Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 13
Mensagens via Hermes! Caindo no sono eterno...


Notas iniciais do capítulo

Gente.... Jegan Detect... Dane-se o Denver... *0*



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Quando a visão se desfez, meus joelhos parecerão se esquecer de suas funções e amolecerão, mas Jake me segurou antes do chão encontrar minha cara.

- Megan! O que houve?

Eu estava meio sem voz, recuperei o folego e limpei a garganta ainda em estado de choque com aquela voz, com aquela impressão de que eu já tinha ouvido-a antes.

- Viu aquilo? - eu perguntei respirando pesadamente.

- Aquilo o que? - perguntou Jake erguendo as sobrancelhas como sempre fazia quando eu dizia algo sem sentido. - Do que está falando?

Eu olhei para Héstia, mas o rosto da deusa era inexpressivo, me perguntei o motivo dela ter me mostrado aquelas cenas.

- Sinto muito - desculpou-se a deusa da lareira. - Mas você precisava disso, se quiser derrotar seu inimigo primeiro tente entende-lo. 

- Porque não mostrou nada sobre Silena? - perguntei. - Ela é minha inimiga também, não é?

- Você já sabe o necessário sobre a filha de Afrodite. 

Eu cambaleei um pouco.

- Ei... O que aconteceu? - exigiu.

- Quanto tempo estive fora de área? - a velha arte de responder uma pergunta com outra pergunta... 

- Fora de área? - repetiu o cabeça de javali. - Megan, você não foi a lugar algum. Tudo que aconteceu quando você olhou para Héstia um segundo e desmaiou.

Eu podia sentir que todos olhavam para mim. Não podia dar ao luxo de fraquejar. Seja lá o que for o significado das visões, eu tinha que me manter focada em nossa missão. Não era mais que meu dever.

– Hum, Lady Héstia – eu disse – nós temos negócios urgentes, nós precisamos ver...

– Sabemos o que você precisa – disse uma voz masculina.

Eu estremeci, porque era a mesma voz que eu ouvi na visão. Um deus apareceu próximo a Héstia. Ele parecia ter uns vinte e cinco anos, cabelo encaracolado, cor de sal e pimenta, e feições élficas. Ele usava uma roupa de piloto militar de voo, com pequenas asas de pássaro vibrando em seu capacete e botas negras de couro. Em seu braço havia duas longas serpentes vivas entrelaçadas.

- Bem, eu vou deixa-los por agora - disse Héstia, pousando seu olhar ligeiramente em mim. - Boa sorte, Megan, vai precisar.

Então ela curvou-se diante do aviador e desapareceu no meio de uma fumaça. A expressão de Hermes era algo entre preocupação e ansiedade, eu não fiquei muito curiosa, até porque eu também estava, deveria ser normal em uma guerra como aquela.

- Saudações, Megan.

Eu queria perguntar por que ele foi a casa de Luke aquela noite, e o que tinha acontecido depois de tê-lo capturado.

Lembrei-me da primeira vez que eu conheci Luke no Acampamento Meio-Sangue. Eu perguntei a ele se havia alguma vez conhecido o seu pai, olhou para mim e disse amargamente, uma vez. Mas pela primeira vez em anos, eu pensei duas vezes antes de abrir a boca.

Eu me curvei sem jeito.

- Lorde Hermes. - cumprimentei.

É claro, uma das serpentes disse na minha mente.Não vai falar oi pra nós. Só porque somos serpentes.

George, a outra serpente censurou. Seja educado.

Olá, George - eu cumprimentei a cobra. - Oi, Martha.

Trouxe o meu rato? George perguntou.

George, para com isso Martha disse. Entende a gravidade da situação em que ela está?

Grave o suficiente para que ela não pense nos meus ratos? George disse. Isso é muito triste...

Eu decidi que era melhor não entrar em debate com o George.

– Hum, Hermes – eu disse. – Temos que falar com Zeus. É importante.

Hermes suspirou.

- Como sempre, você tem a manha de se esquecer dos detalhes, não é Megan? - disse ele. - Eu sou o seu mensageiro, posso levar a mensagem?

