Aniversário De Hinata Hyuga escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 5
Ao Pôr do Sol


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem galera! Foi muito divertido escrever esse capítulo!



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Naruto bateu com a cabeça na parede com tanta força que seu cérebro chacoalhou. Como pude ser tão burro? O garoto se punia. Ficara tão preocupado em fazer o convite à Hinata que não programara o que iam fazer juntos neste tal encontro que armara. Teria que decidir com ela, pois agora já estava atrasado. Despiu-se da toalha molhada e enfiou uma cueca e calças limpas e escolheu a melhor camiseta que tinha. Esfregou a toalha nos cabelos que ainda pingavam do banho e pegando o sapo que estava – por sorte - lotado de dinheiro, saiu de sua casa para buscar Hinata.

...

O loiro chegou todo atrapalhado à residência dos Hyuga. Decidiu no meio do caminho comprar flores para a garota, mas desistiu na última hora, não podia forçar a barra no primeiro dia que eles estivessem saindo, Hinata teria um ataque do coração, então acabou não comprando nada, e ficou com peso na consciência o resto da noite. Ficou parada à porta, lembrando-se em um momento de aflição que teria que conhecer o velho Hyuga mais cedo ou mais tarde e ficou bolando diversos planos de fuga (com a Hinata, é claro) caso o velho abrisse a porta e o socasse antes que pudesse falar alguma coisa.

Naruto passou a mão na testa, jogando os cabelos espetados para trás. Estou suando frio. Isso não é bom, dá ao inimigo, chances de perceber que estou nervoso. Uma voz calma e superior falou por suas costas.

–Uzumaki, acalme-se!

Era Neji. Vestido casualmente, os cabelos negros estavam soltos e batiam quase na cintura do menino, com uma camiseta braca, calças pretas e sem a bandana ninja Naruto podia ver o símbolo que carregava na testa, o símbolo da família secundária. Quase como se zombasse do nervosismo de Naruto ao mesmo tempo acalmou-o, continuou:

–Olha, isso não é uma luta. A Hinata não vai te morder - abaixou o tom e continuou – é mais provável que você faça isso. Então, preste atenção, você sofrerá a minha ira se magoá-la entendeu?

–C-claro. Pode deixar comigo.

–Vá com calma hoje. Hinata já está nervosa, um passo em falso, seu cabeça dura e pode acabar estragando tudo. Nenhum de nós, nem eu nem Hinata entendemos ou ao menos sabemos os seus propósitos, você deve se explicar a ela.

Naruto abriu a boca para falar, mas Neji continuou sem nem prestar atenção.

–Você nem vai precisar se preocupar com Hiachi, o pai dela.

Neji piscou para o loiro e desapareceu. A próxima atitude foi rápida, para não ter desistências. Bateu à porta. Quem atendeu foi Hinata que logo corou. Ela estava com os seus longos cabelos escuros soltos caindo sobre as costas. Uma camiseta pólo lilás e uma saia preta de babados até a metade da coxa. Usava sandálias também pretas trançadas,

–A-ah, Naruto. Oi.

–Oi, eu vim te buscar, sabe como cominamos, isto é se não tiver problema.

–Tudo bem. Já estou pronta. – a garota fixou seus olhos perolados nos do loiro, fazendo-o engolir em seco – Vamos?

Os dois saíram dos perímetros da casa e Naruto logo disparou, meio que desesperado:

–Hinata, eu não planejei nada especial pra nós fazermos, então...o que você gosta de fazer?

A garota apoiou a mão no queixo pensativa, sem parar de caminhar.

–Não sei... Poderíamos ir ver o pôr do sol perto do lago e depois, se ficarmos com fome ir comer no Ichirako.

–Você gosta do Ichirako? – o loiro espantou-se.

–Sim e-e eu sei que você adora. – disse baixinho.

–Adoro? Eu sou fanático.

Hinata deu uma risadinha e isso encheu Naruto de esperanças.

