A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 47
Capítulo 47: Segunda-feira muito louca


Notas iniciais do capítulo

Olá, caros leitores que restaram aqui.
Essa é a secretária eletrônica da Helena pedindo clemência com esse lindo capítulo de transição, com o objetivo de - finalmente - tirar a fic do hiatus.
Peço, em nome da atrapalhada autora, que tenham piedade pois foram contratempos que acabaram se estendendo por.... O QUÊ? ONZE MESES!???
HELENA, SUA LOUCA!
MELHOR CORRER!
(Divirtam-se e podem ir atrás da autora com seus forcados e suas tochas. Não vou me opor ;) )



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Laila já sabia que estava claro antes mesmo de abrir os olhos. Sentia os raios quentinhos sobre o rosto e ombros. Suspirou enquanto virava-se na cama, escorando ao montinho ao seu lado, logo antes de abrir os olhos. Um segundo depois de se acostumar à luz, pôde observá-lo melhor.

Nico dormia como um bebê. Um bebê sem camisa, lindo e com músculos realmente atraentes. Deitada próxima dele, podia encará-lo. Laila nem se importaria de olhar o dia todo. A luz da manhã só o deixava mais bonito. Os cabelos escuros estavam bagunçados do jeito que Laila sabia que ficavam somente pela manhã. Ele dormia despreocupado de barriga para cima, seu peito semi nú subindo e descendo pela respiração silenciosa. Era tão gracinha vê-lo assim que Laila precisou deter a vontade de fotografa-lo daquela maneira, numa tentativa maluca de manter a imagem que assistia de visão privilegiada pintada em seu cérebro e guardada na memória do celular. Seria essa uma ideia tão esquisita quanto ela imaginava?

Sim, seria.

Passaram longos minutos antes que Nico desse qualquer sinal de que iria finalmente acordar. Laila não se importava. Passou cada um desses minutos imóvel, apenas o encarando, como que se temesse que fosse apenas um sonho.

Nico se remexeu até que ficasse frente a frente com Laila, na medida do possível - sejamos honestos sobre a altura da Laila, né. A garota só deixou o sorriso mais evidente quando Nico finalmente abriu os olhos e resmungou algo ininteligível.

– Há quanto tempo está me encarando? - murmurou ele depois de alguns segundos, com a voz arranhada pela falta de uso.

– Há mais tempo que o necessário, pra ser sincera – respondeu. Nico soltou uma gargalhada curta e rouca, para logo depois puxar Laila para si.
– É tão bom te ter assim, comigo – ela o ouviu suspirar.

– Você fica tão fofo enquanto dorme. Nem parece o mesmo Nico.

Ele riu novamente, sem solta-la. Não mentiu quando disse que era boa a sensação de tê-la por perto. Não era apenas boa. Era magnífica. Uma das melhores e mais únicas sensações que desfrutou.

– O quê Nora vai dizer quando me vir aqui? - Laila perguntou, enquanto fazia pequenos círculos com o indicador no ante-braço de Nico.

– Provavelmente nada que já não tenha dito das últimas vezes que te viu aqui – disse. - Vai te olhar, sorrir e oferecer café.

– Devia avisá-la que já aceito.

– Ela sabe. Pra quem acha que compramos tanta comida?

Laila arregalou os olhos, indignada e divertida, enquanto Nico tremia de tanto rir.

– Palhaço.

– Mas você adora.

Ela revirou os olhos, tentando, na medida do possível, não suspirar como uma boba apaixonada.

– Vou parar de te falar isso. Quem sabe você para de se achar tanto, Parker.

– Wigon, – Nico pronunciou, mantendo um ar sério. Lentamente, deitou Laila sob si, acariciando seus pulsos – Eu não me acho. Eu sou.

Pela segunda vez naquela manhã, Laila ficou boquiaberta e de olhos esbugalhados, com o cérebro travado entre rir e se surpreender com tal audácia.

Nico explodiu em risadas dessa reação da garota, o quê só a irritou/divertiu mais.

– Abusado! - exclamou, soltando uma das mãos para estapiá-lo.- Seu abusado e metido! Como fui acabar com alguém como você... E olhe bem o quê vai dizer!

– Você me conquistou, Laila. – Nico disse simplesmente.

Laila perdeu a fala e até os movimentos. Era quase rotina Nico fazer isso com ela: ele dizia algo e pronto! Lá estava ela total e tolamente desestruturada e de peito aberto. Chegava a ser ridículo esse poder todo que ele tinha. Quase uma maldição.

Uma maldita de uma maldição!

Nico se aproximava para um beijo, mas Laila tinha que exteriorizar seus inquietos pensamentos.

– Como você faz isso? - perguntou.

Nico parou, até meio confuso, e a olhou. Ela o olhava de volta, seus olhos claramente perdidos.

– Isso o quê?

– Cala uma garota, faladeira como eu, sem esforço algum – disse, sem rodeios.

Foi suficiente para arrancar uma risada de Nico, que logo pregou os olhos aos de Laila novamente.