Atrás de mim, os outros semideuses agitaram-se. Isto não está saindo como eu planejei. Talvez devesse falar com Hermes em particular...

– Vocês – eu disse. – Por que vocês não vão fazer uma patrulha na cidade? Verifiquem as defesas. Vejam quem deixou o Olimpo. Encontrem Jake e eu aqui em meia hora.

A pequena filha de Afrodite, Ridley, amarrou a cara.

- Mas essa...

- ... É uma ideia excelente. - acrescentou Jake. - Connor e Travis, você lideram, pode ser?

Os Stolls pareciam gostar daquilo, lhes fora entregue uma responsabilidade importante em frente do seu pai. Eles nunca lideraram nada, exceto corrida de papel higiênico.

- Suave - disse Travis - Vamos, então?

Eles levaram todos para fora da sala do trono, deixando-me com Jake e Hermes.

- Senhor Hermes - chamou Jake - Cronos vai atacar Nova York. Vocês devem suspeitar disso. Minha tia, Atena, deve te previsto algo desse tipo...

- Atena... - resmungou o deus, ele coçou suas costas com o seu caduceu, e George e Martha reclamaram: ai, ai, ai. - Ela é a razão do por que estou aqui e todo o resto. Zeus não queria que deixássemos a linha de frente. Mas sua mãe não parava de incomodá-lo e continuou “É uma armadilha, é uma distração, blá, blá, blá.” Ela disse que faria tudo sozinha, mas Zeus não queria que um grande número de estrategistas deixassem o seu lado então ninguém mais saiu, poderíamos estar lutando neste momento contra Tifão. E então naturalmente ele mandou-me para falar com vocês.

- Mas é uma armadilha! - insistiu Jake - Zeus é cego por acaso, ou algo assim?

Raios atravessaram os céus.

– Cuidado com os comentários, menino – Hermes alertou. – Zeus não é cego nem surdo. Ele não deixou o Olimpo indefeso.

– Mas há esses raios azuis...

– Sim, sim. Eu os vi. Alguma travessura daquela insuportável deusa da magia, Hécate, eu aposto, mas você pode ter certeza que não está causando nenhum dano. O Olimpo tem uma forte defesa mágica. Além disso, Éolo, o rei dos ventos, mandou o seu mais poderoso servo guardar a cidade, e ninguém a não ser os deuses do Olimpo podem entrar pelo ar. Seriam derrubados do céu.

Eu troquei o peso do corpo de uma perna para outra.

- Er... - eu tossi - E a materialização, coisas que vocês deuses costumam fazer?

- Essa é uma forma de transporte aéreo também, Meg. Muito rápido, mas o deus do vento é mais rápido. A não ser que Cronos queira tomar o Olimpo, ele vai ter que marchar por toda a cidade, fora que terá que subir de elevador! Você pode imaginar ele fazendo isso?

Eu até que tentei, mas era meio complicado imaginar o Senhor-todo-poderoso-titã-do-tempo mais seu exército de monstros e semideuses revoltados com seus pais deuses ao som de Aerosmith, "Crazy", indo diretamente destruir o Olimpo e esmagar os deuses... Não era uma coisa muito fácil de acreditar e é uma cena bem ridícula.

Mesmo assim, eu não gostei da ideia.

– Talvez alguns de vocês possam voltar – sugeri.

Hermes balançou a cabeça impacientemente.

- Você não compreende ainda, Megan? Tifão é nosso pior inimigo.

- Eu achei que fosse Cronos... - argumentou Jake.

Os olhos de Hermes brilharam.

- Não, garoto de Ares. Nos velhos tempos, Tifão quase derrubou o Olimpo. Ele é marido de Equidna...

– Eu a conheci no arco – eu murmurei. – Nada legal... 

