Eu Não Preciso De Amor escrita por Hanna Martins


Capítulo 21
A serpente


Notas iniciais do capítulo

Curiosos para descobrirem qual será a reação do Peeta, após a notícia bombástica?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/421325/chapter/21

Haymitch seu velho sádico, não bastasse ter matado meus pais, agora quer me afastar do meu amor! Você criou está mentirá, nada disso é real. Tudo é irreal.

Não, Katniss não é minha irmã!

Eu não posso ser filho daquele bastardo do Haymitch.

Ele não é meu pai!

É claro, Haymitch em sua crueldade inventou esta história toda. Ele queria que eu odiasse meu pai. Até quando Haymitch vai praticar suas maldades? Sua crueldade tem um final?

Pego uma garrafa de whisky e a bebo toda de uma vez. Quase nunca fico bêbado, sou extremamente resistente a bebidas, mas desta vez quero me embriagar.

Começo a beber e não paro mais. Fico tão bêbado que perco a noção do tempo. Não sei que horas são quando saio do escritório de Haymitch, apenas que já são altas horas da noite.

Estou tão bêbado que o motorista do táxi precisa chamar alguém na casa para me tirar do táxi.

Ela aparece, irritada e nervosa no portão.

– O que aconteceu com ele? – pergunta ao motorista.

– Não sei... Ele já estava assim quando eu o apanhei.

– Tome – diz, entregando o dinheiro da corrida para o taxista.

Katniss abre a porta do táxi e me ajuda a sair. Ela passa seu braço por minha cintura e o meu braço por seu ombro, fazendo com que eu me apoie nela. Com certo esforço, me ajudar a ir para meu quarto.

– Peeta, o quê deu em você para beber deste jeito? – diz, enquanto me ajuda chegar até minha cama.

Me sento na cama com dificuldade.

– Katniss... – toco suavemente o rosto dela. Porém, ela repele minha carícia.

– Você está bêbado, Peeta. Durma, talvez assim, a bebedeira passe! – aconselha.

Katniss começa a se afastar de mim. Apesar de estar bêbado, ainda sou mais forte que ela, por isso, quando a retenho com minha mão, a trago para meu colo sem qualquer dificuldade.

– Me solta! – grita, tentando sair de meu colo.

Retenho Katniss com meus braços a forçando continuar sentada em meu colo.

– Peeta! – ela tenta lutar.

Isso só faz com que eu me aferre mais a ela. Não posso deixar Katniss ir, se eu deixar, a perco para sempre.

– Fica comigo – suplico. – Por favor! Não me deixe!

Uma lágrima solitária cai de meu rosto.

– Peeta?

– Você é tudo que eu tenho, Katniss! Você não pode me abandonar! Se eu perder você... Não, eu não posso perder você! Não posso! Você é minha, só minha!

Começo a beijar suavemente o pescoço de Katniss. Apesar de minha bebedeira e de meu desejo louco, não consigo fazer mal a ela. Não posso suportar a ideia de machucá-la. Porque, neste momento, se eu machucar Katniss, eu estarei machucando a mim mesmo.

– Minha, minha... – sussurro entre um beijo e outro em seu pescoço.

Katniss parece confusa, porém não resiste as minhas carícias. Viro seu rosto em direção ao meu e lhe dou o mais delicado dos beijos que eu já dei em uma mulher.

Isso é irônico. Eu quase nunca beijo de forma delicada, meus beijos são quase sempre selvagens, agressivos. Porém, com Katniss sinto a necessidade de ser suave.

Ela corresponde ao meu beijo e sobe sua mão até meu cabelo, o bagunçando todo.

Deslizo minha mão até sua saia. Subo meus dedos, meus ágeis dedos, por sua coxa, até chegar em sua calcinha, passo levemente minha mão por cima de sua calcinha. Chupo seu lábio inferior. Ela solta um gemido intenso.

Deito Katniss sobre a minha cama, subo sua blusa, e constato que ela está sem sutiã. Noto uma pequena coloração em sua face, deve ser devido ao olhar faminto que lanço em direção aos seus seios. Meus lábios habilidosos vão parar em seus seios. Seus pequenos seios que para mim são mais belos que qualquer joia. Quero devorá-los como um faminto que encontra uma fruta madura depois de dias sem comer. Sinto Katniss se contorcer toda com meu contato.

Alterno entre mordidas, beijos e chupões. Aos poucos a suave pele de seus seios fica marcada, vermelha. Sinalizando que eu fui que os deixe assim.

