Como Tatuagem escrita por Madame Baggio


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oba! Foram tantos reviews tão rápido que eu quase chorei de emoção! hahaha

Muito obrigada a todos! A curiosidade deve estar bombando a essa altura né? Mas agora teremos respostas.

Bom, vamos ao que interessa... rs



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Era começo de dezembro e houve uma partida de quadribol entre a Grifinória e a Corvinal. O jogo foi intenso, James foi incrível e nossa vitória foi maravilhosa. E vitória no quadribol significa festa na sala comunal.

Sendo a imbecil que eu sou estava louca para dar os parabéns ao James, dizer o quanto sensacional ele tinha sido. Eu sou mesmo uma imbecil.

Quando eu entrei na sala comunal a festa já estava correndo solta. Eu teria que dar uma conferida nas bebidas com certeza, porque Sirius tinha mania de transformar cerveja amanteigada em whisky de fogo e depois "esquecer" de avisar os outros. Só que antes eu queria ver James.

Mais uma vez: idiota.

Olhei em volta, procurando por ele. E não é que eu achei? Numa rodinha, cercado de ninfetinhas do sexto e quinto ano, sorrindo aquele sorriso charmoso, bagunçando os cabelos e flertando descaradamente comtodaselas.

Eu não sei explicar porque, mas ver aquilo fez um nó na minha garganta. Era como que tê-lo visto de volta aos velhos hábitos de galinhagem me fizesse finalmente entender de uma vez por todas que ele não tinha mais interesse algum em mim.

Isso me magoou mais do que eu gostaria de admitir.

Virei as costas quando vi o maldito se inclinar para cochichar alguma coisa no ouvido de uma das fãzinhas dele e fui direto para a mesa de bebidas, pegando a primeira garrafa que consegui alcançar.

-Oh Evans, calma la! Isso ta batizado. –eu ouvi Black falando, depois de virar a garrafa quase toda de uma vez.

-Ótimo. -eu declarei antes de apanhar outra garrafa.

Essa provavelmente foi a noite mais humilhante de toda a minha vida. Primeiro eu resolvi ficar curtindo minha dor de cotovelo num canto. E estava fazendo isso muito bem até que Remus, um dos amigos de James, veio falar comigo.

-Oi, Lily. Você sabia que essa cerveja na verdade é whisky, né? –ele perguntou com um sorriso cuidadoso.

-Sim. –eu respondi de forma curta.

-Ok... –ele pareceu perdido por um momento e eu me senti um pouco culpada. Remus sempre foi legal comigo. Não era culpa dele que o amigo dele era um babaca.

-Você... –ele começou, então limpou a garganta e tentou de novo –Você, por acaso assim, já cumprimentou os jogadores?

Eu me recusei a olhar para o lugar onde sabia que James estava.

-Já.

-Até o Pontas?

-Ele está ocupado demais para ser incomodado. –eu falei sem conseguir conter a amargura na minah voz.

Remus soltou um muxoxo que soou vagamente como "ele é um idiota".

-Eu tenho certeza de que ele não está ocupado para você. –Remus insistiu.

Nessa hora nós dois olhamos para onde James estava e o vimos com duas loiras aguadas agarradas aos seus braços.

-Acho que sim. –eu respondi.

Remus lançou um olhar desapontado ao amigo e abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas eu já não queria mais ouvir essa conversa, então peguei uma outra garrafa e saí dali.

Depois disso a noite não melhorou muito: tomei mais um tanto da cerveja/whisky e quando me dei conta estava dançando em cima de uma mesa, ao lado da Marlene. E quando nosso público começou a gritar "tira, tira" eu até achei que era uma boa ideia tirar meu moletom, afinal estava quente ali. Aliás, estava tão quente que tirar minha camisa também pareceu uma ótima ideia.

Quando Sirius e Remus conseguiram tirar nós duas de cima da mesa eu já estava considerando tirar a camiseta que estava por baixo da camisa. Ainda bem que os dois chegaram a tempo...

Depois disso eu lembro vagamente de Sirius arrastando a Marlene para algum lugar enquanto o Remus me acompanhava até o meu dormitório.

