Como Tatuagem escrita por Madame Baggio


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho mais que o previsto, maaaas aqui estamos! O último capítulo!

Muito obrigada pro todos os comentários! Eu fiquei super feliz de saber o quanto vocês curtiram a ideia e me fez ter vontade de escrever novas aventuras da Lily Louca! hahahaha

Muito obrigada a Sulene por ser um xuxu e betar para mim!

Espero que vocês gostem!



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Não sei dizer se foi um mês ou uma hora depois que eu me vi deitada na cama de James, enrolada no lençol enquanto o dito maroto estava deitado de bruços me deixando traçar as linhas da tatuagem dele com a unha. Se James fosse um gato tenho certeza de que ele estaria ronronando.

-De onde você tirou a ideia de fazer uma tatuagem desse tamanho? – eu perguntei ainda encantada pelo desenho.

-É vergonhoso. – ele admitiu sem graça.

-Agora sim eu quero ouvir. – insisti rindo.

-Bom, no fim do ano passado você estava falando para a Marlene que ia fazer uma tatuagem a qualquer custo. – ele começou. De fato eu falara e de fato eu fizera a tatuagem – Ela perguntou porque essa tara com tatuagem e ficou te zoando.

-É eu me lembro desse dia. –resmunguei.

- Aquilo me deixou encanado. Para os bruxos tatuagens são coisas de criminosos. –ele ignorou meu protesto indignado – Eu convenci os meninos a irem comigo a um estúdio trouxa em Londres durante as férias para ver exatamente o que era tão interessante. Nós ficamos bem chocados de ver essa cultura tão gigante. Sirius quis fazer uma na hora.

-O Black tem uma tatuagem? – eu perguntei chocada.

James levantou a cabeça brevemente do travesseiro e me jogou um olhar bem sério.

-Batata da perna esquerda e acho bom você não ir la manda-lo arrancar a calça pra você ver. – ele avisou.

-Eu não tenho interesse nenhum no Black sem calças. –eu informei – Continue a história.

-Mandona. – disse sorrindo – Sirius foi tatuado ali mesmo. Remus queria mata-lo e eu ainda não tinha certeza do que achava de tudo aquilo. Foi aí que eu vi o desenho do cervo.

-É o seu Patronus. – eu me toquei.

James me lançou um olhar curioso.

-Eu não sabia que você sabia. –ele falou.

-Eu nunca esqueci, porque na aula que aprendemos você criou um e todos estavam maravilhados com a sua capacidade, até o Sirius falar...

-"Eu sempre soube que havia um viado dentro de você, louco para sair". –James revirou os olhos – Eu me pergunto porque ainda somos amigos.

-Porque ninguém mais aguentaria você. –eu falei impaciente – Continue a história!

James riu.

-Eu vi o cervo e gostei do desenho, então resolvi falar com o cara que tinha feito. Nós trocamos algumas ideias e de algum jeito Sirius me convenceu a fazer uma gigante tatuagem, ele disse que já que você gostava ia achar uma grande extra sexy.

-Você fez uma tatuagem só pra me impressionar? – eu perguntei incrédula.

-Não, não! –James garantiu virando-se para poder me olhar melhor – Eu realmente gostei e quis fazer. Te impressionar foi só um bônus. –falou convencido.

Eu dei um tapa no ombro dele.

-Eu to falando sério, Lily. –ele assegurou enlaçando nossos dedos – Eu gostei da ideia e quis investir nela. Se eu só quisesse te impressionar eu teria tirado a camisa no primeiro dia! E tatuado um buquê de lírios.

Isso me fez rir.

-E de onde saiu esse lírio ai?

-O cara perguntou se eu queria algo entre as linhas, que desse um toque pessoal. Ele disse que algumas pessoas faziam coração, símbolos ou escreviam nomes de pessoas. Na hora eu pensei em você.