Chegaram ao lago sem mais demoras para que não perdessem o por do sol que já começava e sentaram, os dois, com alguns centímetros de distância, num banco de madeira velho em frente ao lago. Naruto se apoiou com o dos braços no encosto do banco quase encostando no ombro de Hinata, mas o garoto tomou cuidado para não fazer nada, como Neji lhe avisara, e pôs-se a observar sol. Era lindo! Naruto se esquecera a última vez que assistira a um por do sol tão bonito. Cores diversas se misturavam, azul, rosa, roxo, laranja r amarelo, iluminavam todo horizonte do lago e as cores e a luz refletiam na água como um espelho que produz um reflexo.

Uma brisa fria avisava que a noite vinha vindo e bagunçou os cabelos do loiro, que nesse momento olhou para o lado e viu Hinata com os olhos grudados no sol poente, admirada. O brilho do sol se estendia por seu cabelo e a brisa os remexia, Naruto queria tanto se inclinar e cheirá-lo naquele momento, e o botão aberto da camiseta pólo da garota o permitia ver um pouco do contorno dos seios, ele desviou os olhos correndo com as bochechas ardendo. O que é que eu estou fazendo, olhando o por do sol e os peitos da Hinata, enquanto devia ser legal e romântico com ela? Enquanto devia conversar?

...

O que eu estou fazendo? Por que não falo alguma coisa? Esperei tanto por esse momento, minha vida toda poder conversar com Naruto a sós e agora...hmpf, talvez eu deva parar de me preocupar...

–Sabe, eu acho o por do sol lindo e romântico, mas eu prefiro o nascer do sol, pois não gosto de presenciar mortes, como a morte de um dia. – e fixou seu olhar no loiro constrangida. – Não me entenda mal, eu amei seu convite e o por do sol e só que...

–Tudo bem, Hinata, eu entendo. Relaxa você está só dizendo o que pensa, e eu gosto de saber.

–Gosta?

–Nos conhecemos desde criança, mas eu conheço a Hinata carinhosa, prestativa, forte, imbatível.

–V-você me acha imbatível?

–É claro! Adoro seu estilo de luta. Dentre todos as garotas da vila, da nossa idade, sinceramente não há ninguém que eu admire. Veja só, Sakura não tem graciosidade, nem a Ino, muito menos a Tenten, mas você... - a garota devia estar vermelha, pois Naruto parou de falar e disse coçando a cabeça - Me desculpa, acho que exagerei. – acrescentou mexendo nos cabelos.

–Não, tudo que eu sempre quis foi reconhecimento de colegas ninjas, principalmente você que eu tanto admiro. – ela pausou, pensando em tudo que queria conversar com o loiro, todas as perguntar que queria fazer – Naruto...

–Sim? – ele a olhou intrigado.

–Tem algum motivo especial para ter me chamado?

O garoto, ao olhar de Hinata pareceu travar, abriu a boca, mas não disse nada, os olhos arregalados e os ombros tensos.

–Bem... eu quero ser mais que um colega ninja para você, mas antes tenho conversar com você, conhecê-la melhor, então, não fique tão quieta perto de mim, a única coisa que eu quero é me aproximar de você, sei que talvez já tenha perdido um pouco de tempo demais, mas vale a pena tentar sermos... er mais próximos.

O coração da garota acelerou e ela sabia que estava corando, não era culpa dela, era tímida demais e perto do Naruto era difícil controlar. Mas não impossível, pensou ela. Respirou fundo e olhou fixamente para o loiro.

–Tudo bem. Eu também quero isso. Vamos conversar enquanto estamos indo para o Ichirako? – e apontou para o caminho de onde vieram.

Ele observou o caminho, respondeu e sorriu um sorriso largo:

–Certo.

...

Naruto e Hinata voltaram, ele a observava enquanto ela falava. Insistira que ela devia responder as perguntas dele primeiro e ela não negou.

–Como é fazer parte da família Hyuga? Digo da primeira linhagem.

Ela pareceu hesitar na resposta por um momento.

–Difícil. Eu sempre fui a mais fraca da família, nunca resistia aos treinos, sempre perdia tanto para Hanabi, quanto para Neji que é da família secundária. Meu pai dizia que eu era a vergonha do clã e chegava a me deixar isolada de todos, para que eu percebesse que tinha que me esforçar mais. Mas, bem... Eu já estava me esforçando, ninguém gosta de ser olhado com desprezo, não é?

E olhou para ele, aqueles olhos tão carinhosos e amáveis, que sabiam quanto Naruto havia sido olhado com desprezo.

