Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 6
Inspeção de Chalés! Eu acredito em você...




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Eu revirei na cama a noite inteira, e quando consegui dormir eu tive um pesadelo.

Pesadelos são coisas perturbadoras para qualquer um, para semideuses então você nem imagina. Até porque nos temos desfechos do futuro, é como uma profecia: Você tem pistas e dicas para achar o caminho, mas você não entende absolutamente nada! E não consegue ligar as peças, são pedaços de quebra-cabeças totalmente diferentes.

Mas meu pesadelo foi algo assim: Eu reconheci o monte Olimpo, mas estava totalmente diferente do comum. se não fosse pelos restos dos tronos dos deuses, eu não teria me lembrado. Dentre tudo aquilo estava eu. Jano estava flutuando com dois sorrisos marotos no ar.

Confiar... - disse o rosto esquerdo.

Ou morrer... - disse o rosto direito.

Eu odeio esse cara... Mesmo. No instante seguinte ele desapareceu deixando apenas sua risada ecoar no ar. Mesmo sendo um sonho, pesadelo... O que seja, eu conseguia sentir o frio no ar, meus dedos congelaram e eu percebi que estava com Anaklusmos na mão. Alguém me atacou por trás, e eu defendi. Eu vi o rosto de Luke, e os olhos de Cronos brilhando de ansiedade, sedento de sangue.

Ele sorriu debochado e disse:

- Ainda falta ódio... Ainda falta desejo de vingança... 

Ele não me deu tempo nem de organizar uma resposta mental, partiu para o ataque tentando me fatiar ao meio, mas ocorreu um erro quando eu recuei do seu ataque. Senti um frio na barriga imediato e percebi que eu estava caindo lentamente na direção da guerra entre monstros e semideuses que acontecia abaixo de mim. 

Eu vi dois olhos azuis-gelo, Silena. Eu ergui minha mão para ela, mas tudo o que ela fez foi me olhar com o rosto pálido e vazio... Como se estivesse morta. Ela permaneceu parada sem fazer ou dizer nada. Então antes de eu alcançar o solo, tudo escureceu.

E de repente era como se eu tivesse pousado na minha cama. Eu estava suando frio e minha mão direita ardia, eu olhei para ela, uma linha esbranquiçada bem visível na palma dela. A marca que Silena me deixou ao me trair. 

- Ainda bem que acordou... - suspirou Jake. Espera... Jake?

Eu me sentei rapidamente.

- O que você... O que você está fazendo aqui? - perguntei.

Ele coçou a cabeça meio  envergonhado.

- Ouvi gritos. - explicou. - Eu não consegui dormir então fui dar uma volta para fazer uma visitinha até a lápide de Percy. 

- As harpias...

- Elas não foram um problema. - então eu vi o sabre celestial caído no pé do beliche. - O que foi dessa vez?

Eu olhei para as minhas próprias mãos.

- Guerra... - eu disse simplesmente. - Morte.

Ele assentiu.

- Isso resume tudo... - ele suspirou, a luz do luar e uma brisa fria adentrava pela janela do chalé. - Eu não queria falar isso com você... Mas o que acha da profecia?

Eu hesitei ao responder.

- Tanto faz... Não posso muda-la... 

Ele cerrou os punhos.

- Jake...

- Pare com isso, Megan. - disse ele bruscamente. - Você não vai morrer, está bem? Você não pode... Simplesmente não pode morrer.

Eu me senti culpada e com raiva de repente. Culpada por causa da profecia, se eu morresse não seria como se ninguém fosse sentir nada. As vezes esqueço de que existem pessoas que se importam comigo. E raiva da profecia também... Porque nossos destinos estão escritos dessa forma? Morrer no momento sem nem ter ideia de que isso aconteceria é uma coisa... Agora saber que vai morrer antes de acontecer é pior ainda. 

- Eu posso sim. - eu disse. - Não totalmente imortal... Foi o que me disse Percy. 

- Que sentido tem uma história quando a personagem principal morre? - perguntou ele.

- Não sou a personagem principal... Jake, eu não quero que tudo dependa de mim. Mas as vezes as cosias não são como a gente quer que seja. - eu disse simplesmente.