– Acredite, Wigon – começou bem-humorado – Ainda é uma tarefa árdua que treino todos os dias.

Apenas um sorriso escalpou de Laila antes que Nico a beijasse uma vez. E outra, e outra...

XXX

Foi a primeira vez que Laila chegou em casa sem a preocupação de ter de pensar em desculpas para os tios de por onde esteve. Afinal, essa informação estava mais que explícita naquele dia, quando foi Nico quem a levou para casa, abriu a porta do carro e levou-a até a porta.

– Você vai me desacostumar dessa maneira – ela disse, sorrindo. Nico deu de ombros e abraçou-a pela cintura.

Mal se separaram e a porta da casa foi aberta, revelando Derick e seu pai, ambos com uma postura séria que teria feito Laila rir alto. Nico, porém, ganhou o prémio de caretas do dia com a expressão de susto que ficou. Novamente, a garota abraçada em seu pescoço teve que se esforçar para não rir muito.

Nico soltou a cintura de Laila como se sentisse que estava em território proibido. Pigarreou e coçou os cabelos da nuca, encarando por alguns segundos Laila ao seu lado, como uma súplica de ajuda silenciosa. Ela riu e rolou os olhos, mordendo os lábios.

– Bom dia, família – disse, alegre. Seu tio acenou com a cabeça brevemente, voltando a devorar Nico com os olhos. Derick fazia o mesmo, encarando o garoto de cima a baixo. Laila revirou os olhos mais uma vez, achando tudo aquilo tensão demais para uma manhã como aquela.

– Er... Hum... Eu já vou, Laila – ela ouviu Nico murmurar ao seu lado. O garoto, ainda petrificado, só limitou-se em puxa-la para depositar um beijo em sua testa, partindo dali no instante seguinte. Ela o observou meio boquiaberta, enquanto Nico entrava no carro, lançando um último olhar antes de sumir atrás da porta do veículo.

Assim que o carro se afastou, ela encarou os dois outros Wigon.

– Sério mesmo? Essa atitude foi realmente necessária? - perguntou. Antes que recebesse resposta, enfiou-se pelo meio dos dois e entrou na casa.

– E que atitude esperava, mocinha? - Bob começou antes que a sobrinha subisse o terceiro degrau. - Dorme na casa de um estranho e ainda...

– Vamos reformular essa frase, Robert – Laila o cortou – Primeiro, ele é o Nico. Você o conhece. E mais. Eu avisei que não voltaria para casa.

– Não me interrompa.

– Então não diga bobagens! – Laila devolveu, ganhando um olhar indignado e certamente irritado do tio. Ela suspirou e desceu os dois degraus que havi subido, deixado um de diferença do tio. Com mais calma, o encarou. - Me desculpe – disse pausadamente num sopro. - Mas, agora, explique o quê foi isso. O senhor conhece Nico! Por que toda essa marra de repente?

– Como um pai deveria lidar quando uma das filhas começa a sair e se relacionar? - ele perguntou, também mais calmo. - Quero dizer... Posso até conhecê-lo, sei que é um bom garoto, mas... O quê Richard faria?

Laila parou por um instante. Os olhos cansados e até um pouco injetados de seu tio só refletiam uma coisa bem clara: preocupação. Uma preocupação tão puramente paterna que Laila chocou-se ao notar que há tempos não via nada assim. Isso a fez sorrir com certa melancolia.

– Ele... - ela começou, pigarreando, antes de formular o resto – Posso dizer o quê ele fez.

Seu tio a encarou meio confuso. Laila apenas inspirou fundo, olhando do tio para o primo, que estava atento a tudo parado atrás do pai.

– Quando tive meu primeiro namoradinho de escola, papai surtou. - disse, deixando com que a lembrança chegasse até ela – Foi a primeira vez que o vi realmente... Transtornado. Eu não esperava isso dele. Até da mamãe eu esperava, mas dele... - Laila sorriu um pouco – Mamãe teve que convencê-lo de que não era o fim do mundo para que se acalmasse. Foi engraçado e, ao mesmo tempo, horrível. Para mim, estava sendo uma experiência normal de andar com alguém de mãos dadas pela escola. Mas, então, se era algo tão comum, como eu havia conseguido transformar meu pai do ser mais calmo do mundo em alguém tão exaltado?

Estava perdida.

– Laila, onde quer chegar? - o tio perguntou quando a garota fez uma pausa.

– Eis a questão, tio Bob – ela disse. - Você não sabe o quê meu pai teria feito assim como eu não sei. Cada um reage do jeito que pode, não é? Só o quê posso te afirmar com convicção é de que não é o fim do mundo e que você não precisa agir assim, entende?

– Mas... - Derick tentou.

– Robert! – uma terceria voz exclamou. Os três Wigon parados perto da escada viraram em direção a fonte. Parada no corredor, ao lado da sala de estar, estava Elizabeth. Ela os encarava sorrindo. Laila sorriu em resposta, enquanto os outros dois apenas a olhavam confusos.