–Kurenai Sensei me ajudou quando eu mais precisava, mas não foi só ela que me ajudou a prosseguir.

–Quem? – perguntou o loiro curioso.

–Você, Naruto.

–Eu? – ele ficou indignado. Como é que ele podia ter ajudado ela a prosseguir se nessa época mal se conheciam e ele não era aceito por ninguém?

–Sim. Eu via você, sendo rejeitado por todos, se metendo em confusão para chamar atenção, fingindo ser rebelde e estar feliz, mas eu via dentro de você o menino triste e forte que conseguia seguir em frente e dar duro para ser aceito e percebi que eu queria ser como você.

Naruto sentiu os olhos arderem. Como eu não percebi antes que ela se sentia assim? Que me admirava? Tudo que ele sempre buscou foi isso e ela sempre esteve ali na frente dele, ali por ele. Lembrava-se de quando ela fora a única que arriscara a vida para salvá-lo de Pain. Aquele dia era meio nublado na cabeça do garoto, mas além de ter-se reencontrado com o pai, ele lembrava que Hinata tinha dito, “Eu te amo”. Por que não agi naquele dia? Estava tão distraído que não percebeu quando ela voltou a falar.

–...fácil fazer parte dos Hyuga. Meu pai me acolheu de novo e não existem mais brigas entre Neji e eu. – Hinata sorriu para ele. – Bem, e você? Como está agora?

–Estou bem. Quero dizer, queria muito ter meus pais comigo, ainda mais agora que eu os encontrei, e conversei com eles em meu subconsciente, mas eu estou bem agora. Tenho a Vontade de Fogo e um sonho e é isso que me move. Konoha. E não só a vila em si. As pessoas que moram nela. Tenho Iruka Sensei, a Vovó Tsunade, todo o pessoal.

Naruto pausou e olhou para a garota ao seu lado e continuou:

– Sabe, é normal a gente perder muita coisa durante a vida, eu sou prova disso. Meus pais, o Sasuke que se foi, o Sábio Tarado. Mas eu não quero perder mais, quero ganhar.

–Sei... Nós podemos ganhar, nem sempre, mas pelo menos as vezes não perdemos tudo.

–É, agora chega de papo deprê, por que se não eu vou chorar.

Hinata riu e como sempre aquele sorriso alegrava o coração do loiro. Depois de alguns minutos chegaram ao centro, onde estavam os restaurantes e lojas da Folha, só para descobrirem que o Ichirako estava fechando. Naruto passou apressado pelos panos, inclinando-se para frente com uma expressão indignada no rosto. O velho cozinheiro ainda estava lá, organizando sua cozinha, prestes a fechar, mas Naruto não podia deixar um restaurante fechado estragar sua noite.

...

Ichirako pensava na vida enquanto guardava as tão adoradas panelas. Pensava no seu sonho tão distante de cozinhar em outros lugares e conhecer todo o mundo ninja, todas as outras vilas ocultas e ser reconhecido como o melhor cozinheiro de ramen. Preocupava-se também com sua filha que já deveria estar casada, quando escutou aquela voz conhecida que o atormentava todos os dias, desde pequeno pedindo, “mais ramen, velhote!”

–Ei, velho! Não pode fechar agora, eu quero pedir dois Ramens, será que pode abrir uma exceção para o seu maior freguês?

O velho, irritou-se. Virando-se para ele, sem nem ver direito, apontou o dedo para o loiro e foi dizendo:

–Não vou fazer, porque para você Naruto, é sempre mais de u... – parou repentinamente ao ver que o garoto estava acompanhado. Não acompanhado com qualquer amigo, acompanhado de uma garota. Hinata e lembrou-se da conversa que tivera com o garoto dos olhos azuis mais cedo naquele mesmo dia.

–Não tem problema, N-naruto. Nem estou com fome, podemos ir para minha casa – e ficou vermelha com o comentário e gesticulando freneticamente com as mãos – N-não foi isso que eu quis dizer. Erh... quis dizer que já pode me levar para casa se o senhor Ichirako não puder.