- Na minha história você é... - disse. - E por isso eu não vou te deixar morrer.

Mesmo assim, eu tinha que evitar sentir esperança. Não importa o quanto alguém diria: "Você não está sozinha", eu sabia que no final eu estaria. 

- Durma. - disse ele. - Esqueça isso por um momento e durma. 

Ele estava indo na direção da porta quando eu me levantei da cama e chamei:

- Jake... - ele parou e se virou para mim.

- O que foi?

Eu andei na sua direção e me senti meio tímida ao beija-lo. Sério, é muito esquisito... Um dia a gente estava quase se estrangulando por causa de que eu preferia sábado e ele preferia sexta e hoje... Bem, é. E  acho que eu já comentei isso, mas vale a pena lembrar. Foi como na primeira vez, mil fogos de artificio de todas as cores, borboletas e essa coisa toda clichê que todo mundo sabe e descreve assim. Quando eu me afastei eu vi um sorriso maroto nos seus lábios.

- Não pode viver sem mim, não é "Cabeça de Alga"?

Eu suspirei.

- Vai pentear pégasos, "Cabeça de Javali".

Ele riu e saiu do chalé, não antes de eu me deitar novamente. Esse era nosso jeito de dizer "Boa Noite" e quando a porta se fechou não conseguir ter uma boa noite, o que já era normal. Mesmo assim, me senti solitária novamente.

Na manhã seguinte, eu comi sozinha um café da manhã deprimente na mesa de Poseidon. Eu fiquei encarando a fissura no chão de mármore onde há dois anos atrás Nico di Ângelo tinha banido vários esqueletos com sede se sangue para o submundo. A memória não melhorou exatamente o meu apetite.

Depois do café, Jake e eu andamos para inspecionar os chalés. Na verdade, era a vez de Jake fazer as inspeções. Minha tarefa matinal era meio que analisar os relatórios para Quíron. Mas considerando que nós dois odiávamos nossos trabalhos, nós decidimos fazê-los juntos, então não seria tão detestável.

Nós começamos no chalé de Poseidon, que era basicamente apenas eu. Eu tinha feito meu beliche naquela manhã (bem, mais ou menos) e endireitado o chifre de Minotauro na parede, então eu dei a mim mesmo um quatro de cinco.

Jake fez uma careta.

- Você está sendo muito gentil, hein. - ele cutucou com um lápis um pacote de Ruffles pela metade na minha mesa de cabeceira. - Três de cinco por ter polido a Lança. - ele apontou para a Lança que pertencera a Percy, eu sempre a deixava na parede pendurada.

Dei de ombros.

- Sempre faço isso... - eu disse. - Mas qual é, dá um tempo. Eu não tenho o Tyler para limpar para mim nesse verão.

Ele riu.

- Três e meio de cinco, satisfeita?

- Agora eu estou feliz. - eu disse.

Então continuamos. Eu tentei passar alguns relatórios da pilha de Quíron enquanto andávamos. Tinham mensagens de semideuses, espíritos da natureza, e sátiros de todo o país, escrevendo sobre a atividade de monstros recente. Elas eram bastante deprimentes, e meu cérebro com TDAH não gostava de se concentrar em coisas deprimentes.

Pequenas batalhas estavam aparecendo em todos os lugares. O recrutamento do campo estava em zero. Sátiros estavam com problemas para achar novos meio-sangues e levá-los para a Colina Meio-Sangue por causa da quantidade de monstros que estavam rondando o país. Nossa amiga Thalia, que comandava as Caçadoras de Ártemis, não tinha sido vista há meses, e se Ártemis sabia o que acontecera a ela, ela não estava dividindo a informação.

Nós visitamos o chalé de Afrodite, que obviamente ganhou um cinco de cinco. Mesmo Jake querendo dar quatro de cinco porque reclamava de que o chalé estava fedendo a perfume de marca (ele odeia perfume) As camas estavam perfeitamente feitas. As roupas nos baús de todos estavam divididas por cores. Flores frescas estavam florescendo nas janelas. 

- Eu fiz a maior parte... - reclamou Ridley, uma garota que tinha metade do meu tamanho, cabelos castanhos ondulados e aqueles olhos que você não sabe se é verde ou é castanho. - Drew não quis ajudar.

