Mais tarde, enquanto eu me arrumava para ir a escola, pensei nas palavras de Caliel. A história dela, realmente tinha mexido comigo. Mas, eu não estava no mesmo caso que ela. afinal, eu apenas estava confusa. Não apaixonada. Quero dizer, eu nem sabia o que era amor. Eu tinha visto aquele sentimento refletido nos olhos de muitos humanos, mas eu não fui criada para amar. Apenas para juntar casais.

Passei a mão pelos lenções e suspirei. Eu não precisava disso. Eu não dormia. Olhei para o quarto ao meu redor. Não precisava de nada daquilo. Não precisa de conforto. Aquilo era muito superficial. Tudo o que um anjo precisava para uma missão era um teto para o caso de ser um lugar chuvoso. Tirando isso, eu me sentia desconfortável.

Porque, no fundo, eu queria precisar daquilo tudo. Mesmo o lugar sendo precário, eu queria poder dizer que se não fosse por aquilo, eu não sabia o que faria. Mas sabia que estaria mentindo se dissesse isso. Me sentei na cama e suspirei. Pensamentos daquele gênero nunca entraram na minha cabeça. Sempre fui um anjo exemplar. Tanto que estava com um pé da promoção.

Mas, querer uma promoção não me fazia superficial? Afinal, eu queria crescer na existência angelical. Isso não me fazia gananciosa? Balancei a cabeça com raiva por conta do rumo dos meus pensamentos. A conversa com Caliel tinha me deixado muito confusa. Suspirei, me levantando e fui ver a hora. Levantei a sobrancelha, calculando.

Então, sorri.

**************************

“Aliel?”, Sarah disse, surpresa ao meu ver parada na porta dela. Mas, logo sorriu. “O que você está fazendo aqui?”

Eu olhei em volta da sua casa, percebendo a ausência de todos. Voltei meu olhar para Sarah, percebendo que seus cabelos ainda estavam despenteados, em uma loucura ruiva. Seu aparelho ainda tinha restos de comida, e seus olhos tinham olheiras. Tudo isso indicava que ela tinha acabado de acordar. Sorri.

“Estou atrapalhando alguma coisa?”, perguntei, encolhendo os ombros. Talvez fazer uma visita surpresa a ela não tivesse sido uma boa ideia.

Ela corou.

“Oh, não.”, ela saiu da porta, me dando espaço para passar. “É que eu fiquei acordada até tarde...pensando.”, ela corou mais ainda. “Não consigo parar de lembrar de ontem. Parece que foi um sonho, então eu olhava aquele vestido e via que tinha sido a mais doce realidade.”, ela suspirou e me encarou. “Parece que desde que você chegou, minha vida começou a dar certo.”

Eu sorri, pela ingenuidade dela. Mas, no fundo eu sabia que não merecia todo o credito. Afinal, eu mal tinha me mexido. Apenas poucas palavras. Mas, olhando para Sarah, eu vi, pela primeira vez, a mudança que os anjos faziam na vida das pessoas. Eu me sentei no sofá e esperei que ela dissesse mais alguma coisa. Quando percebi que era tudo o que ela diria, tomei a palavra.

“Eu não fiz nada.”, dei de ombros. “Apenas apareci na hora em que as coisas estavam começando a funcionar. Além disso, não vou ficar por muito tempo.”, disse vendo seu sorriso desmoronando um pouco. “Daqui a pouco as coisas vão se resolver e eu terei que ir embora.”

Engoli em seco. Geralmente, eu nunca avisava as pessoas quando eu iria sumir. Apenas sumia. E com o passar do tempo, me tornava uma memória longínqua. Mas, com Sarah parecia injusto. Em vista de todos os problemas de família que ela estava passando. Suspirei, passando em minha mente novamente a ideia de procurar o anjo da guarda de Simon e lhe fazer umas perguntas.