– Robert – ela repetiu, sorrindo mais – Sua sobrinha tem razão. Laila está certa.

– Mas, querida... - Bob tentou, mas a Sra. Wigon nem precisou dizer mais nada. Seus olhos passavam tudo o que não saía de seus lábios. Ele, derrotado pela esposa, se voltou para Laila suspirando.

– Traga esse rapaz para o jantar qualquer dia. Veremos no quê vai dar esse “namoro” - ele fez aspas com os dedos, antes de encarar a esposa uma última vez, como quem pergunta “Feliz?”, e subir para o segundo andar.

Derick encarou a prima e, depois, a mãe e seguiu o caminho do pai. Laila sorria de orelha a orelha.

– Homens sempre serão assim, querida. Aprenda – Elizabeth disse. Chegando mais perto, aproveitou para acrescentar – E... Estou enganada ou seu tio usou a palavra com “N”?

– Não. Não está enganada – Laila declarou sorrindo para o chão. - Tia, se me der licença, tenho umas amigas para telefonar...

– Não sou eu quem está te impedindo, sou? - o sorriso de Elizabeth quase enchia seu rosto todo.
Laila revirou os olhos, abraçou a tia rapidamente e subiu para seu quarto.

XXX

Nunca um dia letivo demorou tanto a chegar. Laila acordou mais que radiante. De certo não era a escola que a deixava tão eufórica. Era mais o sujeito que lhe oferecera carona e chegaria em sua casa em questão de minutos.

A euforia dominava seu corpo a tal ponto que, o simples barulhinho de mensagem, emitido pelo celular sobre a cama, a fez pular de alegria. Numa corrida desnecessária até o mesmo, Laila comprovou que não era quem esperava, mas sim uma certa loira sumida desde a noite da festa.

"Laila, minha linda.
Sinto em dizer, mas, dessa vez não vou poder dar carona a vocês hoje pra escola - questão básica de quê Dan vai ficar com o carro hoje.
– Cloe "

Laila pensou em responder, perguntando se a mesma não gostaria de carona, remetendo mentalmente uma briga, que durou quase uma semana inteira, entre Daniel e Cloe. Algo sobre um estar com o carro e largar o outro em casa.

Com isso fresco na memória, Laila se preparou para digitar, mas o celular vibrou mais uma vez em suas mãos, indicando uma nova mensagem.

"Não esquenta.
Arrumei uma carona maravilhosa ;)
– Cloe"

– Okay - pensou Laila em voz alta - Agora está ficando estranho.

XXXX

O fim de semana agora já se passara e a tão odiada segunda-feira chegou para assombrar os estudantes, mas se efeito entediante parecia se desfazer na presença de Cloe de tamanha que era seu estado feliz de alegria logo que abriu os olhos naquela manhã.

Levantar nem foi um sacrifício. Logo que o fez, correu ao banheiro e tomou um banho que só levou o tempo em que ela cantarolava alguma música que ouviu no rádio. Saiu, voltou ao quarto e vestiu-se enquanto já cantarolava outra. Enquanto arrumava o cabelo em frente ao espelho, a porta do quarto foi aberta lentamente por quem depois se revelou seu irmão, que parecia igualmente animado naquela manhã. Daniel havia só contado parte do aconteceu à irmã e sua reação foi tão próxima ao que ele imaginava que seria que, só de se lembrar, sentia vontade de rir mais um pouco. Fora no dia anterior, domingo. Chegou em casa próximo a hora do almoço com Sam de dedos entrelaçados. Seus pais não estavam mas Cloe sim. A loira, jogada no sofá mexendo no celular, quase rolou para o chão quando os viu sorrindo bobos e de mãos dadas.

Agora, parado ao lado da porta encarando a irmã, Daniel se dava conta de que a irmã parecia tão alegre quanto ele mas, ao contrário dela, Dan não fazia ideia do porquê.

Ele ainda a encarava quando ele suspirou em tom de riso e se virou em sua direção.

– Vai ficar quanto tempo me olhando feito uma múmia?

Só então ele teve alguma reação, que foi mais parecida com uma risada sem graça, que se repetiu em Cloe como uma gargalhada.

– Eu só queria entender essa sua alegria toda. – ele começou meio rápido demais. – Te ouvi cantando lá do meu quarto!

Cloe riu de novo, enquanto buscava pelo quarto a bolsa de maquiagem e seu rímel dentro desta.

– Ah, Danny, Danny... – ela disse enquanto aplicava o produto nos olhos. Assim que terminou, virou-se para o irmão e deu-lhe uma piscadela. – Eu tenho meus motivos.

– ‘Pff! Pra mim isso tem nome e me cheira a... – pra completar de modo dramático, ele puxou uma grande quantidade de ar bem alto e se aproximou da irmã – Valdez.

Cloe revirou os olhos, mas não conteve um sorrisinho que não passou despercebido por Daniel, que logo exclamou um “A há!”, fazendo a loira sorrir mais.

