I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 63
Única salvação


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeei! Depois de umas férias, chegando aqui com mais um capitulo!

ILMN já está na reta final :'(

Bjos da M



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Hannah correu para a mansão dos Whites chamar Tina. Não sabia se a amiga estava bem, mas tentaria. Chegou a porta dos fundos que era o da cozinha. Ela bateu e logo Eva abriu.

– Hannah! Entre querida!

– Obrigada! Eva, e a Tina, ela está bem?

Eva suspirou parecendo aliviada.

– Sim. Ela esta bem melhor.

Hannah também respirou aliviada, assim facilitaria o que ela tinha que falar com Tina.

– Preciso falar com ela.

– Claro, ela está no quarto - disse Eva.

Hannah foi rapidamente para o quarto. Ela bateu e logo Tina abriu. Ela sorriu. Tina parecia mais corada e aparentemente melhor. Hannah se aproximou e abraçou a amiga.

– Fico feliz que você está bem.

– De manhã não acordei bem, mas tomei os meus remédios, me deitei e acabei dormindo, quando acordei eu já me sentia melhor.

– Que bom Tina! - disse Hannah se sentando em um pufe.

Tina olhou atentamente para a amiga.

– O que foi? - perguntou Tina.

Hannah deu uma risada nervosa.

– Hannah!

– Está bem... você tem que sentar.

Tina se sentou aos pés da sua cama. Hannah respirou fundo e contou tudo o que aconteceu naquele dia. Depois de tudo devidamente contado, Tina se levantou rapidamente.

– Coitadinho dele! Ele não fez nada! Eu sei disso, eu estava com ele e vi que ele desistiu...

– Você precisa ajudá-lo Tina!

Tina se virou e foi mudar de roupa. Hannah estava nervosa. Aquele dia foi desgastante. Logo as duas saíram rapidamente.

Na delegacia, Billy se explicava com o delegado.

– Então quer dizer que você pensou em fazer, mas depois não fez?

– Isso mesmo!

– Garoto, é um pouco difícil de acreditar - disse o delegado se recostando na cadeira.

Billy parecia exausto. Repetia varias vezes que não foi ele, mas estava difícil de acreditarem.

Uma batida na porta chamou a atenção de Billy e o delegado. Logo abriram a porta e um policial apareceu.

– Senhor, o pai do garoto está aqui - disse o policial.

Billy não gostou de saber que era seu pai, estava na esperança que fosse outra pessoa. Ele pensou que talvez Hannah não tivesse conseguido trazer Tina, ela poderia estar mal ainda.

– Peça que entre - disse o delegado.

O policial concordou e saiu. Logo ele voltou trazendo Adam.

– Senhor White! - disse o delegado o cumprimentando - Por favor. - disse ele apontando uma cadeira ao lado de Billy.

– O que está acontecendo delegado? - perguntou Adam parecendo chateado.

– O que está acontecendo senhor, é que seu filho está sendo acusado pelo acidente de seu primo Davis.

Adam deu uma risada debochada.

– Isso é inacreditável, meu filho não fez nada!

– Tem como provar? - disse o delegado.

– E o senhor delegado, tem provas? - disse Adam.

– Sim, um dos alunos da escola gravou seu filho comentando com uma colega o tal feito.

– Eu estava falando com ela sim, mas a pessoa que gravou não gravou até o fim. Não sabe de tudo que eu disse. - disse Billy ainda se defendendo.

– Provavelmente essa pessoa quer prejudicar meu filho - disse Adam irritado.

– O fato aqui senhor White, é que seu filho revelou que havia pensado em sabotar a moto de seu primo...

– Mas não fiz - disse Billy.

– Você é o principal suspeito garoto - disse o delegado se inclinado em sua mesa para encarar Billy.

– Não pode acusá-lo sem ter provas reais! Meu filho está dizendo que ele não fez nada!

– Vamos continuar investigando, mas isso não tira o seu nome da lista de suspeitos, alias você é o primeiro da lista.

Billy estava perdendo as forças. Pai e filho se levantaram.

– Está dispensado - disse o delegado- Mas você nem pense em sair da cidade Billy, senão será pior.

Adam encarou o delegado.

– O senhor é novo na cidade não é delegado?

O homem olhou bem atentamente para Adam.

– Sim, estou aqui há quatro meses.

