Wings, Um Anjo Em Minha Vida escrita por Nynna Days


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo já é uma introdução para a esperada festa.
E agradeça a quem deixou comentários, amei.
Além de conter muitas informações importantes.
Espero que gostem :p



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O silêncio queimava em meus ouvidos enquanto eu caminhava para casa ao lado de Jeremy. Depois de mais um tempo conversando com Jason para ver se ele tinha certeza de sua decisão, saímos, quase sendo engolidos pela escuridão que nos cercava. Me encolhi, mesmo que não sentisse frio e encarei o caminho a minha frente. Jeremy também não me olhava.

Eu estava pensativa com tudo o que tinha escutado. Minha cabeça trabalhava em uma velocidade assustadora aos humanos. Jason estava decidido a terminar com Laisa na festa que iria com Sarah. Eu o disse para terminar antes, mas ele afirmou que se o fizesse, sua futura ex-namorada, daria um jeito de sabotar a festa de Jeremy. E eu não duvidava que ela fizesse isso.

Então, na teoria, minha missão estava completa, certo? Talvez nem tanto. Peguei meu grosso cabelo por entre os meus dedos e os prendi, sentindo o vento tocando minha nuca. Captei o olhar de Jeremy, mas não retribui. Por um lado, sabia que não estava sendo justa. Não tinha sido totalmente culpa dele. Ele não poderia saber o que Jason estava planejando. Afinal, nem eram tão amigos.

Mas, se Jeremy não aceitasse o relacionamento de Jason, iria me causar muitos problemas. Eu gostaria de dizer alguma coisa, mas minha boca parecia seca. Sem que eu esperasse, as lembranças dele tentando me beijar tocaram a minha mente e eu segurei o arfar. Encolhi os ombros e tentei manter meus olhos longe das safiras de Jeremy.

Chegamos ao centro de Nova Jersey e, ainda com a ideia de manter os pensamentos longe de Jeremy, fiz uma careta ao pensar que seria bem mais rápido se eu fosse voando. Quase que automaticamente, pensei na conversa com Daniel. Fechei os olhos com força. Eu sabia que havia algumas pontas soltas no céu, mas não sabiam que eram tantas e tão sérias. Por isso que eles tinham decidido promover tantos anjos com tanta velocidade?

“O que houve?”

Encarei Jeremy, quebrando meu mantra. Ele estava sério. Os olhos estreitos, cenho franzido e lábios pressionados em uma linha reta. O estudei, tentando decifrar aquela expressão e fiquei dividida entre a preocupação e a frustração. Suspirei, deixando meus ombros caírem, como se eu estivesse cansada. Fisicamente, eu poderia correr uma maratona. Mas mentalmente, eu desejava poder dormir e esquecer, como os humanos.

Mas eu não podia.

“A história de Sarah e Jason.”, balancei a cabeça. Minha mente queimou um pouco, já que o que dizia não era totalmente verdade. “Estou tentando entender e...”

“Qual o seu verdadeiro interesse, Aliel?”, ele parou a minha frente e cruzou os braços, sério. Recuei. Não sabia que ele iria me enfrentar daquele jeito. “Você chegou a poucos dias, se aproximou de Sarah e de Jason e começou a fazer perguntas e descobrir coisas que ninguém nunca conseguiu.”, congelei, tensa. “Você nunca me respondeu quem você era Aliel.”

Abaixei os olhos e suspirei. Eu não conseguia ficar muito tempo sozinha com Jeremy sem que ele me interrogasse desse jeito. Era incrível a sua percepção. Cansada de tanto fugir, dei um passo a frente, atraindo a sua atenção. Seus olhos ficaram mais estreitos e ele suspirou, levantando as mãos em sinal de desistência.

“Desculpe, Aliel”, ele murmurou. Bambeie ao ser pega de guarda baixa. “É que depois de que descobri que a culpa de Jason ter ficado com a garota errada é minha, estou tenso.”

“A culpa não é sua.”, eu disse suave e toquei em seu ombro.

Seus olhos encararam a minha mão como se fosse algo de outro mundo. Então seguiram por meu pulso, meu braço, até chegar em meu rosto e meus olhos escuros. Sustentei seu olhar, mesmo que por dentro estivesse descontrolada. Respirei algumas vezes, acalmando meu assustador coração angelical.

