Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 19
O Caminho de Luke Castellan




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Em menos de um segundo eu estava de volta à residência dos Castellan. Velas cintilaram sobre a lareira, refletidas nos espelhos ao longo das paredes. Através da porta da cozinha eu podia ver Thalia sentada à mesa enquanto a Sra. Castellan enfaixava a sua perna ferida. Os irmãos Chase em miniatura sentavam-se ao lado da filha de Zeus enquanto Annabeth de sete anos brincando com uma Medusa de Pelúcia enquanto seu irmão de cinco brincava com um minotauro do mesmo material.

Hermes e Luke estavam sentados um pouco mais distantes da sala.

A face do deus parecia liquida à luz das velas, como se não soubesse que face adotar. Ele estava vestido em um uniforme da marinha com seus Reeboks alados.

- Por quê? – perguntou Luke com sua voz transbordando de raiva, agora era estranho vê-lo sem os olhos de um titã, até mesmo tinha me esquecido de que no corpo de Luke já teve alguém como eu, um semideus. – Porque você só aparece agora? Todo esse tempo eu estive chamando por você, pelo meu pai... Mas não, você me abandonou aqui com ela.

Luke apontou para a cozinha como se não pudesse nem mesmo olhar ou dizer o nome de May.

- Não desonre sua mãe, Luke – disse Hermes advertindo –o com uma voz extremamente calma e isso parecia deixar Luke irritado. – Ela fez o melhor que pode. Eu sou o culpado, eu não queria me meter no seu caminho. Os filhos dos deuses precisam se virar sozinhos.

- Se virar sozinho? – repetiu Luke cuspindo seu ódio em cada palavra. – Eu estive crescendo nas ruas sozinho, passando fome sozinho, perseguido por monstros sozinho...

- Luke, você é meu filho – Hermes o segurou pelos ombros. – Eu conheço suas habilidades, estive apostando em você. Quando eu era um bebê eu estive me arrastando pelo meu berço...

- Eu não sou um deus! – exclamou Luke, por um segundo imaginei que o filho de Hermes fosse pular no pescoço do pai. – Nem uma vez, você podia ter me mandado uma ajuda, um sinal, um sonho, qualquer coisa! – ele abaixou o tom da sua voz, entendendo que os irmãos Chase e Thalia ainda estavam lá. - Mas podia ter sido um pai de verdade ao menos. Me ajudando quando ela tinha um de seus ataques, me agarrava e me sacudia falando sobre destino, eu tentava me esconder no armário e ela aparecia... Com aqueles olhos estranhos. Você nunca entendeu porque eu fugi? Nunca entendeu que eu estava assustado sabendo que minha mãe não estava realmente aqui?

Enquanto isso na cozinha, a sorridente Sra. May Castellan contava a Thalia as histórias de Luke bebê. Thalia coçava a sua bandagem na perna nervosamente. Bem continuava brincando distraidamente com seu minotauro de pelúcia. Annabeth olhou para a sala de estar e ergueu um biscoito para que Luke o visse. Ela mexeu os lábios: Podemos ir agora?

- Luke, não é que eu não me importe – disse Hermes devagar como se estivesse tentando ser cauteloso, como se Luke fosse uma bomba prestes a explodir – mas os deuses não podem simplesmente intervir na vida dos mortais, essa é uma das mais sagradas leis antigas. Ainda mais quando aquilo está vindo, seu destino...

A sua voz foi desaparecendo até se tornar um sussurro. Fitando os candelabros como se lembrasse de algo desagradável.

- O que? – perguntou Luke curioso. – O que é “aquilo”? O que tem meu destino.

- A besta. – disse Hermes distraído olhando para o vazio. – A besta... Não vai demorar... – então ele se deu conta do olhar de Luke sobre ele. – Esqueça isso, a questão é que você não deveria ter voltado aqui. De qualquer modo, eu falei com Quíron no Acampamento Meio-Sangue e pedi para que mandasse um sátiro recolher vocês.

- Ainda conseguimos nos manter vivos sem sua ajuda. Tenho certeza de que podemos viver mais – disse Luke. – Agora, exijo que me diga mais sobre essa besta... O que é isso? E o que tem meu destino?

