I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 72
O primeiro e ultimo beijo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Bem, primeiramente antes de ler, coloquei no fim desse capítulo uma música que define bem o que vai acontecer. Acho que combinou!

Um capítulo difícil, mas um dos mais emocionantes de ILMN que eu já escrevi.
Vamos lá?

Haaaa, e amanhã sai outro capitulo!

Bjos da M



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No outro dia logo depois da escola, Billy vai direto para o hospital ver Tina. No dia anterior ele não conseguiu vê-la, pois ela havia dormido.

Chegando lá, ele viu a doutora Brenda e perguntou a ela sobre Tina. Ela disse que o estado dela ainda era o mesmo. Assim ela liberou para Billy entrar no quarto.

Ele entrou no quarto devagar. Tina estava aparentemente dormindo. Sem fazer barulho, ele fechou a porta e se aproximou de Tina aos poucos. Quando ele chegou perto, ele viu que Tina estava ainda mais pálida. Isso o deixou triste. Tina sempre foi uma pessoa ativa e forte. Agora parecia frágil.

Ele suspirou e se sentou na cadeira ao lado da cama. Tina então abriu os olhos e olhou para Billy.

– Billy...

Ele olhou para cima e viu Tina olhando para ele e com um pequeno sorriso.

– Oi Tina! – ele se levantou e se aproximou mais de Tina.

– Que bom que você está aqui. – ela fez força pra levantar a mão e passar pelo rosto de Billy mas não conseguiu.

Billy percebeu e pegou sua mão.

– Ontem não consegui vê-la.

Ela riu de um jeito fraco.

– Eu sinto muito.

Billy de repente ficou sério.

– Eu...

– Billy...Por favor, não me olhe assim!

– Mas como é que você quer que eu veja?

– Eu só quero que você fique aqui comigo...Nada mais! – ela disse ainda segurando sua mão. – Por favor!

Billy se sentou na cama perto de Tina. Fraca, ela conseguiu se aproximar mais de Billy que a deixou ficar abraçada nele.

– Eu não quero que você morra! – disse Billy angustiado.

– Mas eu vou...Mas eu sei que você vai ficar bem!

– Tina...

– Só me abraçe Billy!

Ele ficou com Tina por quase uma hora. Naquele momento Tina só precisava de gestos e não palavras. Não se sabe quanto tempo eles passaram ali, mas Billy sentiu alguém mexer em seu ombro. Ele abriu os olhos e viu a doutora Brenda o olhando. Ela fez um sinal pra Billy não fazer barulho ao se levantar pra não acordar Tina.

Depois que os dois estavam fora do quarto, no corredor Billy e a doutora pararam pra conversar.

– Desculpe, acho que passei da hora. – disse Billy ajeitando o cabelo.

A doutora sorriu.

– Tudo bem, só se passou dez minutos a mais.

Ele sorriu e de repente suspirou.

– Tem certeza que ela só tem mais um dia?

A doutora olhou pra baixo e voltou a olhar para ele de um jeito triste.

– Sim Billy! Ela já esta por um fio. A doença já se espalhou bastante. Não quero que ela sofra. Vamos fazer de tudo pra ela ter um... Uma partida sem sofrer.

Billy engoliu a seco.

– Eu...Eu não sei o que fazer – disse ele cabisbaixo.

A doutora colocou a mão em seu ombro.

– Não tem o que fazer querido! Só...Só esperar pra se despedir.

– Mas como eu vou saber a hora certa de me despedir?

– Por que ela vai querer ver você antes! Ela vai pedir!

Billy saiu do hospital arrasado. A três meses atras, uma garota abusada entrou em seu quarto lhe trazendo um copo de suco. Lhe fez uma reverencia e disse seu nome. Na época ele pensava que ela era irritante, mas com o passar do tempo se tornou a sua mais fiel companheira. A pessoa que nunca desacreditou nele. Sempre viu nele coisas que o próprio não acreditava que era. Nunca imaginaria que essa pessoa, que sempre tinha um sorriso no rosto e aparentemente vivia feliz, teve uma fase na vida que tudo lhe foi tirado. E agora ela esta aqui prestes a partir. E o que ela deixou de lição para ele, ele vai cuprir? Tina era a pessoa que lhe ajudava e lhe dava força, a pessoa que lhe ajudava a levantar. E mesmo no leito de morte, não era de morte que queria ouvir. Parecia que ela não tinha medo de morrer. Pra ela era um alivio partir. Pois ela se sentia satisfeita com o que pode fazer em pouco tempo de vida. Ela teve a chance de mudar depois de tudo que foi.