“Humanos tem o livre arbítrio.”, continuei ignorando as sensações causadas por aquele pequeno toque. “Se Jason tivesse perguntado o porque de Sarah não ter ido ao encontro e ela fosse sincera, eles estariam juntos. Mas ele resolveu agir por impulso e uma coisa leva a outra.”, isso o fez levantar uma sobrancelha. “Admito que se você tivesse contado de cara o que tinha acontecido, talvez isso não teria acontecido. Mas são as escolhas que traçam nossos destinos.”

Jeremy arregalou seus olhos e assentiu com as minhas palavras.

“Você está certa.”, ele disse e eu dei um passo para trás, me soltando. Meus dedos começaram a formigar. Ele suspirou e deu um meio sorriso. “Você ainda quer que te busque para a festa?”.

Essa pergunta me surpreendeu.

“Já que você já sabe onde é a minha casa, não precisa que eu te leve.”, ele disse. Pisquei, tentando seguir seu raciocínio. “Mas, mesmo assim, eu posso passar na sua casa.”, ele acrescentou rapidamente ao ver minha cara. “Claro que você teria que chegar antes de todos, para que eu possa recepcionar e...”

Pus meu dedo indicador nos lábios dele, o calando.

“Claro que pode me buscar.”, disse, sorrindo.

Meu subconsciente estava gritando que era a coisa mais errada que estaria fazendo, mas eu não consegui de achar fofo o fato dele ter ficado nervoso. Seus olhos estavam um pouco dilatados e suas maçãs do rosto estavam coradas. Ele sorriu e desviou o olhar, balançando a cabeça, como se tivesse percebido como estava agindo segundos atrás.

Respirou fundo e ergueu os ombros, dando um meio sorriso e voltando a ser o Bad Boy Read de sempre. Fiquei um pouco triste e tirei o meu dedo de seus lábios. Aquele toque estava fazendo com que todos os meus ossos se esquentassem. Ele se aproximou e pôs um dedo em meu queixo, dando um sorriso inteiro.

“Então te busco as sete.”

*******************************

Na escola, o assunto do momento era a festa de Jeremy. Não tinha um aluno, sequer que não estivesse comentando. Afinal, a festa dos Read era a festa do ano. Desde o mais esquisito ao mais popular, tentava falar com Jeremy no corredor para, talvez, conseguir um convite de última hora. Só naquele momento eu percebi o quanto ele e Jason eram populares.

Em falar de Jason, o outro assunto que mais rodava o corredor era a briga dele com Laisa, por causa de Sarah. Então, enquanto eu e a ruiva passávamos de braços dados em direção a próxima aula, éramos alvo de olhares e cochichos. Sarah já deveria estar acostumada com aquilo, mas a calúnia fazia os meus ouvidos queimarem. Tanto que quase fiquei surda as palavras dela.

Estava com os pensamentos tão concentrados em tudo o que acontecia ao nosso redor, que não deu tempo de desviar de alguém que trombou em mim.

“Me desculpe.”, gaguejei enquanto me abaixava para pegar tudo o que caiu no chão.

“Está tudo bem.”, ele riu. “Afinal, eu sou o professor novo e desorientado. Deveria tomar mais cuidado. Caso contrário, irei trombar em muitos alunos, tendo em vista como essa escola é cheia.”

Levantei meus olhos, para encara o dono da voz desconhecida. Primeiro, senti minha pele começando a formigar no lugar onde tivemos o pequeno contato. Ele tinha um sorriso sem-graça, e suas bochechas estavam corando destacando a pele bronzeada. Os cabelos escuros tocavam os ombros largos e chamativos. Quase tão chamativos quanto seus olhos azuis acizentados.

Nos levantamos rapidamente, para que não houvesse problemas na passagem. Ele ainda tinha um sorriso sem graça, que fazia o canto de seus olhos se enrugarem um pouco. Agradeci o fato de minha pele escura impossibilitar que ele visse o quanto eu estava sem graça. Ele tinha dito que era professor, mas o analisando bem , não o dava mais de 23 anos.

“Nicolas Brown, professor de história.”, ele estendeu a mão.

