Elinor escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Trouxe o primeiro capítulo e me lembrei de que não avisei que essa história será mais curta, talvez 20 capítulos no máximo, ok?Espero que gostem, não saiu como eu pretendia, mas acho que ficou melhor assim!



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CAPÍTULO I

Foi por meados de 1846, quando já se datavam seis anos da viagem de Edgar que novos problemas vieram assolar a vida de Elinor. Visto que o pai já era viúvo por mais de uma década, era a ela que pertencia a tarefa de cuidar do da casa e também de seu pai, mas isso nunca foi um fardo, a não ser pelos invernos. Quando o frio impossibilitava encontros frequentes da sociedade, Elinor se sentia ao começo contente por isolar-se em casa, mas logo depois vinha a odiar o tempo vigoroso. Ela mantinha nesta época todos os cuidados do pai e um convívio com ele aumentado, e era disso que a cada ano o pai lhe fazia uma proposta, sempre haviam na região bons rapazes para uma jovem solteira que contava seus vinte e cinco anos e ao fim terminavam em um enfadonho jogo de cartas mesmo que Emma não respondesse nenhuma das provocações do pai para que se casasse.

Naquela estação nada foi diferente, seu pai apresentava com orgulho a chegada do sr. Rochester ao condado de Sussex e clamou a filha por uma investida, mas essa respondeu com o silêncio do bom comportamento e da tolerância a um pai que começava agora a tornar-se realmente velho e incapaz. Passara anos a se perguntar porque o pai não podia aceitar que ela havia se tornado uma solteirona muito antes do tempo e que nada poderia concertar o pequeno coração em frangalhos que guardava no peito. Porém nunca obtivera uma resposta satisfatória para suas dúvidas.

E assim nada disse, nos pensamentos fez uma prece a Deus que lhe livrasse novamente daquilo. Logo foi atendida, em dias foi anunciado o noivado do moço com alguma antiga prometida da região. Não demorando muito, casaram e vieram se estabelecer a três milhas de Woodhouse, a velha casa senhorial dos Anneberg.

Sem dúvida em um jantar, se constatou que tanto o senhor quando a senhora eram finos e bem apessoados. Porém, quando veio a descobrir que o sr. Rochester estivera viajando pela Ásia nos últimos meses, Elinor ficou temerosa sobre que histórias o senhor acabaria por contar quando lhe pedissem como fora a viajem, quantas feridas que ela tentara esconder embaixo de um sorriso calculado e pouco entusiasmado se abririam para que as sentisse frescas novamente? Ao menos podia se alegrar de ela mesma não haver se casado com o homem em questão como o pai sugerira. Um homem que voltara como prometera a amada. A história que Elinor nunca poderia ter a chance de viver.

Mesmo assim, a cordialidade e troca de jantares se prosseguiu pelos meses que se seguiram. Elinor e a Louisa Rochester até tornaram-se amigas e tomavam chá juntas as quintas-feiras, mas nunca amigas de mais para que a sra. Rochester entender o que se passava nos olhos sempre tristes de nossa pequena heroína.

Foi com certeza, em uma quarta-feira santa que os Rochesters vieram a receber um convidado especial, um antigo amigo de Henry, mas nada se soube sobre esse por fato de que Elinor acompanhava na época o pai a Londres em assuntos financeiros.

Voltavam para casa em um marcha lenta, a carruagem puxada por dois belos alazões já tinha percorrido grande parte do caminho e Woodhause já era vista no além dos campos que pertenciam em parte a propriedade. O sr. Arnemberg lembrava-se de como era comum ver a filha cavalgar por aqueles mesmo prados, mas não antes da terrível estação em que Elinor deixara de lado seus principais passatempos ao ar livre como se tivesse adoecido pela perda que ele sabia ser responsável.

– Elinor, filha! - Chamou o pai levemente para a moça adormecida em ao seu lado na carruagem. Suas feições relaxadas pelo sono a faziam parecer com a jovem que perdera a mãe ainda jovem, e não mais com a cansada figura que aparentava ser muito mais velha do que seus anos diziam ser, já sem alegria e a mesma energia que parecia envolve-la antigamente.

– Está tudo bem, papai? - Perguntou preguiçosa enquanto abria os olhos. Seus olhos eram caridosos com o pai, era fato que ela realmente o amava e já não pensava em abandoná-lo por um marido como deveria fazer. – Pensei que tivesse adormecido.

– O sono a muito escapa.

– E a que se deve isso? Podemos chamar-lhe o médico quando chegarmos a Woodhouse.

– De nada adianta um médico, não é doença que me aflige. – Havia uma decisão que tinha tomado a muito tempo que o afligia verdadeiramente, mas sabia que não tinha coragem suficiente para conta-la a filha depois das semanas em que mentira sobre Edgard. Ele devia fazer sua pequena Elinor feliz e próspera, e para isso tomou a decisão de casá-la com alguém com quem ela jamais passaria qualquer desconforto como os que apareciam a frente quando ele morresse.