O olhar que ele estava me lançando ia me matar. De verdade, sem exagero. Eu nunca imaginei que fosse digna de receber um olhar tão cheio de carinho, principalmente vindo de James, depois de todos esses anos que eu o tratei tão mal. (Mas eu não vou esquecer que ele também foi um babaca comigo por um bom tempo! É que no momento eu estava derretendo, então não me lembrei disso.)

-James... –eu não sabia o que dizer.

-Eu sei que é um pouco demais. –ele falou de repente, o nervosismo tomando conta do seu rosto – Mas eu disse a verdade, pra mim você sempre foi a única.

Tinha uma parte muita chata de mim que queria arquear uma sobrancelha e perguntar "A única depois de quantas?", mas pra ser bem sincera eu não ligava muito pra isso. Pelo menos não no momento. James tinha um lírio tatuado, porque o tatuador perguntou de algo especial e ele pensou em mim.

As outras que explodissem em milhares de pedaços. Dolorosamente, de preferência.

E não é como se não tivessem existidooutrose tal... Enfim, não relevante no momento.

Mas a dura verdade é que no momento...

-Eu não sei o que dizer. –admiti num muxoxo.

Era um pouco demais e rápido demais. Eu tinha medo de decepcionar James. Ele estava pondo muita esperança em mim e, ao contrário do que algumas pessoas pareciam pensar, eu não sou perfeita, nem perto. E quanto mais perto a gente chegasse e quanto mais nós convivêssemos mais ele ia perceber isso. E então, será que eu ia continuar sendo "a única"?

-Por enquanto você não precisa dizer nada. –ele falou de forma suave, trazendo a minha mão para perto de sua boca e depositando um beijo ali – Só "sim" pra minha próxima pergunta.

-Que seria? –eu perguntei desconfiada.

-Que tal Hogsmeade amanhã a noite? –ele abriu um enorme sorriso maroto.

-Não tem nenhuma visita agendada para amanhã. –eu falei estreitando os olhos.

-Detalhes. –James dispensou com facilidade.

-James, eu não sei se...

Ele colocou um dentro contra meus lábios, facilmente me silenciando.

-Lily, no momento eu não estou te pedindo em casamento. –ele provocou suavemente – Eu só quero uma chance de conversar com você, te mostrar que nós podemos ser um casal. E você me deve uma. –um sorriso divertido apareceu no rosto dele – Depois de ter abusado tanto de mim.

Isso me fez explodir em risadas.

-OK. –eu cedi – Um encontro. Se você me responder essa... –um leve mistério... –O que você mais gosta em mim?

James me lançou um olhar cheio de pânico. Eu podia ver pelos olhos dele que ele sabia que essa era um daquelas perguntas filhas da puta que mulher tem mania de fazer e que dificilmente ele se sairia bem dessa, não importasse o que ele respondesse. O maroto olhou em volta do quarto, tentando ganhar tempo, então soltou um suspiro. Acho que ele decidiu ser sincero e estava esperando um porrada, porque ele parecia estar sentindo dor para falar.

-Eu gosto do fato de você ser louca. –ele falou bem sinceramente, mas cheio de medo – Eu não tinha percebido direito até ano passado, mas ouvindo conversas e histórias eu fui percebendo que sua cabeça é um circo. Com todo respeito! –ele falou rapidamente quando me viu arqueando a sobrancelha – Você fala sozinha, dá nome a objetos inanimados... –COMO ELE SABE DISSO? –Tem teorias estranhas sobre praticamente tudo, é tarada por tatuagens...

-Não é tara, é admiração. –eu cortei corada – Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

James riu.

-O que eu mais gosto em você é o fato de que você não é a santinha que todo mundo pensa. –ele falou sorrindo – Você é na verdade verdadeira completamente louca.

Eu olhei par James em choque por um segundo, antes de começar a rir incontrolavelmente. E dai eu comecei a beija-lo rindo, o que foi bonitinho, mas desajeitado. Principalmente quando ele começou a rir também.

-Ok, podemos ir pra Hogsmeade. – eu falei finalmente me acalmando um pouco – Mas se formos pegos e eu perder minha posição de Monitora-Chefe eu vou te matar, arrancar sua pele e fazer um abajur.