-Eu não entendo, Lily. –ele suspirou –Pra que beber daquele jeito?

-A culpa é dele. –eu resmunguei.

Mas acho que o Remus entendeu perfeitamente o que eu quis dizer porque ele ficou quieto.

Eu não lembro de ter chegado no meu quarto, mas podia ter jurado ouvir a voz do James e do Remus do lado de fora da minha porta.

-Eu só quero ver como ela está! –James.

-Não. –Remus, que bravo! –Você já fez o bastante por hoje.

-Eu? Eu não empurrei a bebida na garganta dela!

-Não. Só aquelas meninas que não significam nada pra você.

Um silêncio tão longo que eu achei que tinha parado de sonhar.

-O que mais eu posso fazer, Remus? Se você sabe me diz, porque eu já não sei de mais nada. –uma voz tão derrotada que não quis acreditar que pertencia ao meu James.

-Eu não sei o que você devia fazer, Pontas. Mas sei que você não devia ter feito o que fez.

Confuso demais então eu resolvi apagar de novo.

Quando eu abri os olhos de novo percebi que estava no meu dormitório e tudo estava escuro, a não ser por um abajur aceso. Ainda era noite, mas nem conseguia imaginar que horas eram.

Percebi também que ainda estava vestida. Bom, pelo menos com as roupas que não tinha tirado no meio da sala comunal... Eu ia sentir vergonha disso amanhã, mas no momento ainda não estava sóbria o bastante.

Eu estava descalça, daí eu vi que meu tênis e meias estavam guardado direitinho do lado da minha cama, junto com meu moletom e camisa. Remus, só podia.

Olhei em volta, bocejei e perdi totalmente o sono.

Do outro lado da minha porta James devia estar dormindo no quarto dele, se o silêncio absoluto era uma pista. Talvez uma daquelas mini-piranhas estivesse dormindo com ele. Talvez as duas loiras estivessem lá!

Acho que eu devia ter mais álcool no cérebro do que pensara a princípio porque de repente eu estava possessa e indo ao quarto de James, batendo na porta.

Eu não parei de bater até James aparecer, com cara de quem estava obviamente dormindo.

-Lily? –ele pareceu confuso –O que foi?

Eu deixei meus olhos escorregarem por ele. James estava usando uma calça de moletom preta e uma regata branca, com os cabelos parecendo mais bagunçados do que nunca e os óculos tortos em seu rosto.

-Lily?

Da porta eu conseguia ver a cama dele. Não tinha ninguém ali. Muito bom.

-Lily?

Eu finalmente virei meus olhos para James e ele parecia preocupado.

-Tira a camiseta. –eu exigi.

-O que?

-Você me ouviu muito bem, Potter. Tira – a – camisa. –eu repeti de forma ameaçadora.

-Eu acho que você está mais bêbada do que imagina... –ele falou parecendo preocupado.

Ah! Ele não estava preocupado na festa, né? Ocupado demais com as mini-piranhas.

-Potter, tira essa camiseta agora ou eu vou tirar por você. –eu declarei decidida.

-Opa, calma, Lily! –ele pediu chocado –Dá pra você pelo menos me explicar porque eu tenho que tirar a camiseta?

-Como se você não soubesse! –eu declarei cruzando os braços –Fica me provocando todo esse tempo e acha que eu não vou fazer nada? Até parece!

-Lily... Você não ta fazendo sentido. –James falou num suspiro cansado.

Eu bufei impaciente. Por que ele tinha que se fazer de tonto?

-Eu quero ver sua tatuagem e eu quero ver agora! –bati o pé no chão.

James olhou para mim em choque por alguns segundos, antes de tentar disfarçar.

-Não sei do que você está falando. –ele falou sem firmeza alguma.

-Potter... –eu praticamente rosneu –Faz mais de um mês que eu tento descobrir o que é essa tatuagem. Ou você me mostra ou eu vou ficar muito irritada.

-Mais? –ele provocou, aparentemente perdendo a noção do perigo.

-É. Mais.

-Vamos fazer um acordo. –ele propôs daquela forma tão arrogante, tão sexy, tão... James.

-Que acordo? –perguntei desconfiada.