– Acha mesmo que ele não me contaria nada, mana? ‘Oh, silly sis... – Daniel completou, balançando a cabeça. Embora ele estivesse blefando – veja bem, ninguém cotou nada a ele -, mas algo dizia que era isso. Algo nos olhos de Cloe que pareceram sorrir só a mera menção ao nome.

– Okay, okay. Continua pensando o quê quiser. Tenho alguns pedaços de torta pra devorar lá embaixo! – ela disse, agarrando a alça da mochila e deixando seu quarto e seu irmão, parado no mesmo lugar. Antes que alcançasse a escada, Cloe parou e virou-se. – Ah, - disse – antes que me esqueça... – buscou no bolso da calça um molho de chaves e jogou-a para o irmão – Hoje você pode ficar com o carro.

Daniel a encarou sem entender. Isso era, de fato, a coisa mais rara que podia acontecer.

– Vai à pé? – ele indagou e ela apenas sorriu de canto.

– Arrumei uma carona – piscou e desceu a escada saltitante, largando seu irmão com uma expressão tão confusa, quanto divertida.

XXXX

Daniel acabara de ligar para Sam, avisando que estaria com o carro e que, se ela permitisse, iria busca-la. Sim, ele ainda se constrangia facilmente ao falar com a garota. Não, ele não sabia um meio de contornar isso.

Seus pais haviam saído faziam alguns minutos e ele se preparava para sair também. Enquanto ajeitava o conteúdo de sua mochila na sala, ouviu duas buzinadas rápidas na rua, em algum ponto bem perto de sua casa. Talvez fosse algo com um dos vizinhos, mas essa hipótese acabou no instante que Cloe passou como um furacão ao lado de Dan, se limitando a dizer “te vejo na escola” antes de abrir a porta e sair por ela. Antes que a porta se fechasse, Dan se apressou e teve uma visão clara do motorista, que o fez rir alto naquela manhã.

Ah, se ele ganhasse uma moeda por cada uma de suas hipóteses que se revelavam verídicas depois...

XXXX

– Laila, cadê seu namorado? Vamos nos atrasar! – reclamou Derick, sentando-se mais largado ainda no sofá grande.

– É, querida. Essa carona é pra hoje ou pra semana que vem? – completou Carly, sentada ao lado do irmão no apoio de braço do sofá, enquanto examinava as unhas.

Laila, sentada sozinha no sofá menor, revirou os olhos pela centésima vez.

– Sabem de uma coisa? Pra quem está dependendo de carona, vocês estão bem folgadinhos! – disse, fazendo cara de sermão.

Não demorou nem um segundo depois de Carly mostrar a língua para Laila que se ouviram duas buzinadas vindas da rua. Os três se levantaram sincronizados, se despediram de Bob, que encontrava-se na cozinha, com um grito de “tchau” coletivo e saíram.

Laila se sentou no banco do carona e, enquanto seus primos se ajeitavam no de trás, virou-se para Nico com um sorriso e o beijou rapidamente.

– Okay, casal. Agora, estamos atrasados, se é que perceberam... – disse alguém atrás de Laila, que não era nem Derick ou Carly.

Laila virou-se, notando só agora a presença de Clarie ali.

– Valdez Junior, o que faz aqui? – ela riu ao perguntar.

– Digamos que Leo me deixou a deriva em casa e recorri a esse aqui como carona de emergência, já que é habilitado e com carro. – ela disse, batendo no ombro de Nico, que apenas balançou a cabeça antes de ligar o carro e começar a andar.

– Mas por que ele te deixou em casa? – Derick perguntou.

– Acho que agora entendi a mensagem da Cloe mais cedo – Laila comentou.

– Que mensagem? – Nico perguntou, desviando sua atenção rapidamente para Laila mas voltando-a para a rua.

Laila sorriu de lado. Bem que havia achado suspeita a atitude da loira naquela manhã.

– Dizendo que não poderia nos dar carona, que deixaria o carro com Dan. – disse Laila – Daí, quando perguntei se ela iria querer carona já que, ás vezes, ela e Daniel brigavam e um abandonava o outro em casa sem o carro, ela negou, dizendo apenas que me via na escola mais tarde.

– Ah, cretina! – Clary exclamou, tendo um ataque de risos logo depois. – Eu sabia que o Leo tava diferente desde a festa! Sabia!

– Então vocês acham que eles possam estar juntos? – Derick perguntou lentamente, como se a ideia parecesse bem mais distante da realidade do quê realmente era. Todos sabiam que esse dia chegaria.

– É mais do que óbvio de que estão juntos, idiota. – Carly disse, revirando os olhos.

No resto do caminho até a escola, seguiu-se com Carly e Derick discutindo, Clarie com um ataque de riso atrás do outro, tanto por culpa da discussão dos dois quanto pela ideia de seu irmão e a loirinha juntos finalmente. Ela fazia figa de todas as maneiras possíveis para que a resposta disso sim. Laila e Nico limitaram-se apenas a rir dos três no banco de trás.