Desço a saia de Katniss e também minha calça. Minha mão, habilidosa, desce por seu ventre e para na entrada de sua calcinha, escorregando lentamente para dentro dela. Meus dedos, que sabem trabalhar como ninguém, iniciam seu trabalho. Katniss solta um gemido alto, que apenas aumenta ainda mais meu desejo. Me sinto satisfeito de vê-la assim, devido ao meu toque. Gosto de saber que meu toque tem este efeito nela.

Quero ver Katniss sussurrar meu nome com sua doce voz, ficar arrepiada com meu toque.

Quero ver Katniss se apertar contra mim e me querer como se somente eu existisse no mundo.

Quero ver Katniss sorrir para mim, como nunca sorriu para ninguém.

Me aperto contra Katniss. Estremeço todo com nosso contado. Eu não posso me segurar mais... Preciso, senti-la em sua totalidade.

Necessito de Katniss. Todo meu corpo, minha alma, a totalidade do meu ser clama por Katniss.

Tenho que senti-la...

Sentir nossos corpos tornarem-se apenas um.

Nossos cheiros se misturarem formando uma única fragrância. Uma fragrância que ninguém consegue criar, apenas eu e ela.

Com minha mente turva, meu corpo reclamando pelo contado de Katniss, me afasto um pouco dela, apenas o suficiente para abrir a gaveta do criado mudo e pegar uma camisinha. Movimento que faço quase automaticamente.

Volto para Katniss e lhe dou um longo beijo.

Minha mão pousa delicadamente em cima de seu seio, fazendo uma carícia delicada e terna. Katniss geme baixinho, é agora... Finalmente, poderei desfrutar de Katniss em sua totalidade.

Porém, minha mente começa a clarear. Katniss... ela pode ser minha irmã! Minha irmã! As palavras ecoam em minha mente.

O que eu estou fazendo?

Inferno, a mentira de Haymitch está fazendo efeito em mim!

Interrompo o beijo e saio de cima de Katniss.

– Me perdoa! – digo me sentando na cama. – Me perdoa por eu ser tão egoísta e apenas pensar em meus sentimentos – envergonhado olho para o pacote de camisinha que tenho nas mãos.

Lanço um olhar furtivo para Katniss, e percebo que ela está mais desorientada do que eu. Ela recompõe suas roupas, sobe sua saia e abaixa sua blusa.

– Peeta, você está bêbado... – diz suavemente.

– Katniss... – começo a chorar. – Por que justo você, por quê? Por que eu tinha que me apaixonar por você?

Katniss me olha assustada, sem compreender nada.

– Katniss, eu preciso de você! Promete para mim que nada vai nos separar! Promete? – suplico, abraçando Katniss e encostando minha cabeça em seu peito.

Katniss faz uma pequena carícia ainda com mãos incertas em meu cabelo.

– Peeta...

– Eu fiz tanta coisa errada, tanta! E tudo o que consegui foi ferir a mim mesmo, ninguém saiu mais ferido do que eu, ninguém! Porque eu tive o pior dos castigos. O mais insuportável de todos eles.

Minhas lágrimas não param de cair.

– Não me deixe, Katniss. Por favor, fique ao meu lado, por favor! Ninguém vai nos separar, ninguém!

Não sei mais o que estou falando. As palavras simplesmente saem de meus lábios.

Deito na cama com Katniss em meus braços. As lágrimas não param de cair. Afundo meu rosto em seu cabelo e aos poucos caio no sono, no mais profundo sono. Não tenho sonhos ou pesadelos, apenas durmo.

Acordo sobressaltado, com medo. Por que medo? Medo de que ela já não esteja mais ao meu lado.

Respiro aliviado ao constatar que Katniss ainda está em meus braços.

Não vou permitir que a mentira de Haymitch me separe de Katniss! Ouviu Haymitch! Ontem, você pode ter conseguido. Mas hoje, eu não vou permitir que você me separe dela. Não, de maneira nenhuma, vou me deixar levar novamente por suas mentiras.

Eu preciso, eu necessito de Katniss.

Aperto Katniss contra meu corpo e deposito em seus lábios um suave beijo. Ela abre seus olhos acinzentados vagarosamente.

– Peeta? – fala um pouco confusa, tentando sair dos meus braços.

Mas eu não permito que ela saia. Se eu deixá-la ir, ela nunca mais vai voltar.

– Vamos ir embora daqui – murmuro em seu ouvido. – Para um lugar bem longe, apenas nós dois.

– Você está louco, Peeta? – diz me dando um empurrão e se livrando de meus braços.

Sou mais ágil que Katniss e a retenho novamente, antes que ela saia da minha cama. Abraço Katniss por trás e a trago para meu colo.

– Eu te amo, Katniss, e não posso mais viver sem você – murmuro. – Não posso permitir que ninguém nos separe.