- Eu já disse, querida... - disse gentilmente Drew tocando a cabeça da irmã. - Minhas unhas estavam secando.

Ridley revirou os olhos.

- Você não precisa ser tão vaidosa. - resmungou a pequena. - Mas eu realmente queria que ficasse tão bom quanto Silena fazia quando... Bem... É.

Eu dei um meio sorriso para ela. Ridley tinha uns onze anos, porém quando Silena ainda estava do nosso lado era um tipo de pessoa que Ridley queria parecer. Ridley era sarcástica as vezes, eu penso que ela tenha bênção de Hermes. Mas ela tem feições de um anjo (Stoll's : O que quer dizer com isso?), era uma das irmãs mais próximas de Silena. Eu via muito a pequena ao lado da minha melhor amiga.

- Vocês... - bufou Drew. - Silena, ela não faz nada de bom, querida.

- O que quer dizer? - perguntei.

- Ela escolheu seu lado e nos traiu, não é digna de ser uma filha de Afrodite, você sabe disso melhor do que qualquer um... Não é, querida?

Cerrei os punhos, eu ia voar no pescoço de Drew. Mas Jake chamou:

- Megan...

Eu mordi o lábio e relaxei os ombros. Olhei fixamente Drew e depois para Ridley.

- Cinco de cinco... - e sorri para a pequena.

- Bem... Que seja. - disse Drew me dando as costas.

– Vocês querem um bombom? – perguntou Ridley. - Meu pai os mandou. 

– Eles são bons? – Eu perguntei.

Ela sacudiu a cabeça.

– Eles tem gosto de papelão.

Eu não tinha nada contra papelão, então tentei um. Jake negou com a cabeça tentando ser gentil. Nós prometemos a Ridley que a veríamos mais tarde e continuamos andando.

Enquanto cruzávamos as áreas comuns, uma briga estourou entre os chalés de Ares e Apolo. Alguns campistas de Apolo armados com bombas de fogo voaram por cima do chalé de Ares em uma biga puxada por dois pégasos. Eu nunca tinha visto a carruagem antes, mas parecia ser bastante boa. Logo, o telhado de Ares estava queimando, e as náiades do lago de canoagem correram para jogar água nele.

Então os campistas de Ares lançaram uma maldição, e as flechas de todas as crianças de Apolo viraram borracha. Os filhos de Apolo continuavam atirando nos de Ares, mas as flechas batiam e quicavam.

Dois arqueiros correram, sendo perseguidos por uma criança raivosa de Ares que estava gritando em versos:

Maldição, pois sim! Vocês vão me pagar! Não quero passar o dia todo a rimar!

Jake suspirou. Eu olhei confusa.

- Ah, de novo não... A última vez que o chalé de Apolo amaldiçoou um chalé, levou uma semana até que as parelhas de versos parassem.

Eu estremeci. Apolo era o deus da poesia, assim como o do arco e flecha, e eu já o tinha escutado recitar em pessoa. Eu quase preferia ser atingido por uma flecha.

– Sobre o que eles estão brigando de qualquer forma? – Eu perguntei.

Jake me ignorou enquanto escrevia em sua lista de inspeção, dando a ambos os chalés um de cinco. Eu o peguei me encarando, e olhei para ele meio irritada.

- O que foi agora? Pasta de dente no meu rosto?

Ele riu.

- Não, é que... Você está diferente. - ele hesitou.

Franzi as sobrancelhas.

- Diferente... Como?

Ele hesitou de novo como se armasse a resposta certa mentalmente.

- Você está mais alta, baixinha. 

Eu bufei.

- Eu não sou tão baixa assim.

- Aham... - ele disse desconfiado.  - Acredite no que quiser.

Eu o empurrei, mas isso fez com que eu cambaleasse. Ele riu de novo e eu tentei segurar o riso, mas não consegui.

- Bem, aquela biga voadora. - disse depois de ficar sério de novo.

– O que?

– Você perguntou sobre o que eles estavam brigando.

– Oh. Oh, certo.

