Sarah voltou para a casa eufórica. Não via a hora de chegar e contar a sua mãe que conseguiu fazer um amigo. Ela entrou correndo pela cozinha onde estava Anna.

- Mamãe, mamãe! – disse a menina dando pulinhos.

- Nossa! – disse a mãe sorrindo – O que aconteceu para você estar assim? – disse Anna arrumando as coisas para o jantar.

- Encontrei um amigo! – disse a menina pegando um pedaço de cenoura.

- É mesmo? Que ótimo querida! E como ele se chama? – perguntou a mãe.

- Davis.

- Um nome muito bonito.

- É!

- Algum dia você pode chamá-lo aqui para vocês brincarem e comerem um lanchinho – disse Anna.

- É uma boa ideia mamãe – disse Sarah.

- Me ajuda com o jantar, meu bem? – disse a mãe para a filha.

- Sim.

Mais tarde, Brad já tinha voltado da casa de seu pai. Ele disse que além de seus pais, viriam seus irmãos e seus sobrinhos e que todos estavam ansiosos para conhecerem Sarah, que na verdade só a conheciam por fotos.

Brad conheceu Anna em uma excursão que fez pelo Brasil. Ele era o turista, e ela era a guia. Foi amor à primeira vista. Logo ele decidiu ficar morando no Brasil e se casar com Anna. Logo depois do casamento eles tiveram Sarah. Anna fala muito bem em inglês e Brad aprendeu muito bem o português. Os dois ensinaram bem a filha a falar inglês, no caso de que tivessem que morar nos Estados Unidos.

Já era a hora dos Taylors chegarem e Anna já tinha arrumado tudo para receber a todos. Logo apertaram a campainha. Brad foi atender. Realmente vieram todas as pessoas que ele citou. George Taylor, o avô, era um homem de sessenta e sete anos, alto e magro, cabelos um pouco grisalhos, olhos azuis e muito sorridente.

Susan Taylor, a avó, era uma mulher de sessenta e cinco anos, não muito alta e não tão baixa, magra, cabelo caramelo, olhos castanhos claros e muito simpática.

Brad tinha mais dois irmãos, Tony e Carol. Tony era o irmão mais velho, e era parecido com Brad, alto, magro, cabelos castanhos claros e olhos azuis. Carol era parecida com sua mãe, um pouco baixa, cabelos loiros e olhos castanhos, porém, estava grávida de seu primeiro filho. Tony era casado com Patrícia e tinham os gêmeos Liam e Lory, ambos da mesma idade de Sarah, onze anos. Carol era casada com Richard e ela era a irmã mais nova de Brad.

- Sejam todos bem vindos! – disse Anna.

- Pessoal, está é a minha esposa Anna e a nossa filha Sarah – disse Brad abraçando as duas.

- É um prazer imenso conhecê-la Anna – disse Suzan, a avó – e também estou muito feliz em conhecer minha neta Sarah – disse ela puxando a menina e a abraçando.

- Estávamos ansiosos com a chegada de vocês – disse George, o avô.

- Trouxe um bolo Anna, espero que goste – disse Carol com simpatia.

- Muito obrigada cunhada – disse Anna pegando o bolo.

- Não víamos a hora de vocês estarem aqui – disse Tony.

- Demorou, mas enfim, viemos para ficar irmão – disse Brad abraçando o irmão.

 Logo todos foram jantar. Foi um momento realmente muito bom e agradável. Os Taylors eram pessoas muito unidas. Todos estavam felizes pela volta de Brad e sua família, pois agora sim os Taylors estavam completos.

Depois do jantar todos foram para a sala para apreciar o bolo feito por Carol e tomar um chá e conversar mais. Sarah quando viu a oportunidade, convidou os primos Liam e Lory para brincar, então as crianças saíram para o pátio.

- Meu pai disse que irei estudar na mesma escola que vocês – disse Sarah.

- Pelo jeito acho que sim, não é Liam? – perguntou Lory se virando para seu irmão.

- Vai ser muito bom! – disse ele.

-Vocês têm mais amigos? – perguntou Sarah.

- É claro que sim, nós somos os mais populares da escola – disse Lory.

- É sério? – disse Sarah encantada.

- É sim, todos querem ser nossos amigos, mas nós é que escolhemos nossos amigos – disse Liam.

- Exatamente Liam, nós populares não nos metemos com qualquer um – disse Lory arrumando os cabelos.

Os gêmeos Liam e Lory eram loiros de olhos castanhos claros. Liam era mais velho por um minuto de diferença , mas Lory parecia ter a personalidade mais forte que o irmão.

- Eu também posso ser popular? – perguntou Sarah com esperança. Os gêmeos se olharam e pensaram.

- Bem... quem sabe – disse Lory olhando sua prima da cabeça aos pés. E ela só tinha onze anos!

- Isso seria ótimo! E eu também poderia convidar meu amigo Davis para entrar no grupo e...

 - Espere! – disse Liam cortando sua prima – De que Davis você está falando? – perguntou o menino.

- É! De quem você está falando? – disse Lory.

- Davis é meu amigo, conheci ele hoje e ele é bem legal, ele mora na outra rua e... – Sarah foi interrompida outra vez, mas pelas gargalhadas de seus primos. Ela os encarou completamente confusa.

- Você está falando do nerd bolinha? – disse Liam limpando as lágrimas pós - gargalhada.

- Sim – disse Sarah.

- Você não pode ser amiga dele – disse Lory olhando sua prima.

- Por que não? – perguntou ela confusa.

- Por que ele não está ... – disse Lory – dentro dos padrões da popularidade.

Neste momento, Sarah se lembrou de quando Davis disse a ela sobre o que as outras crianças faziam com ele. E ela se sentiu estranha por saber que uma destas crianças eram seus primos.

- Sabiam que vocês o magoam? – disse Sarah ficando séria.

- E daí? Ele esta acostumado a ficar sozinho! Ele gosta! – disse Liam.

- Ele não gosta não! – disse Sarah balançando o dedo.

- Ele é esquisito – disse Liam fazendo uma careta.

- Não é não, ele é legal – disse Sarah cruzando os braços.

- Então eu acho que você não pode ser popular – disse Lory também cruzando os braços.

- Por quê? – insistiu Sarah.

- Como eu disse, se você quer a popularidade você não pode ter qualquer amigo – disse Lory.

Mesmo Sarah nunca ter tido quase amigos, ela sempre foi ensinada por seus pais a respeitar a todos, independente de quem sejam. Naquele momento ela estava chateada com seus primos.

- Então eu não quero ser popular – disse Sarah agora colocando as mãos na cintura. Os irmãos se olharam e Lory deu um sorrisinho irônico.

- Realmente você não estaria a nossa altura mesmo – disse Lory dando de ombros.

Sarah ficou brava, se virou e entrou na sua casa. Não quis mais falar com seus primos.

Depois de uma hora, todos os Taylors foram embora. Sarah foi para seu quarto e lá, ficou pensando em tudo que ouviu de seus primos. Não poderia deixar de ser amiga de Davis. Ele era um garoto solitário e precisava de amigos. E ela poderia ser sua amiga.