Tina foi até a mansão para pegar suas coisas. Hannah a acompanhou.
– Vamos logo Hannah! - disse Tina ajeitando outra mochila - Não quero dar de cara com o Billy.
– Está bem - disse Hannah a ajudando.
– Tina? - Eva entrou no quarto.
– Sim vovó - disse Tina.
– Não se esqueça de levar seus remédios - disse a mulher.
– Sim, claro - disse Tina colocando a mochila nas costas e indo dar um beijo na avó - Estou indo vovó.
– Tudo bem, vá com Deus - disse Eva.
As meninas se despediram de Eva e começaram a sair pelos fundos da casa. Como nenhuma das duas tinham carro, eles iriam de ônibus. Quando estavam saindo no portão, Billy chegou com seu carro. Tina olhou para Hannah um pouco apreensiva. Billy desceu.
– Eu quero falar com você - disse Billy indo em direção a Tina.
– Eu não posso agora, estou indo para... - Tina não teve nem tempo de terminar, pois Billy a pegou pelo braço. Ele fez com que ela o olhasse.
– Que história é essa de você estar apaixonada por mim? - disse ele aparentemente chateado.
– Err...
– Fala! - disse Billy quase gritando.
– Bem, err... - Tina tentava achar as palavras.
– Minha nossa! Meu pai estava certo! - disse Billy passando as mãos pelos cabelos - Não dá pra confiar em garotas assim.
Tina olhou para Billy incomodada, pois só o fato dele comentar sobre seu pai a fez perceber como ele era manipulável. Até que enfim, Tina reagiu.
– Como assim o seu pai? - disse a garota - Quer dizer então que você não tem opinião própria? E no que o seu pai estava certo?
– De garotas como você! Garotas que só querem alguma coisa por interesse - disse ele. Tina entendeu o que ele quis dizer e se ofendeu.
– Você está me chamando de interesseira? - disse ela incrédula.
– Eu não sei muito o que pensar com revelações como essas - disse Billy.
Tina respirou fundo, pois estava magoada.
– Quer saber de uma coisa Billy - disse ela apontando pra ele - Eu até poderia me perguntar o porquê eu... err...
Billy esperava ela dizer.
– O que? - perguntou ele.
– Eu te amo - disse ela com um breve suspiro. Billy ficou imóvel - Eu não sou uma garota rica que pode provar ao seu pai que eu sou decente, enfim, não sei o que isso tem haver com sentimento, mas o que eu sinto por você, é real. Agora, se você acredita no que o seu pai diz, eu não posso fazer nada. Mas uma coisa você pode ter certeza - disse Tina com os olhos marejados - A prova do que eu sinto, é o fato de eu saber tantas coisas ruins sobre você, e eu sempre lhe defender. Mesmo sabendo que você não mereceria. Mas eu acho que quando a gente ama, a gente se sacrifica.
Billy ainda estava mudo. Tina olhou para Hannah que ainda esperava por ela.
– Eu preciso ir - disse Tina. Até que enfim, Billy saiu do transe.
– Aonde você vai? - perguntou ele.
– Vou passar um tempo na casa da Hannah - disse Tina se aproximando da amiga.
– Quem é Hannah? - perguntou Billy. Tina olhou para a amiga e revirou os olhos.
– Ela - disse Tina apontando para a garota que estava um pouco nervosa.
– Quer dizer então que você vai fugir de mim! - disse Billy.
– Eu não vou fugir - disse Tina já começando a caminhar - Eu só quero ficar longe um tempo - ela parou e se virou para Billy - Acho que você precisa ficar sozinho por um tempo também - assim, ela se foi.
Davis chegou a sua casa e logo foi começar a arrumar suas coisas para a viagem. Ele ficaria duas semanas longe, e longe de Sarah. Ele pensava nela a cada coisa colocada em sua mala. Às vezes olhava para o telefone, com uma vontade de ligar pra ela, mas logo deixava esses pensamentos pra trás. Provavelmente um tempo fora, permitisse aos dois uma prova se os sentimentos de ambos eram realmente reais e se suportariam ficarem separados. Com um suspiro, ele olha para a mala já pronta.
