Eu Não Preciso De Amor escrita por Hanna Martins


Capítulo 25
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicada a Katniss Everdeen Prior, que fez uma linda recomendação para a fic!!! Muito obrigada, sua linda!
Como eu não sou uma autora má (só de vez enquanto rsrsrsrs) resolvi postar este epílogo o mais rápido possível. Aqui está ele.



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Abro os olhos lentamente. Quero aproveitar cada segundo. Ainda com os olhos semicerrados, escondo minha cabeça em seu pescoço, aspirando seu aroma. Senti tanta falta deste cheiro.

Katniss dorme tranquilamente ao meu lado. Acaricio levemente o seu rosto e a aperto contra o meu corpo. Preciso senti-la para saber que este não é mais de um de meus sonhos.

Quando acordei naquela manhã e vi que meu lado estava frio e vazio, com apenas um bilhete, era como se eu tivesse sido novamente quebrado. Meu primeiro pensamento foi procurar Katniss, trazê-la para meu lado, persuadi-la a ficar comigo.

Vesti minha roupa e peguei meu carro, em menos de cinco minutos estava a caminho do aeroporto – sabia que Katniss iria para a casa da praia dos Everdeen. Dirigia loucamente para chegar a tempo de impedi-la de partir. Precisei parar em um sinal vermelho, que ficava próximo a uma pracinha, algumas crianças brincavam no local. Porém, um menino estava sentado no banco, triste e solitário. Em suas mãos estava uma gaiola com um pequeno pássaro. O menino parecia querer agradar de todas as maneiras o pássaro, mas ele nada conseguia. O sinal abriu e logo eu estava correndo pelo aeroporto, tentando encontrar Katniss.

Angustiado procurava Katniss por todos os lados. Depois de algum tempo a encontrei. Meus lábios já formavam seu nome, meus braços já estavam preparados para abraça-la, meus pés prontos para romper a pequena barreira que nos separava. No entanto, meu corpo não executou qualquer uma destas ações. O rosto do menino da praça voltou em minha memória. Katniss era um pássaro. Se eu tentasse prendê-la, apenas faria eu e ela infelizes. Assim como Haymitch um dia quis prender Effie, eu estaria cometendo o mesmo erro.

Recuei, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Decidi esperá-la e esperaria por mil anos, por toda a minha vida, se ela assim quisesse.

Além disso, eu também era um ser ferido. Minhas feridas eram muito profundas, e se eu tivesse Katniss ao meu lado, sabia que poderia machucá-la. Talvez, naquele momento, nós nunca teríamos dado certo. Feriamos um ao outro, nos machucaríamos mutuamente. Assim como Katniss, eu precisava de tempo para curar minhas feridas. Eu precisava compreender muita coisa.

Tenho que admitir que não procurar Katniss durante estes doze anos foi uma tarefa quase impossível. Muitas vezes, acordava no meio da noite a procurando em minha cama. Nestes dias, eu ia até seu quarto e adormecia sobre sua cama, imaginado que ela logo voltaria.

Katniss sempre habitava meus pensamentos e meu coração.

Quando vi Katniss parada em minha frente, queria correr e abraçá-la. No entanto, mais uma vez me controlei. Não queria espantá-la.

Eu e Katniss nos aproximamos pouco a pouco. Às vezes, ela passava em meu escritório, falávamos sobre tudo, menos de nós dois, outras nos encontrávamos em algum café.

Havia se passado quase um mês de nosso reencontro. Insisti diversas vezes para que Katniss fosse visitar a mansão Everdeen.

Estranho, mas ainda não consigo chamar esta casa de minha. Para mim, ela sempre será a mansão Everdeen. Assim como eu nunca conseguirei ser um Everdeen. Sempre serei um Mellark.

Depois que descobri que meu pai biológico era Haymitch, e que eu fui um mero brinquedo de Snow, era como se meu mundo tivesse ruído. Demorou anos para eu aceitar tudo isso. E ainda hoje, é difícil para mim. Porém, finalmente a dor, a magoa, o ódio ficaram mais e mais fracos. E eu consegui seguir em frente. Minhas feridas se curaram.

Katniss estava certa, a escolha de me vingar foi minha... E como todas as escolhas, tive que arcar com as consequências. E as minhas foram horríveis, não ter a pessoa que mais amo perto de mim.

Katniss se mostrou relutante, porém, no final aceitou visitar a sua antiga casa.

– Sabe que pode voltar aqui quando quiser. Esta casa é sua – disse, enquanto ela olhava a biblioteca.

Ela nada disse, apenas continuou a olhar os livros.

– Passei tantos momentos aqui... – disse após um longo silêncio. – Tudo isso me traz tanta nostalgia...

– Quer ver seu quarto? Ele continua do jeito que você deixou... Eu não mexi nele.

Katniss me olhou surpresa, porém aceitou minha proposta.

Seu quarto de fato ainda continuava intocado. A verdade é que estava esperando ela voltar. Ver seu quarto intocado, mantinha em mim a esperança de que a qualquer momento ela estaria de volta.

Katniss caminhou lenta e silenciosamente pelo quarto, tocando em cada móvel. Sorri ao observá-la, poderia fazer aquilo à noite inteira.

No entanto, sabia que ela desejava ficar um tempo sozinha.

– Quer uma água? – ofereci.

Ela apenas balançou a cabeça.

Demorei certo tempo para retornar para seu quarto com o copo de água.

Quando voltei, encontrei Katniss compenetrada em observar o céu estrelado na sacada do quarto.

– É uma bela imagem, não? – disse me aproximando dela e estendendo o copo.

Katniss se virou para mim e levou a mão até o copo.