“Você tem mesmo que ir, Aliel?”, Sarah disse, se sentando ao meu lado e pegando a minha mão. Ela tinha esquecido completamente que estava atrasada. “Quero dizer, eu sei que seus pais estão viajando e você está aqui com seus primos. Mas, se você pedir não poderia ficar até o final do ano letivo, pelo menos? Deve ser um saco trocar de escola toda hora.”

Ela deu um sorriso forçado para essa tentativa de piada. Eu passei a língua pelos lábios. Por isso que eu nunca me despedia. Eu suspirei, sentindo minha garganta ficar áspera e minhas olhos arderem. Eu pisquei e olhei para cima, tentando aliviar aquela ardência. Mas, só parecia piorar. Dei outro suspiro, sentindo meu peito tremendo e fiquei confusa. Por que eu estava sentindo isso? E o que era isso?

“Desculpe, Sarah.”, abaixei meus olhos. “Não posso. Se dependesse de mim, eu ficaria por uns vinte anos. Mas, é complicado. Não depende só de mim. Ainda tenho pessoas que mandam em mim.”, engoli em seco. Respirei fundo acalmando tudo aquilo que se passava dentro de mim. “Hey, sabe de algum amigo de Simon que frequente a sua casa desde criança, mas que não tenha nada de parecido com ele? Ou que ninguém saiba ao certo de onde ele veio?”

Sarah estreitou os olhos, desconfiada. Eu também iria ficar. Tinha mudado o assunto muito subitamente. Nunca tinha tido muito jeito em ser discreta nas palavras. Sarah ficou me encarando por um segundo. Pressionei os lábios. Será que iria estragar todo o meu desenvolvimento se ela pensasse que eu era maluca? Comecei a abrir a boca para retirar a minha pergunta, mas fui interrompida por Sarah.

“Tem David Smith.”, ela disse falando suavemente. Então tocou em seu queixo, divagando. “É, ele e Simon são amigos desde pequenos. Mas, David é muito diferente de Simon. Minha mãe sempre diz: esse menino é um santo, esse menino é um anjo. Não teve um dia sequer que eu a escutasse dizendo o contrário.”, ela pausou e voltou a me encarar. “Mas, por que a pergunta?”

“Hum, nada.”, dei de ombros. Senti arranhões no fundo do meu cérebro e respirei fundo. “Esqueça isso. Estou um pouco estranha hoje.”, isso não era mentira.

“Todo mundo tem um dia estranho.”, ela voltou a sorrir e seus olhos verdes se acederam de novo. E eu sabia muito bem do que ela estava falando. “E esse fim de semana será o cúmulo da estranheza. Afinal, quando, em todo o meu período de ensino médio, eu poderia imaginar que Jason Hastein iria fazer compras comigo? E para a festa de Jeremy Read? Nunca.”, ela soltou uma risada doce.

Eu não pude me impedir de sorrir de volta. A felicidade de Sarah era contagiante. Eu não sabia o porque dela não ter amigos. Ah, sabia sim. Laisa já a tinha rotulado como a Estanha do St. Loise. Eu tinha pena de Laisa. Era incrível que uma pessoa precisava fazer outro se sentir mal, para ser superior. Coitado do anjo da guarda dessa garota.

Por um momento, me pus a pensar em Jeremy e sua família. Ele tinha me dito que a mãe estava grávida. Se eu tivesse me permitido a sentir suas palavras no momento em que ele me contou, teria sorriso. Já imaginava uma criança encantadora, de olhos azuis brilhante e cabelos tão escuros quanto a noite. Quem será que cuidaria dessa criaturinha? Quando eu percebi que estava sorrindo sozinha, vi o quanto estava sendo afetada por aquele humano.

“Sabe, você pode me crucificar se eu disser isso, mas você e Jeremy fazem um bonito casal.”, Sarah sorriu. “Ele te olha de um jeito que eu nunca vi. Como se você fosse uma pessoa.”

“Como assim?”, perguntei confusa.

Sarah riu antes de responder.