Billy em meio as ruas da cidade andando em seu carro pensava. Tina foi uma garota diferente como ela havia contado. Mas ela mudou depois de uma tragédia. Ela não queria que Billy sofresse como ela sofreu, por isso ainda havia tempo de começar a mudar de verdade. Billy suspirou e pensou com ele mesmo. Ele tinha que mudar!

No outro dia, Billy estava em seu quarto pensativo. Davis ainda estava em coma mas logo faria a cirurgia que lhe ajudaria a voltar. E Tina estava na mesma. A tarde ele iria ir vê-la no hospital no horário das visitas. Seu pai seria julgado em duas semanas. Agora ele seria o chefe da casa. Sua mãe e sua irmã precisavam dele. Billy já se sentia sobrecarregado.

Ele estava sentado em sua cama olhando para o nada. Sua irmã bateu e entrou um pouco no quarto.

– Billy – disse ela hesitante.

– Entre Jenny – disse ele.

Jenny entrou e foi em direção a Billy. Ela se sentou nos pés de sua cama.

– Como você está hoje? – perguntou ela carinhosamente.

Ele pensou um pouco.

– Eu nem sei explicar o que eu estou sentindo – disse ele com um breve suspiro.

– Eu também...não sei o que pensar! – disse Jenny tristemente.

– É.

– Posso fazer uma pergunta Billy? – perguntou Jenny.

– Pode.

Jenny respirou fundo e olhou bem nos olhos do irmão.

– Você...Por um momento amou a Tina?

Billy a encarou por alguns segundos. Ele se endireitou na cama.

– O que eu sinto pela Tina é algo... é algo que eu nunca senti por alguém – disse ele tristemente – Ela foi a única garota que nunca teve medo de me enfrentar. O que eu sinto por ela é um carinho enorme que cresceu com o passar do tempo. Mas eu acredito que exista um pouco de amor sim.

– Isso é tão triste!– disse Jenny.

– Eu ainda não consigo imaginar ela ... morrendo.

– Oh Billy! Quando você estava começando a gostar de alguém de verdade, ela... ela... – disse Jenny se engasgando com as lágrimas que estavam prestes a desabar por seus olhos.

Billy pegou o braço da irmã, e a puxou para um abraço. Raramente Billy e Jenny tinham esses momentos.

– Não fique assim Jenny – disse Billy abraçado na irmã – Eu vou ficar bem!

– Você não está bem! Você está triste! – disse Jenny com a cabeça escorada no peito de Billy.

– Não se preocupe comigo – disse Billy. Jenny levantou o rosto e olhou para o irmão.

– Como não nos preocuparíamos Billy? Você é meu irmão, e eu amo você! – disse Jenny emocionada.

– Você é incrível! – disse Billy – E eu tantas vezes impliquei com você. Eu não mereço que você me ame tanto.

– Você só estava atravessando uma fase ruim. Agora é tudo diferente.

– Eu te amo Jenny – disse Billy suspirando e abraçando a irmã com mais força.

Uma batida na porta fez Billy e Jenny olharem quem era. Rose entrou no quarto e olhou para Billy preocupada. Ele a encarou também. Rose abaixou os olhos. Billy prendeu a respiração.

– O que foi mamãe? – perguntou Billy tenso. Poderia ser Davis ou Tina.

– Querido... – Rose fechou os olhos por alguns segundos e o olhou novamente – Você precisa ir ao hospital... A Tina quer vê-lo.

– Tina... – disse Billy quase como um sussurro.