- Sim, posso imaginar... - resmungou o deus. - Nós nunca poderemos esquecer o quanto ele esteve próximo em nos destruir, e como ele foi humilhado. Éramos mais poderosos nos velhos tempos. Agora nem podemos esperar a ajuda de Poseidon, por que ele tem sua própria guerra para lutar. Hades se senta em seu reino e não faz nada, Deméter e Perséfone seguem o seu exemplo. Temos que juntar o poder remanescente e opor-se a gigante tempestade. Não podemos dividir nossas forças, nem esperar até que ele chegue a Nova York. Temos que batalhar com ele agora. E estamos fazendo progressos.

- Progresso? - repeti. - Ele quase destruiu St. Louis.

- Temo que você esteja certa, Megan - concordou Hermes - Mas ele destruiu apenas metade do Kentucky. Ele está diminuindo agora. Perdeu o poder, temos que por nossa fé nas vantagens, se não, já perderemos essa guerra.

Eu não queria argumentar, mas soou como se Hermes tentasse convencer a si mesmo. No canto, o Ofiotauro mugia tristemente.

- Ah, senhor Hermes - chamou Jake - Disse que tem mensagens para nós...

O deus bufou. 

– Mensagens – ele murmurou. – “Será um excelente trabalho” disseram-me. “Sossegado. Com um monte de adoradores”. Humpf. Ninguém se importa com o que tenho a dizer. As mensagens são sempre sobre as outras pessoas.

Shhhh, Martha o repreendeu.Nós nos importamos com o que tem a dizer Hermes. Certo George?

Ah, absolutamente. Podemos voltar para a batalha agora? Eu quero entrar no modo laser de novo. É divertido.

- Ora, calem a boca... - resmungou Hermes. - Vou ter que coloca-los no vibra call de novo?

As cobras se calaram.

- Ah, se me permite... - eu chamei. - Eu acho a internet um máximo.

Hermes deu um meio sorriso.

- Claro que acha - disse ele. - Mas já é bom um pouco de reconhecimento, agradeço. E quanto as mensagens... Jake Turner, sua tia, Atena me pediu para enviar essa mensagem para Benjamin Chase, mas como ocorreram alguns... Incidentes fatais, está por sua conta. Você deve ficar em Manhattan sem a ajuda dos deuses. Como se eu não soubesse disso. Por que eles pagam para ela ser a deusa da sabedoria, eu realmente não tenho certeza.

Jake assentiu.

- E...?

- Ela disse para você tentar o plano vinte e três. Disse que saberia o significado.

O rosto de Jake ficou pálido, obviamente ele sabia o significado disso, e não parecia gostar nem um pouco.

- E outra coisa... - Hermes olhou para mim. - Uma mensagem de Poseidon.

Eu ansiei... 

- Ele disse algo do tipo: "Lembre-se dos rios" e... - ele virou-se para Jake. - Ele mandou uma mensagem para você também, algo como: "Faça algo com minha filha e você irá virar um javali com uma maçã na boca." ou alguma coisa do tipo...

Eu não sabia qual dos rostos estava mais vermelho: O de Jake ou o meu.

- E mais algo de Afrodite: "Boa sorte, seria uma pena que outro casal ser desintegrado de um modo tão brusco em uma batalha por tanto tentem não morrer" eu acho que isso soa muito mais gentil na voz dela.

Tomates! Tomates fresquinhos olimpianos... Três dracmas cada...

- É... Obrigada, Hermes - eu disse 

- Sem problemas... - disse o deus - E boa sorte, eu irei deixa-los agora, estão bem ocupados, não?

Ele estava prestes a ir, eu não pensei duas vezes antes de dizer:

- Olhe Senhor Hermes – eu disse. – Desculpe, mas eu preciso saber. O que aconteceu com a May? Ela disse algo sobre o destino, e seus olhos...

Hermes levantou seu marcador de gado. Ele começou a crescer até chegar a uns três metros de altura. Pensei, bem é isso.

Mas, quando se preparou para o ataque, George e Martha se inclinaram e falaram algo bem perto de seus ouvidos. Hermes serrou seus dentes. Ele baixou o marcador de gado e ele voltou às dimensões de um bastão. 

Hermes olhou furioso para mim, e minha voz vacilou.