-Sim, senhora. –James falou absurdamente feliz com a coisa toda.

Nós nos beijamos mais um pouco e eu estava pronta para abusar do James de novo quando ele parou tudo.

-E a sua tatuagem? –ele quis saber – Qual a história?

Eu suspirei e me sentei. Não era justo eu ter feito o menino me contar todos os detalhes da escolha dele e não querer contar da minha, mesmo assim não era uma história que eu tinha muita vontade de ficar divulgando.

Mas justo é justo.

Eu puxei um travesseiro e coloquei na frente do meu peito, porque meu sutiã de estrelinhas ainda estava na porta do quarto do James e conversar pelada seria estranho. Principalmente sobre isso.

James se sentou imediatamente, percebendo o estado que a pergunta dele tinha me deixado.

-Se você não quiser falar...

-Não. Tudo bem. –eu garanti –Eu só não sei por onde começar.

James sorriu gentilmente para mim, dando tempo para que eu organizasse minhas ideias e começasse a falar.

-Quando eu era pequena tinha mania de falar as coisas erradas. –eu falei por fim – Acho que eu entendia de um jeito e insistia em usar esse jeito. –dei de ombros – Eu não falava "beija-flor". Eu sempre falava "cheira-flor".

James abriu um sorriso carinhoso, como se estivesse imaginando uma mini-ruiva falando "cheira-flor".

-Várias crianças me zoavam por isso e às vezes me faziam chorar, falando que eu era ou burra ou surda. – James franziu a testa com essa – Mas minha irmã mais velha, a Petúnia, sempre me defendia. Ela até começou a falar "cheira-flor" também. Isso fazia minha mãe sorrir e ela começou a nos chamar de "cheira-flores da mamãe".

James estava em silêncio, só ouvindo minha explicação.

-O dia em que a minha carta de Hogwarts chegou, eu e a Petunia estávamos brincando do lado de fora, vendo beija-flores voando. Papai tinha colocado aqueles bebedouros específicos para eles, só para nós podermos ver os passarinhos. – eu olhei para minhas mãos – Foi a última vez que a Petunia brincou comigo.

James estendeu a mão e segurou as minhas, mas não disse nada.

-Eu sinto muito falta dela. –admiti baixo – Ela nunca mais falou "cheira-flor", mas para mim ainda escapa de vez em quando.

-A tatuagem... São vocês duas, né? Os cheira-flores da mamãe. – James falou suavemente, um sorriso gentil no rosto.

-É, é isso. – eu olhei para o teto, tentando me recompor, antes que eu começasse a chorar que nem uma idiota – E eu destruí o clima totalmente, né?

James soltou outra daquelas risadas que eu amo. De verdade, como uma pessoa pode rir e sorrir tanto? Ele parece um depósito de felicidade e faz você ter vontade de se afogar nele.

-Não. –ele falou com simplicidade, me puxando para seu colo. Adeus travesseiro!

E daí muito tempo depois...

-Casamento. –James declarou numa risada sem fôlego – Depois de tudo isso você tem que casar comigo. Só assim minha pureza será salva.

-Você não tem pureza, Potter. –eu declarei, afundando meu rosto na curva do pescoço dele – E a gente pode discutir casamento mais tarde. Tipo, daqui uns 10 anos.

James soltou um som de concordância.

Eu fiquei em silêncio, simplesmente contente de estar ali, tão próxima dele, sentindo seu calor e seu cheiro. Acho que eu nunca imaginei estar numa situação dessas com Potter (mesmo tendo fantasiado algumas vezes). No momento não conseguia pensar em um lugar onde quisesse mais estar.

Então provando que era louca e era por isso que ele gostava de mim...

- Qual a tatuagem do Sirius? Ou eu vou ter mesmo que pedir pra ele tirar a calça?


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Notas finais do capítulo

Comentários? *-* Por favor.

A Sulene acha que eu devia escrever um capítulo extra com o Sirius... O que vocês acham?

B-jão