“Aliel Sky.”, apertei sua mão, sentindo minha pele formigar e se esquentar. Soltei rapidamente. “Essa é Sarah Burke.”

“Olá.”, Sarah sorriu. “Você dará aula para o terceiro ano?”

Nicolas sorriu.

“Sim, mas eu acho que só semana que vem.”

“Ah, ok”, Sarah deu de ombros e sorriu. “Até mais, professor Brown.”

“Até, senhoritas Burke e Sky”

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Sarah voltou a me puxar pelo corredor. Eu estava desconcertada. Aquilo que eu senti ao tocar Brown, era quase a mesma coisa que sentia ao ver Simon. E Daniel tinha me dito que tinha outro Quase Anjo na cidade. Será que eu deveria informá-lo? Balancei a cabeça. Ele tinha dito para não me envolver. E se Brown realmente fosse um Quase Anjo, iriam mandar um anjo para ficar de olho nele.

Mas, não pude me impedir de olhar para trás e ver Nicolas ainda me encarando com um sorriso. Abaixei os meus olhos, constrangida e voltei a prestar atenção ao que Sarah me dizia.

“Só você para me convencer a ir para a festa com Jason.”, ela estava dizendo e suas bochechas ficaram cor de rosa ao dizer o nome de seu prometido. “Sabe, eu pensei que ele tinha desistido de entrar comigo, depois de...”, ela hesitou, então deu de ombros. “De ontem, você sabe.”

Eu assentia. Sabia que esse assunto ainda era desconfortável para Sarah.

“Mas,”, ela continuou com um sorriso fazendo com que seus olhos verdes se iluminassem. “ele me ligou ontem de noite.”, fiquei tensa. Não, ele não poderia trair. Sarah continuou sem sentir minha tensão. “Parecia estranho. Querendo me dizer alguma coisa, mas...hesitando. Então disse que iria me buscar ás nove. Eu fiquei um pouco surpresa, mas concordei.”, seus olhos se abaixaram novamente e seu rosto todo ficou cor de rosa. “Mesmo depois desse tempo todo, não consigo dizer não a Jason”

Eu sorri.

“Que bom que vocês se acertaram.”, disse com sinceridade.

Sarah me olhou e sorriu.

“Eu também acho.”

Mas, conforme o dia ia passando, eu via o quanto ela estava ansiosa. Na hora do almoço, conseguíamos sentir a tensão no ar. Era quase palpável. Mesmo com Jason tentando fazer uma ou duas piadas sobre a festa de Jeremy, sabíamos que os risos eram forçados. E eu sabia que tudo era por conta da culpa que rondava os três.

Jeremy se culpava por ter segurado Sarah no dia do encontro dela com Jason. A ruiva se culpava por ter dado bolo em seu amor de infância. E Jason se culpava por ter desistido de Sarah sem nem ter lhe dado a chance de se explicar. Era fácil ver que ele era um pouco manipulável. Era como se Jason fosse um boneco ventriloco nas mãos da popularidade.

Ao mesmo tempo que isso me deixava com pena, despertava outra coisa em meu peito. Era como se tivesse fogo subindo por todas as minhas veias artificialmente humanas. Queria segurar Jason pela camisa e sacudí-lo ao mesmo tempo que gritava tudo o que estava acontecendo ao seu redor. Mas me contia. Eu não sabia de fato o que era aquilo. Só que eu me sentia prestes a explodir caso me segurasse.

“O que houve, Aliel?”

Encarei Jeremy. Ele parecia estar atento a cada movimento meu. Assim como eu era, com os dele. Parecia que todas aquelas histórias tinham servido para nos aproximar. E eu ainda sentia coisas estranhas quando estava perto dele.

Tinha que admitir que gostava como seus olhos azuis ficavam escuros quando ele ficava sério ou irritado. E que gostava de seu meio sorriso quando dizia algo que me deixava sem graça ou me fazia arfar. Meu corpo se esquentava e meus órgãos pareciam fora de seu funcionamento normal quando ele passava a língua lentamente pelos lábios, deixando o percing a mostra.

Jason e Sarah quase não percebiam o que estava acontecendo bem ao lado deles. Estavam ocupados relembrando de histórias da infância deles. Sorri, não querendo interromper. Voltei meu olhar para Jeremy e meu sorriso se tornou forçado.