XXXX

O grande falatório imperava pelos corredores naquela segunda-feira. Tanta coisa havia acontecido no fim de semana que Laila sentia como se um mês inteiro tivesse se passado. Embora grande parte dos presentes ali estiveram na festa da semana anterior, para Laila pareciam ter se passado dúzias de dias.

Era estranho. Ter estado tão feliz nas últimas 48 horas a distraiu da vida bem demais.

Pra variar, Derick desapareceu, levando com ele a Clarie, largando Laila, Nico e Carly para esperarem os outros amigos aparecerem. Chase foi o primeiro a dar as caras. Logo atrás de Chase, agarrada ao braço do garoto, vinha uma Alison completamente sorridente. Na verdade, os dois pareciam maníacos com sorrisos enormes.

Aquilo causou algo entre estranheza e animação descontrolada em Laila, que, de repente, queria agarrar os dois e gritar.

– Bom dia! - eles disseram juntos, em um tom alto e alegre.

Nico olhou do braço de Alison entrelaçado ao de Chase para Laila, claramente desnorteado, assim como ela e Carly estavam.

– Er... Acho que perdi esse capítulo da novela. - comentou Carly, apontando para os dois "bobos alegres".

Alison riu alto, mas não fez questão de dizer mais nada. Deu de ombros e encostou a cabeça em Chase.

– Qual é? O quê deu em vocês pra nos encarar assim? - perguntou Chase fazendo-se de sério.

Nico fez uma careta, Laila fez outra e Carly revirou os olhos de tal maneira que seus cílios quase chegaram nas sobrancelhas. Antes que alguém dissesse o que quer que pretendiam dizer, o sinal soou, indicando que, infelizmente, a conversa ficaria para o intervalo.

Alison olhou para os lados, dando falta de uma cabeleira loira.

– Onde está Cloe, a loira serelepe? - perguntou à Laila.

A morena tentou mas, assim como Nico e Carly ao seu lado, não pôde disfarçar o sorriso malicioso que veio a seguir, deixando Ally com uma expressão e tanto de perdida.

Revirando os olhos e balbuciando um breve "vamos", Laila agarrou a mão de Alison e, deixando-se ser levada pelo fluxo de alunos rumo as salas de aula, desapareceu com a amiga em direção a sala que compartilhariam pelos dois períodos seguintes.

XXX

Pela primeira vez em seus plenos quase dezoito anos de vida, Cloe "Ex-aluna impecável" Aster estava atrasada. De certo que o período em que decidiu burlar algumas regras de sua vida não estava contando, era, de fato, seu primeiro atraso na história.

Apareceu na porta da sala que seria a de sua aula no momento, entre o segundo e o terceiro período, afobada como se houvesse corrido atrás de um trem. Aproveitando a ausência de um professor, esquivou-se pela passagem e correu ao seu lugar, agradecendo o quão pouco havia sido notada graças ao falatório corriqueiro que estava sempre presente entre as trocas de aula. Antes que pudesse suspirar aliviada devido sua entrada despercebida, um pigarrear soou ao seu lado direito, a fazendo morder os lábios antes de virar-se lentamente na direção.

Lá estava Laila, de braços cruzados e cara de quem sabia de mais. Sorriu amarelo para a amiga morena, virando agora as pernas para acomodá-las embaixo da carteira.

– Bonito, não, dona Aster? - Laila disse, apertando os olhos na direção da loira.

Cloe não conteve um riso, desmanchando sua expressão em uma relaxada.

– Sem essa de "dona" pra cima de mim, Laila - disse, em tom de deboche, fazendo aspas com as mãos. Laila revirou os olhos e Cloe se aproximou, fazendo a mão em concha ao lado da boca para então completar sussurrando - Além do mais, nós duas sabemos que você não tem tanta moral para falar assim.

Laila ficou levemente boquiaberta, desferindo um tapa fraco no braço da amiga.

– Descarada! - indagou quase alto demais, só não sendo percebida por terceiros devido a falação ao redor. - Chega atrasada depois de 'dar uns pegas' e, ainda por cima, trabalhada na ousadia.

– Pegas? - Cloe repetiu, deixando os olhos arregalarem um pouco.

Laila sorriu arteira no canto dos lábios, repetindo a atitude da amiga de minutos atrás de se aproximar e com uma das mãos próximas da boca, para sussurrar.

– 'Tá achando que eu nasci ontem, Aster? Acha que não sei que sua "carona misteriosa" era, na verdade, na carruagem reluzente de seu príncipe, Sir Leonard Valdez?

Aster definitivamente não saberia onde enfiar a cabeça. O rubor que assumiu no rosto foi tão grande que, se antes Laila tivesse alguma dúvida sobre a teoria "Valdez+Aster= só love", agora já não tinha mais. Cloe queria rir, para tentar descontrair e mudar o assunto, mas congelou. Não era para, supostamente, ninguém estar sabendo de nada ainda!