- Escute-me... Megan Jackson, eu irei poupa-la por isso porque você é uma pessoa legal... e carrega a maldição de Aquiles. Você está nas mãos do destino agora. Não se meta em assuntos que não são de sua conta.

O olhar em seu rosto não era realmente de raiva, era de dor. Profunda e incrível dor. Ele parecia devastado e eu não sabia o que dizer. Um minuto atrás ele estava pronto para nos evaporar. Agora, ele parecia que estava precisando de um abraço.

– Eu vou deixá-los agora. – Ele falou. – Tenho uma guerra para lutar.

Ele começou a brilhar. Jake se afastou e me puxou para recuar também, pois eu ainda olhava em estado de choque para Hermes. 

Boa sorte, Megan. Martha a serpente sussurrou.

Hermes brilhou como a luz de uma supernova. Então ele desapareceu, deixando a mim e a Jake sozinhos.

Eu fixei meu olhar na lareira como se fosse minha própria funerária.

- Megan... - disse Jake finalmente - O que você quis dizer sobre a mãe de Luke? Você a conheceu?

Eu assenti com relutância.

- Eu e Nico havíamos visitado ela... - eu disse. - Ela era um pouco... diferente. No começo, antes de entrarmos ela confundiu Nico com Luke e depois a mim com Luke...

Ele assoviou.

- Pirada...

- Sim, e mais... Teve um momento que, antes de irmos, ela me pegou pelos ombros me sacudindo e seus olhos começaram a brilhar e ela começou a falar coisas sem sentido: "O destino da garota" e "Tantas vidas sacrificadas"...

Jake amarrou a cara.

– Isso não faz sentido. Mas por que razão foram visitá-la... – Os olhos dele se arregalaram, e Jake apertou os meus ombros quase me erguendo do chão – Hermes disse que você carrega a maldição de Aquiles.

- Olha, isso não vem ao caso... - eu comecei.

- Héstia disse a mesma coisa. - ele cortou minha fala... Cabeça de Javali! - Você... você se banhou no rio Estige?

- Isso não é importante.

- Megan, sim ou não?

Eu hesitei.

- Hum, talvez um pouco.

Ele apertou mais os meus ombros até os nós dos seus dedos ficarem brancos.

- Jake... - gemi. - Eu preciso dos meus braços para segurar a espada, tá?

Ele me soltou, meio irado.

- O que aconteceu?

Contei a história de Hades e Nico, e como eu derrotei um exército dos mortos. Pulei a parte da visão dele puxando-me para fora do rio. Eu ainda não entendia muito bem esta parte, e só de pensar nisso, deixava envergonhado.

Ele balançou sua cabeça em descrença.

- Você poderia estar morta, sabia disso?

- É, Nico deixou isso bem claro... - eu comentei.

- Você tem alguma ideia de como isso foi perigoso?

– Eu não tive escolha – disse. – É a única maneira de eu me igualar a Luke.

– Você quer dizer...di immortalesé claro! É por isso que o Luke não morreu. Ele foi para o Estige. Mas isso não justifica nada, você é idiota?

- Só para deixar claro, a ideia foi do Nico, coloca a culpa nele... - eu disse olhando pro teto.

– O ponto é, ele não morreu no Estige – eu disse. – E nem eu. Agora eu tenho que enfrentá-lo. Temos de defender Olimpo.

Jake estava estudando minha cara, ele estava bem perto agora, como se estivesse tentando ver alguma mudança desde o meu mergulho no Estige.

- Você teve sorte. - murmurou - Podia ter virado cinzas como um dos monstros que nós caçamos...

Eu fiz careta.

- Precisava mesmo ter usado essa comparação?

E para comprovar que o filho de Ares é bipolar, eu não me sinto confortável descrevendo esses momentos, até que tipo... Mas como é por isso que estou aqui, pronto! Jake inexplicavelmente me beijou de surpresa.

Eu nunca entendo o que as pessoas querem dizer com "borboletas no estomago"... Exceto em momento tipo esse ai, desculpe... Eu estou muito vermelha para descrever o que senti, há!

- Idiota. - disse ele quando finalmente se afastou então olhou sério para mim. - Melhor eu me acostumar, você vai fazer muitas coisas idiotas ainda...