– Eles a capturaram em um ataque-surpresa na Filadélfia semana passada. Alguns dos meio-sangues de Luke estavam com essa biga voadora. O chalé de Apolo a apreendeu durante a batalha, mas o chalé de Ares estava liderando o ataque. Eles estão brigando por ela desde então.

Nós nos desviamos quando a biga de Michael Yew mergulhou como uma bomba em um campista de Ares. O campista de Ares tentou esfaqueá-lo e amaldiçoá-lo em versos.

- Fugir! Você pode até. Minha fúria você vai sentir! E sem dentes vai ter que sorrir!

Ele era bem criativo sobre rimar palavras amaldiçoadas. Melhor que os haicais de Apolo.

– Nós estamos lutando por nossas vidas – eu disse – e eles estão brigando por uma biga idiota.

– Eles vão esquecer isso – disse Jake. – Clarisse voltará à razão.

- Essa não parece uma atitude da Clarisse que eu conheço. - eu murmurei.

E nessa fala a mesma passou por ali perto berrando:

- Rosas são vermelhas! Violetas são azuis! Roxo seu olho vai ser! Quando eu te pegar você vai morrer!

Eu analisei mais alguns relatórios e nós inspecionamos outros chalés. Deméter conseguiu um quatro. Hefesto ganhou um três. Hermes conseguiu um dois, o que não era surpresa. Todos os campistas que não sabiam quem eram seus pais deuses eram jogados no chalé de Hermes, e já que os deuses eram meio esquecidos, aquelo chalé estava sempre superlotada. Finalmente nós chegamos ao chalé de Atena, que estava organizado e limpo como o habitual. Livros estavam arrumados nas prateleiras. As armas estavam polidas. Mapas de batalhas e esquemas estavam decorando as paredes.

Apenas um beliche estava coberto de papéis, e um laptop de prata ainda estava ligado. Nesse beliche estava Malcolm, olhando para a tela do laptop, quando ele nos viu ele praguejou:

- Vlacas... - praticamente ele estava chamando a si mesmo de idiota e tentando organizar seu beliche. - Ah... - ele começou a levantar. - Era a cama de Benjamin... E... Bem, eu estava lembrando e...

- Tá tudo bem. - eu disse sorrindo para ele. - Mas então... conseguiu alguma informação boa desse negócio?

– Demais – ele disse. – Dédalo tinha tantas ideias, eu podia passar cinquenta anos apenas tentando compreende-las todas. Aposto que Ben pensava assim também...

Malcolm sorriu para mim.

– Nós vamos esperar lá fora enquanto vocês terminam a inspeção, então... Certo?

Eu assenti.

Os campistas de Atena saíram em fila pela porta enquanto Jake rodava o local.

- Vamos dar um cinco de cinco. - disse ele. - Por causa de Benjamin.

Eu concordei.

Eu troquei o peso dos pés desconfortável e fingi ler mais alguns relatórios. Tecnicamente, mesmo durante a inspeção, era contra as regras do acampamento dois campistas ficarem...tipo sozinhos em um chalé. Quer dizer... Ontem foi meio que diferente... Tá, não era diferente. 

Essa regra fora mencionada muitas vezes quando Jake e eu começamos a namorar e o numero de vezes citadas foi mais alto quando Ben e Annie começaram a namorar também. E eu sei que alguns de vocês devem estar pensando: se todos os semideuses são aparentados pelo lado deus, isso não faz namorar ser nojento?

Mas a coisa é, a parte deus de nossa família não conta, geneticamente falando, já que os deuses não tem DNA. Um meio-sangue nunca pensaria em namorar alguém que tivesse o mesmo deus como pai. Tipo duas pessoas do chalé de Atena? Sem chance. Mas uma filha de Poseidon e um de Ares? Ou de Atena e Apolo? Ai não tem problema.

 – Toda essa coisa com Benjamin e a Annie. Meio que faz você pensar. Sobre...o que é importante. Sobre perder pessoas que são importantes.

Eu assenti.

- Por isso você ficou tão distante quando eu citei a profecia? - perguntei e me arrependi no mesmo instante.

Mas Jake apenas me encarou e disse:

- É. Venha. Vamos terminar seus relatórios e devolvê-los a Quíron.

