrar no seu quarto como se fosse o dele próprio, ao que parece ele achava que tinha essa intimidade, agora tinha mesmo, mas era uma coisa que Will jamais faria, mas havia se cansado de pedir para que Jem não fizesse. Além de que gostava da presença dele.

"Claro que vai." Respondeu dobrando a capa e colocando-a dentro de seu guarda roupa, que ocupava boa parte do quarto, muito embora fosse embutido na parede. "Irei lhe responder que tive uma noite muito agradável na Taverna Três Diabos."

Dessa vez foi à vez de Jem suspirar. "Acho que as pessoas de lá estão começando a pensar que você mora no bar."

"Já pensam. Não te contei que sou padrinho de casamento do dono?" Will perguntou seriamente, agora começando a desabotoar a camisa branca, depois de ter retirado o casaco marrom e os cintos de armas.

Jem arregalou os olhos por um instante e Will, pelo espelho, viu o amigo lançar-lhe um olhar desconfiado.

"Will, você andou bebendo?" Perguntou com uma sobrancelha erguida.

"Mas é óbvio que sim. Não pareço altamente bêbado?" Abriu os braços para que Jem o visse melhor.

O outro garoto negou com a cabeça, quase incrédulo. "Você obviamente não tem juízo."

"Meu caro, demorou tanto assim para perceber?" Agora Will havia se sentado em sua cama, e começado a retirar as botas que estavam meio enlameadas.

"Quero dizer, você está crescendo Will." Jem tentou colocar a conversa em um rumo mais adulto, mas ele mesmo sabia que não adiantava dar sermões em Will.

"Sério? Jurava que estava diminuindo. Perdi 2 centímetros semana passada, lembra?!" Ás vezes Jem tinha vontade de estrangular Will. Mas apenas revirou os olhos.

"O que quero dizer é que precisa... Ah quer saber? Esquece. Não vai adiantar mesmo se eu falar." Jem se levantou e foi observar a janela. Will reprimiu a vontade de soltar um suspiro; estava começando a ficar cansado de suspirar.

Jem odiava esse jeito de Will. Odiava e admirava ao mesmo tempo. Parte sua sabia que com 14 anos isso não era um comportamento adequado, mas outra parte admirava e queria ser igual; forte, autoconfiante, bonito (Jem tinha que admitir que Will fosse mais bonito que ele), sem se importar com nada que acontecesse a sua volta, e principalmente independente. Um dia, muito longe talvez, Jem fosse algumas dessas coisas, bastante improvável, mas possível. Agora independente. Era coisa impossível.

Will observou Jem olhar pesaroso para a Lua. Como se estivesse tirando uma com a cara dele, ela emitia um luz prateado no rosto do amigo. Até quando ele continuaria vivo? O suficiente para a cerimônia parabatai? Não que isso fosse importante, a cerimônia, não. Will estava mais preocupado com a possibilidade de perder a única pessoa que confiava, que amava, e podia de certo modo amar.

Quando Jem se virou Will já estava vestido para dormir, e eram 3 horas da manhã.

"Olha me superei desta vez. Vou dormir ás três da manhã." Will murmurou sem emoção.

Jem saiu da janela e se dirigiu a porta. Antes que ele saísse Will chamou: "Jem." Ele se virou com a mão na maçaneta. "Você ficou acordado até agora me esperando?"

"Claro que não Will, não sou tão idiota assim." Will, pareceu mais relaxado, e Jem continuou. "Levantei na hora que ouvi a porta abrir."
Will recostou-se nos travesseiros e fechou os olhos, aliviado. Jem saiu do quarto fechando a porta atrás de si. Will não precisava saber que aquilo era mentira. Que na verdade, ele ficara sim, a noite toda ali.

§

"Onde você estava Will?"

Era sempre assim. Toda manhã o dia começava com aquela pergunta. Onde você estava Will? E era sempre Charlotte que a fazia. Ela parecia uma mãe adotiva que ele arrumara sem querer.

