Dear Potter escrita por Koshome


Capítulo 3
Descobertas




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Um teto cinza coberto por teias de aranhas. Isso era o que Elisabeth estava observando há quase 20 minutos, tentando imaginar várias tábuas de madeira rangendo e o pequeno corpo de Harry ao seu lado. O pequeno armário que ela se recusava a chamar de quarto já fazia falta.

– Acorda, ruivinha - Uma voz irritante soou no pequeno cômodo e Elisabeth virou o rosto para fitar a adolescente que estava parada na soleira da porta brincando com algumas mechas mal tingidas do seu cabelo loiro - Eu vou sair e Annabeth falou para eu ir arrumar o quarto. Claro que você pode fazer isso por mim, certo, “irmãzinha”?

Elisabeth rolou os olhos e balançou a cabeça negativamente.

A loira incômoda que falara com Elisabeth era Mary, ou como preferia ser chamada, Lia. A única filha de Annabeth era, sem dúvidas, a garota mais implicante e antipática que a ruiva já havia conhecido. Apenas 3 anos mais velha que Elisabeth, Mary já tinha um namorado muito mais velho e parava poucas vezes em casa.

– Ontem eu arrumei os quartos e lavei os pratos. Hoje é o seu dia e eu tenho que dormir. Fala pro seu namorado ir fazer algo útil e me deixa dormir - Respondeu a mais nova virando o corpo e afundando a cabeça no travesseiro.

Aquilo já estava virando rotina para a mais nova. Ela já estava morando com Annabeth e Mary há um pouco mais de 1 ano. Estavam nas férias de verão e ela pedia aos céus para que as férias acabassem. A adolescente de 14 anos sempre saia com Peter, seu namorado de 18 anos, e tentava deixar as tarefas para a ruiva, que negava fielmente.

Seu relacionamento com Mary nunca fora o melhor de todos. Mary sempre teve ciúmes da mãe e achava um absurdo a mesma “abrigar uma mendiga inútil” na casa e sempre infernizava a vida de Elisabeth, fazendo atos infantis com a esperança que a garota fosse embora.

Elisabeth poderia chamá-la de Dudley feminino.

– Ahhh, qual é! Eu não posso desmarcar com o Peter. Ele está me esperando lá em baixo - Exclamou a loira, começando a ficar irritada -. E você nem está fazendo nada.

– Claro que eu estou fazendo algo, Mary - Respondeu virando novamente a cabeça e fitando as orbes castanhas da outra -. Não vê que eu estou tentando dormir?

– Elisabeth, por favor! E não me chame de Mary! - Pediu novamente a garota, esganiçando ainda mais a voz.

– Argh! Tudo bem. Se assim você parar de encher o meu saco eu paro - Resmungou.

Mary deu um meio sorriso e saiu do quarto rapidamente. Elisabeth suspirou pesadamente e levantou-se da cama em um pulo com a cara fechada.

Arrastou-se até o banheiro mais próximo e fitou-se no espelho. Ganhara alguns quilinhos a mais e agora não tinha mais a aparência anoréxica de antes, o que favoreceu para que suas delicadas curvas começassem a aparecer em suas roupas. Seu rosto também estava mais bonito e vermelho. Seu cabelo havia crescido e agora já estava um pouco abaixo dos ombros finos da jovem, que suspirou mais um vez e logo se dirigiu ao box do pequeno banheiro.

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Depois de arrumar o seu quarto e o de Mary (que, por acaso, estava extremamente bagunçado), Elisabeth resolveu descer e ir para o bar procurar algo para fazer naquele tedioso domingo, já que o seu maravilhoso sono fora interrompido pela garota irritante.

Ao chegar na porta que levava às escadas, a Potter percebeu uma carta curiosa na soleira da porta.

Franziu o cenho e se agachou, pegando a carta com os dedos finos e virando-a de um lado para o outro.

Srª E. Potter.

Quarto no segundo andar,

2, Rua Santa Rue

Hackney

Greenwich.

– Quem me mandaria uma carta? E como ele sabe onde eu durmo? - Indagou baixinho e logo pegou uma faca para romper o selo da carta. Leu a carta com cuidado e a cada palavra a mesma arregalava mais os olhos.

Ao terminar de ler a carta, explodiu em gargalhadas e se apoiou na parede mais próxima, tampando os olhos com os braços.

Ela realmente pensou que eu fosse cair nessa?, pensou Elisabeth, eu não deveria ter contado para ela sobre a luz verde.

– Por que você está rindo tanto? - Uma voz conhecida ecoou pela sala e Elisabeth olhou para os olhos negros de Brian, que aparecera de repente a alguns metros de distância.

– Brian? O que você… Como você veio parar aqui? - Perguntou a garota, assutada.

– Annn… Lia deixou a porta aberta - Respondeu, desviando os olhos. Claro que a ruiva não acreditou na mentira esfarrapada, mas ficou calada para evitar discussões - Então… Por que você está rindo tanto?

– Olhe a nova piada sem graça da Mary - Falou, entregando a carta para o moreno.

