Crônicas Do Olimpo - O Último Olimpiano escrita por Laís Bohrer


Capítulo 12
Vislumbre do Passado




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Eu amo Nova York. Você pode sair do Mundo Inferior para o Central Park,chamar um táxi, virar a Quinta Avenida de cabeça para baixo com um gigantesco cão infernal galopando bem atrás de você, e ninguém te olha engraçado. É claro, a Névoa ajudamuito.

As pessoas provavelmente não poderiam ver a Sra. O’ Leary, ou talvez elas pensassem que era um grande, carregado e amigável caminhão.

Eu preferia mil vezes chamar Jake por um mensagem de íris, mas eu não tinha tempo para isso então corri o risco de usar o celular que Quiron me dera para caso tivesse alguma emergência daquele tipo.O sinal estava surpreendentemente bom, visto que eu estava no centro mitológico do mundo, mas eu não gostaria de saber quanto Quiron teria que pagar pela chamada.

Depois de três toques, Jake atendeu.

-Onde Hades você está?! - ele exclamou.

- Oi, pra você também - eu disse.– Você pegou a minha mensagem?

-Megan, sua mensagem não dizia nada.Ficamos preocupados!

-Relaxa. - eu disse. - Já disse que estou viva ainda, mais tarde eu te conto tudo.Onde você está?

Estamos a caminho como você pediu, quase no túnel do Queens para Midtown. Megan, onde você esteve?Já deixou o acampamento praticamente indefeso, e não há chances de os deuses...

-Confie em mim. - eu o cortei. - Eu vejo vocês lá.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu desliguei.

Minhas mãos estavam tremendo. Eu não tinha certeza se era uma reação do meu mergulho no Estige, ou antecipando o que estava prestes a fazer.

Se isso não funcionar, mesmo sendo invulnerável não ia conseguir me safar de ser explodida em mil pedaços e esse pensamento não é lá muito tranquilizante.

Já era tarde, quando o táxi me deixou no Edifício Empire State.

Sra. O'Leary andava para cima e para baixoquinta avenida, lambendo táxis e cheirandocarrinhos de cachorro-quente.

Ninguém parecia notá-la, embora as pessoas olhassem confusas quando ela chegava perto demais.

Eu assobiei para ela, então vi três vans brancas puxando o freio ao mesmo tempo. Dizia Delphi Strawberry Service, que era o nome de disfarce do Acampamento Meio-Sangue. Eu sabia que eles entregavam nossas frutas frescas nacidade, mas nunca tinha visto três vans ao mesmo tempo.

Argos vinha dirigindo a primeira van, nosso chefe de segurança de muitos olhos, as outras duas estavam sendo dirigidas pelas harpias que basicamente eram demônios, metade humano metade galinha com péssimas atitudes.

Usamos as harpias principalmente para a limpeza do acampamento, mas elas estavam se saindo muito bem no centro da cidade no meio do tráfego.

Abriram as portas. Um punhado de campistas começou a saltar para fora, alguns deles procuravam um pouco de ar puro depois de umalonga viagem. Eu fiquei feliz que tantos tinham chegado: Pólux,os irmãos Stoll, Michael Yew, Annie Summers, Beckendorf,Katie Gardner, Jake e até mesmo Drew e suas irmãs do chalé de Afrodite estavam lá junto com Malcolm do chalé de Atena e seus outros irmãos.

Quíron saiu da van por último. Sua metade cavalo estava compactada por meio de magia dentro de sua cadeira de rodas, então ele usou o elevador adaptado na van. Ninguém do chalé de Ares estava aqui, exceto por Jake.

Clarisse era uma garota orgulhosa, infantil e idiota. Fim da História.

Eu fiz uma contagem: Quarenta campistas, nem todos muito preparados para lutar uma guerra, mas ainda era o maior grupo de meios-sangues que já tinha visto fora do acampamento. Todo mundo parecia nervoso, e eu entendia por quê. Nós estávamos enviando uma aura de semideuses tão forte, que todos os monstros ao nordeste dos Estados Unidos, saberiam que estávamos aqui.