Sem ser a maior dominadora de artes cênicas e entendendo que seu silêncio repentino fora interpretado como um grito de afirmação para a pergunta de Laila, Cloe apenas soltou o ar que nem sequer notou que prendia.

– 'Tá legal - começou, inspirando fundo - Quem foi o bastardo que contou?

Laila precisou de cada célula de seu corpo trabalhando em conjunto, tirando uma força de vontade louca de algum lugar que nem ela sabia, para deter o surto de fangirl que pintou em sua cabeça. Mordeu a língua e travou os músculos, impedindo outro de seus chiliques adolescentes que provavelmente chamariam muita atenção.

Conjurando um de seus mantras, ela inspirou fundo, apertando os olhos bem fechados, para depois virar-se para Cloe.

– Conta tudo o quê houve. Você tem dez minutos antes de eu explodir. - disse pausadamente.

A loira sorriu, sentindo as bochechas esquentarem um pouco mais, só de se lembrar do fim de semana que passou.

– É uma história longa. Começou na noite da festa.

– Sugiro que conte rápido, então. Não sabe as montanhas que estou movendo dentro de mim para me manter com um rosto impassível e não anormal.

– Acho que tenho uma breve ideia.

Cloe então começou, descrevendo as horas antes da festa na última sexta como as piores de sua vida, o quê fez Laila sorrir e relaxar um pouco. Ela esteve lá com a loira e agora estava achando a maior graça na riqueza de detalhes que Cloe aumentou para tornar tudo o mais dramático possível, quando, na realidade, se trataram de pequenos contratempos.

Ignorando completamente o professor que chegara a pouco, Cloe continuou a história, tornando cada vez mais difícil para Laila de esconder os suspiros alegres que tanto lhe deixavam parecida com a garotinha pirada que ela realmente era.

XXX

O burburinho de alunos famintos ecoava pelos corredores depois que o sinal para o intervalo finalmente tocou. Cloe e Laila saíram juntas da classe, disposta a só pararem de andar quando alcançassem o refeitório, de tantas que eram as reclamações de Cloe sobre quase não ter comido nada de café-da-manhã.

– Então, quer dizer que só foi ficar uns beijinhos de distância de seu agora amado Valdez que sua fome despertou? - Laila comentou em um riso contido, quando o refeitório já era visível. Cloe rolou os olhos e nem se comprometeu a responder, tendo previsto há muito tempo atrás que piadinhas do gênero surgiriam, logo que algum de seus amigos soubesse dela e de Leo.

Avistaram os amigos a distância ao mesmo tempo, sentados em uma mesa próxima à fila para apanhar a bandeja com comida. Encaminharam-se naquela direção, Cloe seguindo para fila primeiro enquanto Laila cumprimentava Nico com um selinho breve, antes de seguir pelo mesmo caminho que a loira.

– O amor está no ar... - suspirou Valdez em um tom fingido de apaixonado, sentado ao lado esquerdo de Nico e direito de Sam, arrancando uma risada do amigo.

Para ser muito sincero, a brincadeira em nada incomodou Nico, visando que era a verdade nua e crua.

Aproveitou a distração dos amigos para olhar sobre o ombro, adquirindo uma vista perfeita de Laila. A mesma gargalhava de algo, com uma Cloe carrancuda ao lado, enquanto ambas já faziam o caminho de volta a mesa. Olhando mais uma vez, por muito pouco não suspirou feito uma menininha. Fisgou a figura da namorada em um dos momentos favoritos dele, e isso o fez sorrir de canto.

Talvez por se sentir vigiada, Laila acabou por procurar ao redor, e logo encontrou os olhos de Nico, que ainda a encaravam distraidamente. Ele os arregalou, sendo pego no flagra, mesmo sabendo que não tinha nada de mais. Laila soltou uma risada curta e prendeu o lábio entre os dentes, formando um sorriso singelo que durou, assim como o contato visual ininterrupto, até que ela se sentasse a mesa ao lado direito de Nico, com Cloe sentando-se ao esquerdo de Laila.

– Olá - Laila disse, mexendo as sobrancelhas para cima e para baixo. Ele sorriu e a abraçou de lado, devolvendo toda sua atenção ao grupo de amigos ao redor da mesa em seguida, atenção essa que parecia ser sempre que podia capturada por Laila.

Um momento de silêncio se estabeleceu, onde cada integrante da mesa encarou o casal "Nicaila" por um breve segundo com grande satisfação, para logo depois voltarem a fazer o que faziam antes.

Ou seja, a comer.

Love is in the air, everywhere I look around...– cantarolou Leo, em voz baixa, arrancando uma risadinha de Sam e Clarie sentadas lado a lado uma da outra em seu lado livre.

– Leo... - alertou Nico, também em voz baixa, recebendo apenas uma expressão angelical e as mãos rendidas de Leo em resposta, como se estivesse se abstendo da culpa do quê provavelmente viria a seguir.

Love is in the air. Every sight and every sound...– continuou Chase, brincando com o garfo e a comida em seu prato, como se nada tivesse acontecido.

