A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Alooow pessoas, me atrasei um pouco >< Tive um certo bloqueio criativo e quase entro em surto! Mas destravei e escrevi esse capítulo maravilhoso. Não está suuuuuper punk, mas o próximo tenha certeza que vai estar cheia de tensão! Pelo menos é assim que planejo >< Enfim... Chega de blá blá blá, boa leitura ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420461/chapter/19

Todos estavam reunidos no auditório da escola, não foi possível reunir todos no refeitório, pois a diretora acreditou que os alunos iriam ficar muito dispersos. Igor estava sentado ao lado de Laura, ambos estavam no fundo do auditório para não serem vistos. Logicamente Laura já sabia das regras, assim como todos os alunos, mas aquilo sempre era necessário. A cada ano sempre havia uma regra nova.

A luz estava fraca no ambiente e os ares-condicionados estavam na sua menor temperatura. Todos estavam agasalhados e olhavam para o palco vazio, com as pesadas cortinas fechadas. Igor reclamava mentalmente o porquê de manter o ambiente sempre estranho e assustador.

Poucos eram os cochichos, os professores circundavam entre as cadeiras e repreendia as conversas paralelas. Vez ou outra chegava um aluno atrasado no auditório, que fazia todos os olhares voltarem para os que chegavam atrasados.

Uma zoada baixa e incomoda veio do palco, alguém configurava o microfone. Instantes depois a diretora apareceu no meio do palco, ajustando o seus óculos e encarando todos os alunos com um olhar semicerrado, aguardando que o silencio absoluto dominasse por completo.

Ela não esperou muito para isso.

– Alunos, boa tarde – falou ela, não esperando que todos respondessem. Disse aquilo apenas por uma formalidade – como todos bem sabem, estamos no Período do Nevoeiro e hoje, infelizmente, vocês não tem condições de voltar para casa. Os materiais de vocês já estão devidamente separados.

“Como todo ano o colégio se divide em duas partes: uma para os meninos e outro para as meninas. Ano passado houve alguns problemas com alguns alunos fora da cama, então montamos novas estratégias. Celulares serão tomados e guardados as 22h e devolvidos na manhã seguinte – falou ela, mas sem concluir o que dizia, pois os alunos começaram a reclamar daquela nova medida.

Que absurdo! Vocês não podem fazer isso! Que injustiça! Como vou sobreviver sem meu celular? Vou dizer aos meus pais, vocês não tem direitos de fazer isso” eram os comentários que circulou pelo espaço.

– SILÊNCIO! –gritou ela ficando vermelha instantaneamente. O silencio veio logo em seguida. – muitos alunos conversavam entre si madrugada adentro ou navegando na internet vendo conteúdos impróprios ou insignificantes, causando prejuízos ao desempenho nas aulas! Os professores serão reforçados também: haverá um dentro da sala de aula vigiando vocês, um do lado de fora, vigiando a porta e outros vigiando os corredores. Haverá sempre uma rotatividade.

Os alunos ficaram em silêncio e irritados com a nova regra. Sem mais palavras, a diretora se dispensou os alunos.

Primeira coisa a ser realizada foi o banho, depois do almoço oferecido pelo colégio os alunos foram encaminhados para os vestiários, para que tomassem banho e trocassem de roupa. Era somente cinco minutos para cada um tomar banho e trocar de roupa. Os professores de educação física que coordenaram os banhos dos alunos. Após os banhos os alunos estavam liberados para circular apenas o térreo, os demais andares eram as salas de aulas e estavam sendo fiscalizadas pelos professores e coordenadores.

Era estranho para Igor ficar no colégio e tentando levar aquele dia como um outro qualquer, tentando agir como se estivesse em casa. Percebeu que não era só ele que estava incomodado, todos os alunos também estavam. Mesmo acostumados com aquele fenômeno, com certeza eles não gostavam de passar o dia inteiro no colégio.

Igor e Laura preferiram fica na biblioteca, onde estava mais cheia do que de costume.

– Temos que tentar encontrar algum registro de Patrícia – comentou Laura entre os livros.

– Como faremos isso? – perguntou Igor – Não podemos simplesmente entrar nos arquivos do colégio e solicitar documentos de 1902. Além disso, no ano do acidente aqui era a prefeitura. Não sabemos onde está o registro dela.

– Na realidade o registro dela, provavelmente está aqui sim – falou ela com seus olhos triunfantes – O colégio que fez a excursão nesse prédio naquele ano se mudou para cá anos depois, após uma bela reforma. Creio que há registros dela aqui, sim – falou Laura satisfeita.

– Ok, mas o que procuramos ao certo? Se encontrarmos o registro dela o que vai mudar?

A pergunta pegou Laura de surpresa. De fato ela não sabia o que poderia mudar se encontrassem registros dela ali. Talvez pudessem encontrar alguma coisa peculiar na garota. Ela realmente ficou saber o que dizer.

– Talvez alguma coisa... – disse ela pela primeira vez sem a menor firmeza em sua resposta.

Igor encarou-a e percebeu que eles tinham acabado de entrar num beco sem saída. A pergunta ainda pairava no ar e continuavam sem a resposta.