– Peeta, tem certeza que você está bem? – pergunta preocupada. – Você ainda deve estar bêbado.

Ignoro Katniss e continuo a sussurrar em seu ouvido, com minha voz mais persuasiva. A serpente deve ter tentando Eva desta maneira. Porém, se eu fosse a serpente, não teria conseguido tentar apenas Eva, teria conseguido tentar Adão e o paraíso inteiro.

– Eu sei que você gosta de mim também, ontem eu tive a prova. Você estremece toda quando eu te toco – roço meus lábios em sua nuca a fazendo ficar arrepiada. – Admita, Katniss, você me quer, assim como eu quero você!

Começo a deslizar minha mão por sua coxa e a subir sua saia.

– Você me quer, Katniss, posso sentir... Seu corpo está dizendo que me deseja – murmuro com minha voz mais sexy e tentadora. – Seu corpo não pode mentir para mim.

Neste momento minha mão está roçando em sua calcinha.

– Você me quer... – mordo delicadamente sua orelha.

Minhas carícias estão cada vez mais intensas. Constato que o corpo de Katniss está estremecendo com meu contato. Eu já disse, sou mais persuasivo que a serpente do paraíso, meu poder de persuasão é irresistível.

Meu corpo inteiro grita por Katniss, não há um só músculo que não deseje o corpo dela.

Minha mão entra em sua blusa e desliza até seus seios e os aperta firmemente.

– Katniss – sussurro. – Seja minha.

Sou uma serpente, uma serpente que não irá parar até conseguir seu desejo.

Minha outra mão, que está sobre sua calcinha, entra em sua calcinha. Sinto Katniss se contrair com este toque. Minhas mãos são muito hábeis e sabem fazer seu trabalho. Nenhuma mulher jamais resistiu a seus toques. Sei que ela está preste a gemer e faz um esforço muito grande para não fazer isso. Ela está molhada. Seu corpo não pode mentir para mim, embora ela queira mentir. Porém, seu corpo não consegue mentir.

Meu corpo sente um enorme prazer em senti-la se contraindo e começa queimar.

– Seja minha – murmuro, me aperto ainda mais contra ela e intensificando minhas carícias. – Minha, só minha.

Dou uma pequena mordida em seu pescoço. Minha mão que está em seus seios, os acaricia. Meus lábios procuram pelo lugar mais delicado da pele do pescoço de Katniss, quando o encontro, acaricio com a ponta de minha língua, meus lábios se fecham sobre sua pele e depois a chupam com possessão. Ali ficará a marca de meu desejo.

– Admita, Katniss – insisto, com minha voz rouca – Você deseja ser minha.

Sim, eu vou conseguir persuadi-la, como a serpente persuadiu Eva. Katniss será minha.

Mas Katniss tem a resistência maior do que Eva, maior do que Adão teria.

– Para, Peeta! – diz de forma firme. – Aquilo de ontem foi um erro. Não vou permitir que aquilo aconteça novamente. Não vou! Não vou! Eu estava louca, demente, por deixar que aquilo acontecesse.

Ela sai dos meus braços e do meu quarto em questão de instantes. Me deixando confuso, dolorido. Sua rejeição é o mais cruel dos castigos.

Estou um caos, todo quebrado, não há conserto para mim.

Vou para a empresa. Na verdade, esta é desculpa que dou, a verdade é que vou me encontrar com Cato e Glimmer. Eles me ligaram, pedindo por um encontro.

Nos encontramos no mesmo local de sempre, em uma lanchonete perto do prédio em que Cato e Glimmer moram.

A garçonete ruiva me atende, toda feliz. Meu aspecto pode estar péssimo, porém, ainda arrebato o coração de qualquer mulher que me vê, menos o de Katniss.

– Você está péssimo – diz Glimmer.

– Nem parece mais aquele Peeta que conquistava o coração de todas aquelas ricaças na Europa – completa Cato.

Nada digo, retiro meus óculos escuros.

– O que vocês querem falar comigo? – indago mal-humorado.

– Peeta, vou direto ao ponto – fala Glimmer. – Estamos nisso há mais de um ano! E até agora, o que temos? Nada!

– Primeiro você queria se vingar do velho. O velho morreu e então você queria tomar a fortuna da filha dele, teve a oportunidade e nada! E depois inventou esta história de vingança e até agora nada! – diz Cato impaciente.

– Pensei que vocês estivessem se divertido por aqui – sorrio. – Glimmer, você está conseguindo dinheiro com as cartas com aqueles riquinhos que frequentam a universidade em que você estuda. Cato, você conquistou aquela coroa podre de rica, mãe daquela amiga do Gale, como é o mesmo nome dela?

– Clove – responde Cato de uma maneira não habitual.