– Bem, eu estou aqui desde que nasci. Minha família é a mais tradicional dessa cidade e muito respeitada.

– Estou ouvindo - disse o delegado cruzando os dedos em cima da barriga saliente.

– O que eu quero dizer delegado... - ele olhou a placa em cima da mesa - Lester... é que eu não gosto que ameacem minha família assim. Tenho influencias dinheiro e poder. Então com todo o respeito... cuide o que vai insinuar a mim e ao meu filho.

O delegado Lester balançou a cabeça concordando e se levantou. Ele era um homem de uns 50 anos, cabelos com alguns fios brancos e um pouco gordinho.

– Venho de uma família de policiais, advogados e juízes. Minha família é britânica e também é bastante influenciável em Londres. Mas apesar de tudo isso, nós nunca nos vangloriamos de nossa posição - ele se aproximou de Adam que parecia ter engolido o ego - Sou um profissional senhor, não me importo se eu tenha que prender o filho do presidente dos Estados Unidos ou da rainha da Inglaterra. Sou um homem honesto! E se seu filho fez algo, irei prendê-lo sim, e se não fez, terei a decência de reconhecer. Não me importa quem o senhor seja. Crime pra mim é crime, não importa que o faça.

Adam parecia humilhado. Billy por um momento teve vontade de rir da cara de seu pai. Não dá pra comparar uma família tradicional de uma pequena cidade com uma de Londres.

– Delegado Lester - um policial apareceu na porta.

– Sim - disse o delegado ainda encarando Adam.

– Tem uma testemunha a favor do garoto lá fora.

O delegado, Billy e Adam olharam para o policial.

– E quem é? - perguntou o delegado.

– É uma menina. - disse o policial.

Naquele momento Billy ficou aliviado. Tinha certeza que era Tina.

– Traga ela aqui - disse o delegado.

Logo veio o policial trazendo Tina. Billy sorriu em vê-la. Ela sorriu pra ele também. Era a sua salvação. Adam parecia incomodado com sua presença. O delegado pediu para que pai e filho saíssem da sala para que ele conversasse com Tina.

Os dois chegaram à recepção e Adam parecia soltar fogo pelas ventas.

– Eu não posso acreditar Billy! Sua vida esta nas mãos desta menina! - disse Adam se segurando para não socar algo.

– Ela é que me convenceu a não me meter em encrencas pai!

– Argh! Tinha que ser essa garotinha insuportável!

Billy revirou os olhos pela cena que seu pai estava fazendo, se virou e avistou Hannah sentada no outro lado da sala. Ela roía as unhas.

– Eu já volto - disse Billy.

– Aonde vai? - perguntou Adam aborrecido.

– Falar com alguém - disse Billy se virando e indo em direção a Hannah que ainda não o tinha visto.

Hannah parecia estar em seu próprio mundo. Billy se aproximou dela. Ela olhou para cima e se levantou em um pulo.

– Liberaram você! - disse ela esperançosa.

Billy deu um sorriso pequeno.

– Não, ainda estou marcado.

– Mas...mas a Tina...ela...

– Ela esta naquela sala falando com o delegado - disse Billy.

Hannah suspirou.

– Vai dar tudo certo Billy.

Ele sorriu.

– Vai sim. Obrigada Hannah.

– Obrigado por quê?

– Por estar do meu lado também.

Hannah sorriu e de repente Billy a puxa para um abraço de urso. No inicio ela fica rígida, mas logo passa os braços ao redor dele retribuindo. Não quer passar a mensagem errada a Billy, poderiam sim ser grandes amigos.

Passou-se mais de uma hora que Tina estava na sala com o delegado. Billy ficou com Hannah do outro lado da sala, não queria ficar com seu pai ouvindo reclamações. Então a porta se abriu, e Tina saiu com o delegado logo atrás.

– Obrigado pelos esclarecimentos Tina.

– De nada delegado.

Adam que estava sentado em frente à porta se levantou.

– E então, meu filho esta livre das acusações?

– Por enquanto sim, mas não o descartamos ainda. O testemunho da senhorita aqui - ele olhou para Tina que parecia procurar Billy e Hannah - Ajudou um pouco.

– Um pouco?

– Sim senhor, um pouco... isso já é muito. Com licença - disse o delegado se afastando.