“Estou bem”, dei de ombros. Então me aproximei dele para poder sussurrar. “Eles são fofos juntos, não é?”

O cheiro cítrico de Jeremy se infiltrou em meu nariz, mas não queria que isso se tornasse aparente. Ele desviou os olhos para a cena a sua frente, então de volta para os meus. Percebendo como eu estava perto, me afastei. Porém ainda conseguia sentir o seu olhar queimando em minha pele.

Ele deu de ombros.

“Você já sabe a minha opinião sobre isso.”, ele disse.

Suspirei, sabendo que ele estava sendo um obstáculo difícil de driblar em minha missão. Encarei minha comida entocada, como pretexto para poder pensar sem que seus olhos azuis me desconcentrassem.

Antes de me encontrar com Brown no corredor, estava pensando na possibilidade de Jeremy ser o outro Quase Anjo, levando em consideração tudo o que sentia em questão de segundos perto dele. E estava um pouco assustada por perceber que isso não era por conta de efeitos angelicais em mim. Era por outra coisa. Mas, eu estava evitando pensamentos profundos sobre isso. Afinal, eram apenas hipóteses, certo?

Outra coisa que havia me impressionado, era o fato da beleza de Brown não ter despertado nenhuma paixão platônica em Sarah, como aconteceria em qualquer garota de sua idade. Eu vi, um pouco antes do intervalo, quando fui ao banheiro, um número considerável de garotas comentando sobre a beleza do novo de história. Além da decepção de algumas delas, por não terem aula com ele.

Esse era um dos momentos em que contava na ponta dos dedos para que a missão acabasse logo. Sabia que faltava pouca coisa. Jeremy estava aceitando o amor do melhor amigo pela ruiva deslocada e Jason iria terminar com Laisa.

Em falar de Laisa, quase não a tinha visto durante o dia inteiro. Era visível que Jason a estava evitando. E isso animava Sarah tanto que eu quase conseguia vê-la quicando em sua cadeira de plástico. Laisa passou com suas amigas por nós, mas resolveu não dizer nada. Mesmo que seu olhar na direção de Sarah e na minha, não fosse o mais educado possível.

“A loira está queimando de ódio de você.”, Jeremy comentou, reparando nos olhares. Ele me olhou, achando a situação divertida. “Ela deve achar que tudo isso é culpa sua.”, ele pôs um dedo no queixo, pensativo. “Mas, não é verdade?”

“Deus escreve certo com linhas tortas.”, eu disse, torcendo os lábios. “Se fosse para Laisa e Jason ficarem de fato juntos, eles estariam juntos. Se for apenas uma fase, eles voltarão assim que eu for embora. Mas eu duvido muito.”, olhei para o casal a minha frente. “Veja como eles se gostam. Mesmo depois de tantos anos sem se falarem, é como se nunca tivessem se distanciado. Eles são melhores amigos e se amam. Não tem uma relação tão completa quanto essa.”

“Você vai embora?”

Olhei para Jeremy, surpresa que ele só tivesse prestado a atenção naquilo que eu disse. Dei de ombros, não querendo falar daquilo na frente do quase-casal. Estava com medo de sentir a mesma coisa que senti na casa de Sarah quando toquei naquele assunto. Antes que Jeremy pudesse dizer alguma coisa, o sinal tocou.

Me levantei com rapidez para evitar que ele perguntasse novamente. Me despedi rapidamente de Sarah e Jason, indo colocar o restante da minha comida no lixo, mesmo que me doesse desperdiçar comida. Me virei para ir para sala, trombando no peito de Jeremy. Suspirei e encarei seus olhos azuis sérios.

“Ainda não acabamos esse assunto.”, ele disse e se afastou.

Pus uma mão em meu coração e respirei fundo, querendo compensar o ar perdido.

***************************

“Tem certeza que não precisar de ajuda?”

Revirei os olhos para Adriel e joguei a toalha que estava secando meus cabelos nele. O anjo pegou-a ainda no ar e deu um sorriso galanteador. Era incrível como ele gostava de ficar sentado naquele sofá. Hoje ele estava com uma camisa de mangas curtas brancas e calças jeans cinzas. Seus cabelos loiros estavam úmidos, como se ele tivesse acabado de sair do banho.