“Ele geralmente olha para as pessoas como se fossem pedaços de carne, ou inferiores a ele. Eu sou do segundo caso.”, ela deu de ombros. “Não guardo rancor de Jeremy. É que ele é filhinho de papai e teve tudo. Além disso, não pertenço a classe de Jeremy. Não nasci para ser popular, e nem quero ser. Sabe, desse ser chato. Ter que te cuidado com cada passo que dá, cada pessoa que anda. Não, muito obrigada. Prefiro ser apenas a Sarah Burke, a ruiva deslocada.”

Eu fiquei pensando nas palavras dela por um instante. Quero dizer, eu sabia que Sarah era bem desencanada dessas coisas de popularidade, mas eu não sabia o quão profundo era esse assunto. É mais que um status. É o que a pessoa se torna para os outros. Um exemplo ou um pesadelo. Dependia do ponto de vista.

Fechei os olhos por um momento, me arrependendo no segundo depois. Imagens da conversa com Caliel bateram em mim, como um tijolo. Mas, ao invés de ser o corpo de Dareel, era o de Jeremy. Balancei a cabeça, tentando afastar aquele pensamento. Eu tinha que ser cuidadosa. O dobro do que geralmente era. Talvez o triplo.

“Nossa”, Sarah levantou em um salto, me alertando. Também me levantei. “Estamos atrasadas.”, ela passou a mãos pelos cabelos bagunçados em uma tentativa de ajeitá-los. Vendo que não estava dando certo, ela suspirou e me encarou. “Me espere aqui. Cinco minutos.”, ela correu até a escada, mas parou na metade, pensativa. “Talvez dez minutos.”

Eu ri e assenti, voltando a me sentar no sofá. Quando Sarah sumiu escada a cima, passei a mão por meus cabelos enrolados e soltei o ar que nem sabia que estava segurando. Eu nunca tinha tido tantas reações humanas em tão pouco espaço de tempo.

*************************

“Hey, Aliel”

Continuei andando, mesmo que meus músculos tenham ficado tensos ao som da voz dele. Me forcei a andar em direção a sala de química. Iria buscar Sarah na sala para podermos ir embora juntas. Desde ontem, Jeremy continuava insistindo em saber mais sobre mim. Não é que eu não quisesse contar. Eu não podia. Era óbvio demais dizer que a presença de anjos na terra sempre deveria ser um segredo para humanos.

Pensei que se o ignorasse como antes, ele apenas iria me deixar em paz. Geralmente era assim com os adolescentes. Ou talvez não, já que eu poderia escutar o som dos passos de Jeremy se aproximando rapidamente. Suspirei. Já sabia o que ia acontecer. Parei ao lado da porta da aula de Sarah e me encostei na parede, cruzando os braços. Jeremy parou a minha frente.

“Está me evitando.”, ele disse. Não perguntou. Apenas afirmou, franzindo o cenho. Abaixei os meus olhos, culpada e o vi dando um passo a frente. “Só porque eu quero saber mais de você?”, meus olhos se arregalaram com o modo rápido com que ele adivinhou. Mas os mantive baixo. “Se você pensa que isso irá me fazer desistir de saber mais sobre você, se enganou, Aliel Sky. Só irei parar quando você responder as minhas perguntas.”

Eu levantei os olhos para ele. Então, arfei. Droga, ele estava tão perto. Eu conseguia ver a cor de seus olhos, como um caleidoscópio. Como suas bochechas tinham ficado em um rosado, pela intensidade com que ele me encarava. Seus lábios estavam pressionados em uma linha reta e a respiração saía entre cortante pelo nariz. Eu tinha pouco experiência em reações dos humanos, mas achava que ele estava com raiva.

Fiquei alerta, afinal, não estava acostumada com humanos assim. E quando isso acontecia, não era uma coisa boa de se ver. O vi passando a mão pelos cabelos negros despenteados e jogando a cabeça para trás. Era um sinal que ele estava tentando se acalmar. Eu deveria dizer alguma coisa? Ou era melhor eu permanecer em silêncio. Engoli em seco. Não deveria ter evitado Jeremy. E não iria se soubesse que ele que ele reagiria desse jeito.