As asas nos Reeboks de Hermes bateram nervosamente umas contras as outras. Ele estudou seu filho como se tentasse gravar seu rosto, e de repente eu tive o mau pressentimento de que Hermes sabia o que eram os múrmuros de May Castellan. Ele sabia que Luke se tornaria mal, mas o que era essa besta? Cronos...Tifão... Então percebi como isso era ridículo, Tifão estava adormecido, ele não poderia ter sido a besta, e eu duvido que seja Cronos até porque nem mesmo Quiron sabia que ele estava se agitando antes de eu chegar quem diga os deuses... Mas então, o que era?

- Filho – disse Hermes - Eu sou o deus dos viajantes, o deus das estradas. Se eu sei de algo, é que você tem que trilhar seu próprio caminho, embora isso quebre o meu coração.

- Você não me ama, tá legal? Se amasse... – Luke hesitou. – Você não me ama.

Hermes fitou Luke por um segundo em sua expressão de raiva e ódio.

- Eu lhe asseguro meu filho, eu te amo. Vá para o acampamento. Vou providenciar que você logo tenha uma missão. Talvez você possa matar a hidra, ou roubar as maçãs das Hespérides. Você vai ter a chance de ser um herói antes...

- Antes do que? - A voz de Luke titubeou. – O que aconteceu com a minha mãe? O que é essa besta? O que ela tem haver comigo? O que meu destino... O que vai acontecer comigo? Se como seu filho você me ama, me conte a verdade.

Hermes fechou os olhos por um breve instante procurando coragem.

- Eu... Eu não posso te dizer.

Luke assentiu.

- Certo. – disse. – Então é verdade, você não se importa.

A conversa morreu ali.

- Luke! – chamou May da cozinha. – Meu filhinho está bem?

Luke se virou para esconder o seu rosto, mas apenas eu pude ver as lágrimas nos seus olhos.

- Sim, estou bem. – respondeu ele. – Tenho uma nova família, não preciso mais de vocês.

– Eu sou seu pai – Hermes insistiu.

– Um pai supostamente tinha que estar por perto. Eu nunca conheci você. Vamos pessoal, adeus.

– Meu menino, não vá! – May Castellan chamou atrás dele. – Eu tenho o seu almoço preparado.

Luke parecia uma tempestade indo em direção a porta. Thalia, Annabeth e Benjamin ia logo atrás dele. May Castellan tentou segui-lo, mas Hermes a puxou de volta. Sobre a visão da porta batida. May Castellan caiu sobre os braços de Hermes e começou a se balançar. Seus olhos abriram – brilhando verdes – e ela desesperada, agarrou os ombros de Hermes.

Meu filho! – Ela silvou em uma voz seca. – Perigo. Destino terrível.

– Eu sei meu amor – Hermes disse suavemente. – Acredite em mim, eu sei.

A imagem se afastou junto com Prometeu. Thalia me chamava:

- Megan? – ela perguntou – O que... O que aconteceu?

Percebi que estava inundado em suor. Minha respiração pesava sobre mim, minha cabeça latejava com o sussurro de uma voz, não a minha voz dessa vez, eu... Eu não conhecia:

A verdade... Liberte-me...”.

Algo revirou em meu estômago e eu tinha plena certeza de que não era o bolo de carne que eu tinha comido mais cedo no almoço. Prometeu balançou a cabeça de modo simpático para mim.

- Um tanto tenebroso, não? Os deuses sabem o que está por vi e mesmo assim nada fazer, nem mesmo por suas próprias crias. Quanto tempo demorou para que te contassem sua profecia Megan Jackson? Você acredita que seu pai não sabe o que vai lhe aconteceu? E acredita mesmo que ele se importa com isso? Poseidon nunca foi muito responsável por seus atos ainda mais uma filha como você.

Eu procurei minha voz. Uma filha... Como eu? O que ele quis dizer.

Prometeu riu.

- Sim, exatamente o que você pensa – disse ele apontando seu longo dedo indicador para mim – Está bem ai, e quando você descobre que toda a escuridão que tem em si mesma não é realmente sua. É tão solitário...