Adam ficou esperando até o homem desaparecer e olhou para Tina que também o olhava.

– Então... o destino de meu filho está em sua mãos!

Tina encolheu os ombros.

– Só vim falar a verdade.

– Não é por que você veio até aqui menina, que eu vou ter que gostar de você.

– Eu não espero que goste de mim senhor, eu quero ajudar é o Billy.

Adam deu uma risada debochada. Sua marca registrada.

– Acho que o Billy não se importa com você tanto assim - disse ele cruzando os braços - Você gosta dele não é?

Tina ficou corada.

– Eu...

– Acha mesmo que meu filho vai gostar de você? Ele tem olhos para outra pessoa! - disse Adam apontando a cabeça para o lado onde Billy e Hannah estavam. Eles conversavam.

Tina engoliu a seco. Sabia de seu destino, e ele viria logo. Por um único momento queria ser Hannah.

– Ela é a sua amiga não é? - disse Adam perto de seu ouvido como se fosse aquela vozinha do mal. - Parece que os dois se esqueceram de você aqui. - Eu vejo algo ali! - disse Adam sombrio - Alias, muita coisa! Quando você se for, eles terão paz enfim. Você só atrapalha.

Tina soltou um soluço involuntário. Sabia que no fundo era verdade.

– Você pode até estar ajudando o Billy hoje, mas amanhã não será assim - disse Adam antes de se virar e sair por um corredor em direção a saída. Ele se aproximou de Billy e Hannah e disse algo fazendo os dois olharem pra cima e verem Tina parada os olhando com os olhos marejados.

Billy se levantou rapidamente junto com Hannah. Tina seguiu com o olhar Adam sair pela porta com um sorriso triunfante no rosto.

– Tina! - disse Billy se aproximando dela e a abraçando. Ela também o abraçou, mas uma lágrima involuntária rolou por seu rosto.

– Tina, por que está chorando? Está passando mal? - disse Hannah segurando a amiga pela mão. Tina se virou para Hannah.

– Estou bem - disse ela limpando o rosto - Billy, o delegado no momento está deixando você só na espera. Meu depoimento ajudou um pouco.

Billy respirou fundo.

– Obrigado Tina - disse ele a abraçando outra vez.

Quando os três chegaram ao lado de fora da delegacia, Adam esperava Billy perto de seu carro.

– Vamos meninas - disse Billy.

– Eu moro perto, vou a pé - disse Hannah.

– Não Hannah, levamos você até lá - disse Billy.

– São só dois quarteirões! Não exagere! - disse Hannah.

– O que está havendo? Vamos Billy! - disse Adam se aproximando.

– A Hannah não quer carona! - disse Billy.

– Hannah minha querida! - Adam se aproximou dela e a abraçou pelos ombros e olhou para Tina que só observava. Hannah se encolheu com seu toque. Tinha medo do homem - Vamos conosco! Vamos naquela direção mesmo!

– Hannah! - Tina falou enfim - Vamos pra mansão, preciso falar com você, depois eu a acompanho até a sua casa.

Hannah se afastou do abraço de Adam educadamente.

– Isso! Depois eu a Tina trazemos você! - disse Billy.

– Tudo bem.

Todos entraram no carro e foram para a casa. No caminho Adam e Billy conversavam na frente enquanto Hannah puxava conversa com Tina, mas ela parecia distante. Hannah vendo o silêncio da amiga se calou. Chagando em casa, todos saíram do carro e entraram na mansão.

Billy resolveu ir tomar um banho e Adam foi para seu escritório. Tina e Hannah foram para a cozinha. Chegando lá Tina se atirou em uma cadeira.

– Você não está se sentindo bem? - perguntou Hannah. Tina só olhava para suas mãos - Tina? - Hannah a chamou.

– Não Hannah, a reposta é não! - disse Tina parecendo cansado só de responder.

Hannah estranhou o jeito da amiga, pela manhã estava bem, depois que voltou da delegacia não parecia à mesma.

– Quer um copo d'água? - perguntou Hannah se dirigindo a geladeira.

– Quero.

Hannah serviu dois copos de água e se sentou perto de Tina. As duas beberam em silêncio. Tina não dizia nada e estava deixando Hannah nervosa.

– Como foi com o delegado? - perguntou Hannah quebrando o gelo.

