Annabeth havia saído com rapidez do lugar onde Connor e Percy estavam. Não queria mais nenhuma entrevista com o garoto, já deveria ter suspeitado que era apenas um pretexto para que os dois tivessem lucro. Com a reputação que ela construiria para Percy.

Ela também ganharia lucro com tudo isso, mas não aguentaria mais de um mês com eles debaixo do mesmo teto. Seria mais do que insuportável para ela.

Enquanto cruzava o saguão para ir até a garagem pegar o carro, alguém chamou-a:

-Senhorita Annabeth? Está tudo bem?

-Claro, por que não estaria?- respondeu, fria e irritada- Afinal, o que você está fazendo aqui? Não deveria estar lá em cima cuidando dos papéis que precisamos para amanhã?!

O homem pareceu sem jeito.

-É... Me desculpe, senhorita Annabeth... É que... Bem, é meu horário de almoço e eu... Ahn queria....

-Ah...- Annabeth deu um tapa em sua própria testa- É mesmo, me desculpe, Charles. Aconteceu tanta coisa que não fui capaz de lembrar do seu horário de almoço. 

-Está tudo bem comigo, senhorita.- Charles estava mais do que acostumado com o mau humor constante da patroa- Gostaria que eu ficasse mais um pouco para ajudar a terminar os papéis? 

-Não, obrigada, Charles. Me diga onde eles estão que eu mesma vou terminá-los mais tarde, tudo bem?

-Se a senhorita quer...- ele colocou o peso sobre um pé- Estão todas na segunda gaveta da minha mesa.

-Obrigada, Charles. Bom almoço.- antes que o funcionário respondesse, Annabeth já estava perto da escada de funcionários, que a levaria até a garagem. 

Correndo, entrou no carro e deu a partida. Saiu a toda velocidade, parando apenas para que a cancela deixasse-a passar. Saindo do prédio, pegou um atalho e foi olhando para os lados com cuidado. A rua na hora do almoço geralmente era deserta. 

Alguns traficantes aqui e ali, mas nada demais. Cada vez que encontrava com um, ela dava um jeito de acelerar, com medo do que poderia acontecer. Dez minutos depois estava no saguão de entrada do prédio onde dividia um apartamento com Thalia. 

Subiu de elevador até quinto andar. Saiu cansada e pegou a chave do apartamento na bolsa; com todo o cuidado para não fazer barulho, entrou bem na hora em que o entrevistador dizia:

-Corta!

-Annabeth!- o rosto de Thalia se iluminou. Mesmo com pouca maquiagem, Thalia era linda. Annabeth poderia sentir inveja dela, mas por alguma razão, não sentia mais nada além de alegria por vê-la bem. 

O entrevistador olhou para ela, sorrindo. Estendendo a mão, cumprimentou-a:

-Boa tarde, senhorita! É uma honra conhecer uma empresária tão boa assim! Sou Nico di Angelo.

-Boa tarde, Nico.- ela apertou com firmeza a mão estendida do homem. Ele aparentava ter 20 anos, enquanto ela tinha vinte e dois- Obrigada, prazer em conhecê-lo. Devo acreditar que é um ótimo entrevistador? 

-Provavelmente, senhorita.- o rosto de Nico estava iluminado.- Sua artista é muito boa e talentosa. Além de bonita.