– Não me diga que resolveu brincar com a filha também? – indago.

Pelo olhar que Cato me lançou, percebo tudo. Ele se envolveu com a mãe, mas gosta mesmo é da filha.

– Não acredito nisso! Você está gostando da Clove! – afirmo.

– Não! – tenta negar.

– Não negue, Cato. Você está gostando da Clove e agora quer fugir disso – digo.

– Olha aqui, Peeta, não estamos aqui para discutir sobre minha vida. Estamos aqui para falar sobre você! – diz furioso. – Quando vai nos pagar?

Nada respondo.

– Anda, responde! – fala Glimmer. – Quando está bendita vingança vai ser feita?

Olho para os dois.

– Não tem vingança nenhuma mais. Acabou. Estou fora – digo calmamente.

Cato e Glimmer me olham furiosos.

– Mas é claro que vai ter! – ameaça Cato.

– Me obriguem – solto uma gargalhada.

Glimmer olha para mim decidida.

– Se você não continuar com o plano, vamos contar tudo.

– Contem – digo. – Ninguém vai acreditar em vocês.

– Vamos contar tudo para Katniss – Glimmer sorri.

Lanço um olhar furioso para eles.

– Pensa que nós não sabemos que você está apaixonado por ela? – continua a falar Glimmer. – Você acha que nos enganou com esta história de vou me vingar, em vez de matar a garota quando teve a oportunidade? Era óbvio que você estava começando a gostar da garota, foi por isso que a salvou. Não foi por vingança nenhuma.

Olho para Glimmer confuso. Queria gritar, berrar que ela está errada. Mas... a verdade... a verdade, é que eu já estava começando a sentir algo por Katniss em Zermatt e foi por isso que a salvei. No entanto, estava cego pelo ódio para notar esta pequena fagulha que estava se instalando em meu coração.

– Vamos contar para Katniss – ameaça Cato. – Ela nunca vai te perdoar, nunca!

Respiro fundo, olho para eles tentando conter minha irá.

– Contem – me levanto da mesa e saio sem me voltar para eles uma única vez.

Pego meu carro e dirijo feito louco para a mansão Everdeen.

Não, eu não posso deixar que eles contem para Katniss. Ela vai me odiar para sempre. Já não basta a mentira que Haymitch criou. Eu nunca vou acreditar nesta mentira! Não vou deixar que esta mentira me separe de Katniss, como aconteceu ontem.

Chego à mansão Everdeen e procuro Katniss por todos os lados.

Na biblioteca, não há qualquer sinal de Katniss.

Em seu quarto, ela também não está.

Pergunto para os empregados da mansão sobre o paradeiro de Katniss. Mas ninguém sabe me informar.

Estou ficando louco. Preciso de Katniss!

– Katniss! – grito seu nome por todos os cômodos da mansão.

A única resposta que recebo é o silêncio.

– Katniss! – estou frustrado, desesperado. – Katniss – minha voz é uma suplica.

– O que foi, Peeta? – ouço sua voz atrás de mim.

Neste momento é como se voltasse a viver.

Me volto para ela e lhe dou um abraço apertado.

– Não faça isso comigo! – suplico.

– Fazer o quê? – diz surpresa.

– Me deixar – sussurro, minha voz soa tão débil, mais fraca que a de um doente.

Eu estou doente, perdidamente doente. E apenas há um remédio, Katniss.

– Precisamos ir embora daqui! – digo a soltando dos meus braços. – Pegue suas coisas, vamos embora, vamos para qualquer lugar. Um lugar em que ninguém nos conheça!

– Peeta? – ela me olha atônita, como se me ouvisse, porém não compreendesse os sentidos de minhas palavras.

– Vamos, Katniss, não temos tempo! – digo, pegando em sua mão.

– Não! – diz Katniss retirando sua mão da minha.

Olho para ela desesperado e tento pegar sua mão novamente. No entanto, ela resiste a minha investida, puxando bruscamente sua mão da minha.

O movimento faz com que minha carteira caia do meu bolso, aberta.

Katniss recua com uma expressão horrorizada.

– Não! – um grito doloroso e silencioso sai de seus lábios. – Os olhos de serpente! – diz apontando para a foto que guardo em minha carteira.

Olho para foto. Lá estou eu aos dez anos com minha família, minha mãe, Maysilee e meu pai, Snow. Em um dos últimos momentos de felicidade da minha vida.

Katniss se desmorona no chão, chorando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Peeta decidiu que quer Katniss a todo custo. E também optou por não acreditar em Haymitch! Notaram que eu nunca revelei o nome do pai do Peeta? Agora vocês entendem porque rsrsrsrs. E agora, o que será que a Kat viu?