“Consigo me cuidar, Adriel.”, me sentei na cama, ainda enrolada na outra toalha e passei a mão pelo vestido que estava cuidadosamente depositado na cama. “Além disso, acho que hoje é o marco final dessa missão.”

Joguei meu corpo na cama, como sinal de alívio e escutei barulho de asas se aproximando. Então bateram na janela. Adriel se levantou se abriu-a para que Caliel pudesse entrar. Encarei a anja sorridente. Parecia que a tristeza que antes a tinha tocado, tinha se esvaído com a promoção que ela havia ganho.

Tinha uma parte de mim que queria contar para eles sobre tudo o que Daniel tinha me contado. Eu estava com medo. Se os céus estavam perdendo o controle, o que aconteceria conosco. Eu não conseguia me imaginar em outro lugar sem as minhas asas. Balancei a cabeça e voltei a me sentar, olhando para o relógio. Seis e quinze. Logo Jeremy estaria ali.

Caliel recolheu as asas por conta do espaço limitado e se sentou ao meu lado.

“Então, será que hoje você finaliza?”, ela perguntou.

Suspirei.

“Sinceramente, espero que sim.”, massageei minhas têmporas e resmunguei um pouco. “Não aguento ficar perto de tantos hormônios.”

“Essa é uma das desvantagens de ser um anjo.”, Adriel disse, voltando a se sentar na poltrona. “Passamos pela puberdade inúmeras vezes. A sorte de vocês, garotas, é que não ficam no período menstrual. Isso sim seria um desastre.”

“Nem me fale.”, Caliel sorriu. Então bateu as palmas e se levantou. “Você tem que se vestir, Aliel. O humano chegará aqui daqui a pouco.”, ela levantou uma sobrancelha. “Ele é o que mesmo de sua missão?”

“Melhor amigo”, respondi cansada. “Se ele não aceitar o relacionamento logo, todo o meu trabalho será para nada. Ele disse que não consegue ver Sarah e Jason juntos por eles pertencerem a mundos diferentes.”

“Adolescentes”, Adriel balançou a cabeça. “Se eles soubesse, de fato, o que significa ser de 'mundos diferentes' nunca colocariam tanto drama para ficarem juntos.”

Eu assenti, concordando com Adriel. Me levantei, indo até a pequena mala no canto do quarto e pegando algumas roupas íntimas. Tirei a toalha e as vesti, sem me preocupar que Caliel e Adriel estavam olhando. Afinal, éramos anjos. Esses tipos de pensamentos não deveria passar por nossas mentes.

Peguei o vestido, o analisando por alguns minutos e o vesti. Ele vinha juntos até a minha cintura, onde se abria levemente e tocavam os meus joelhos. As mangas também eram longas e se prendiam em meus pulsos, o que dava um ar de século passado a minha roupa. Tinha um decote, mas não muito grande. Era apenas para dar um caimento ao vestido branco perolado.

Me aproximei do espelho e comecei a decidi o que fazer com minha aparência. Poderia deixar os meus olhos e círios maiores. Poderia diminuir os meus lábios. Poderia diminuir os meus seios. Mas tirei tudo da minha mente. Iria ficar com aquela aparência mesmo.

Caliel cuidou do restante das coisas, para me deixar mais sociável e adolescente. Primeiro cuidou da maquiagem, deixando-a leve, mas chamativa. Então partiu para os meus cabelos. Sempre com um sorriso em seu rosto. Estava temorosa em ver o resultado. Ao mesmo tempo estava ansiosa para que ela terminasse logo.

“Acho que terminei.”, ela disse rindo.

Antes que eu pudesse me mover para o espelho do banheiro, escutei alguém batendo na porta. Olhei para o quarto, em busca de algum resíduo de nossa verdadeira identidade. Quando tive a certeza que estava tudo bem, caminhei até a porta e a abri lentamente.

Me deparando com um pirata de parar corações.


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Notas finais do capítulo

Uiii, Jeremy de pirata, que loucuraaaa.

E o que acharam do professor Brown? Não esqueçam de comentar. E no próximo capítulo, a festa.