– A médica falou com a Eva e ela disse que... Provavelmente a Tina não passe de hoje – Rose dizia com os olhos cheios d’água – Então, ela quer vê-lo.

Jenny já estava chorando. Billy se mantia forte feito uma rocha.

– Está bem, eu vou – disse Billy saindo em direção ao hospital.

Em cerca de dez minutos Billy chegou ao hospital. Ele foi até a área onde Tina estava internada. Chegando lá, estava Eva conversando com a doutora Brenda e Hannah. Billy começou a se aproximar devagar. Hannah o viu, ela estava com os olhos vermelhos. Eva estava sendo amparada pela doutora Brenda.

– Eva ... – chamou Billy. Ao vê-lo, Eva se levantou e foi em sua direção e o abraçou.

– Oh meu filho... – disse Eva chorando – A Tina já está pronta para partir, mas ela está se esforçando para ver você antes de... antes... – Eva engasgou e chorou mais. Billy a abraçou.

– Eva, eu nem sei o que dizer...

– Meu filho ... – disse Eva tocando seu rosto – Ela só está lhe esperando.

Billy consentiu, e devagar foi até o quarto de Tina. Quando ele abriu a porta, um pouco hesitante ele a avisou. Tina tinha muitos equipamentos perto dela. Ele ainda não via seu rosto. Devagar ele começou a se aproximar ao lado da cama. Quando ele ficou ao seu lado, ele viu que ela estava de olhos fechados. Então ele tocou sua mão. Aos poucos Tina começou a abrir os olhos. Ela o viu, e devagar sorriu para ele.

– Oi – disse ela parecendo ainda mais fraca.

– Oi – disse Billy ainda segurando sua mão.

– Que bom que você veio! – disse ela sorrindo.

– Agora estou aqui! – disse ele a olhando desconfortavelmente.

– Não me olhe assim, você sabe que eu estou quase...

– Não! Não fale! – disse Billy.

– Billy! – disse Tina suspirando.

– Por que Tina? Por que você não lutou mais? – disse ele já desesperado. Aquilo já estava no limite de suas emoções.

– Ah Billy, eu lutei o máximo que eu pude... – disse ela – Mas eu já sabia o meu destino, eu sabia como eu terminaria.

– Mas você poderia ter tentado mais!

– Sim eu poderia, mas eu já estava no limite – disse ela suspirando – Eu já estou no limite.

– Não diga isso... – disse Billy aflito.

– Sabe... depois do acidente com a minha família, e logo depois que eu acordei do coma e eles me disseram da minha doença, o medico disse que eu teria só um mês Billy, um mês! – disse ela o olhando – Então eu fui morar com a vovó na sua casa, e ela era como você, ela não acreditava que eu iria morrer! Ela insistia para que eu lutasse pela minha vida. Eu tentei. Mas eu via que não tinha mais jeito – Tina olhou carinhosamente para Billy – Só que então você apareceu. Eu me despertei. Eu consegui mais tempo. Coloquei na minha cabeça que eu ajudaria você. Eu estava certa sobre você! Eu sabia que antes de partir, precisava fazer algo por alguém. Eu consegui. – disse ela sorrindo para Billy.

Billy respirou fundo.

– Você não merece morrer Tina!

– Mas eu vou! – disse ela como os olhos cheios d’água.

– Por favor, não faz isso... comigo! – disse Billy se aproximando dela.

– Eu jurei pra mim mesma que não me apaixonaria por alguém – disse ela acariciando seu rosto. Ela conseguiu arranjar forças. – Mas eu não resisti. Nem que fosse por algum momento, eu aproveitei.

– Tina... – disse Billy pegando sua mão e colocando perto do rosto.

– Não fique assim Billy, o que eu mais quero é que você viva a sua vida como você sempre mereceu – disse ela tocando seus cabelos – Eu quero que você seja feliz! Quero que encontre alguém especial, e a ame muito.

Billy tinha os olhos fechados e respirava com dificuldades.

– Billy? – Tina o chamou. Ele a olhou – Me prometa que será diferente daqui pra frente? Promete?

Billy estava um pouco engasgado. Ele puxou um suspiro profundo.