-Eu te mostro a minha tatuagem... Se você me mostrar a sua. –ele declarou com um sorriso maroto gigante.

Meu queixo desabou.

-COMO VOCÊ SABE DISSO? –eu exigi.

O sorriso dele tornou-se positivamente maquiavélico.

-Não vem ao caso. Mas faz mais de um mês que eu tento descobrir o que é essa tatuagem. –ele falou, me provocando ao repetir minhas palavras –Se você me mostrar a sua eu te mostro a minha.

Eu nem hesitei: tirei minha blusa na hora.

-Lily! –James gritou, pulando para trás, como se eu fosse ataca-lo.

Merlin, ele não podia deixar mais óbvio que não tinha interesse nenhum em mim, hein?

-Até parece que você nunca viu um sutiã antes, Potter. –eu revirei os olhos –Ou peitos.

Aliás, eu tinha um certo carinho pelo par. Não de peitos, de sutiã. Era um azul marinho com estrelas brancas que minha mãe tinha me dado nesse verão. Eu finalmente cheguei no número 44!

-Não é que eu nunca tenha visto. –ele protestou –Eu só nunca tive que falar tão pouco para convencer uma menina a mostra-los.

Eu revirei os olhos de novo.

-Com o tipo de menina que você saí, eu duvido muito disso. –eu retruquei.

Antes que James tivesse a chance de retrucar eu virei as costas para ele.

-Uau.

Essa era a reação que eu estava esperando quando tirei a camiseta...

James pôs as mãos no meu ombro e me puxou mais para dentro do quarto, onde havia mais luz e ele poderia ver o desenho melhor. Eu sentia pequenos choques nos lugares onde ele me tocava. Eu sou tão patética...

-Muito bonito. –ele aprovou.

Eu podia sentir a respiração dele batendo nas minhas costas, já que obviamente ele se aproximara mais para ver melhor o desenho. Não tinha como ele não perceber que eu estava arrepiada. Meu medo era que ele também conseguisse ouvir meu coração, que parecia uma escola de samba dentro do meu peito.

Sabia exatamente o que James via: dois beija-flores aconchegados juntos de forma carinhosa, mas não romântica. Carinhosa amiga, companheira... Fraterna.

-O que eles representam? –James quis saber.

Isso me pôs na defensiva e eu me virei rapidamente para ele, fazendo as mãos de James deixarem meu ombro.

-Nós não estamos falando de simbologia, Potter. Agora para de enrolar.- eu mandei.

James hesitou e por um minuto achei que ele fosse se negar. Então o maroto soltou um suspiro resignado, virou de costas para mim e tirou a camiseta.

-Merlin... –dessa vez era eu quem estava maravilhada.

Um cervo! James tinha um cervo gigantesco tatuado nele. E era tão magnifico quanto eu imaginara que seria. Até mais.

A tatuagem começava na linha do quadril dele e retratava apenas a cabeça e o peito do animal: seu perfil elegante, os chifres majestosos. A última linha chegava ao ombro de James. Mas não era só o tamanho que era impressionante, mas o estilo. A tatuagem era formada por linhas tribais negras e complicadas. Eu nunca tinha visto nada mais bonito em toda a minha vida.

-Ele é lindo. –falei encantada.

James resmungou alguma coisa, mas eu o ignorei. Então comecei a traçar as linhas com a ponta do meu dedo indicador.

Vi a pele dele arrepiar-se, mas nem me dei muitas esperanças, afinal eu era uma menina seminua e ele um adolescente cheio de hormônios.

Eu sei que devia me sentir envergonhada de estar tocando um garoto com que eu não tinha nada desse jeito. Mas não era assim. James era, nesse momento mais que nunca, uma coisa real e constante na minha vida, alguém que se tornara importante para mim, mesmo eu não querendo. Eu queria ter esse momento na memória. Essa chance de ficar perto, mesmo que só um pouquinho.

Então no fim não era realmente estranho estar ali no quarto dele, usando jeans e sutiã enquanto traçava um desenho nas costas dele. E que costas... A pele de James era dourada de sol e por mais leve que fosse o meu toque dava pra sentir os músculos deles.

Eu tinha que sair dali antes que fizesse uma besteira e o atacasse ou coisa do tipo...

