I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 6
O plano




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Davis disse ao seu pai que passaria o dia na casa de Sarah. Alex concordou e foi trabalhar em casa mesmo escrevendo reportagens. Ele trabalhava no jornal da cidade como colunista. Seu sonho sempre foi conseguir um emprego nos melhores jornais do país. Apesar de jovem, Alex tinha muitos sonhos que gostaria de realizar. Mas sabia que um dia aconteceria.

Davis pegou sua bicicleta e foi até a casa de Sarah. Já estava acostumado em ficar o dia todo lá. Seu pai não se importava, para ele era bom saber que o filho estava em boas companhias. A casa de Sarah ficava a dois quarteirões da de Davis. Ele já conseguia fazer o trajeto sem cansar. Pedalou e então chegou à casa de sua amiga. Deixou a bicicleta no gramado em frente e se dirigiu a porta. Bateu e logo a porta se abriu. Era o pai de Sarah, o senhor Taylor.

- Bom dia senhor Taylor? – disse Davis sorrindo.

- Bom dia Davis! Entre! Sarah está no quarto dela – disse o senhor Taylor abrindo mais a porta para que o garoto passasse.

Davis subiu as escadas para ir em direção ao quarto de Sarah. Chegando a sua porta, bateu e logo entrou. Sarah estava olhando TV. Davis se aproximou para sentar ao seu lado. Ela estava olhando desenho animado.

- Você veio tarde hoje – disse Sarah olhando para Davis.

- Pois é, eu dormi um pouco mais – disse o garoto.

- Você está bem? – perguntou ela.

- Sim, é que eu e meu pai dormimos tarde ontem – disse Davis – é que nos estávamos comemorando.

- Comemorando o quê? – perguntou Sarah curiosa.

- Meu pai decidiu que não precisamos ir mais aos jantares com a família – disse Davis sorrindo.

- E isso é bom?

- É sim, agora nós estamos livres deles – disse Davis dando de ombros.

- E você gosta disso?

- Eles nunca se importaram comigo e com meu pai Sarah – disse Davis olhando a TV – não faz diferença se nós estamos lá ou não – disse Davis parecendo triste. Sarah percebeu que a conversa não estava agradando o amigo e mudou de assunto.

- Vamos ao cinema? – disse ela.

- Ao cinema?

- Sim! Vamos! – disse ela se levantando.

Davis pensou um pouco antes de responder: - Está bem!

Sarah pediu a sua mãe se podia ir. Ela disse que sim, mas, no entanto que se cuidassem e não voltassem muito tarde. Sarah foi se arrumar e Davis foi para a sua casa se arrumar também. Alguns minutos se passaram e então eles foram levados de carro pala mãe de Sarah para o centro da cidade.

Como era um domingo, o centro da cidade sempre estava cheio de pessoas. As praças cheias de crianças brincando e os pais sentados em bancos conversando. As lanchonetes estavam lotadas. O domingo era o dia do descanso, mas também era o dia de ficar com a família.

Anna, mãe de Sarah, deixou os dois na praça e logo partiu. Eles avistaram de longe o cinema e perceberam que a fila já estava se formando então, foram em direção ao lugar.

Os dois caminharam mais alguns metros até avistarem o grupinho de Billy, que também estava na fila. Davis ficou parado olhando, Sarah se virou em direção a ele. Ela sabia que seu primo era maldoso com ele. Também não foi surpresa ver seus primos juntos, alias, eles eram o grupinho popular da escola da cidade. Pelo menos era isso que eles achavam.

- Davis? A gente pode ir em outro lugar – disse ela olhando para ele – Davis olhou para ela e suspirou.

- Não – disse ele – não vamos estragar nossos planos por causa deles – disse ele dando de ombros.

- Tem certeza?

- Sim, eu tenho – disse ele com um jeito orgulhoso da repentina coragem. Sarah sorriu.

- Então vamos – disse Sarah pegando a mão de Davis. Ele estava se sentindo estranho com ela ultimamente. Talvez pela conversa que teve com seu pai, o sentimento que tinha por Sarah. Ele nunca se apaixonou por ninguém, e Sarah era a única para ele. Era seu primeiro amor.

Eles foram para o fim da fila. Não sabiam que filme veriam. Os cartazes estavam cheios de opções, então escolheram ver um desenho. Compraram os ingressos e viram que o filme só começaria uma hora mais tarde. Então resolveram passear pela cidade. Caminharam pela praça central. Davis não falava nada, e Sarah também. O silêncio era perturbador. Ele estava se sentindo esquisito ultimamente, provavelmente por causa de ter que manter segredo para ela. Ele tinha que criar coragem e contar tudo. Mas não agora.