Eu olhei para seus rostos – eu estive com eles por muitos verões, entretanto uma voz sussurrava em minha mente:Um deles é um espião.

Mas eu não podia pensar sobre isso agora, eles eram meus amigos e eu precisava deles. Então me lembrei do sorriso maligno de Cronos -Não se pode contar com os amigos. Eles sempre vão desapontá-lo.

Jake veio até a mim, com seu sabre em vez de estarmagicamente no bolso, estava na bainha da cintura e um escudo de bronze que eu nunca vira ele usar antes, tinha uma cabeça de javali esculpida. Ele estava pronto para a guerra.

- Onde esteve? - perguntou ele.

- De novo... Oi, pra você também.

- Oi... Onde esteve? - repetiu.

- Podemos deixar isso para mais tarde... - eu me virei para o resto do grupo. - Ah, galera. Obrigada por estarem aqui.Quíron, depois de você.

Meu velho mentor balançou sua cabeça.

– Eu vim para desejar-lhe sorte, criança. Mas eu não posso visitar o Olimpo sem ser convidado.

– Mas você é o nosso líder.
Ele sorriu.

– Eu sou o seu treinador, o seu professor. Isso não é o mesmo que ser o seu líder. Vou reunir os aliados que eu puder. Não pode ser demasiado tarde para eu convencer os meus irmãos centauros a nos ajudar. Entretanto, você chamou os campistas até aqui, Megan. Você é a líder agora.

Eu queria protestar, mas todos olharam para mim com expectativas, até mesmo Jake... E Drew que não ia muito com a minha cara.

Suspirei.

- Bem, como eu havia dito para Jake no telefone, alguma coisa vai acontecer hoje, uma armadilha de Cronos.

Todos começaram a tagarelar, até que uma pequena figura saiu de trás da multidão, Haley.

- Que tipo de armadilha?

- Nós não sabemos ainda. - eu disse. - Temos que conseguir uma audiência com Zeus e convencê-lo a defender a cidade. Lembre-se, não podemos receber umnãocomo resposta.

Eu pedi para Argos ficar de olho na Sra. O'Leary, por que nenhum dos outros parecia feliz com a ideia.

Quíron apertou a minha mão.

- Você se sairá bem, Megan. - disse pousando sua mão no meu ombro. - Apenas lembre de seus pontos fortes e cuidado com seus pontos fracos, e lembre-se de não se deixar motivar por suas emoções.

Aquilo soou meio estranho, quase como o que Aquiles havia me dito e como se Quiron soubesse de algo que eu sei e que ao mesmo tempo não sei.

Então me lembrei que Quíron tinha ensinado Aquiles. Isso exatamente não me tranquilizava, mas eu assenti com a cabeça e esbocei um sorriso confiante.

- Vamos, pessoal. - eu disse aos meus companheiros.

O guarda de segurança estava sentado atrás de uma mesa no saguão, lendo um livro preto com desenho de flores nos cantos. Ele nos olhou quando ouviu o som metálico de nossas armas e escudos depositados bem em sua frente.

– Grupo escolar? Estamos prestes a fechar.

- Eu acho que não. - eu disse: - Seiscentésimo andar.

Ele ficou nos observando. Seus olhos tinham um pálido azul, e ele era careca. Eu não poderia dizer se ele era humano ou não, mas ele parecia ver nossas armas, acho que ele não era enganado pela névoa.

– Não há seiscentésimo andar, garota. – Ele disse com um tom como se não acreditasse no que estava falando. – Vão embora.

Eu me inclinei sobre sua mesa.

– Quarenta semideuses podem atrair uma enorme quantidade de monstros. Eu acho que você não iria querer que fiquemos aqui no seu saguão, não é?

Ele pensou nisso. Então apertou um botão, soou uma buzina e um portão de segurança se abriu.

– Sejam rápidos.

– Você não quer que passemos por detectores de metais – eu adicionei.

– Hum, não – ele concordou. – Elevador da direita. Acho que você conhece o caminho.

Eu joguei para ele um Dracma de ouro e marchamos.