– Perguntas e mais perguntas - disse Tina ainda sem olhar para Hannah. A garota já parecia desconfortável.

– Espero que tudo ocorra bem.

– É.

Hannah bufou e colocou o copo em cima da mesa com um barulho seco. Desta vez Tina a olhou.

– O que você tem? Estou preocupada!

Tina encheu os olhos d'água, mas não parecia triste, mas sim irritada.

– Tina!

Tina bateu com o copo com mais força ainda na mesa fazendo Hannah pular.

– Preocupada Hannah! Tem certeza? - disse Tina brava. Hannah não estava tendo reação.

– Tina...

– Nada de Tina! Você esta me apunhalando pelas costas garota! - a voz de Tina estava subindo.

– Tina, o que você está falando?

– Você está ficando com o Billy escondida? - disse Tina se levantando e ficando perto de Hannah que estava encolhida no seu lugar.

– O quê? - desta vez Hannah parecia chocada com a acusação.

– Você é minha amiga mesmo? Ou só acha que eu atrapalho?

Hannah não conseguia formar uma frase concreta, aquela Tina não era a sua grande amiga Tina. Era outra pessoa.

– Como você pode? - Tina disse gritando e com lágrimas rolando por seu rosto.

– Não aconteceu nada! Eu juro! De onde tirou essas idéias Tina? - Hannah se levantou de sua cadeira também chorando. Eram acusações injustas.

– Tem certeza? - Tina disse a olhando bem nos olhos - Vocês nunca se beijaram?

– Não!

– Não minta pra mim Hannah! - disse Tina chegando a sua frente.

– Eu não estou mentindo!

– Não se faça de santa!

– Você está louca! - disse Hannah chorando. Nada explicava essa nova Tina.

– Eu estou louca? Estou louca? Eu estou morrendo! - disse Tina gritando.

Hannah colocou as mãos no rosto chorando.

– Pare Tina!

– Pare por quê? Eu não sou boa o bastante não é?

– O que é isso Tina, você é uma pessoa boa! Lembra? - disse Hannah se aproximando da amiga que parecia muito irritada. Mas Tina não deixou tocá-la. Aquele gesto bruto feriu Hannah.

– Tina...

– Vá embora! - disse Tina de costas pra Hannah.

– Mas...

– VÁ EMBORA! - desta vez Tina berrou. Hannah ficou assustada.

– O que está acontecendo? - neste momento Billy entrou na cozinha.

– Chegou o seu salvador Hannah! - disse Tina zombando.

– Por que você está me tratando assim?

– O que foi? - Billy chegou perto de Tina, mas ela se afastou. Billy ficou confuso.

– Quero que ela vá embora - disse Tina olhando para Hannah.

– Você está me magoando ... e eu nem sei por que! - disse Hannah.

– Vá embora! - Tina gritou novamente - Ou será que todas as surras que você levou do seu pai não fizeram abrir melhor a sua audição!

As palavras de Tina foram como um tapa em Hannah. Relembrar o que o monstro do seu pai fazia com ela e sua mãe era algo que ela não gostaria de lembrar.

– Tina, o que deu em você? - Billy a segurou pelos ombros.

Hannah não tinha reação, ficou parada olhando Tina que agora segurava cada lado da cabeça parecendo com dor.

– Só... peça para ela ir embora - disse Tina começando a ficar com a voz fraca.

Billy olhou para Hannah que parecia em choque.

– Hannah eu... - ele a chamou. Ela o olhou.

Ele tentou achar as palavras certas, mas ele mal sabia o que estava acontecendo. Quando Hannah soltou um suspiro, ela se virou e começou a ir até a saída, mas se virou para Tina.

– Eu não sei o porquê de você ter me atacado assim hoje.... mas saiba que doeu...doeu muito Tina. Mas do que as surras que ele me dava - assim Hannah saiu pela porta da cozinha chorando. Alias, ela foi o caminho todo chorando.

Billy ficou com Tina na cozinha, ela estava em silêncio, mas seus ombros entregavam que estava chorando. Billy a segurou contra o peito.

– O que foi que eu fiz! - disse ela amargamente. Billy queria saber ao certo o que aconteceu, mas achava que aquela não era a hora de perguntar.

No escritório da mansão, alguém sorria por ter ouvido a discussão. Nada como algumas palavrinhas mágicas pra impulsionar uma intriga.


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