Elinor escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito, mas voltei com um capítulo novo! Esse é bem mais emocionante que os outros e eu trabalhei bastante nele, sejam boazinhas meninas!



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A chuva caiu violenta e fria, Elinor sabia que teria sido uma questão de tempo até que as nuvens não suportassem mais seu próprio peso, mas isso tinha deixado de ser importante, ela não se importava com todos os pingos que a atingiam quando sabia que a cada passo estava mais longe daquela cena que ela não acreditava ser real. Como poderia ele, Edgar Wymer, dizer diante ao pai dela, que a amanhã hoje mais do que nunca? Dizer isso quando foi o mesmo que a condenou as piores expectativas na vida que ela poderia ter?

Elinor terminou de atravessar o jardim e o pasto, agora entrava em um bosque mais denso e mesmo com o barulho da chuva e de seus pés chapinhando na lama, pode ouvir que não estava sozinha, alguém que ela não se virou para olhar, vinha a seu encalço mais rápido do que ela mesma podia ir. Ela teria continuado, mas acabou por escorregar em folhas mortas que cobriam as enormes raízes de uma das árvores. O pior era o diagnóstico que fez ao se dar conta do acontecido, ela estava completamente encharcada, suja de lama e substrato, e seu tornozelo esquerdo latejava quando tentou encontrar uma posição melhor para tentar levantar.

Uma pessoa alta porém, apareceu e pareceu aliviado de a encontrar, antes de ficar preocupado com a mão que Elinor levava ao tornozelo para massagear o machucado. Era ele, não poderia ter sido outra pessoa, o destino parecia um claro entendedor que aquele era o acerto final, seis longos anos se tinham passado e este era o momento em que todas as mágoas tinham que ser ditas. Edgar a levantou tiranicamente no seu colo e a levou para o abrigo proporcionado por uma antiga e alta árvore que não deixava que a água chegar ao chão.

– Solte-me!- Elinor gritou e se debateu até que ele a colocasse em pé e ela pode se apoiar no tronco da árvore. - Deixe-me em paz!

– Elinor, por favor... - Começou ele a dizer com a voz rouca.

– Você não pode, não pode pedir qualquer coisa a mim. Você foi embora a seis anos! Não pode agora chegar e dizer ao meu pai que me ama! Não pode dizer a ele e nem a ninguém! -Ela tremia de raiva e determinada, tentou sair dali, mas tanto seu tornozelo como Edgar a impediram de dar um terceiro passo. - Nem a mim você pode dizer que me ama, porque nunca amou!

– Como pode dizer isso? - Ele perguntou sentindo o peso das palavras dela, porém se viu mais longe da calma do que pode imaginar.

– Porque foi você que fez passar pela pior miséria que eu pude imaginar existir, você me condenou a desacreditar no amor! Como você pode dizer o que disse ao meu pai, ele que está velho e doente! É o senhor, sr. Wymer, que não tem direito a dizer algo.

Essas palavras calaram fundo8 antes que ele revidasse.

– E porque você tem que gritar comigo, dizer isso quando é a senhorita que não parou um segundo para se perguntar se eu não disse a verdade ao seu pai! Ele me mandou chamar, eu não tinha questão de falar novamente com a senhorita que nunca acreditou no meu amor, mas eu vim, vim em respeito ao teu pai.

– Não pode ser verdade... - Disse ela em quase um sussurro encostada totalmente no tronco da árvore, suas pernas ameaçaram ceder, mas Edgar a segurou e continuou a manter o olhar sobre ela, sem fraquejar ou desviar.

Ele a beijou feroz, muitos anos não fizeram ele esquecer o toque dos lábios dela, mesmo que está continuasse imóvel, totalmente atônita e presa no abraço dele. Não era um simples toque dos lábios, era um reencontro, e ele era dominador sobre qualquer resistência que ela tentou impor quando tomou consciência.

Elinor queria ter permanecido inerte a qualquer pensamento que se manifestou dentro dela, aquilo parecia tão surreal e ao mesmo tempo devastador, como poderia ele fazer aquilo e ela sentir algo dentro dela que impedia impor alguma resistência significativa, era como se sua alma estivesse sanando a falta dele, de seus lábios e seu abraço protetor, da personalidade forte que sempre encontrou as brechas da sua fúria. Porém, a razão impediu que aquilo continuasse assim que ele se distanciou alguns centímetros para ouvir a respiração ofegante dela em busca de ar como a sua.

– A carta... - Disse ela obrigando com as mãos que ele afastasse o corpo. - Eu não acredito mais em você, mas eu acreditei, eu aceitei tanto na sua carta.