Decidimos no final que seriam precisas duas viagens no elevador até o seiscentésimo andar, então nós nos dividimos em grupos de vinte e eu fui com o primeiro grupo.

Estava tocando "Crazy" do Aerosmith dessa vez, eu não sabia ao certo se eu ficava feliz quando as portas do elevador se abriram,Em frente de nós, no meio de nuvens, um caminho de pedras flutuantes levava até o Monte Olimpo, que pairava a dois mil metros sobre Manhattan. Eu já fui ao monte Olimpo, mas é sempre de tirar o fôlego.

As mansões ao lado da montanha reluziam a ouro e branco. Jardins floresciam em uns cem terraços. Fumaça com aroma de rosas subia dos braseiros alinhados nas ruas tortuosas. E uma fica camada de neve cobria o palácio principal dos deuses. Parecia tão majestoso como nunca. Mas alguma coisa parecia errada. Percebi que a montanha estava silenciosa, sem música, sem vozes, sem riso.

Jake me estudou.

- Você parece... diferente. - disse ele. - Onde esteve exatamente?

O elevador abriu as portas novamente, o segundo grupo de meios-sangues se juntou a nós.

– Conto mais tarde. – Eu disse. – Vamos.

Nós pegamos nosso caminho pela estrada de pedras suspensa no céu, através das ruas do Olimpo. As lojas estavam fechadas. Os parques estavam vazios. Um casal de Musas sentadas em um banco tocava liras flamejantes, mas seus corações não pareciam alegres.

Um solitário Ciclope varria a rua com uma vassoura de raiz de carvalho. Uma pequena deusa nos avistou de sua varanda e esquivou-se para o interior, fechando sua porta.

Passamos por um grande arco com estátuas de mármore, Zeus e Hera, em ambos os lados. Jake fez careta para a rainha dos céus.

- Eu realmente odeio essa mulher.

- Hera? Por que? - perguntei. -Ela amaldiçoou você ou algo assim?

No último ano, Jakeviu o lado ruim de Hera, desde então não tinha falado muito sobre o assunto.

– Só pequenas coisas até agora – disse ele. – Seu animal sagrado é a vaca, certo?

– Certo.

– Então, ela manda as vacas atrás de mim.

Tentei não rir.

– Vacas?

– Normalmente eu não as vejo, mas elas deixam um pequeno presente em todo o lugar - ele suspirou. - É um saco. Tenho que tomar cuidado aonde piso.

Eu não evitei rir.

– Olhem! – Pólux gritou, apontando para o horizonte. – O que éaquilo?

Nos todos congelamos. Luzes azuis rasgavam o anoitecer em direção Olimpo como minúsculos cometas. Pareciam estar vindo de toda a cidade, em linha reta na direção da montanha, quando se encontravam emitiam um zumbido. Nós ficamos ali assistindo por vários minutos e não parecia estar causando qualquer dano, mas ainda assim era estranho.

– Lembram miras a laser – Michael Yew murmurou. – Estão mirando em nós.

– Vamos lá.– eu disse indo em direção ao palácio.

Ninguém estava guardando a sala dos deuses. O portão de ouro e prata estava totalmente aberto. Nossos passos ecoavam enquanto caminhávamos na sala do trono.

Claro, "sala" realmente não é preciso vigiá-las. O local era do tamanho do parque Madison Square. Bem acima, brilhavam constelações em azul. Doze tronos gigantes e vazios se situavam em forma de um U em volta de uma lareira. Em um canto, uma esfera de água do tamanho de uma casa pairava no ar, e dentro dela nadava meu velho amigo Ofiotauro, metade-vaca, metade-serpente.

Muuuu!– Disse alegremente, girando em um círculo.

Apesar de todas as coisas sérias acontecendo, eu tive que sorrir. Há dois anos eu gastei muito tempo tentando salvar o Ofiotauro dos Titãs, estava feliz em vê-lo novamente. Ele parecia gostar de mim também, mesmo que quando o conheci pensei que fosse uma garota e coloquei o nome de Bessie.

- Ei, garoto. - eu disse. - Estão te tratando bem aqui?

Muuuu– Bessie respondeu.

