Como Tatuagem escrita por Madame Baggio


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeira vez que eu escrevo em primeira pessoa então... Sejam gentis!

;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422083/chapter/1

James Potter tem uma tatuagem!

Maldito de uma figa!

E por sinal não era uma tatuagenzinha pequena não. Pelo pouco, o agonizante pouco, que eu tinha visto dava para deduzir que não era algo pequeno. Não, era grande, tribal e totalmente preto e eu exijo saber o que é!

Droga, eu estou surtando. De novo.

Certo, respira fundo. Melhor começar de novo.

Eu (Lily Evans, prazer em conhece-los), a monitora perfeitinha da Grifinória sou apaixonada por tatuagens. Marlene, minha melhor amiga, diz que eu sou tarada por tatuagens, mas não é verdade! Não é uma tara, é um fascínio. Há algo tão lindo nas linhas, desenhos e sombreados. A técnica, o cuidado, as cores... Era algo que me atraía desde criança.

Eu vim de uma cidade menor, onde elas não eram bem vistas, mas a primeira vez que fui para Londres com a minha família eu só me lembro da explosão de cores, designs, as peles marcadas. Foi amor a primeira vista.

Meu primeiro namorado foi um trouxa chamado Patrick que eu conheci nas férias antes do meu quinto ano. Ele era mais velho e tinha os dois braços fechados por tatuagens. Eu ainda suspiro sozinha pensando nele. Ai ai...

Okay, okay... Talvez eu seja levemente obcecada.

O que me leva de volta ao problema em mãos: James Potter.

Uma boa pergunta seria: quando James Potter não era um problema na minha vida? A resposta seria nunca, mas dessa vez ele se superara.

Para nós dois tinha sido ódio a primeira vista. Ta bom, talvez "ódio" fosse uma palavra forte demais, então deixemos como implicância a primeira vista.

O imbecil conseguia fazer da minha vida um pesadelo durante seis anos aqui em Hogwarts e agora, quando ele finalmente parava de me incomodar, me chamando para sair a cada 60 segundos, parecia pior.

Não é como se eu não estivesse aliviada que ele finalmente se tocara de que eu realmente não estou a fim, porque de verdade, eu estou. Marlene podia falar o que quisesse isso não é negação.

Tudo bem que eu sinto um pouco de saudade do jeito que ele sorria para mim, como ele ficava nervoso antes de me convidar para sair, como ele me seguia com o olhar quando eu entrava na sala, como... Enfim. Isso não queria dizer que eu gostava ou gosto dele. Porque eu não gosto!

Só é... Estranho. Nós passamos tantos anos feito cão e gato que agora era estranho esse nosso "relacionamento" civilizado.

Quando eu fiquei sabendo que James ia ser Monitor-Chefe questionei seriamente a sanidade mental de Dumbledore, mas, como sempre, fui uma boa menina e aceitei calada esperando que o tempo provasse que James era inapto. No fim das contas o tempo só mostrou o quanto eu estava enganada. James provara-se atencioso, dedicado e devotado ao seu cargo. Totalmente indiferente a minha pessoa.

Eu ficava esperando por pedidos e cantadas que eu obviamente recusaria, mas que nunca vieram. O impensável acontecera: James cansara de mim.

E eu não queria ter que dizer que isso incomodava, mas de certa forma... Incomoda. Justo quando eu comecei a pensar que ele era uma pessoa legal, um cara decente, ele resolve que não tem mais interesse nenhum em mim. Não que eu queira que ele se interesse.

Foi mais ou menos nessa época de confusão sentimental (não que houvesse sentimentos assim... Sentimentais) que eu descobri a tatuagem.

Foi no comecinho de outubro.

Eu ainda estava meio que vigiando o James, esperando que ele cometesse um deslize qualquer que provasse que não servia para ser monitor-chefe ou que me chamasse para sair. A tarefa ficava bem mais fácil levando em conta que dividíamos um dormitório.

Nesse dia eu estava lendo no sofá da nossa sala comunal quando James entrou, vindo de um treino de quadribol. Eu nunca vou admitir em voz alta, mas ele fica muito bem naquele uniforme, principalmente todo suado e desarrumado desse jeito... Aliás, eu já estava me xingando mentalmente por estar reparando no Potter dessa forma quando ele deixou sua varinha cair e esta rolou para de baixo de uma poltrona.

Eu assisti, com certo interesse, o maroto resmungar alguma coisa e abaixar-se para pegar a varinha. Eu já estava admirando todas as vantagens do quadribol (quem imaginaria que ficar voando por ai deixaria ele com uma bunda dessas...) quando a camiseta dele deslizou e eu vi! EU VI!

James Potter tem uma tatuagem!

Eu não consegui ver o que era, apenas o pedaço mínimo que estava exposto, mas eu podia ver que começava na base da espinha dele, logo acima da linha do quadril. Era dali que saíam as linhas negras. Dava para ver que era um desenho tribal e, Merlin, devia ser enorme! Mas o que? Quando parei para pensar a única coisa que conseguia imaginar ele tatuando era um pomo de ouro, mas aquilo estava meio grande para ser isso.

Antes que eu pudesse contemplar o que mais poderia ser James recuperou a varinha e levantou-se, indo para seu quarto.

Eu quase pulei do sofá e fui atrás dele, exigindo saber o que era aquela tatuagem. Desde quando ele a tinha? Tinha doído muito fazer? O que significava para ele? Eu podia ver?