Eles se sentaram em um banco na praça. Sarah sorria por ver algumas crianças brincando de jogar areia no outro. Davis a observava. Ela era bonita. Tinha belos olhos azuis e ele nunca tinha percebido, mas ela tinha uma boca em formato de coração. Seu cabelo castanho comprido até o meio das costas, agora estava em um rabo de cavalo. Ele suspirou e ela se virou. Davis se assustou e virou a cabeça para frente completamente corado.

- O que foi? – perguntou ela rindo de como ele ficou sem jeito.

- Nada – disse ele quase lhe faltando o ar.

- Vamos comprar algumas coisas para comer para a hora do filme? – disse ela. Davis concordou com a cabeça. Então eles foram comprar as coisas.

Quando eles saíram, não perceberam que Billy estava sentado do outro lado do chafariz. Ele tinha percebido que os dois se sentaram ali e ficou observando. Ele sorria de orelha a orelha. De repente chegaram o resto do grupo.

- Compramos bastante coisas para comer Billy – disse Liam.

- É! Compramos refrigerante também – disse Oliver.

- Billy? – chamou Lory acenando em frente ao seu rosto. Ele parecia que estava em outro planeta. – Billy? Estamos falando com você! – disse ela se colocando na frente dele. Ele olhou para ela.

- Eu tive um plano – disse ele de repente. Os outros se olharam.

- Um plano? – disse Amber.

- Um plano? Do quê? – perguntou Lory curiosa.

- Eu estava sentado aqui esperando vocês... – começou ele – de repente eu vi o Davis e a amiga dele, a Sarah, eles se sentarem no outro banco...

- E daí? – disse Liam fazendo uma careta.

- Vai me deixar terminar Liam? – disse ele fechando a cara. Liam se encolheu e Billy continuou:

- Eu fiquei observando eles, vocês tinham que ver – disse ele sorrindo de um jeito maldoso – o Davis olhava para ela com uma cara de bobo e ela nem dava bola para ele.

- Espera! – disse Lory – Você acha que ele está...

- Huhum, eu acho sim – disse ele esfregando as mãos com se estivesse planejando algo – ele está apaixonado por ela. Vocês precisavam ver o jeito dele.

- Mas será que ela sabe? – perguntou Oliver.

- Acho que não, o Davis é um medroso – disse Billy.

- Está bem, e o quê você quis dizer com um plano? – perguntou Amber.

- Semana que vem é o meu aniversário – disse Billy esfregando o queixo como se tivesse barba – e eu vou convidá-lo.

- Convidá-lo? – disseram os outros juntos.

- Vou convidar ela também – disse Billy – se ela for ele não vai ter problemas em ir também - os outros se olharam.

- E qual é o plano? – perguntou Liam curioso.

- Não vou dizer muitos detalhes agora – disse ele – mas a única coisa que posso dizer é que eu vou colocar ele no seu devido lugar.

- E a Sarah? – perguntou Lory.

- Vou trazê-la para o nosso lado – disse ele abraçando Lory pelos ombros – então, seremos um grupo completo.

- Você gosta dela Billy? – perguntou Amber cruzando os braços. Todos olharam para ele esperando sua resposta.

- Talvez... – disse ele meio pensativo.

- Você não gosta dela, você quer é maltratar o Davis, é isso – disse Liam.

- Não, talvez eu goste dela sim – disse ele.

- Está bem ‘“senhor planos”, e como acha que ela vai ficar do nosso lado? – perguntou Lory.

- Essa é fácil! Ele tem que deixar de ser amigo dela, simples – disse ele.

- Como? – disseram todos juntos outra vez.

- Deixem comigo – disse Billy com um sorrisinho, pegando um pacote de salgadinhos e indo em direção ao cinema.

Já tinham se passado uma hora, Sarah e Davis entraram na sala de cinema. Eles tinham comprado varias besteira para comer. Davis pediu a Sarah que não contasse ao seu pai que ele estava comento besteiras. Ela riu e disse que não contaria.

Quando enfim, estavam aproveitando seus lugares privilegiados. Sarah olhou para o lado e viu que Billy sentou ao seu lado. Ele a olhou e fez de conta que ficou surpreso em vê-la.

- Olá! – disse Billy a Sarah.

- Err... oi – disse ela olhando para ele e depois para Davis. Davis parecia não acreditar.

- Oi primo – disse Billy colocando uma pipoca na boca.