Nossas mãos pela primeira vez em anos se tocaram.

O contato de sua pele na minha, me provocou um arrepio. Aquilo me trazia tantas lembranças.

Porém, o momento foi breve. Em instante o copo caiu de nossas mãos.

– Ai! – exclamou.

– O quê foi? – perguntei preocupado.

– Cortei minha mão – disse mostrando seu dedo indicador direito ferido.

Apanhei sua mão. Esse novo contato fez meu corpo ficar tenso. Notei que o corpo de Katniss também teve a mesma reação que a minha.

Levei seu dedo ferido até minha boca, e o chupei suavemente para amenizar a dor.

Ter Katniss tão próxima de mim, após tanto tempo era uma verdadeira prova. Sentia seu perfume, sua respiração...

Cada fibra de meu corpo, só tinha um desejo.

Olhei em seus olhos.

Katniss retirou seu dedo de minha boca.

Sabia que havia ido longe demais. Mas se eu fora tão longe, não podia mais recuar.

Aproximei meus lábios dos seus, e os beijei.

Ah, como meus lábios estavam sedentos pelos lábios de Katniss!

Se eu pudesse congelaria aquele momento para sempre. Contudo, sabia que aquilo logo teria um fim.

Era tão maravilhoso sentir o toque de seus lábios nos meus.

Me afastei sobressaltado. Eu não podia ter feito aquilo. Eu sempre disse para mim mesmo que se Katniss me deixasse ficar perto dela, isso bastaria. Porém, eu havia ultrapassado a barreira.

Olhei para Katniss pedindo perdão, envergonhado de ousadia do meu ato.

Ela me olhou, fechou os olhos e aproximou seus lábios dos meus, entregue totalmente a mim.

Meus lábios se atiraram sobre Katniss com sofreguidão. Enlacei sua cintura e a trouxe para perto de mim. Sentir o corpo de Katniss em meus braços era como se eu tivesse recuperado minha alma. Em poucos minutos estávamos na cama, com poucas peças de roupas. Nossos corpos estavam pensando por si mesmos. A cada caricia sua meu corpo implorava por mais. Meu corpo ardia e latejava. Meu corpo reconhecia cada parte de seu corpo, como se ele nunca tivesse deixado de habitá-lo. Queria mais, muito mais. Meu corpo não estava satisfeito.

Escorreguei minha mão até o fecho de seu sutiã, era uma das últimas peças que ainda estava em seu corpo. Olhei em seus olhos. Eu só iria adiante com aquilo se ela permitisse. Por mais que desejasse aquilo, se ela pronunciasse um não, eu pararia. Por isso, mesmo com medo da resposta, olhei para ela.

Katniss acariciou meu rosto, era o seu consentimento.

Suavemente, beijei cada parte de seu corpo lenta e demoradamente. Não havia pressa, por mais que meu corpo gritasse, latejasse, doesse por ela, eu apenas queria sentir cada centímetro de Katniss plenamente.

Acordei com o lado de minha cama frio. Onde antes havia um corpo, havia apenas um vazio.

Senti a mesma sensação de doze anos atrás.

No entanto, Katniss voltou naquela noite e na noite seguinte...

Já se passou mais de um mês. Nunca falamos abertamente sobre nossas noites. Quase sempre me encontro com Katniss. Temos longas conversas, em que falamos sobre quase tudo, coisas triviais, nosso passado, os planos de Katniss para seu pós-doutorado (adoro vê-la falar sobre este assunto, seu sorriso entusiasmado), minha vida atual. Ela decidiu fazer seu pós-doutorado na Sorbonne. Penso que está na hora de Panem se focar em sua sede de Paris. Essa é a justificativa que uso para me mudar para lá. A verdade é que vou para qualquer lugar que Katniss vá. No próximo verão, Katniss irá morar em Paris, e eu a também irie para lá.

Sei que não posso mais viver sem Katniss. Não posso mais viver naquela tortura novamente.

Quem sabe o que o futuro nos reserva? E o que importa, se tenho ela novamente ao meu lado.

Contudo, há ainda uma coisa que me preocupa, os sentimentos de Katniss em relação a mim. Se ela me amar, não pedirei mais nada. Sei que Katniss curou suas feridas. Ela me perdoou. Mas ela me ama?

Se ela não me amar pelo menos posso lutar por seu amor. Coisa que não poderia fazer doze anos atrás.

Olho para Katniss que está completamente nua em meus braços. Beijo suavemente seu pescoço e desço em uma trilha de beijos até suas costas.

Ela lentamente se vira para mim e me dá um suave beijo em meus lábios. Sua mão acaricia meu rosto lentamente.

– Você me ama real ou não real? – pergunto em um sussurro.

– Real.


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Notas finais do capítulo

O que posso dizer? Vocês me acompanharam durante vários meses, favoritaram, comentaram, recomendaram a fic!!! Nossa muito OBRIGADA mesmo, nem sei como expressar minha felicidade. Foram meses ótimos. Amei escrever esta fic. Ela é diferente de tudo que tinha escrito até agora. Foi uma experiência incrível. Acho que é isso, está na hora de deixar a fic partir. Como disse Vinicius de Moraes, que seja eterno enquanto dure. E esta fic foi eterna enquanto durou. Espero que vocês tenham gostado dela, assim como eu gostei de escrevê-la. E se sentirem minha falta podem me encontrar em Jardim de estrelas (minha outra fic de Jogos Vorazes) ou me mandarem uma MP (já disse que adoro conversar? rsrsrsrs). Obrigada por acompanharem a fic! Bjus e nós encontramos por aí, assim espero!