Aquele era um senso de dever que Elinor tinha com ela mesma, por mais que algo dentro dela queimasse de desejo por ter o amor dele, ela não era mais a menina que uma vez foi beijada por ele, ela tinha apendido a ser realista e um beijo não poderia mais significar o mesmo que antes, aquilo não era o seu final feliz. Ele não era mais digno de confiança, por maior que fosse a segurança que ela sentia ali, presa a ele.

– Eu sabia que aquela carta a iria machucar, mas eu não podia, não podia fazer com que você me esperasse, eu não era o melhor futuro para você. Você precisa entender, eu fiz isso por você, como eu poderia pedir que esperasse por mim durante seis anos?

– Eu teria esperado. - Ela respondeu convicta, não era exatamente isso que ela tinha feito? - Você não podia ter decidido o que era melhor para mim e você definitivamente não sabe o que isso é.

Ele a beijou novamente, agora de um jeito mais doce e calmo até que ela fez ele se afastar.

– Mas isso não muda o fato que você me abandonou.

– Seu pai me convenceu que era a melhor forma, ele esteve certo sobre não nutrir esperanças.

– Meu pai?

– Lembra do momento que eu disse que iria até ele? Eu menti na carta, eu fui e ele não podia me aceitar, eu iria embora, poderia nunca mais voltar.

– Ele não pode ter feito isso, ele nunca me disse nada, ele não mentiria para mim.

– E eu mentiria, aqui e agora? Diga Elinor, se em todos esses anos seu pai não tentou casá-la com outro alguém?

– Tentou, mas ele queria um futuro para mim, um futuro que eu não quero mais.

– Elinor, não diga isso, eu pedi ao seu pai, antes de vir atrás de você, é a nossa última chance de sermos felizes. Meu coração sempre pertenceu a você de uma forma irrevogável e definitiva, eu a amei, amo e amarei, Elinor.

– E você acha que eu posso ser feliz em um casamento quando eu não acredito mais no amor? Ele se foi para mim.

Edgar a ouviu, aquela resposta cortou fundo em seu coração, ela não acreditar no amor, no seu amor, era a única resposta que ele não resistiu, a soltou e andou para o meio da chuva, doia-lhe fundo as palavras, o fim da esperança. Nada seria pleno para ele, tudo estava a ruir sem estar completo, tudo que ele confiava, tudo que ele podia ter esperança tinha o abandonado.

– O problema Elinor - Disse ele voltando-se para ela que continuava agarrada de costas para o tronco. - É que você está nas minhas veias e eu não consigo tirá-la de lá, você sempre esteve nos meus sonhos e sempre estará, e eu vivi tanto tempo sentindo-a a noite para então ser abandonado na manhã, eu conheci metade do mundo e desejei nunca ter saído daqui. Eu não sou o que você encontrou, entendo que você possa não gostar do que vê aqui, tudo mudou, nada fica como antes e eu não sou perfeito, mas eu tentei, tentei ver o que eu a fiz passar, eu li todas as noites suas palavras de cinco anos atrás, eu te salvava nos meus sonhos para que um dia eu a encontrasse de manhã.

" Eu irei então, retirar a proposta que fiz ao seu pai, você não precisará nunca mais me ver, eu não escreverei, mesmo que meu amor, minhas desculpas, mesmo que tudo agora não valha nada agora. Mas olhe para mim e diga que ficará bem sem mim, diga que não me ama e nunca mais irá e então eu a deixarei. "

Eles estavam novamente frente a frente, Elinor permanecia ali, quieta e atenta a ele, parecia tão difícil acreditar em tudo o que havia acontecido, mas pensar que ali, depois de ouvir aquelas palavras, a cólera que se espalhava por ele, ela tinha ali, segundos para se decidir, ou admitir a si mesma que não havia futuro melhor que aquele. Porque era aquele rosto que ela queria poder sonhar sem ser abandonada quando acordasse, porque por todos esses anos, tinha sido ele e somente ele.

Ela poderia odiá-lo mas havia algo maior que isso e isso muda tudo. Edgar eu um passo para trás, pronto para ter sua última visão dela, quando Elinor se lançou contra ele, mesmo com o tornozelo a impedindo de andar, ela o abraçou e beijou-lhe os lábios.

Era como se fosse a luz, tudo antes permanecia negro até aquela face estar junto a sua, poder abrir os olhos e encontrar outro par a olhá-lo, porque era o nome dela que ele repetiria até seu último dia.


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Notas finais do capítulo

Vi, você está me devendo beijos, abraços e uma recordação depois desse capítulo, e um comentário!
Infelizmente o fim se aproxima, faltam exatamente 3 capítulos para essa Shot fic acabe, mas deixarei as despedidas para a hora certa. Esperem capitulos logo, talvez.