- Oi – disse Davis sem nenhuma vontade.

Logo se juntaram Liam e Lory, Oliver e Amber. Sarah olhou para Davis e ele parecia chateado. Logo o filme começou e todos ficaram em silêncio.

Em alguns momentos Billy encostava a mão na mão de Sarah. Ela olhava para ele, e ele se desculpava com um sorrisinho travesso. Ele fez isso muitas vezes no decorrer do filme. Davis, de vez em quando espiava o primo, ele realmente estava dando em cima de Sarah. Justamente a menina que ele gostava? Pela primeira vez, Davis sentiu uma vontade imensa de socar a cara do seu primo.

Mais um tempo se passou e o filme terminou. Davis se levantou e automaticamente pegou o braço de Sarah para saírem pelo corredor. Ele não quis olhar para trás para ver Billy. Queria evitá-lo.

- Por que a pressa Davis? – disse Sarah atrás dele. Ele não respondeu. Só puxava Sarah para fora da sala. Ele não soube exatamente o que estava acontecendo, mas uma coragem repentina de contar a ela o seu sentimento veio à tona. Tinha que abrir seu coração antes que Billy fizesse alguma coisa. Ele não sabia o que era, mas Billy parecia interessado em Sarah. Isso era um problema.

Quando Davis chegou do lado de fora do cinema, ele parou Sarah na sua frente. Ela era um pouco mais alta que ele. Provavelmente por ele ser gordinho é que fez com que fosse ser baixinho. Ele respirava com dificuldades. Sarah o olhou com a testa franzida.

- Você está passando bem? – perguntou ela preocupada.

- Eu... preciso... te dizer uma coisa – disse ele procurando ar.

- Diga – disse ela o olhando.

Davis conseguiu juntar bastante oxigênio em seus pulmões. Respirou fundo e pegou a mão se Sarah. Ela olhou para ele sem entender.

- Sarah, eu quero lhe dizer uma coisa – disse ele.

- Sim.

- É que eu estou...

- Pessoal? – chamou alguém. Davis se virou e viu que era Billy vindo em sua direção. Davis ficou desanimado.

- Por que saíram correndo daquele jeito? – disse Billy.

- O que você quer Billy? – disse Davis incomodado.

- Eu só quero fazer um convite – disse ele.

- Convite? – perguntou Davis desconfiado.

- Sim, quero que você venha na minha festa de aniversário na sexta – disse Billy.

- Você está me convidando para o seu aniversário? – disse Davis sem acreditar.

- Sim eu estou – disse Billy – alias, você também pode ir Sarah – disse ele olhando para ela e abraçando os ombros de Davis.

- Você nunca me convidou para os seus aniversários! Por que agora? – perguntou Davis curioso.

- Primo – disse Billy colocando as mãos nos ombros de Davis – as coisas tem que mudar entre nós, temos que ser amigos – disse Billy. Davis olhava para ele desconfiado.

- Eu não sei.

- Essa semana eu mando o convite, alias eu mesmo vou até a sua casa e levo, está bem? – disse Billy.

- Bem... eu.. – Davis estava desordenado.

- Então está certo – disse Billy dando umas batidinhas nas costas do primo – essa semana eu levo o convite para você – disse o garoto se virando para Sarah – e outro para você – disse ele dando um beijo na bochecha de Sarah e depois indo embora com seu grupinho. Sarah corou com o gesto de Billy. Davis ficou de boca aberta com a audácia do seu primo.

- Você vai? – perguntou Davis a Sarah. Ela o olhou ainda corada.

- Se você for, eu também vou – disse ela.

- Eu não sei – disse Davis pensativo.

- Ele parecia sincero – disse ela.

- Nós estamos falando do Billy – disse ele fazendo uma careta.

- Talvez ele esteja mudando – disse ela dando de ombros.

Davis e Sarah logo foram embora. A mãe da menina foi buscá-los no centro. Billy e seus amigos estavam na praça.

- Bem, eu já convidei os dois – disse Billy – é só eu levar os convites essa semana.

- Você tem certeza do que quer fazer? – perguntou Liam – você não vai machucá-lo não é? Por que eu não quero problemas.

- Relaxa Liam, deixe comigo. Eu não vou machucar ele – disse Billy olhando para o amigo – eu não sou tão mal assim.

Todos se olharam. Eles sempre souberam que Billy era um menino que sempre tinha tudo o que queria. Ele era o principezinho da cidade. Mas também sabiam que quando queria pegar pesado, apesar da pouca idade, ele faria qualquer coisa. Já era de família este tipo de gênio.


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