A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou de volta pessoal ^^ Depois de alguns fenômenos paranormais que Igor vem passando, ele finalmente desabafou com Laura o que vinha acontecendo. Será que Laura vai entendê-lo? Será que ele descobrirá mais cosas da cidade? Ler para saber, não é verdade? Boa leitura ^^



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A aula já havia acabado e Igor não tinha se movido da cadeira. Tinha os seus pensamentos longes e estava totalmente desinteressado nas aulas. Alguns professores chamaram-lhe a atenção e aquilo pouco o importou. O professor de história, como castigo, obrigou-o a fazer um trabalho de história para que fosse entregue na próxima aula dele. Igor anotou o tema do trabalho tranquilamente, o que deixou o professor mais furioso, porém nada mais foi dito.

Depois daquele episódio na sua casa, nada mais de estranho aconteceu, mas ele sentia que havia alguma coisa errada por ali. O mais estranho de tudo era que não era com a casa, algo com a cidade. Os rostos idosos das pessoas não o agradavam mais, pareciam sempre sérios e escondiam algo em seus olhos. Silencio e mistério parecia predominar por ali. Porque esse mistério?

– Você está com um pensamento longe – comentou Laura sentando-se na carteira a frente, já com a sala vazia.

Aquele dia estava mais iluminado, o sol se atreveu a aparecer nas poucas nuvens carregadas que apareciam ali. Mesmo com a claridade que fazia, a cidade não deixou de ter sua aparência velha e assombrada.

– Pensando em algumas coisas... – respondeu ele não querendo deixar Laura sem respostas.

– Que tipo de coisas? – perguntou curiosa e estudando a expressão que fazia.

– A vida que eu tinha na outra cidade... Era diferente – respondeu ele com uma leve verdade, mas aquilo não era o que perturbava os seus pensamentos naquele momento.

– Você mente mau – comentou Laura – Se fosse isso mesmo você estaria com os mesmos olhares de desinteresse que você costuma ter. Alias você já vinha perdendo esse olhar. Hoje seu olhar é outro... Parece preocupado – falou ela inclinando a cabeça, tentando ver melhor os seus olhos.

Parecia ser impossível enganá-la. Igor deixou um leve sorriso surgir ao perceber que tinha sido descoberto de sua mentira. Desviou os olhos da janela e procurou os dela. Ela estava concentrada e parecia estar preocupada e curiosa com o motivo de tê-lo deixado daquela forma.

– Tem algumas coisas estranhas acontecendo... – iniciou. Estava nervoso e um pouco envergonhado com o que queria dizer, mas aquilo e incomodava e Laura era a única que dava-lhe atenção – Des que cheguei sinto que alguém está me perseguindo – falou ele nervosamente e baixo, como se estivesse contando algum segredo.

Laura aproximou-se, agora com seu olhar mais atento e investigativo. Pela primeira vez ele percebeu que a cor de seus olhos eram diferentes, não os dois olhos, e sim, em apenas um deles. Seus olhos eram castanhos claros, mas um de seus olhos era metade castanho claro e a outra metade era azul.

– Heterocromia? – perguntou ele curioso e perdendo a sua atenção no que o preocupava.

– Sim – respondeu ela sorrindo e abaixando a cabeça – As pessoas acham estranho – completou. Parecia estar envergonhada.

– Achei bonito – disse ele para animá-la.

– Obrigada – disse ela levantando o seu rosto com um sorriso simpático – Mas bem, não era dos meus olhos que você estava preocupado, não é verdade? – falou ela querendo retornar ao assunto.

Igor respirou fundo. Laura percebeu que ele realmente precisava de ajuda. Algo realmente estava o incomodando.

– Se você tem essa impressão que alguém esta o seguindo, você já falou para sua mãe ou para a polícia? Talvez isso o deixasse mais seguro – sugeriu ela.

– Não, não... Não é isso – disse ele franzindo a testa. Igor encostou-se na cadeira tentando escolher as palavras certas para explicar as situações que haviam ocorrido com ele nos poucos dias na cidade. – Você acredita em espíritos? Almas? Assombrações?

A pergunta de Igor pegou Laura um pouco de surpresa, ela não esperava que ele fosse dizer aquilo. Depois de algumas piscadas de olhos, ela se recompôs e inclinou-se para ele.

– Acredito – disse ela com seu tom serio. Seus olhos não mentiam.

Igor engoliu seco com a seriedade que ela carregava em seu rosto. Aquilo o fez arrepiar, mas sentia segurança e sabia que poderia confiar nela.

– Se eu disser que vi algumas coisas estranhas, você acredita? – perguntou ele um pouco mais nervoso.

Laura respirou fundo e percebeu que Igor estava muito assustado ou talvez confuso com algo que tinha acontecido.

– Que tipo de coisas, Igor? – sua voz saiu quase que um sussurro.

– A primeira coisa estranha que me aconteceu foi quando entrei correndo no cemitério atrás do meu horário escolar, ele voou de minhas mãos e foi para lá. Um nevoeiro invadiu o local e jurei ter visto uma sombra no meio dele. Tive um sonho que estava sozinho em minha casa, onde o cachorro latia para o nevoeiro. Outra vez estava voltando para casa e o cachorro, que fica no terreno baldio ao lado de casa, latia loucamente para a rua, mas não havia ninguém. Quando fiquei visível para ele, se assustou e se escondeu na sua casinha improvisada.

“A ultima foi mais real. As anteriores poderiam ter sido coisas da minha cabeça, mas esse fim de semana eu estava no porão de casa e ouvir alguém me chamar. Pensei que poderia ter sido o vento vazando em alguma janela, mas novamente alguém me chamou. Foi muito claro, Laura, não foi coisa da minha cabeça. Alguém de fato estava me chamando ali embaixo. Eu me assustei e corri para a sala, foi quando a caixa de música, que dei de presente para a minha mãe, começou a tocar no primeiro andar. Estranhei, pois não havia ouvindo minha mãe chegar.

“Quando subi no quarto dela, estava tudo vazio e a caixa de música parou de tocar. Logo depois minha mãe chegou em casa. Não acha isso muito estranho está acontecendo comigo?

Igor esperava que Laura estivesse chocada com a sua declaração, mas ela continuava com sua expressão seria e seu olhar investigativo. Ela analisou toda a história e respirou, antes de falar qualquer coisa.

– Antes de tudo, Igor, quero que saiba que eu acredito em você. Não estou surpreso com o que você me disse, sempre há alguém da cidade que disse ter visto espíritos ou ter vivido algum fenômeno paranormal. Isso é normal – concluiu ela tentando tranquilizá-lo.

– Normal, Laura? Normal?! – exclamou ele baixo – Dês de quando presenciar fenômenos paranormais é normal?

– Dês que Arvoredo foi considerado a cidade mais assombrada da América Latina – concluiu ela ainda séria.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal, gostaram?
Meeeeeeeega suspense *-* Os capítulos seguintes são ótimos!
Peguem as peças e montem esse quebra-cabeça

Até a próxima ;)



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