Já fazia dois meses que Davis partiu, e Sarah ficava mais em casa com seus pais do que saia para a rua. De vez em quando ela pegava sua bicicleta e andava pelo bairro. Ela passava em frente à casa de Davis, fechava os olhos com força e depois de alguns segundos os abria. Talvez ela estivesse em um sonho, e que tudo a que aconteceu, não aconteceu realmente. Mas tudo não passava de realidade. Sarah precisava esquecê-lo para sempre. Precisava esquecer Davis.

As aulas já tinham começado. E ela ainda não tinha feito nenhum amigo. De vez em quando Billy queria falar com ela, mas ela corria dele. E até seus primos tentavam alguma proximidade, mas ela os deixava falando sozinhos.

Era assim quase todos os dias. Aula e casa. Seus pais não sabiam mais o que fazer. Como a tirariam de seu quarto. Mas Brad e Anna sabiam o por que disso. Ela sentia falta do amigo. Já estavam começando a ficarem preocupados com essa falta de ânimo de Sarah.

Brad Taylor começou a ajudar seu pai nos negócios da família, já Anna conseguiu um emprego de guia turística na cidade, já que o lugar sempre recebe turistas todos os anos.

Aos poucos os pais de Sarah quando tinham folga, a levavam para sair de casa. Passeavam no centro da cidade para fazer compras, fazer lanche e viajavam para outras cidades. Queriam animá-la. Ela só tinha onze anos, não poderia ficar assim.

Devagar, Sarah estava começando a ficar mais animada e se enturmar com outras crianças. Eles eram considerados só colegas de aula, não amigos. Sarah era uma boa aluna, os professores gostavam dela. Eles diziam que ela era uma menina muito carinhosa, amiga de todos e muito atenciosa. Todos gostavam dela.

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Agora, já se fazia seis meses sem Davis, e Sarah já estava aos poucos o esquecendo.

Ela estava caminhando no pátio da escola sozinha, quando viu o grupinho de Billy sentado em alguns bancos. Ela quis disfarçar para ir embora. Mas quando estava dando um passo para sair, alguém chamou seu nome, ela se virou, e viu Billy vindo a sua direção. Ela estava buscando em sua cabeça algo para poder dar uma desculpa para fugir dali.

- Oi? – disse Billy se aproximando.

- Oi Billy, eu já estava indo por que...

- Eu sei. Você ainda não quer falar comigo – disse ele.

- Não! É que... – disse ela encontrando desculpas.

- Qual é Sarah! Eu sei que você não precisa ir fazer nada – disse Billy.

- Está bem Billy – disse ela com um suspiro – o que você quer?

- Gostaria de saber como você está! – disse Billy.

- Eu... estou bem – disse ela ajeitando a mochila nas costas. Na verdade, não queria falar de seus sentimentos naquele momento.

- Sei... – disse Billy a olhando.

- É só isso? Para saber como eu estou? Se é só isso, eu estou indo. Tchau! – disse ela se virando e indo embora. De repente Billy corre do seu lado e a pega pela mão. Ela se vira para olhá-lo.

- Não vai embora Sarah! – disse Billy ainda segurando sua mão – Eu só quero ajudar!

Sarah gostaria de correr dali, mas algo no jeito que Billy falou com ela a fez desistir. Ela até poderia ter alguns amigos, mas ela se sentia sozinha. Ninguém era como Davis. E provavelmente ela nunca mais o veria. Precisa de companhias. De amigos.

- Eu só... eu... – disse ela de cabeça baixa.

- Não precisa se explicar, eu não vim até você para lhe fazer perguntas... sobre ele – disse Billy. Sarah suspirou. – eu lhe chamei para convidar você para algo.

- Algo? – disse ela curiosa.

- Sim.

- E o que é?

- Sarah? – disse Billy segurando seus ombros – Você quer entrar para o nosso grupo? – perguntou Billy.

Sarah não sabia o que responder, não estava em seus planos ser parte do grupinho de Billy, e muito mais, ser popular.

- Billy! Eu...

- Não precisa dar a resposta agora. Pense bem, depois você me responde – disse ele sorrindo.

- Mas, e os outros? – disse ela apontando para o resto das crianças.

- Eles concordam comigo, você seria muito bem vinda ao nosso grupo – disse Billy.

- Até meus primos? – perguntou ela desconfiada.

- Mas é claro! As meninas estavam conversando, daqui a alguns anos, elas estavam pensando em entrar para as lideres de torcida, e elas queriam mais alguém para entrar juntas – disse o garoto.

- Lideres de torcida? – disse Sarah.

- Sim.

Sarah pareceu pensar. Lideres de torcida! Era algo que ela via nos filmes que ela assistia quando ainda morava no Brasil. Ela ficava sonhando com aquelas roupas lindas que as meninas usavam, e aqueles pompons. Mas muitas daquelas meninas eram chatas e esnobes. Se ela se tornasse uma líder de torcida, não queria ser assim. Ela só queria ser a Sarah.

- Então? – perguntou Billy a tirando de seus pensamentos – Você vai me responder agora, ou vai me responder depois?

- Eu... – disse ela inda pensando.

- Você... – disse Billy esperando sua resposta.

- Só com uma condição – disse Sarah levantando um dedo. Billy sorriu.

- Está bem – disse ele.

- Eu entro no grupo de vocês, mas eu não quero ser chata nem esnobe, ouviu? – disse ela – E também que eu possa conversar com quem eu quero. Nada de escolher com quem eu tenho que falar – disse ela seriamente. Billy ficou de queixo caído, mas sorria.

- Tudo bem! Fechado! – disse ele estendendo a mão para fecharem o acordo.

Com um breve suspiro, Sarah apertou a mão de Billy. Ele não soltou sua mão, pois a estava levando em direção aos outros do grupo. Sarah ficou nervosa. Era um grupo completamente diferente. Mas ela não queria ficar sozinha.

- Pessoal, deem olá para a nossa mais nova integrante do grupo – disse Billy para os outros.

- Olá – disseram os outros.

- Oi – disse Sarah timidamente.

- Eu sempre soube que você tinha um toque popular – disse Liam, seu primo, se levantando.

- Obrigado Liam – disse Sarah.

- Menina! Como o seu cabelo é bonito! – disse Amber, também se levantando para ir mais perto de Sarah.

- Err... obrigado – agradeceu outra vez. Ela achava que eles estavam fazendo aquilo para fazerem ela se sentir mais a vontade.

- Seja bem vinda prima – disse Lory.

- Valeu Lory.

- É bom quando o grupo cresce, ainda mais com uma menina bonita – disse Oliver com um sorrisinho. Sarah corou. Billy deu um tapa na cabeça do garoto, fazendo seus cachinhos voarem para frente. Todos começaram a rir. Sarah relaxou, e começou a rir também.

- Foi mal – disse Oliver passando a mão pelo cabelo.

- Tudo bem – disse Sarah sorrindo.

Eles ficaram ali conversando por um tempo. Falavam sobre o que queriam no futuro. Sarah, aos poucos foi se sentindo a vontade. Talvez eles não fossem tão ruins assim. Pelo menos era o que ela achava.

O tempo foi passando e o grupo de Billy era o mais popular da escola. Sarah, Lory e Amber eram consideradas as mais bonitas da escola. Já Billy, Liam e Oliver eram os meninos mais desejados pelas meninas.

Ninguém superava eles.