Começamos a andar ao redor dos tronos, então uma voz de mulher disse:

- Olá, mais uma vez, Megan.Você e seus amigos são bem vindos.

Héstia estava parada em frente à lareira, atiçando o fogo com uma vara. Ela usava o mesmo tipo de vestido marrom simples que usara antes, mas agora era uma mulher crescida.

Eu a saudei.

– Lady Héstia.

Meus amigos seguiram meu exemplo.

Héstia me considerou com seus grandes olhos flamejantes.

– Eu vi até onde você foi com seu plano. Está carregando a maldição de Aquiles consigo...

Os campistas começaram a murmurar entre si.

– O que você disse? Sobre de Aquiles?

– Você deve tomar tomar cuidado. - disse-me a deusa. - Você já conquistou muito, mas não se pode vencer sempre. Estou sabendo que já viu em seu interior.

- Do que está falando? - então eu lembrei da estranha imagem de mim mesma e aqueles olhos macabros e castanhos. - Aquela coisa...

Héstia sacudiu a cabeça.

- Os piores monstros são aqueles que jazem dentro de nós mesmos. - disse sabiamente. - Chegará o dia em que você terá que domar esse monstro, ou esse monstro domará você.

Jake me cutucou.

- Do que ela está falando?

- Você ainda está cega em relação a mais importante verdade. - disse a deusa para mim.

- Importante...Verdade? - eu repeti.

Eu fitei os olhos de Héstia e uma imagem correu pela minha mente: Eu vi um beco escuro entre paredes de tijolos de armazéns, em uma das portas numa placa se lia METALÚRGICA RICHMOND.

Dois meios-sangues encolhidos nas sombras, um garoto de 14 e uma garota de 13 anos. Eu consegui ver que o garoto era Luke. A garota era Thalia, filha de Zeus.

Eu estava vendo uma cena do passado quando os dois estavam em em fuga, antes de Grover, o sátiro, os encontrar.

Luke carregando uma faca de bronze. Thalia tinha sua lança e o escudo do terror, Aegis. Luke e Thalia pareciam famintos e magros, com os olhos de animais selvagens, como se eles estivessem sendo atacados.

– Tem certeza? – Thalia perguntou.

Luke assentiu.

– Há alguma coisa aqui em baixo. Eu sinto.

Um estrondo ecoou do beco, como se alguém tivesse batido em uma folha de metal. Os meios-sangues rastejaram em frente. Velhas grades estavam amontoadas na doca. Thalia e Luke aproximaram-se com suas armas prontas. Uma cortina ondulada tremia de forma estanha como se algo estivesse atrás dela.

Thalia olhou para Luke. Ele estava silenciosamente contando. Um, dois, três! Ele puxou rápido, a cortina e uma pequena garota voou para cima dele com um martelo.

- Whoa! – Luke disse.

A garota não estava sozinha, atrás dela estava um garoto que parecia um ano mais novo, eu sabia que estava olhando para os irmãos Chase. 

A menina tinha cabelos loiros emaranhados como o do irmão e estava usando calça de pijama de flanela e o garoto usava uma calça de pijama listrado.

Eles não poderiam ter vantagem contra eles, masa pequena Annabeth Chase teria afundado a cabeça de Luke se ele não tivesse sido tão rápido.

Ele agarrou seu pulso, o martelo caiu no chão de cimento.

- Annie! - gritou o menininho que imaginei ser Benjamin.

A pequena menina lutou e chutou.

– Ben... 

– Está tudo bem! – Luke lutando para segurá-la. – Thalia, abaixe seu escudo. Você está assustando eles.

Thalia deu uma batida em Aegis, que encolheu e virou uma pulseira de prata.

– Ei, está tudo certo – disse ela. – Não vamos machucar vocês.

Eu sou Thalia, e este é o Luke.

- Monstros! - gritou Annabeth.

– Não – Luke falou. – Mas sabemos tudo sobre os monstros. Lutamos com eles também.

Lentamente, a menina parou de bater. Estudou Thalia e Luke com olhos grandes cinzentos e inteligentes. Annabeth recuou até o irmão, se colocando na frente dele como se tentasse protege-lo.