Não que ele odiasse Charlotte, não, mas sem querer ela fazia ele se lembrar da sua própria mãe. Apesar de que se fosse sua mãe, era bem mais provável que nem o deixasse sair de casa.

"Na minha cama Charlotte." Will respondeu. Era verdade, mas ela não estava se referindo a onde ele estivera a cinco minutos atrás.

Charlotte suspirou, estava cansada de perguntar as coisas a Will e não obter uma resposta séria. Mas ela estava esperando o que? Era com Will que ela estava lidando. E nestes dois anos que estivera convivendo com ele, aprendera que com Will não se podia conseguir uma resposta direta e clara.

Will sentou-se em uma das cadeiras, ao lado de Jessamine mais especificamente. Will sabia que a menina odiava quando ele fazia isso, por isso não pode deixar de fazê-lo. Irritar Jessamine logo cedo do dia, era uma das atividades favoritas de Will.

Ela fez um ruído desagradável com a garganta, confirmando a certeza dele. Will sorriu de lado, enquanto Jem sentava-se a sua frente.

Henry, como sempre na cabeceira da mesa, já estava mergulhado em seu jornal, se Will fosse outra pessoa, podia acreditar que ele estava mesmo interessado nas folhas a sua frente, mcas quando Will olhou com cuidado, viu que as letras estavam de cabeça para baixo.

Charlotte a sua direita comia bolachas secas com geleia; Will não conseguia entender com alguém podia gostar disso mas por outro lado também não conseguia entender porque Charlotte ainda não se tocava que os sentimentos de Henry por ela eram tão intensos, quanto os de Will por sua torrada que já estava metade devorada.

Sophie apareceu na porta da cozinha com uma bandeja de bolinhos, recém-assados, que ainda soltavam fumaça. Devem estar quentes. Will pensou. Ela usava toalhas de enxugar pratos para segurar as laterais da bandeja. Ás vezes Will se perguntava porque, uma menina como aquela, era a serviçal deles. Tinha momentos que ele queria sugerir a Charlotte que sugerisse a Sophie a Ascensão. Ela tinha perfil de Caçadora de Sombras. Mas nunca fizera isso para não despertar nenhuma compaixão em Sophie.

"Hum... Que cheiro bom. Aposto que não foi você quem fez, Sophie. Ou foi, e colocou alguma poção mágica de bom cheiro?" Will fez seu comentário agradável. Ele não odiava Sophie. De jeito nenhum, achava até que poderiam ser grandes amigos se não fosse aquele problema de Will.

Ela era de fato bonita; a cicatriz não manchava isso se você olha por dentro daqueles olhos castanhos. Mas os gestos de Will para com Sophie diziam o contrário.

"Não, foi Ághata que fez, Mestre Herondale." Ela respondeu de mal humor, pronunciou o Herondale de forma desagradável, ele não pode deixar de notar. E não gostou de ter notado. Will desconfiava que se pudesse ela o fatiaria em pedacinhos.

"Como suspeitei. Serviçal." Will se odiou por ter que dizer aquilo, mas ficou satisfeito com o olhar de ódio que Sophie lhe lançou.

"Will!" Charlotte reclamou. Mas o garoto a ignorou, encarava Sophie como se quisesse desafiá-la a lhe responder com palavras feias.

A menina tremia de raiva, e parecia fazer um enorme esforço para não arremessar a bandeja na cabeça dele. Ela desviou o olhar dele respirando fundo. Foi para o lado de cada um oferecendo os bolinhos. Obviamente contra sua vontade, foi para o lado de Will oferecer. Ele demorou propositalmente, e escolheu um dos mais bonitos, não que ele se importasse.

"Obrigada, serviçal." Ela cerrou os dentes. E de repente soltou a bandeja no colo de Will. O menino, como reflexo, segurou a bandeja antes que ela atingisse suas pernas, e derrubasse todos os bolos. O único problema era que a bandeja estava quente, e muito. Logo as mãos de Will reclamaram de extrema dor e ele com um gemido agudo jogou a coisa fervente, em cima da mesa.