–E que seria então? Não se aflige por mim não é?

– Elinor, já sou um homem velho, e vivo sem tua mãe a mais tempo do que Deus deveria permitir, só me resta você. - Ele levantou a mão para a filha e apertou suas mãos juntas em um pedido para continuar. - Deixe este velho concluir os pensamentos. Sinto que estou chegando muito mais perto de minha hora do que você pode prever. Você é minha única filha e não poderá herdar de mim um pence enquanto um primo distante irá consumir todos para o próprio conforto. Entretanto, de fato não serão muitos, meus investimentos mais singulares vieram a desmoronar nesse último mês e de sobre isso nunca lhe falei, mas agora venho sendo atormentado por medos.

"Visto todas minhas tentativas frustradas que você viesse a contrair o matrimônio, percebo que não é do seu gosto se casar, mas por uma última vez, em prol de seu futuro, espero que possa acalentar bons sentimentos sobre seu primo. Escrevi a ele para que venha em duas semanas e aqui fique por mais de um mês e espero de ti cortesia e amabilidade para com ele. "

– Papai, não me peça isso, peça que eu vá ao continente, hoje em que do mar sinto pavor, mas não me peça o que tenta agora, não desejo nunca me casar.

– Não terá em pouco tempo do que se sustentar, Elinor, é dama, não pode se sujeitar ao trabalho de uma governanta ou preceptora e pouco está apta para o último, não foi quando menor muito estudiosa ou aplicada ao lar. Gosta de cavalgar e isso nunca mais poderá fazer em tal posição, mas se encontrar um marido, alguém para conviver e se este é o que herda sua casa, cavalo e herança, então digo para que pela última vez realize a vontade de um pai que teme por sua filha.

– Mas não está a partir, vejo ainda o senhor, alto, forte e rubro. -Ela afagou o braço do pai com os olhos assaltados a observar a janela.

– De fato não estou em mal estado, mas sem sua presença, acabei por consultar um doutor londrino que confio muito e esse me alertou sobre os maus invisíveis. E digo que sinto que minha passagem deve se finalizar em pouco tempo, devo encontrar sua mãe por cerca do fim do próximo ano. E a deixarei sozinha, mas não posso deixá-la hoje ou em qualquer outro dia desampara como virei a deixar. Pela primeira vez ceda a mim e seja gentil com nosso futuro hóspede, não será difícil cativar um coração moço como o seu.

– Não sabe o que diz, papai... – Pois não tenho mais qualquer perspectiva de vir a amar a alguém, fui quebrada e danificada e o tempo não pode curar nada, apenas esconder as feias lágrimas que antes rolavam pelo meu rosto, posso sorrir, mas não sem sentir a falta da emoção que tinha antes por dentro. Não posso condenar alguém a viver comigo sem nunca poder ser amado como deveria, estarei sempre triste, e que filhos poderia criar assim? Não terei ao menos um lar, porque sei que mesmo que eu tente, sempre falharei.

Elinor se manteve com o olhar fixo na janela, a cada milha que percorriam seu coração batia mais forte em total desespero, as lágrimas foram boas por não brotarem antes da noite. Sentisse mortificada, mas de nada pode fazer, não havia saída para o destino lhe pregava.

Trocou o assento da carruagem, agora de frente ao pai, e aos poucos contatou nas feições adormecidas dele que a idade e a vida lhe pesavam mais do que estava apto a carregar. Os olhos fechados transmitiam um cansaço que somente a morte era capaz de sanar e por um momento a menina sentiu-se má por quer a presença dele pelo tempo que Deus estivesse disposto a deixá-lo, era de crueldade maligna querer que aquele homem acordasse quando o sorriso no canto de sua boca sussurrou fracamente o nome da falecida esposa.

Mesmo pensamentos tão dolorosos e profundos podem ser interrompidos, e assim foram com a parada da carruagem que anunciava que eles estavam agora em frente a Woodhouse, mesmo que essa fosse quase invisível no breu que se fazia lá fora. O pai foi acordado e com ajuda de um empregado, conduzido a sua cama sem que tivesse provado do jantar.

Já Elinor se sentou solitária a mesa e experimentou a sensação de como seria o momento em que se encontrasse sozinha no mundo. Apavorou-se e pensou em fugir em busca do pai, mas sentiu então o peso daquilo, não suportaria permanecer sem um elo entre a terra e ela, preferiu a morte. E assim o fez, matou-se ao aceitar permanecer viva com alguém que teria que dar o amor que não tinha. Aceitou qualquer casamento que o pai tentasse, ou iria para a cova em companhia da filha.


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Notas finais do capítulo

Ninguém favorita não? Nem tu Vi? Aiai, assim a gente fica desanimada! Mas calma, não vou parar não, quero levar essa história até o final, até porque já tenho uma ameaça de morte ...