– Eu prometo – disse ele convicto. Tina sorriu e suspirou.

– Posso fazer um... ultimo pedido? – perguntou ela.

– Claro – disse ele.

– Me de o meu... Primeiro e último beijo? – disse ela. Billy sentiu uma fisgada no peito. Ele a olhou e viu que esse pedido era importante. Mesmo quando ele dizia que não a amava, ela o respeitava.

Sem esperar mais, ele se inclinou e a beijou. Ele a beijou de verdade. Tina passou os braços ao redor de seu pescoço e o segurou com as suas poucas forças. Billy a beijou profundamente e com sentimento.

De repente o aperto forte de Tina começou a se desfazer. Billy se afastou para olhar seu rosto. E quando a viu, ela já estava de olhos fechados. Seu rosto estava com a marca de uma última lágrima derramada. Billy ficou olhando para ela enquanto os aparelhos apitavam descontroladamente. Tina parecia com o rosto em paz. Até nesse momento ela pareceu forte.

Alguns enfermeiros entraram no quarto. Logo atrás veio a doutora Brenda e Eva. A avó de Tina quando a viu, desabou a chorar mais. Billy não conseguia dizer nada naquele momento. Ele só queria sair de lá. Ele passou pelo corredor e viu Hannah com o rosto enterrado nas mãos também chorando muito. Mas ele não parou. Só queria sair dali.

Chegando ao estacionamento, Billy entrou em seu carro e saiu em disparada. Por enquanto, sem rumo.

Sarah estava se arrumando para ir ao hospital para ver Davis. Ela estava descendo as escadas quando ouviu batidas em sua porta. Ela achava que poderia ser Lory para iria lhe fazer companhia. Quando ela abriu, era Billy. Ele parecia ofegante. Ele estava péssimo.

– Billy – disse Sarah.

– Sarah... – disse Billy com um olhar perdido. Sarah congelou. Davis!

– O-o que foi? É o Davis? – perguntou ela aflita. Billy balançou a cabeça negando.

– Tina... – disse ele com a voz baixa. Sarah colocou as mãos na boca.

– Oh Billy, ela.. ela... – Sarah tentou dizer. Billy concordou parecendo com o olhar distante.

– Oh Deus Billy! Eu sinto tanto! – disse Sarah chorando.

Billy parecia desamparado. Sarah tocou sua mão, então ele a olhou. Nesse momento uma lágrima rolou no seu rosto.

– O que eu vou fazer Sarah? O que eu vou fazer? – disse ele quase faltando o ar.

Sarah percebendo sua dor, o puxou para dentro de sua casa. Ela o levou até a sala. O fez sentar. Billy ainda parecia anestesiado e com os olhos parados.

– Billy, eu não sei o que dizer, a não ser que eu sinto muito!

Billy jogou a cabeça pra trás procurando respirar melhor. Sarah pegou outra vez sua mão.

– Olhe pra mim! – ela pediu. Devagar ele a olhou.

– Ela... morreu! Na minha frente Sarah! – disse ele dolorosamente. Sarah sentiu o peito doer – Eu nunca senti uma dor assim...Eu nunca vi ninguém morrer! – disse ele olhando para baixo.

– Billy – chamou Sarah. Ele a olhou – Chore! – disse Sarah o olhando com carinho – Às vezes chorar faz bem!

Billy a encarou e abaixou a cabeça. Sarah continuou.

– Chorar não vai fazer de você menos homem! Só vai mostrar que tem sentimentos! Então chore Billy! Chore! Eu estou aqui com você! – disse Sarah.

Billy fechou os olhos. Sua garganta ardia muito. Tina levou com ela a força que nenhuma pessoa deu a ele, a confiança e a fé que só ela lhe deu. Não suportando lutar mais, Billy se inclinou e deitou com a cabeça no colo de Sarah. E ali, chorou como uma criança.

Aquele dia ficou marcado e vai ficar pra sempre como, o dia.

RIP Tina

*Música desse capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=HjAoFJ7k--s


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Notas finais do capítulo

Para esclarecer melhor. O capítulo de amanhã sai a noite ;)



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