– Vamos atrás de registros dela – decidiu Igor. Eles não tinham opções, teriam que arriscar o que tinha em mãos. – Como vamos buscar informações dela? A secretaria com certeza não vai nos dar permissão para acessar os arquivos – disse Igor encostando-se a cadeira.

Laura permaneceu em silencio e o observando. Ele olhou para os seus olhos e nenhuma palavra precisou ser dita. Os olhos de Laura denunciaram tudo.

– Não... – falou ele lentamente.

– Sim – assentiu ela positivamente com a cabeça – Nós vamos invadir a secretaria a noite.

– Como vamos fazer isso, Laura? As regras e a vigilância a noite estão bem rigorosa – falou ele torcendo para ela desistir daquela ideia.

– Sim, é verdade, mas toda segurança é falha – disse com seu olhar seguro de sempre – Nossos celulares serão recolhidos e não vamos poder nos comunicar, então temos que nos planejar nesse momento.

Igor ficou incrédulo, mas percebeu que essa poderia ser a chance de se livrar de tudo. Tinham caminhado muito longe para desistir no meio do caminho.

– Temos que pensar é: como vamos sair da sala sem sermos vistos e sem ninguém perceber que sumimos – falou Laura pensando alto.

A expressão dela mudou e ficou pensativo. Igor encarou o livro que estava diante dele sem o menor interesse.

– E se nós ficássemos escondidos até a hora de recolher? – sugeriu ele.

– Não... Eles vão ficar com uma lista e fazendo chamada. Caso nós não respondermos iram a nossa procura. Não vai dar certo.

O silencio voltou a reinar sobre eles. Aos poucos a biblioteca ia se esvaziando e as horas iam se passando. O fim da tarde se aproximava e eles não sabiam ainda como iriam burlar a segurança dos professores.

Havia chegado a hora do jantar, todos comeram silenciosamente. Apenas o tintilar dos talheres ecoavam pelo local. Estavam todos infelizes e com raiva por estarem ali. Alguns alunos insistiam em olhar para as janelas para ver se o nevoeiro havia dissipado, porém a noite ele ficava mais forte e turvo.

O céu estava negro, nenhuma nuvem passeava por ali e nem as estrelas se atreviam a mostrar seus discretos brilhos. A lua parecia te fugido. Era a céu mais sombrio que Igor tinha visto na sua vida. Além do intenso nevoeiro, as temperaturas caíram bruscamente. Vapores de ar saíram da boca dos alunos quando falavam.

Laura e Igor se encontravam sentados no chão do corredor do térreo. Os alunos começaram a andar menos pelo colégio, aos poucos eles iam se concentrando para dentro de suas salas. Estava próximo de dar o toque de recolher e eles ainda rachavam a cabeça.

– Isso me parece impossível – disse Igor.

– Temos que fazer isso quando todos estiverem no mais absoluto sono – disse Laura.

Igor sentia dor de cabeça de tanto pensar. Ele já havia pensado em tanta coisa que estava se lamentando por não de a capa de invisibilidade de Harry Potter. Ele olhou para o teto e ficou esperando que uma ideia brilhante surgisse. Estava cansado de mais. Exausto.

– Me espera, eu vou ao banheiro! – tinha gritado alguém no corredor e Igor ouviu os passos acelerados de alguém passando por eles. Era um aluno do segundo ano.

Igor deixou aquilo passar e encostou novamente sua cabeça na parede, voltando a olhar para o teto. Fechou seus olhos por alguns instantes e sentiu-os arder. Ele precisava descansar. Dormir só um pouco.

Foi quando ele teve uma ideia.

– Laura, tive uma ideia – disse ele com um brilho nos olhos – agora teremos que ser paciente – alertou ele.

Laura parecia exausta, mas com o entusiasmo de suas palavras, ela parecia ter despertado instantaneamente.

– Lembra o que a diretora disse? Terá um professor na porta e outro dentro da sala. Em algum momento o professor que estará dentro da sala irá para o banheiro e ele fará isso quando estiver seguro de que todos da sala estarão dormindo. O professor do lado de fora não entrará, pois estará controlando a entrada e a saída dos alunos. É ai que podemos fugir – disse ele.

Laura ficou encantada com a ideia, mas havia um problema.

– Mas como vamos fugir se a porta está bloqueada?

– Pela janela. Passei muito tempo observando-a e percebi que ela só esta trancada apenas com um trinco e não por chave – disse Igor.

– Ok – disse ela.

– Agora só falta um local. Algum lugar seguro que possamos ficar e aguardar a espera um pelo outro.

O silencio brotou novamente, mas não foi necessário pensar muito.

– Vamos nos encontrar na capela do colégio. As portas estão sempre abertas. Vamos nos encontrar em baixo da mesa do altar. Lá é seguro – falou Laura.

Eles se levantaram animados e estavam prontos para entrarem em ação. Antes que algo mais pudesse ser dito, um professor interveio:

– Com licença, mas está na hora do toque. Vão para as suas áreas e tenham uma boa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então pessoal, bem legal, não é?
Quem nunca imaginou dormir no colégio, não é verdade?
Esse capítulo me inspirou um fato. Na realidade eu já dormi no meu colégio. Ele é bem grande e bem estranho a noite. Sinistro kkkkkkkkkkk'

Até a próxima ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Perseguidora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.