Eu estava abatida e confusa demais para responder.

- Mééééégan – baliu Hansel - Ele está brincando com a sua mente, tentando te deixar com raiva.

Hansel podia ler minhas emoções então ele sabia que Prometeu estava conseguindo.

– Você realmente culpa o seu amigo Luke? – o Titã me perguntou. – E o que sabe sobre você, Megan Jackson?

Eu não respondi ainda perdida, sem saber o que dizer como se tivesse acordado do meu pior pesadelo.

Me liberte... E vou leva-la...” voltou aquela voz.

Cale a boca...” respondi mentalmente.

Hansel me fitava, mas ele recuou de modo repentino tropeçando em seus próprios cascos, Thalia reagiu.

- O que é? – perguntou Thalia. – O que houve Hansel?

Hansel apenas sacudiu a cabeça olhando para mim, mas eu estava olhando para Prometeu.

- Vejo que ninguém lhe disse nada sobre a besta. – disse o titã.

Finalmente encontrei minha voz.

- Ninguém precisa dizer sobre coisas que não preciso saber. Isso nada tem haver comigo. – eu disse com voz baixa.

Prometeu deu uma risadinha.

- Se você está dizendo... – disse ele. – De qualquer modo, não se deixe controlar pelo destino, Meg. Cronos pode te oferecer algo bem melhor.

Eu fechei os meus punhos. Eu odiava o que Prometeu havia me mostrado, eu odiava Cronos ainda mais.

- Eu te ofereço algo melhor. Diga a Cronos que retire o ataque, deixe o corpo de Luke, deixe meus amigos em paz e volte para as profundezas do Tártaro que é o lugar dele e talvez eu não tenha que fazê-lo em pedaços.

A empousa sibilou. O seu cabelo explodiu em chamas frescas, mas Prometeu apenas suspirou.

– Se você mudar de ideia – ele avisou. – Eu tenho um presente para você.

Um vaso grego apareceu sobre a mesa. Ele tinha uns noventa centímetros de altura e trinta de largura, ornamentado com desenhos geométricos em preto e branco. A sua superfície lisa estava com um arnês.

Thalia arregalou os olhos.

- Isso é...

- Sim. – disse Prometeu. –Pelo que vejo você o conhece.

Olhando para o vaso tive uma sensação de medo, mas não sabia o porquê.

– Isso pertenceu à minha cunhada – Prometeu explicou. – Pandora.

Algo se formou dentro de mim.

– A caixa de Pandora.

Prometeu assentiu.

– Eu não sei como esse negócio da caixa começou. Nunca foi uma caixa, isso é um pithos, um jarro para armazenagem. Eu suponho que a expressão “pithos de Pandora” tenha o mesmo significado, mas nunca soube disso. Sim, ela abriu este jarro, que continha a maior parte dos demônios que agora assombram a humanidade: o medo, a morte, a fome e a doença.

– Não se esqueça de mim – a empousa falou.

– Realmente – Prometeu concedeu. – A primeira empousa também estava aprisionada neste jarro e foi libertada por Pandora. Mas o que eu acho mais interessante nesta história: Pandora sempre foi responsável. Ela foi punida por ser curiosa. Os deuses querem que vice acredite que esta é a lição: a humanidade não deve explorar. Não deve fazer perguntas. Deve fazer o que lhes dizem. Na verdade, Meg, este jarro prisão foi feito por Zeus e os outros deuses. Isso foi por vingança a mim e a toda a minha família, meu pobre e simples irmão Epimeteu e a sua esposa Pandora. Os deuses sabiam que ela abriria o jarro. Eles estavam esperando para punir toda a humanidade e nós.

Eu pensei nos meus sonhos com Hades e Maria di Angelo. Zeus havia destruído um prédio inteiro apenas por dois semideuses – só para salvar a sua própria pele, porque ele estava com medo da profecia. Ele matou uma mulher inocente, e provavelmente não perdeu nenhuma noite de sono por isso. Hades não era melhor. Ele não era poderoso o suficiente para ter sua vingança sobre Zeus, então ele puniu o Oráculo, transformando uma moça bonita em uma múmia. E Hermes... Por que ele abandonou Luke? Por que ele não advertiu Luke? Ou então não deixou que se tornasse mal?