– E quem disse que isso é uma piada? Na verdade, eu vim aqui lhe buscar. Precisamos comprar os materiais, não é?

– Ok, Brian. Pode parar agora. Você sabe muito bem que eu não gosto muito dessas brincadeirinhas sem graça.

– Por que eu brincaria sobre isso? - Ele perguntou novamente e entortou levemente a cabeça, mostrando confusão.

Ele realmente não parecia estar brincando e realmente não teria motivos para uma brincadeira dessas, então o que diabos era aquela carta?

– O que é isso? - Elisabeth levantou a carta a olhou para o homem parado na sua frente.

– Seus tios não falaram, não é mesmo? - Retribuiu o olhar da jovem e seu rosto ficou coberto por pena - Você é uma bruxa, Elisabeth.

– Ei! - Exclamou a pré-adolescente - Isso não é uma coisa educada para falar pra uma garota.

– Não é assim… Droga! É complicado explicar. Aqueles malditos deveriam ter mostrado a carta pra você - As mãos do homem se fecharam e ele pareceu ficar irritado por alguns segundos antes de suspirar e puxar a garota para uma cadeira próxima dali.

– Lizz… Elisabeth… 8 anos atrás os seus pais morreram. Você sabe disso, certo? - Perguntou pacientemente.

– Sei, claro. O acidente de carro que os matou e por algum milagre eu e meu irmão sobrevivemos. Mas espera um pouco. Como você sabe que os meus pais morreram há 8 anos?

Pela enésima vez naquele curto tempo em que Brian estava na casa, ele suspirou. E então começou a contar a história dos Potters para a garotinha na sua frente. Enquanto ele falava, ela fitava-o sem se atrever a desviar o olhar. Ele pôde perceber o quanto aquelas informações estavam afetando-a.

No meio da conversa, explicou também que era um aborto - e é claro, teve que explicar também o que é um aborto - e seus pais também foram mortos por Você-Sabe-Quem há pelo menos 15 anos antes pois se recusaram a virar comensais, enquanto o mesmo estava com 20. Sozinho e sem emprego, ele começou a frequentar o bar de Annabeth até Dumbledore o descobrir e deixá-lo responsável por algumas crianças nascidas-trouxas.

1 ano atrás, quando a mesma saiu da casa dos Dusleys, ele foi imediatamente avisado e correu por várias horas, procurando-a até encontrá-la em uma rua escura. Imediatamente foi para a casa de Annabeth e deixou a Potter sobre os seus cuidados.

No final da explicação, Elisabeth estava atônita e não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Olhou para Brian e sentiu os olhos enchendo de lágrimas.

– E o Harry? Por que você não o trouxe pra cá, também? Não… Pra começo de conversa, depois que esse “Você-Sabe-Sei-Lá-Do-Que” matou meus pais, por que diabos o tal Dumbledore nos levou para a casa dos Dusleys? - Sussurrou sentindo o sangue subir para o rosto.

– Existem vários motivos, Lizz. Um dia Dumbledore irá lhe explicar tudo, eu prometo - Retrucou e logo abriu um sorriso, batendo as mãos na mesa e levantando com pressa - Agora nós precisamos que você vá para o seu quarto se trocar enquanto eu escrevo uma carta para a Annabeth. Nós precisamos chegar em Londres.

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Após ficar um bom tempo no metrô, com Elisabeth observando tudo com um certo interesse, afinal, nunca havia ido para Londres, eles finalmente alcançaram seu destino e logo entraram em um bar bastante malcheiroso e miserável onde as pessoas eram estranhas e bebiam em pequenos cálices de xerez. Elisabeth olhou para Brian como se tivesse um ponto de interrogação na testa e ele apenas balançou a cabeça negativamente. Ela logo sentiu vários olhares direcionados a si, então se encolheu e tentou se esconder atrás do homem que a guiava.

O moreno falou com o bartender, que mais parecia uma noz viscosa, e ignorou quando o mesmo perguntou olhou para a garota, estreitou os olhos e quem era a mesma. Logo os três foram para uma porta nos fundos do bar. O bartender abriu a porta e eles chegaram em uma espécie de pátio vazio com apenas um muro de tijolos e uma lata de lixo. Ele andou até o muro, pegou uma vara estranha e encostou a vara em alguns tijolos. Um pequeno buraquinho se formou no centro do muro, e foi se alargando até formar um grande arco, que dava para uma rua de pedras irregulares.

– Lizz, bem vinda ao Beco Diagonal - Brian anunciou abrindo os braços com um sorriso imenso no rosto.

– Uou - Sussurrou a garotinha, começando a sorrir. Brian jurou ter visto os olhos dela brilhando.

Entraram no beco e Elisabeth teve tempo de ver o arco se fechar e voltar a ser apenas um muro atrás de si. Eram várias lojas e várias pessoas diferentes, com as mais diversas coisas nas mãos.