– Ainda tem a chance de não ir! - disse Alex escorado na porta.
– É melhor assim pai. Eu vou ir - disse Davis se virando para olhar o pai.
– Tudo bem. Se você está certo disso! - disse Alex.
Davis ficou em silencio e se sentou na cama. Alex sabia que o filho estava triste ultimamente e se sentou com ele.
– Sabe, quando eu conheci a sua mãe - Alex começou - Ela tinha chegado com a mãe dela, e era uma menina triste, pois o pai tinha as abandonado e elas estavam sozinhas disse Alex com um sorriso de saudade Então minha mãe deu um emprego a sua avó. Eu amei a sua mãe no primeiro momento que a vi. Nos tínhamos 9 anos, nos criamos juntos e éramos confidentes um do outro. Eu sabia que ela me amava também, mas eu sabia que ela se sentia em relação a mim. Um garoto rico que poderia ter todas as meninas que quisesse, mas ela mal sabia que eu era apaixonado por ela. Foi então que eu revelei meus sentimentos a ela no meu aniversário de 13 anos - Alex sorriu com o pensamento - Lembro bem! - disse ele rindo. Davis ouvia atentamente a história sorrindo - Ela levou um susto quando eu disse e logo eu a beijei. O fato de ela ter só sorrido pra mim logo depois do beijo, era a resposta que ela sentia o mesmo. Ela me amava. Logo depois ... - Alex olhou para Davis - Eu não me importei com mais nada e mais ninguém. Eu só queria ficar com ela. E depois aconteceu o que você já sabe - disse Alex dando de ombros.
– Queria tanto ter conhecido ela - disse Davis sorrindo tristemente.
– Às vezes você é muito parecido com ela - disse Alex abraçando o filho pelos ombros.
– Como?
– Quando você cai você logo se levanta mais forte. Ela era assim. Mas também tem o suporte - disse Alex.
– Suporte?
– O meu era a sua mãe, o seu é a Sarah - disse Alex. Davis sorriu - Tudo o que você já passou filho, só prova como você é forte. Sua mãe era assim. Ela era meu porto seguro onde eu me segurava nos momentos difíceis.
– Por que você acha que é a Sarah? - perguntou Davis.
– O amor de uma mãe e de um pai você sempre vai ter - disse Alex apontando para si mesmo - Mas o amor de uma mulher, é algo diferente, algo que nos dá mais força. Mesmo nos momentos difíceis, o amor ganha.
– Ela disse que me ama pai - disse Davis.
– Então não duvide que vai dar certo. No fim, tudo vai ficar bem - disse Alex dando um beijo na testa do filho e saindo do quarto deixando Davis com seus pensamentos.
Logo depois, Davis decidiu ir para a cama, pois na manhã seguinte iria para Nova Iorque. Ele deu uma olhada em seu relógio e viu que era cedo. Olhou para o telefone e estava se aguentando para ligar para Sarah. Mas resistindo, não ligou. Se concentrou em outras coisas e logo adormeceu.
Na manhã seguinte, ele partiu.

Era o ultimo dia de aula antes das férias de verão. Os alunos até estavam animados planejando o que fariam no tempo livre. Sarah, Amber e Lory estavam sentadas no pátio da escola quando Wesley e Mike apareceram.
– Olá lindas? - disse Wesley sorrindo seu sorriso latino.
– Olá Wesley - disse Sarah sorrindo - Olá Mike?
– Oi - disse Mike um pouco encolhido, pois Amber sorria pra ele.
– Então sol... - disse Wesley sentando ao lado de Lory - Ainda está de pé nosso encontro não é?