Já estava para me afastar (depois de ter praticamente molestado James) quando algo capturou meus olhos. Era um desenho tão tribal que chegava a ser confuso, além de estar escondido entre tantas linhas. Era um lírio. O cervo tinha um lírio no lado esquerdo do peito.

Eu não sabia o que falar ou o que pensar.

-É um lírio. –eu falei em choque. É, eu sei. Nada brilhante, mas fazer o que.

James soltou um suspiro.

-É, é um lírio. –ele confirmou.

-Por que?

A ideia ainda não entrava na minha cabeça. Tudo bem, eu não vou ser egocêntrica, eu sei que não sou a única Lily do mundo, mas... Não entrava na minha cabeça que podia ter qualquer outro significado. Se James tinha um lírio era por minha causa e ponto. E sim, eu sei que isso é mega egocêntrico, mas eu tenho o direito! Eu to bêbada. Acho. Mais ou menos.

-Porque você é única, Lily. –ele falou sem se virar, olhando para o chão –Você sempre foi a única.

Agora me diz: o que eu deveria fazer numa situação dessas? Porque eu fiz a única coisa que me pareceu sensata: virei James para mim e o beijei!

Oh, Merlin... Oh Merlin! Eu estou beijando James Potter!

Mas ele não estava exatamente me beijando de volta.

Será que eu tinha entendido errado essa história de ser "á única"?

Mas eu ainda não estava pronta para desistir. Incrível o que algumas doses de whisky de fogo não fazem.

Eu deslizei minha mão pelo peito de James, me deliciando com aquela pele quente e lisa dele. estar pregada àquele peitoral, com apenas um sutiã separando pele de pele, era paraíso. Eu envolvi o pescoço de James com os braços e mordi o lábio inferior dele, exigindo uma resposta.

E eu finalmente recebi uma.

De repente as mãos dele estavam na minha cintura, me segurando mais firmemente contra ele. A boca dele começou a se mover contra a minha e eu senti a pedra fria contra minhas costas e soube que ele tinha me pregado na parede. Não que eu estivesse a ponto de reclamar.

As coisas progrediram rápido dali. Minhas mãos não estavam mais satisfeitas em ficar paradas, as dele muito menos. Eu enlacei minha perna na de James, nos fazendo ficar mais perto e pode ser que (não estou que sim, sabe como essas coisas são, ficam confusas e tal...) eu tenha soltado um gemido por ai...

A boca de James desceu pelo meu pescoço, mordiscando minha pele. Eu estava pronta para derreter totalmente.

Foi nessa hora que James parou.

Ele me soltou como se queimasse e deu dois passos para trás.

-O que foi? –eu perguntei sem folego e confusa.

-Isso não está certo. –James declarou arfando.

-Como não? –eu exigi inconformada.

-Você não está completamente sóbria e eu não vou tirar vantagem.

-Muito nobre da sua parte e tal e coisa... –eu falei revirando os olhos –Mas caso você não tenha percebido eu estou querendo tirar vantagem de você.

James parecia estar lutando contra um sorriso. No fim a expressão preocupada venceu.

-Lily... Você nunca teve interesse em mim. –ele falou com uma resignação que doeu em mim –Esse é o álcool falando e...

-Olha aqui, James, eu conheço muito bem meus interesses! Por que você acha que eu vi a tatuagem? Porque eu estava olhando pra sua bunda!

James estava olhando para mim em choque. Eu tinha mesmo falado que... Ah Merlin.

-Você me chamou de James. –ele falou maravilhado.

-Chamei. –concordei, feliz que estivéssemos focando nisso e não na parte onde eu admiti ter sacado a bunda dele.

Um enorme sorriso maroto se abriu no rosto de James.

-Voltando aquela parte de você abusar de mim...

-Graças a Merlin!

Eu não sei quem beijou quem primeiro, mas a boca dele estava na minha e estávamos cambaleando para a cama. Meu sutiã de estrelinhas não chegou la.


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Notas finais do capítulo

Nós amamos reviews! (fica a dica ;))

Ai está a misteriosa tattoo!

Capítulo final muito provavelmente sai semana que vem.

B-jão



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