Ichirako apenas observava ainda boquiaberto os dois jovens à sua frente. Hinata parecia envergonhada e nervosa, mas o velho, olhando para o rosto do garoto percebeu que ele não se importava, sorria singelamente, assim Hinata não poderia ver que ele a observava e mais, a admirava. O cozinheiro deu o braço a torcer, pensando na dificuldade que era conquistar uma garota e mesmo que Naruto não deixasse transparecer o nervosismo, ele estava morrendo por dentro.

–Não, Hinata. – disse o velho gentilmente – Vou preparar dois Ramens para vocês e fiquem o tempo que quiserem. – completou com um olhar solidário à Naruto, que arregalara os olhos, não estava acostumado a receber gentilezas.

Os dois sentaram-se, enquanto ele desapareceu cozinha adentro, para preparar as tigelas, até demorou um pouco mais que o necessário para dar privacidade. Eles tinham muito o que conversar.

–Ei, por que estava fechando tão cedo hoje? – berrou Naruto do balcão

–Preciso me preparar, sabem, amanha é aniversário de Konoha.

–O que?!

Ichirako pode ouvir as risadinhas de Hinata.

–Você não sabia, Naruto? – perguntou ela.

–N-não! Vai ter alguma comemoração, então?

–Claro! A vila vai ficar toda iluminada, teremos comidas lanternas, tudo que um aniversário da nossa vila tem direito. E haverá também, uma homenagem à todos os Hokages.

–Entendo...- murmurou Naruto de forma quase inaudível para o velho

...

Hinata, mais que satisfeita, tanto com a comida, quanto com a conversa, era conduzida para sua casa novamente para a sua casa. Estava frio agora e quando uma brisa gélida passou, ela sentiu o corpo tremer e Naruto parou de falar e a encarou:

–Hinata, você está com frio?

–N-não se preocupe, eu estou bem.

–Droga. – o garoto xingou. – Eu devia ter trazido um casaco.

–Na verdade, - ela argumentou – eu devia ter trazido um casaco, como você ia adivinhar? Meninos não sentem tanto frio.

–Eu a convidei devia ter planejado tudo, mas... – Ele a encarou os olhos brilhando e as bochechas avermelhando. Hinata percebeu que engolia em seco e fez força para se preparar para a bomba que ele soltaria. Ele cerrou os olhos. – Meu corpo está quente.Se você quiser e não se sentir incomodada com isso posso ficar mais perto de você, ou te abraçar.

A garota sentiu o rosto ferver, e a tensão no ar, mas se controlou, controlou o nervosismo, a felicidade, todos os sentimentos e respondeu algo como:

–Ah, uhum.

Naruto sorriu levemente e colocou levemente o braço sobre o ombro da menina, protegendo-a do vento, mas não só disso. Quando a lateral do corpo dele colou-se nela, sentiu os ombros relaxarem, inspirou o aroma dele, um cheiro que ela relacionaria apenas à ele, cheiro de garoto, essência masculina (que ele não usava no dia a dia), calor, e felicidade. Levantou o rosto para o dele e a sensação foi incrível, ele a olhava com tanto carinho e ao mesmo tempo ardor, parecia tão aconchegado quanto ela. Hinata pensou que ele fosse beijá-la, mas então sua expressão mudou para receio e ele desviou os olhos e disse:

–É melhor irmos andando. – e depois sussurrou para ela, mesmo que ninguém mais estivesse por perto. – Não quero que pense mal de mim.

Hinata não soube o que responder. Chegaram rápido à sua casa, Naruto soltou-a e gesticulou com as mãos.

–Bem, está entregue.

Os dois se observaram por alguns instantes. Hinata sorriu e disse:

–Boa noite, Naruto.

Já estava virando seu corpo quando, Naruto apoiou sua mão no cotovelo, fazendo-a virar e seu coração acelerar novamente.

–Espere, Hinata... – Os olhos azuis olharam para a porta da casa. – Bem... Eu quero te convidar para ir comigo na festa de Konoha. Sei que você vai com a sua família, mas eu queria ter um tempo da sua companhia na festa. – disse por fim.

–Mas, é claro - disse sorrindo.

Naruto sorriu também.

–Pode avisar para Neji que quero treinar com ele amanha de manha?

–Claro. – e Hinata se despediu – Boa noite, até a festa.

–Nos veremos antes. – o loiro respondeu virando-se com um sorriso malicioso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Comentem galera! Vou tentar lançar dois capítulos da próxima vez. Bjs!



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