– Encontro? Que encontro? - disse Lory com um falso esquecimento. Wesley perdeu o sorriso.
– C-como assim não sabe sobre o nosso encontro? O que eu disse ontem pra você e...
Lory ria com uma cara de 'peguei você!'. Ele entendeu e balançou a cabeça inconformado.
– Sol sol. Quer me matar do coração! - disse ele com uma careta.
– Eu não me esqueci! - disse ela dando um empurrão em seu ombro.
– Então Mike, o que vai fazer nas férias? - perguntou Amber. Todos olharam para o garoto que arregalou os olhos.
– E-eu?
– Sim! O que pretende fazer? - continuou Amber.
– E-eu ainda não sei.
– É, eu também - disse Amber fazendo beicinho.
– A gente pode marcar de sair juntos algum dia - disse Wesley.
– Seria legal! - disse Amber batendo palminhas.
– Quer dizer, logo depois do meu encontro com a sol– disse Wesley dando uma piscada para Lory que só achava graça da situação.
– E o que você acha Sarah? - perguntou Amber - Sarah? - insistiu Amber, pois Sarah parecia procurar algo.
– O Davis não veio - disse Wesley. Sarah logo olhou para ele.
– Ok - disse Sarah parecendo decepcionada.
– Na verdade... - Wesley colocou a mão no bolso e tirou o pen drive - Ele me pediu pra entregar isso a você disse ele entregando o objeto para Sarah. Ela pegou e olhou para Wesley sem entender.
– Por que ele me mandaria isso? - perguntou Sarah.
– Não sei - disse Wesley dando de ombros.
– E por que ele não me entregou pessoalmente? - disse Sarah.
– É por que ele foi embora da cidade - disse Wesley. Sarah arregalou os olhos e ficou pálida. Wesley, vendo a cara de Sarah, logo tentou arrumar as coisas.
– Não! Não pra sempre! É só no tempo das férias - disse ele. Sarah relaxou os ombros - Ele foi pra Nova Iorque pra trabalhar com a tia.
– Ele vai passar as duas semanas? - perguntou Sarah com uma pontinha de tristeza.
Wesley concordou. Sarah olhou o pen drive. O que será que tinha ali?
No fim das aulas, os alunos vibraram. Era férias! Todos corriam para fora para se despedirem dos amigos que iriam viajar e outros simplesmente iriam ficar na cidade. Sarah não via a hora de ir para a casa e ver o pen drive que Davis a deixou. Lory e Amber iriam para a sua casa também para passarem a tarde juntas.
– Férias! - disse Amber abrindo os braços como se estivesse sendo libertada.
– Vamos meninas - disse Sarah apressada.
– Calma Sarah - disse Lory.
– Sarah? - alguém chamou. Sarah se virou e viu Mona bem na sua frente.
– Mona! - disse Sarah sem acreditar, a garota não tinha juízo.
– O que você quer com a minha prima? - disse Lory parando em frente à Mona.
– A conversa não é com você - disse Mona de um jeito serio.
– Tudo bem Lory - disse Sarah afastando Lory que olhava Mona com um olhar de morte - O que você quer? - perguntou Sarah.
– Err... é sobre o Davis - disse a garota.
– Sobre o Davis? Mona, eu não quero falar sobre isso! Eu ...
– Eu e o Davis nunca ficamos juntos! - disse Mona de repente. Sarah se calou. Amber e Lory se olharam.
– Como é? - perguntou Sarah mal conseguindo respirar.
– Ele nunca quis nada comigo. Nunca ficamos juntos - disse a garota parecendo consciente do que falava.
– Por que você fez isso? - disse Sarah.
– Eu não sei.
– Piranha! - disse Lory olhando para ela com raiva.
– É, é isso mesmo - disse Mona dando de ombros.
Sarah baixou a cabeça. Ela julgou Davis quando ele jurava a ela que não tinha feito nada. Sarah teve vontade de se jogar no chão e chorar feito uma criança pequena. Mas se conteve.