Ela quase quebrava o pescoço virando a cabeça para todos os lados, olhando impressionada as lojas malucas e suas mercadorias curiosas até ver uma loja com várias vassouras. Deu uma risada e puxou a camisa do amigo que já estava na sua frente.

– Isso deveria ser uma piada, certo? - Perguntou apontando para as vassouras.

Brian arregalou os olhos e correu até a vitrine, colando o rosto na mesma e olhando encantado para a vassoura lá dentro.

– Claro que não, Elisabeth. Bruxos voam com vassouras em um jogo chamado Quadribol. E essa aqui, baixinha, é a nova Cleansweep 5. Daria tudo para ter uma dessas.

– Ok, isso é estranho. Vamos logo sair daqui - E lá a ruiva puxou a camisa de Brian novamente. Era estranho, mas de repente ele parecia extremamente mais jovem e feliz ali.

– Bem… Antes de tudo, precisamos ir ao banco. Dumbledore me deu a chave do seu cofre.

– Mas eu não tenho dinheiro guardado. Tenho? - Indagou a garota, franzindo o cenho.

– Você realmente achou que os seus pais iriam deixar você e o seu irmão sem nada? Sério? - Retrucou o moreno enquanto a empurrava para um prédio branco com as portas em bronze polido - Gringotes. Eu consigo amar e detestar esse lugar ao mesmo tempo.

Brian abriu as portas e atrás delas, havia uma porta de prata onde estava escrito os seguintes versos:

Entrem, estranhos, mas prestem atenção,

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam,

Terão é que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob o nosso chão,

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado,

Cuidado, pois vai encontrar mais do que procurou.

– Como fala o bom e velho Hagrid: “apenas um louco tentaria roubar Gringotes, é o lugar mais seguro do mundo, com exeção, talvez e de Hogwarts” - Explicou Brian forçando uma voz extremamente grossa que não combinava muito bem com ele, fazendo a garota dar um risinho baixo.

Fomos parar em um saguão onde haviam mais de 100 pessoinhas feias e mal-humoradas sentadas atrás de um grande balcão.

– Brian, essas "pessoas" são o que? - Sussurei enquanto nos dirigiamos até o balcão.

– Duendes. Seres inteligentes, porém, não são nada amigáveis, então, fique ao meu lado - Ele sussurrou de volta.

Um deles os atendeu e Brian o cumprimentou, enquanto pegava algo no seu bolso.

– Viemos sacar algum dinheiro do cofre da Srª Elisabeth Potter - Ele falou olhando para o duende enquanto eu observava o lugar.

– Onde está a chave?

– Aqui - Ele entregou uma chave dourada para o duende que chamou um outro duende para levar os dois até o cofre.

Ele os encaminhou até uma das portas do saguão que dava para uma passagem estreita de pedra, onde tinham alguns trilhos.

O duende assobiou e um vagonete correu pelos trilhos em sua direção. Embarcaram e o veículo começou a se mover sozinho, fazendo-a arregalar os olhos.

Era realmente rápido, e a mesma tentava não enjoar enquanto Brian continuava com o sorriso no rosto. Sorridente demais para o gosto de Elisabeth.

Uma hora passaram por uma labareda, e Elisabeth tentou olhar, mas não deu tempo.

Quando o carrinho parou, desceram e o duende abriu a porta. Quando olhou dentro do cofre, Elisabeth arregalei os olhos e torceu para que os Dusleys nunca soubessem daquele dinheiro.

Montes de moedas douradas (que Elisabeth descobriu serem Galeões, que são 17 sicles, que são 29 nuques), moedas de prata e moedas de bronze lotavam aquele cofre. E Brian falou que era tudo dela e de Harry.

Encheram pequenas sacas com o dinheiro e voltaram para o Beco em seguida.

Bem, pensou a ruiva, hora de comprar meu material.


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Notas finais do capítulo

UOU! OLHA O TAMANHO DESSE TROÇO '0'
Ok... Eu sei que demorei bastante pra postar e fiquei novembro inteiro sem postar. O motivo? Provas finais. A sétima série é linda até chegar no final , quando os professores viram diabos e mandam um trilhão de trabalhos com as provas chegando. Resultado: não tinha tempo para entrar no pc, então eu só escrevia a fanfic no meu fichário, que agora está todo bagunçado ;--;
Mas então... Eu continuei escrevendo no meu fichário e agora que eu estou de férias eu vou organizar os capítulos espalhados e vou ficar passando pra cá até o dia 31, que é quando eu vou viajar pra Macapá e vou ficar lá até o dia 9 de janeiro. Assim que eu terminar de passar o capítulo pro computador eu vou postando, ok?
E como alguns estão muito grandes, vou agendando pra tentar postar de 2 em dois dias. Vou tentar com todas as minhas forças, ok?
Espero que tenham gostado do capítulo e até a próxima.
Importante: Como eu estou com pressa pra passar tudo pro computador não deu tempo de dar para as betas, e eu só pude dar uma lida rápida. Se encontrar algum erro ou irregularidade durante o capítulo, por favor faça uma boa ação e avise! Estou contando com vocês!