A caminho da casa grande, nós lemos o último relatório, que era manuscrito em uma folha de bordo de um sátiro no Canadá. Se possível, a nota fez eu me sentir ainda pior.

Eu li em voz alta:

 Caro Sr. Hansel Phelps,

As florestas fora de Toronto estão sendo atacadas por um texugo do mal gigante. Tentei fazer como você sugeriu e convocar o poder de Pã. Sem efeito. Muitas árvores de náiades destruídas. Recuando para Ottawa. Por favor, mande um conselho. Onde você está?  

Gleeson Hedge, protetor.

Jake fez uma careta.

– Você não ouviu nada dele? Mesmo com a ligação empática?

Eu sacudi a cabeça desanimada.

- Estou ficando preocupada.

- Relaxe, ele é um menino-cabra crescido.

- Jegue...

- Bode. - corrigiu. - Ele sabe se cuidar.

Desde o último verão, quando o deus Pã morreu, nosso amigo Hansel tinha se afastado mais e mais. O conselho dos anciões o tratava como um exilado, mas Hansel ainda viajava por toda a costa leste, tentando espalhar a palavra sobre Pã e convencer os espíritos de natureza a protegerem seus próprios pequenos pedaços da natureza. Ele passava a mensagem como "Legado de Pã" e muitos sátiros o respeitavam como superior mesmo ele se sentindo desconfortável com isso.

Ele só tinha voltado ao campo algumas vezes pare visitar sua namorada, Emily.

A última vez que soube ele estava no Central Park organizando as dríades, mas ninguém tinha visto ou ouvido falar dele em dois meses. Nós tentamos mandar mensagens de Íris. Elas nunca chegavam. Eu tinha uma ligação empática com Hansel, então eu esperava que eu soubesse se alguma coisa ruim acontecesse com ele.

Hansel tinha me dito uma vez que se ele morresse a ligação empática poderia me matar também. Mas eu não tinha certeza se isso era verdade ou não.

Eu me perguntei se ele ainda estava em Manhattan. Então repentinamente me lembrei do episódio do Princesa Andrômeda.

- Jake...  - eu o parei perto da quadra de tetherball. - Se você fosse Cronos e estivesse planejando essa guerra, o que você faria em seguida?

Ele me olhou confuso, mas respondeu:

- Eu usaria Tifão como uma distração. Então eu atacaria o Olimpo diretamente, enquanto os deuses estão no oeste.

Eu assenti.

- O que... Acha que ele... - Jake hesitou.

Eu o encarei.

- E se o sonho dela for verdade? Aqueles outros titãs... eles disseram que o Olimpo seria destruído em questão de dias. Eles disseram que eles tinham vários outros desafios.

– Nós apenas teremos que estar preparados.

– Como? – eu disse. – Olhe para o nosso acampamento. Nós não conseguimos nem ao menos evitar lutarmos uns contra os outros. E eu estou destinada a ter a minha alma estúpida dilacerada!

Ele me segurou pelos ombros.

- Megan, você não vai morrer. - ele insistiu. - Eu sabia que nós não deveríamos ter mostrado a profecia a você. Você está assustada...

- Eu tenho motivos! - eu exclamei. - Jake... Eu não quero ser uma ferramenta de destruição!

Nós estávamos cara a cara. Eu sabia que meus olhos estavam vermelhos.

- Então você não vai ser. - ele sussurrou.

- Como você pode saber? - eu soei chorosa. - Você não é o oráculo...

- Dane-se a porcaria do oráculo... - ele disse. - O destino é seu e não dele!

Eu parei um instante.

- Ei... - ele chamou.

- Eu tenho medo de sentir medo e estragar tudo... - murmurei.

- Lembra do que Pã disse? - ele disse. - "Quando chegar a hora, você não será dominada pelo medo." Nós acreditamos que você pode fazer isso... Eu acredito, mas não adianta nada se você ficar duvidando de si mesma.

Infelizmente, ele estava certo (Que novidade...) eu assenti para ele que me puxou para um abraço. Eu já pensava que as vezes o passado era cruel, mas o presente é bem pior quando nós sabemos o que nos espera no futuro.


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