– Por que você está me contando isso? - perguntou Sarah.
– Por que... o que o Davis me disse ontem, e o que você me disse... é verdade. Eu não sei o que é amar alguém e também nunca alguém me amou. Acho que não foi justo o que eu fiz com vocês - disse Mona de cabeça baixa. Sarah até não deveria sentir isso, mas ficou com pena de Mona. Ela sabia que Mona morava com a mãe e o padrasto e eles não tinham uma boa relação, pois o homem tinha problemas com bebidas e drogas. Era uma família bem desestruturada. Mona era o reflexo da falta de amor e carinho. Parecia feliz por fora, mas por dentro, era triste.
– Mona, eu deveria ficar uma fera com você por ter feito o que fez, mas eu lhe perdoo - disse Sarah. Mona a olhou.
– Me perdoa?
– Que vantagem eu teria ficando com raiva de você? Nenhuma! Seria perder meu tempo! Então eu perdoo.
Sarah se virou para ir embora.
– Ele realmente lhe ama - disse Mona. Sarah a olhou.
– Eu sei - disse Sarah sorrindo - Eu também.
Sarah saiu com Lory e Amber logo atrás. Mona ficou parada por algum momento e logo avistou Billy saindo do prédio da escola. Ela foi em sua direção.
– Billy! - ela chamou se aproximando - Tome! - ela jogou os pares de brincos pra ele. Ele pegou no ar.
– Por que você está me devolvendo isso? Eles são seus! - disse ele sem entender.
– Eu não quero - disse ela se virando e saindo, mas Billy a alcançou.
– Eu não entendi muito bem! - disse ele parando em sua frente.
– Estou devolvendo - disse ela apontando os brincos.
– Mas por quê?
– Eu acho que... eu não sou assim... tão má - disse ela determinada. Billy começou a rir.
– O que deu em você?
– Eu não sei, só sei que foi bom o que eu fiz - disse ela com as mãos na cintura.
– E o que você fez? - perguntou ele irônico.
– Disse a Sarah que não aconteceu nada entre o Davis e eu - disse ela. Billy perdeu o sorriso.
– Você disse? - disse ele preocupado. Mona se aproximou de seu ouvido.
– Mas não se preocupe gatinho! Não falei de você, por que isso é uma coisa que você tem que fazer - disse ela se afastando e olhando pra ele - Eu dou a você alguns dias, se não contar, eu conto. Não vou levar a bronca sozinha meu bem, por que você sabe que o Davis vai acabar sabendo - disse ela dando uma piscada e saindo.
Billy ficou com muita raiva da traição de Mona. Pegou os brincos e jogou em uma lata de lixo. Agora ele estava nas mãos de Mona. Se Sarah e Davis souberem do seu plano, com certeza vai ser um problema.
Sarah chegou a sua casa e correu para o quarto. Lory e Amber ficaram na sala esperando. Ela se sentou em frente ao seu computador e colocou o pen drive. Havia duas pastas. Uma dizia mensagem, e outra música. Sarah abriu primeiro a pasta da mensagem.

Sarah ...
Será que poucas palavras explicam o que eu sinto? Pois só vou escrever isso...
EU TE AMO!
Davis.

Sarah sorriu emocionada com as poucas, mas profundas palavras de Davis. Ele nunca tinha falado aquilo para ela, mesmo assim, ela estava feliz.
– Eu também Davis, eu também - disse ela.
Logo ela abriu a pasta da música. Havia um tipo de vídeo. Emocionada e feliz ela abriu o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=dUpSREIjapY

Sarah ainda olhava a tela do seu computador sem palavras. Nunca em uma música, ela iria ouvir um pedido de desculpas tão lindo. Ela tirou o pen drive e o beijou, e o apertou no peito.
– Eu perdoo por que eu te amo Davis!