“Jeremy...”, eu hesitei.

Afinal, o que eu deveria dizer? Um bando de mentiras e esperar que ele acreditasse em cada palavra minha? E teria que sustentar até o final da minha missão? Era demais para mim. Balancei a cabeça e o escutei bufar. Queria me desculpar, mas sabia que isso iria gerar cada vez mais discórdia.

Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas foi interrompido foi uma discussão. Ele olhou por cima do ombro para ver o que era e bufou. Eu me desencostei da parede e parei ao seu lado, vendo Laisa segurar Jason pelo braço e o fazer voltar. Ele soltou o braço das mãos de Laisa e a encarou.

“Você está acabando com a sua imagem, Jason”, Laisa disse colocando seu cabelo atrás da orelha. “Sarah Burke é fim de carreira. Eu te salvei no início, antes de você se envolver demais.”, ela pôs as mãos cintura e bateu o pé, empinando o nariz. “Dessa vez, eu não irei salvá-lo. Você terá que escolher: Ou eu, ou a sardenta.”

Dei um passo a frente, tentando impedir que Laisa falasse de Sarah desse jeito. Ainda mais perto de onde a ruiva estava. Mas, Jeremy, parecendo ver as minha intenções, pôs um braço na minha frente para me impedir de dar mais um passo. Ele me lançou um olhar duro e balançou a cabeça.

“Deixei isso com eles.”, ele disse e olhou para frente. “Jason sabe se cuidar.”

Assenti, mas não relaxei. Assistir Laisa olhando para Jason com um sorriso vencedor, me trouxe frios na barriga. Ainda mais já que isso iria implicar bastante na minha missão. Engoli em seco e mordi o lábio, uma coisa nova para mim. Nervosa, olhei para a sala de Sarah. Ainda não tinha ninguém do lado de fora. Agradeci ao Criador, mentalmente.

“Laisa, não comece com ciúmes.”, Jason disse suave, mas seus olhos verdes estavam faiscando de um jeito diferente de calma. E também estavam estreitos. “E não fale assim de Sarah. Você não é metade do que ela é.”

Laisa riu.

“Você tem razão, meu amor.”, ela tocou o peito de Jason com a ponta dos dedos e um sorriso maldoso. “Sou mais do que duas sardentas juntas.”, Jason recuou. Laisa ficou frustrada. “Então é isso? Você está caindo na história do amor de infância? Jason, pare de ser idiota. Sarah Burke não passa de uma deslocada querendo um lugar no hall da fama. Ela não é do nosso mundo.”

Engoli em seco, vendo uma considerável quantidade de alunos se juntando para assistir a cena. Tentei olhar para a porta de Sarah, mas tinham muitas pessoas ali para conseguir distingir os cabelos vermelhos. Voltei meus olhos para a discussão, apreensiva.

“Eu sei disso. Minhas amigas sabem disso. A sardenta sabe disso.”, Laisa continuou. “Até o seu melhor amigo que me odeia, prefere que você fique comigo.”, senti os músculos de Jeremy ficando tensos. “Entenda os fatos, Jason. Você é meu. Você pertence tanto a mim, tanto ao nosso mundo.”

“Chega, Laisa”, Jason gritou. Laisa deu um passo para trás, assustada com essa reação do namorado. Até eu fiquei assustada. “Eu estou cansado das pessoas dizendo quem eu deveria ou não ficar. Eu não ligo mais.”, ele respirou fundo. “Eu deveria ter dito isso antes, mas eu não pertenço a esse mundo. Nunca pertenci. Eu pertenço ao mundo de Sarah. Ela me fez quem eu sou hoje.”, ele olhou no fundo dos olhos de Laisa. “Se você não consegue aceitar isso, então acho que não vamos mais dar certo.”