Provavelmente Prometeu estava brincando com minha mente.

Mas e se ele estivesse certo?” disse aquela teimosa voz: fria como o inverno, áspera como a de Cronos, ainda com o mesmo poder. “O que torna os deuses melhores que os Titãs?”

Prometeu tampou a boca do jarro de Pandora.

– Somente falta um espírito ser libertado do jarro de Pandora.

– A esperança – eu disse.

Prometeu pareceu satisfeito.

– Muito bem, Meg. Elpis, o Espírito da Esperança, não irá abandonar a humanidade. A esperança não sai se não lhe for dada permissão. Ela só pode ser libertada pelo filho de um homem.

O Titã deslizou o jarro através da mesa.

– Eu te dou isso para que se lembre como os deuses são – ele disse. – Fique Elpis, se você quiser. Mas se concluir que basta de destruição e sofrimento, então abra o jarro. Deixe Elpis ir. Liberte a esperança, eu te asseguro que irá se surpreender. Eu prometo que Cronos será indulgente. Ele poupará os sobreviventes.

Eu olhei para o jarro e tive uma sensação muito ruim. Eu imaginei que, como eu, Pandora sofria de TDAH. Não gostava de tentação. E se essa fosse a minha escolha? Quem sabe a profecia não se resumia a manter esse jarro fechado ou abri-lo?

- Pode pegar seu presente de volta, não quero essa coisa. – eu disse.

– Muito tarde – Prometeu avisou. – O presente foi dado, não tem como voltar atrás.

Ele parou, a empousa veio atrás dele e se lhe deu o braço.

– Morrain! – Prometeu chamou o gigante azul. – Nós estamos indo, pegue a sua bandeira.

– Uh-oh – o gigante disse.

Eu me ergui.

- Prometeu. – chamei. – Você estava errado.

Ele me olhou curiosamente.

- Sua previsão disse que eu não me arrependeria de ouvi-lo... – eu lembrei. – Estou bem arrependida.

Prometeu sorriu.

- Isso é o que dizem suas palavras – disse o titã. – Nós nos veremos em breve, Megan Jackson. De um jeito ou de outro...

Silena me deu um último olhar, mas eu não consegui decifrá-lo. Então o grupo de trégua voltou-se e seguiu passeando pela Alameda no Central Park, como se aquela fosse uma tarde de domingo comum e ensolarada.

Quando estávamos de volta ao Plaza, Thalia me puxou.

- O que Prometeu mostrou para você?

Eu hesitei, mas o que estava perdendo? Thalia era uma aliada confiável, eu sabia que ela não poderia de jeito algum ser a espiã.

- Bem... Ele me mostrou Luke e Hermes discutindo na casa da mãe do Luke, eles falaram sobre destino e sobre uma besta... Annabeth e Benjamin estavam lá e você também.

- Besta? – repetiu ela.

- É. Eu apenas não entendi essa parte, mas não deve ser importante a questão é que ele usou aquela visão para me convencer de quem realmente são os deuses.

Thalia coçou sua perna como se estivesse lembrando-se dessa velha ferida.

– Foi uma noite ruim – ela admitiu. – Bem era tão pequeno que não deveria ter entendido o que estava acontecendo, Annabeth apenas sabia que Luke estava chateado.

Eu olhei o Central Park pela janela. Alguns pequenos incêndios ocorriam no norte, mas mesmo assim a cidade parecia estranhamente pacífica.

– Você sabe o que aconteceu com a May Castellan? Quero dizer...

– Eu sei o que você quer dizer – Thalia disse. – Eu nunca a vi ter uma, hã, crise, mas Luke me contou sobre os olhos brilhantes, as coisas estranhas que ela falava. Ele me fez prometer nunca contar. O que causou, eu não faço ideia. Se Luke sabia, ele nunca me disse.

- Ele sabia... – murmurei - Hermes. Algo fez May ver partes do futuro de Luke, e Hermes entendeu o que aconteceria. Ele sabia que Luke seria tomado por Cronos.

Thalia franziu a sobrancelha.