Sophie olhava com os olhos arregalados e a mão na boca. Claramente ela não havia feito aquilo por querer. Mas as mãos de Will não queriam saber disso. Queimavam e ardiam como fogo. Quando ele as olhou, suas palmas estavam em carne viva.

"Will!" Dessa vez o grito de Charlotte foi de preocupação. Em dois segundos, Jem estava a seu lado, empurrando Sophie (que parecia ter virado uma estatua), e sacando a própria estela. Estava prestes a fazer um iratze, quando Will puxou o braço para fora do alcance do amigo.

"Não. Deixe quieto." Ele se levantou e foi em direção a cozinha. Jem pareceu entender o recado e não seguiu ele, sabia que o amigo tinha uma afinidade e uma tolerância incrível para a dor.

Will chegou a cozinha abriu a torneira, o esforço de abri-la fez que ele soltasse um gemido abafado. E colocou suas mãos na água fria. Tinha lido em algum lugar que os mundanos faziam isso quando levavam queimaduras leves. Pareceu realmente aliviar a dor.

"Venha cá. Me deixe cuidar disso pra você." Era Sophie. Ela estava com os olhos vermelhos quando pegou os pulsos dele e os colocou no colo. Pegou um algodão branco e o molhou em alguma coisa laranja. E passou a limpar as mão de Will, delicadamente.

Quando a surpresa pelo gesto dela passou, ele tentou puxar suas mãos, mais ela segurou seu pulso firmemente.

"Por que não deixou o senhor Cartsairs fizesse um símbolo de cura?" Ela não o olhava nos olhos. A coisa laranja ardia um pouco, mas Will não iria reclamar.

"Eu quero me lembrar de nunca mais chegar perto de você enquanto estiver segurando bandejas de bolinhos assassinas." Ele disse quase sinceramente. Estava espantado pelo fato de Sophie estar... Cuidando dele. A ideia era estranha até em sua mente.

Mais surpreso do que estava (como se fosse possível) ele viu um resquício de sorriso nos lábios de Sophie. Ela estava enfaixando suas mãos agora.

"Bandejas assassinas?" Ela repetiu o sorriso aumentando.

"Sim. Eu agora odeio Bandejas de Bolinhos Assassinas." Ele observou a mão que ela havia terminado. Era realmente boa naquilo, mas é claro que ele nunca iria dizer isso em voz alta.

"Você quer dizer que me odeia?" Ela disse ainda sorridente. Era raro ver Sophie sorrir. Ele sentiu uma alegria estranha crescer dentro de si. "Pronto, terminei."

"Não odeio você, e sim as bandejas. Obrigado." Ele examinou o trabalho dela. Então percebeu ela o encarando em silêncio. Levantou o olhar e viu surpresa na expressão de Sophie. "O que foi?"

"Você não me odeia?" Ela estava incrédula. Will percebendo a besteira que havia feito, se levantou depressa. Não podia deixar que Sophie sofresse as conseqüências de sua Maldição.

"Eu... Ah, não devo explicações a você serviçal." Ele disse a última palavra como se fosse uma espécie de palavrão horrendo, e saiu. Mas ela não pareceu atingida com a ofensa. O encarou enquanto ele virava a porta da cozinha e seguia pelo corredor. Que Will era aquele que tinha emergido por alguns segundos?

Inexplicavelmente sentiu vontade de conhece-lo melhor. Mas sabia que era impossível. Afinal, como ele mesmo havia dito, ela não passava de uma serviçal.

Quando saiu de seu topor, e voltou a trabalhar viu Ághata sorrindo com alguma coisa só dela. E quando Sophie foi lavar a bandeja que queimara Will não pode deixar de sorrir pensando em sua expressão quando falou que odiava Bandejas de Bolinhos Assassinas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como fui? Péssima? Horrenda? Comente pelo amor de Raziel.