Só depois me toquei do ridículo da ideia. Nós mal nos falávamos e agora eu ia ataca-lo para ver uma tatuagem que eu nem devia ter visto? É, não ia ser legal.

Mas a misteriosa tatuagem virou uma obsessão para mim.

OK, eu estava obcecada e pronta para admitir. Mas obcecada pela tatuagem, não pela pessoa. James nem era tudo isso. Tudo bem que ele era alto e sarado e que os olhos dele eram absolutamente incríveis... E aquele cabelo bagunçado era na verdade muito charmoso, o sorriso dele era incrível. Ah droga! Isso não podia estar acontecendo! O único interesse que eu tenho em James é aquela maldita tatuagem. E só!

Então a partir daquele dia minha missão de vida passou a ser descobrir qual era a tatuagem que James tinha. E de preferência vê-la.

Eu tentei puxar o assunto com a Marlene, afinal ela tinha algum tipo de relacionamento não identificado com Black, o melhor amigo de James, então talvez soubesse alguma coisa. Mas eu mal comecei a falar de rapazes tatuados e ela já me jogou um olhar e me chamou de tarada.

Ah as maravilhas da amizade...

Depois desse pequeno comentário, achei melhor não perguntar nada ou a Marlene ia tirar conclusões muito erradas das quais eu não ia gostar nada.

Tentei falar com a Alice. O namorado dela, Frank, jogava quadribol com James, o que queria dizer que os dois dividiam um vestiário. Não que eu achasse que o Frank ficava secando o James enquanto ele tomava banho ou algo do tipo, mas se a tatuagem fosse tão grande quanto eu achava que era não tinha como alguém não reparar. Mas Alice cortou minhas esperanças. Quando eu comentei de tatuagens com ela, ela me disse que era difícil ver um puro sangue tatuado, porque a sociedade bruxa achava de péssimo gosto se marcar.

Isso me deixou confusa. Eu tinha certeza que tinha visto uma tatuagem em James. Eu não estava louca (a esse ponto, pelo menos). Mas por que ele teria uma tatuagem se elas não eram bem vistas no mundo bruxo?

A conversa com Alice me deixou mais perguntas do que respostas e com isso o tempo foi passando e a curiosidade aumentando. Eu sempre fui muito curiosa, o tipo de pessoa que a frase "eu tenho um segredo para te contar, mas tem que ser depois" podia levar a loucura. E todo aquele mistério estava me matando lentamente. A curiosidade estava ficando tão grande que eu cheguei seriamente a considerar invadir o banheiro quando ele estivesse tomando banho. Nós dois tínhamos um banheiro em comum, então isso nem seria um desafio.

Foi só aí que eu me dei conta da idiotice da ideia. Merlin, eu devia estar ficando realmente louca.

Imagina a cena! James tomando banho e eu invado o local e pego ele no chuveiro... Sem roupa... Água escorrendo pelo peito...

Merlin! O que foi isso? Eu não estou pensando no Potter sem roupa! De jeito algum. Embora ela realmente tenha um ótimo corpo.

Eu não disse isso!

Eu devo estar ficando louca.

De novo. Ainda. Sei lá.

Por razões óbvias eu mudei de ideia sobre o chuveiro, mas passei a frequentar os treinos de quadribol.

Eu sabia que as meninas iam la para ficar secando os jogadores, então quem sabe tivesse a chance de eu ver alguma coisa.

A primeira vez que eu apareci no treino James quase caiu da vassoura com a surpresa. Ele passou o tempo todo me olhando com um ar especulativo, como se achasse que eu aparecera ali para aprontar alguma coisa. Não melhorou muito com o tempo.

No quesito tatuagem os treinos foram inúteis. James não era como a maioria dos jogadores que tiravam a camiseta em público, como Sirius adorava fazer, só para deixar as menininhas babando. Mas era divertido, eu conversava com as outras meninas, dava risada e acabei conhecendo melhor o time e ficando mais próxima deles. Consequentemente fiquei mais próxima do James também.

No começo ele ainda era cuidadoso, como se achasse que eu tinha algum motivo secreto para estar ali (como eu realmente tinha achei melhor não brigar com ele). Depois de alguns dias ele deve ter resolvido que não havia motivo algum (que ele soubesse) para desconfiar e nós entramos numa camaradagem simples. Não dava para chamar de amizade, mas era muito diferente de todos os nossos "relacionamentos" anteriores. E, por algum motivo, eu gostava disso. Gostava de cumprimenta-lo de forma madura e conversar com ele sem ser aos gritos. Gostava da forma como trabalhar com ele ficava mais fácil. Gostava de como ele me pedia ajuda com Poções e me ajudava com Transfiguração.

Eu gostava de James Potter. Ah droga.

A realização me acertou com a força de um balaço desgovernado. Depois de todo esse tempo rejeitando e brigando com o imbecil eu me apaixono por ele bem quando ele desiste de mim.

Ah, a ironia.

O pior era saber que ele não tinha mais interesse em mim e a culpa era só minha. Afinal quem dissera milhares de vezes para ele desistir porque não tinha chance alguma?

Alguém la em cima devia estar se divertindo muito as minhas custas.

E eu já tinha decidido não incomodar o James com meus sentimentos. Era quase cruel que eu resolvesse gostar dele justamente quando ele não me queria mais.

Isso não diminuiu minha curiosidade. Muito menos minha frustração.

E em dezembro eu meio que surtei. Em minha defesa a culpa é toda do James.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, por favor?

Semana que vem tem mais um!

B-jão



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Tatuagem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.