- Vocês são como nós? - perguntou ela.

Sim – disse Luke. – Somos... bem, é difícil de explicar, mas lutamos contra os monstros. Onde estão seus pais?

- Eles... - Benjamin saiu finalmente de trás da irmã. - Eles nao gostam da gente... Nós...

- Nós fugimos. - completou Annabeth.

Thalia e Luke fecharam os olhos. Eu sabia que ambos sabiam exatamente o que ele estavam dizendo.

- Qual o nome de vocês? - perguntou Thalia.

- Annabeth. - disse a menina. - E esse é meu irmão Benjamin.

Luke sorriu.

- Poderíamos usar uma lutadora como você Annabeth. - disse Luke. - E Ben, posso te chamar de Ben?

- Ah... Sim.

- Você, Annabeth, parece querer muito proteger seu irmão.

- Eu... Eu quero. - disse ela.

Luke virou sua faca ao contrário e ofereceu o cabo a ela.

– Você gosta de uma verdadeira arma degoladora de monstros? É bronze celestial. Funciona muito melhor do que um martelo.

Em outras circunstâncias, oferecer uma faca a uma garota de sete anos de idade, não seria uma boa ideia, mas quando se é um meio-sangue, podemos jogar fora algumas regras.

Annabeth agarrou a cabo.

– Facas são apenas para os mais rápidos e bravos guerreiros – Luke explicou. – Ela não têm alcance ou o poder de uma espada, mas são fáceis de esconder e podem encontrar pontos fracos na armadura de seus inimigos. Um guerreiro inteligente possui uma faca. Eu tenho a sensação de que você é muito inteligente.

Annabeth olhava para ele com adoração.

– Eu sou!

Thalia forçou um sorriso.

- Vamos então, garotos. - disse Thalia. - Nós temos uma casa segura sobre o rio James. Vamos dar comida e roupas para vocês.

- Vocês não vão nos levar para nossa família de novo, vão? - perguntou Benjamin. 

Luke colocou a mão sobre seu ombro.

- Vamos fazer assim. - disse Luke. - Nós agora somos a família de vocês, nós somo legais, certo? Vai ser legal, vocês vão gostar de nós, fechado?

– Fechado! – Annabeth disse feliz.

Ben hesitou.

- Hum... Fechado.

– Agora, vamos – Thalia disse. – Não podemos nos demorar!

A cena deslocou-se. Os quatro semideuses estavam correndo através de um bosque. Deve ter sido vários dias depois, talvez mesmo semanas. Todos eles pareciam abatidos, como se eles tivessem passado por algumas batalhas.

– Só mais um pouco! – Luke falou.

Annabeth tropeçou, e ele pegou a mão dela. Thalia vinha na retaguarda, brandindo seu escudo como ela estive perseguindo a coisa que estava atrás deles. Ela estava mancando da perna esquerda. Subiram num cume e olharam para o outro lado, vendo uma casa branca colonial. Devia ser a casa dos Castellan.

– Certo – Luke disse, respirando com dificuldade. – Só vou entrar para pegar alguns alimentos e medicamentos, esperem aqui.

– Luke, tem certeza? – Thalia perguntou. – Você jurou que nunca mais voltaria aqui. Se ela te apanhar...

– Nós não temos escolha! – murmurou. – Eles queimaram nossa casa mais próxima e segura. E você tem que tratar essa perna ferida.

– Esta é a sua casa? – Benjamin disse com espanto.

– Foi a minha casa – Luke murmurou. – Acredite em mim, se não fosse uma emergência...

– Sua mãe é tão horrível assim? – Annabeth perguntou. – Posso conhecê-la?

– Não! – Luke rangeu os dentes.

Annabeth se encolheu, surpresa com a raiva de Luke.

- Desculpe – ele disse. – Espere aqui. Eu prometo que tudo ficará bem. Eu vou voltar.

Um flash dourado e brilhante iluminou a floresta. Os semideuses recuaram, e uma voz masculina rebombou:

– Você não deveria ter voltado para casa.

E tudo escureceu.


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