Eu ri.

- Pode crer... Mas vai me beijar toda vez que eu fizer algo idiota?

- Talvez...

De repente os olhos dele se arregalaram.

– Plano vinte e três.

- O que? - perguntei.

Ele se ajoelhou no chão tirando a mochila das costas, então ele mexeu na mochila e puxou o laptop de Dédalo.

- Espera... Desde quando... - eu comecei. - Isso ai não estava com Malcolm?

- "Estava" do verbo "não está mais"...

- Achei que fosse do verbo "estar".

Ele revirou os olhos.

- Deixa para lá... Digamos que Malcolm me emprestou isso, Um monte de invenções... perigosas e particularmente acho isso irado... Mas Malcolm havia me mostrado esse tal plano vinte três, se Atena quer que usemos isso, a situação não deve ser das melhores.

Ele olhou pra mim.

– Sobre a mensagem para você, do seu pai: Lembre-se dos rios. O que será que significa?

Eu balancei minha cabeça. Como de costume, não tinha nenhuma ideia que os deuses estavam me dizendo. Qual rio eu deveria me lembrar? Do Estige? Do Mississipi?

Então os irmãos Stoll entraram correndo na sala do trono e pareciam apressados, ambos me puxaram pelo braço.

– Você precisa ver isto – disse Connor.

 – Agora. - disse Travis.

Nós quatro havíamos corrido a toda para fora do palácio, de inicio eu não entendi bem porque tanta urgência. Então eu vi que as luzes azuis tinham sumido. Os outros campistas se reuniram em um pequeno parque na borda da montanha. Eles estavam enfileirados em um parapeito, olhando para baixo em Manhattan. Alinhados ao parapeito havia vários binóculos, onde se depositava um Dracma de ouro para enxergar toda a cidade.

Todos os binóculos estavam ocupados. Eu olhei para baixo na cidade. Eu podia ver quase tudo a partir daqui, os rios East e Hudson esculpindo a forma de Manhattam, a linha das ruas, as luzes dos arranha-céus, o trecho escuro do Central Park, no norte.

Tudo parecia normal, mas algo estava errado. Sentia em meus ossos antes de perceber o que era.

- Qual o problema? - perguntou Jake. - Não estou ouvindo nada.

- Talvez seja esse o problema... - murmurei.

Ele olhou para mim.

- O que quer dizer?

O fato dele não morar em Nova York já é um crédito, mas eu já morei ali e sabia que ainda nesta altura, nos deveríamos estar ouvindo o barulho de milhões de pessoas se movimentando pela cidade, milhares de veículos e máquinas, o zumbido que faria uma grande metrópole.

Você não pensa nisso quando mora em Nova York, mas está sempre lá. Mesmo na calada da noite, Nova York nunca é silenciosa. Mas agora estava. Senti como se o meu melhor amigo tivesse subitamente caído morto.

- O que fizeram? - Minha voz soou angustiada e com muita raiva. - O que fizeram com a minha cidade?

Eu empurrei Michael Yew para o lado e peguei o binóculo para dar uma olhada. Nas ruas abaixo, o tráfego tinha parado. Os pedestres estavam deitados sobre as calçadas, ou agachados perto das portas. Não havia nenhum sinal de violência, nada destruído, nada disso. Era como se todas as pessoas em Nova York, tinham simplesmente decidido parar o que eles estavam fazendo e desmaiar.

- Estão... Estão todos mortos? - perguntou o pequeno Haley com a voz vacilante.

Meu estômago gelou. Uma linha da profecia tocou meus ouvidos: Em um sono eterno o mundo irá cair... Lembrei-me da história de Hansel, sobre o encontro com Morfeu, o Deus do sono, no Central Park.Você tem sorte, estou guardando minhas energias para o evento principal.

- Não - eu murmurei. - Não estão mortos... Estão dormindo.

- Megan? - questionou Travis Stoll como quem pede mais informações.

Morfeu pôs toda a ilha de Manhattan para dormir! - eu gritei para eles. - A invasão começou.


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