Isso fez Laisa parar. Isso fez todos nós pararmos. Será que era isso mesmo? Deus estava facilitando meu trabalho tanto assim. Jeremy ficou tenso de novo, então suspirou, balançando a cabeça. Olhei mais uma vez para a porta e dessa vez consegui ver Sarah. Ela estava no meio da multidão, encarando a cena com tanta fixação que a faria machucar os olhos se não piscasse.

“O que você quer dizer?”, Laisa finalmente reagiu.

Jason apenas balançou a cabeça.

“Nunca pensei que você iria se mostrar essa pessoa tão possessiva. Se não pode aceitar que Sarah é minha amiga, então não posso aceitar você como namorada.”, ele fechou o rosto e cruzou os braços. “Então, faça sua escolha. Mas, se for para ficar comigo, não vai poder mais dizer nada sobre Sarah, escutou?”

Laisa respirou fundo, com certeza engolindo o xingamento que estava na ponta da língua. Então, olhou para todos a sua volta, parecendo notá-los pela primeira vez. Seu olhar pousou no lugar onde Sarah estava e seus olhos mel se estreitaram. Então, ela respirou fundo novamente. E seu olhar parou onde eu estava.

Eu congelei. Será que ela tentaria me bater? Tinha tanto ódio no seus olhos que quase me fizeram recuar. Mas isso tudo acabou quando seus olhos pousaram em Jeremy. Eles pareciam... questionadores. Não entendi o porque, já que como a própria tinha dito, eles não se gostavam. Então, vi Jeremy assentindo na direção dela. Laisa mordeu o lábio e voltou seu olhar para Jason.

“Ok, me desculpe.”, ela deixou os ombros caírem, derrotada. “Eu sinto muito. Vou ficar com você e aceito a ... Sarah como sua amiga. E não vou mais falar nada dela.”

Jason ficou encarando Laisa, vendo se aquilo tudo era verdade. Eu também me sentia derrotada. Afinal, estava tão perto de realizar a missão. Nem me atrevi a olhar para Sarah. Eu sabia que ela estaria a um ponto de chorar. Ela estava tão esperançosa. Balancei a cabeça e olhei para Jeremy. Ele observava a cena com muita atenção.

Laisa foi na direção de Jason, temorosa. Então, o abraçou. Por um segundo, ele não retribuiu. Apenas deixou os braços caídos ao lado do corpo e permitiu aquele sinal de afeto. Então, suspirou e retribuiu o abraço. Laisa se aconchegou nos braços de Jason e suspirou, aliviada. Aos poucos a multidão ao nosso redor se dispersou. Andei até onde Sarah estava, mas ela já tinha sumido. E aquilo não era um bom sinal.

“Aliel”, Jeremy me chamou.

O encarei.

“Você ainda não escapou.”, ele levantou uma sobrancelha e deu um meio sorriso. “Ainda tem muitas coisas que eu vou descobrir de você.”, ele começou a se afastar.

“Jeremy, espere.”, eu chamei.

Ele parou e me olhou por cima dos ombros. Engoli em seco enquanto ele passava a língua pelos lábios como um predador. O percing a mostra. Ele estava esperando que eu dissesse alguma coisa. Respirei fundo e me aproximei, parando a sua frente.

“Você pode me contar a história de Jason e Laisa?”

Primeiro, ele me encarou como se eu fosse louca. De fato, eu estava extrapolando muito hoje. Finalmente, ele soltou uma risada bem humorada. Então abriu a mochila, puxando papel e caneta. Anotou alguma coisa e me deu. Peguei, confusa, para logo em seguida descobrir que era um endereço.

“Me encontre hoje as nove, nesse endereço e você saberá tudo o que quiser sobre o que quiser.”, ele disse e me olhou de cima a baixo. Para depois balançar a cabeça. “Até mais, Aliel.”

Fiquei encarando o papel enquanto sentia meu estômago se apertando. Querendo ou não, eu tinha que ir. Porque, com aquela pequena troca de olhares entre Jeremy e Laisa, eu soube que minha missão toda dependia dele.