Nico revirou os olhos, prevendo o estava por vir, enquanto Alison e Laila riam.

– Gente, qual é? - Laila interjeitou, entre uma risada e um suspiro.

Em uma troca extremamente cúmplice entre Chase e Leo, Nico teve a certeza que seria uma boa hora para começar a andar com uma pá sempre a mão. Ou para se enterrar de vergonha, ou para enterrar vivos aqueles amigos dançantes com um espírito de Broadway os possuindo.

– Valdez, não se atreva a continu... - começou Nico, colocando o dedo em riste com a face do amigo, que o ignorou completamente ao abrir os braços e encher o peito de ar.

Love is in the air! Oh oh oh, oh oh oh...– ele cantou aos quatro cantos do refeitório, atraindo a atenção repentina de todos, ficando em pé no banco em um pulo. Nico deu um tapa na própria testa, procurando se esconder atrás da mão de alguma maneira.

– Valdez, por Deus... - murmurou Laila, indo do vermelho ao roxo com as bochechas.

Love is in the air! Oh oh oh, oh oh oh...– ele continuou, provocando gargalhadas de terceiros, que o observavam pelo refeitório, e de seus próprios amigos, que se dividiam entre os que queriam levantar e sair dali, adquirindo o famoso comportamento de "não conheço aquele cara", e os que riam com gosto mesmo.

– Leonard Valdez! - exclamou Cloe, se levantando do assento com as mãos nos quadris - Se não descer daí agora mesmo, vou fazer com que suas futuras gerações não existam depois de esmurrar um certo lugar sensível! -

A garota se encaixava perfeitamente na primeira categoria, adquirindo uma postura séria com rosto corado. Ele se calou, encarando a loira.
Sem perder a pose, Leo sorriu e imitou a garota, colocando as mãos nos quadris também.

– Na verdade, o quê você quis dizer é que prejudicaria as nossas futuras gerações, loirinha, e não acho que você queira fazer isso com nossos futuros filhos, netos, bisnetos...

Cloe estava boquiaberta, sem saber se estapeava o garoto, se escondia sob a mesa ou se afogava Laila e Clarie e suas risadas altas em suas bandejas.

– Como é que é a história? - disseram Daniel e Alison ao mesmo tempo, depois de um breve momento de choque.

Ignorando brevemente o frio no estômago que se instalou em Leo ao encarar os olhos azuis estarrecidos de Dan pela primeira vez, ele voltou a abrir os braços, sorrindo.

– É isso mesmo, senhoras e senhores - anunciou alto - Cloe Marie Aster finalmente disse sim!

Foi a vez de Cloe dar um tapa na própria testa, tentando esconder a vermelhidão da pele. Laila, Clarie, Carly e Sam sorriam de orelha a orelha enquanto Nico aplaudia de modo dramático junto a Chase e Patrick, e Daniel, Alison e Derick encaravam tudo sem entender mais nada.

No refeitório, ao redor daquela mesa, as reações eram das mais diversas. Algumas garotas suspiravam, derrotadas, umas desejando nem que fosse por um minuto estar na pele de Cloe naquele momento, outras pareciam frustradas, como se tivessem acabado de perder um de seus galãs. Outros apenas riam de toda a palhaçada do garoto e da reação da loira. Já a última parcela não dava a mínima, voltando a conversar com quem partilhava de sua mesa ou dando atenção à comida.

– E será essa mesma Cloe Marie Aster que vai sumir por aquela porta se você não parar de fazer escândalo! - ela exclamou, perdida entre a timidez que aflorava em suas bochechas e a irritação por ser o centro das atenções daquele ambiente.

– Okay, já que pediu com carinho... - Leo deu de ombros. Pulou do banco para o chão, de frente para Cloe. Tomou a mão da garota entre as suas para depositar um beijo casto e demorado nas costas, o que fez com que Cloe sorrisse de canto.

– Nunca fui tão envergonhada em toda minha vida. - ela comentou, fazendo biquinho. Leo riu, achando sua expressão bem fofa. Aquela garota era simplesmente demais pra ele.

– Isso não se compara ao que te aguarda daqui para frente, loirinha - ele murmurou, segurando o rosto de Cloe com uma das mãos para acariciar sua bochecha. - Sou um cara que gosta de inovar.

Ela riu alto, concordando. Por um segundo, um perfeito para anteceder um beijo, o recém assumido casal quase se esqueceu de que ainda era o alvo do refeitório, só percebendo esse fato depois do pigarreado emitido por Daniel Aster, o irmão mais novo e a pessoa mais perdida em toda essa história.

– Bom, ilustre casal... - enfatizou Dan, começando seu discurso - Creio que nós - e ele apontou para os integrantes que estavam naquela mesa com o dedo indicador - ... merecemos saber o quê diabos 'tá rolando aqui. Na verdade, não sei eles, mas eu adoraria muito saber.

Cloe rolou os olhos, murmurando um inaudível "dramático", antes de puxar Leo pela mão para que se sentassem lado a lado.