– Você não pode ter certeza disso. Lembre-se de que Prometeu estava manipulando o que você, Megan, mostrando o lado negativo. Hermes amava Luke. Eu diria apenas de olhar para o rosto dele. E Hermes estava lá olhando May, cuidando dela. Ele não era inteiramente mau.

- Eu sei... – mas não estava muito certa disso, alguma coisa lá no fundo da minha mente continuava me atormentando. – Mesmo assim, Luke era apenas uma criança e Hermes simplesmente os deixou isso não é certo.

Thalia pôs seu arco no ombro. Novamente fiquei espantado com o fato de ela não envelhecer mais. Você poderia quase ver um brilho prateado em volta dela – a bênção de Ártemis.

- Megan - ela disse. – Você não pode começar a sentir pena de Luke. Todos nós temos coisas duras com que lidar. Todos os semideuses têm. Nossos pais raramente estão por perto. Mas Luke fez escolhas ruins. Ninguém o forçou a fazer aquilo. Você deve pensar o mesmo de Silena, ouviu o que ela disse? Vocês vão lutar e eu já lutei com ela, ela usa magia. Sabe como é complicado lutar com isso? E eu só venci porque ela abaixou a guarda e tenho certeza de que isso não vai se repetir.

Eu sacudi a cabeça.

- Silena não está totalmente endurecida, Thalia, eu sei disso... – eu insisti. – Você não a conhece.

- Ah, é você conhece? – ela cortou.

Eu vacilei, será que era mesmo... Pensei no dia em que Silena tentou me matar depois que voltamos da minha primeira missão, tudo o que ela disse e disse com tanta certeza e nem assim eu acreditei. Depois lembrei da minha última luta com ela, pedindo para morrer, aquilo foi inesperado como a traição da mesma. Isso me fez duvidar: Eu realmente conhecia Silena?

- Megan, todos aqui estão contando com você – ela lembrou – Jake está contando com você. Você não pode ficar abalada...

- Se eu e ela lutarmos... – eu disse. – Nós duas vamos morrer, porque ambas sentimos a mesma coisa em relação uma com a outra, dúvida.

Ela olhou em volta para ter certeza de que ninguém ouviria.

- Megan, odeio dizer isso, mas você melhor do que ninguém sabe que você não conseguiria lutar com Silena mano a mano. Você mal consegue olhar para ela. – disse Thalia.

Eu suspirei.

- Eu vou ficar bem.

- Não vai não. – disse ela me puxando de volta quando eu estava prestes a fazer uma saída dramática. - Quando Grover nos encontrou e tentou nos levar ao Acampamento... bom, uma parte do motivo de termos nos metido em tantas encrencas é porque Luke não se cuidava. Annabeth não via aquilo como um problema, mas Benjamin começava a compreender. Luke era o herói de Annabeth. Ela apenas entendeu que seus pais o deixaram triste e passou a defende-lo. Não caia na mesma armadilha com Silena, Megan. Luke se entregou a Cronos agora. Nós não podemos pegar leve com ele e o mesmo serve para Silena.

Eu olhei os incêndios no Harlem, e me perguntei quantos mortais que dormiam estariam em perigo por causa das más escolhas de Luke. A pior parte era que...

- Você está certa. – suspirei.

Thalia bateu de leve no meu ombro.

– Eu vou olhar as Caçadoras e descansar antes do pôr do sol. Você deveria tentar também.

– A última coisa que eu preciso é de mais sonhos.

– Eu sei, acredite em mim. – Sua expressão sombria me fez imaginar com o que ela estaria sonhando. Era um problema comum entre os semideuses: quanto mais perigosa ficava a situação, piores os sonhos ficavam. – Mas Megan, não sabemos quando teremos outra chance de descansar. Será uma noite longa, talvez nossa última noite.

Eu não gostei, mas sabia que ela estava certa. Eu assenti cansado e entreguei o vaso de Pandora a ela.

- Apenas me faça um favor, largue isso no cofre do hotel? – pedi. - Eu acho que sou alérgica a pithos.

Thalia sorriu.

- Você que manda.

Eu encontrei a cama mais próxima e desmaiei. Mas é claro, o sono só trouxe mais pesadelos.


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