– Okay, o quê vocês querem saber? - ela perguntou, sendo o mais objetiva possível.

Antes que qualquer um indagasse o que quer que fosse, o sinal do fim do intervalo tocou alto e claro, demostrando claramente para Leo e Cloe o significado da famosa expressão "salvos pelo gongo".

– Bom, o papo está ótimo, mas Leo e eu temos um lugar para ir. - A loira se pronunciou, levantando-se num pulo e agarrando a mão do Valdez ao seu lado, para que fizesse o mesmo - Não é mesmo, Leo?

– S-sim, é claro.

– Mas Cloe... - tentou Daniel, levantando-se também.

– Nada de "mas" agora, maninho. - ela disse em meio a um sorriso maroto e uma piscadela. Inclinou-se sobre a mesa e beijou a bochecha do irmão, aproveitando para sumir dali um segundo depois e levando um Valdez confuso e feliz em seu encalço.

– Cloe, a aula... - Laila tentou, mas a loira já corria para fora do seu alcance - E foi-se embora.

– É. Você tentou, Laila. - Ally murmurou, ainda muito confusa com tudo. Mesmo que tivesse participado ativamente para que aquela cena finalmente acontecesse, não deixava de lhe parecer irreal demais.

Talvez, quando o torpor do que havia acabado de presenciar passasse, Alison pudesse se mostrar puramente contente pelos amigos terem se acertado como ela tanto esperou. Eram muitas informações recentes para serem absorvidas, era capaz disso demorar certo tempo.

– Ah, deixa a menina ser feliz, Dan... - Sam disse para o garoto transtornado pelo choque, manifestando-se pela primeira vez e logo capturando a atenção do pequeno Aster.

Munida com um sorriso doce que só Samantha sabia a fórmula, ela aproveitou a deixa e tomou uma das mãos de Daniel que estava sobre a mesa entre as suas, acariciando seus dedos. A expressão do garoto relaxou e logo ele descansava, testa a testa, com Sam.

– Definitivamente eu não sei mais o quê está acontecendo... - sussurrou Derick para os outros, que concordaram prontamente.

– Segunda-feira mais louca impossível... - continuou Clarie ao seu lado, observando a cena, assim como os outros, em um modo totalmente hipnotizado.

Um minuto de total se passou, em que os demais da mesa tentavam de toda maneira prestar atenção em alguma outra coisa - em qualquer outra coisa - que não fosse Dan e Sam de repente tão íntimos. Vendo que ninguém diria algo e que o refeitório já estava quase vazio, Laila saltou do banco, decidida em tomar alguma atitude, voltando a atenção dos amigos e do namorado para ela.

– Okay, foi um intervalo e tanto. Agora, que tal irmos para aula de boa vontade e de bem com a vida, antes de sermos "gentilmente" forçados a o fazer pela coordenadora? - Laila disse tudo de uma vez só, olhando para cada um ali por alguns segundos com uma expectativa que brilhava em seus olhos.

– Concordo. - disseram Carly e Alison juntas e todos logo começaram a se levantar.

– É. A coordenadora já não vai com a minha cara... - comentou Derick, fazendo a irmã encarar a prima com uma sobrancelha arqueada.

– E isso seria porquê... - Carly incentivou.

Derick logo percebeu o que havia dito e só conseguiu se engasgar ao tentar dizer um simples "nada de mais".

– Vamos todos logo? - Clarie correu em mudar o foco, enlaçando o braço de Derick e o puxando em disparada na direção da saída do refeitório.

– Mas o quê... - começou Patrick, apontado para os dois que se afastavam às pressas na frente de todos.

– Muito suspeito - constatou Carly para si mesma, ganhando um aceno positivo de Patrick ao seu lado. Laila, que revirou os olhos, como se aquela fosse a declaração mais óbvia feita no dia.

– O quê, no dia de hoje, não está suspeito, afinal?

– Bem pensado e muito bem colocado, Laila. - completou Alison, sendo abraçada por Chase e seguindo para a saída.

Laila olhou ao redor, para os amigos.

Samantha e Daniel de mãos dadas andando na frente de todos. Carly e Patrick conversavam, logo atrás dos dois primeiros, como bons amigos. Chase e Alison nem se falava. Estavam abraçados, em uma espécie muito estranha de... Xamêgo. Bizarro. Nico, alheio ao que se passava na cabeça da garota ao lado com quem estava de mãos dadas, apenas observava ao redor com um leve tédio.

É, constatou Laila com seus "botões", depois de pensar um pouco.

Todos ali precisariam ter uma longa conversa sobre o quê, de fato, havia acontecido naquela tão polêmica festa.


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Notas finais do capítulo

Er...
Espero que tenham gostado.
No próximo a Helena voltam. Daí vocês podem bater nela.
Podem perturbá-la no twitter em @didyousaypotter e lá poderão matá-la com 140 caracteres.
Perdões em relação a qualquer erro de formatação.
Beijocas e beijinhos a todos!



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