A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 40
Capítulo 40: Porcentagem de notícias boas de uma para uma ruim.


Notas iniciais do capítulo

I'M BAAAAAAAAAAAAAAAAAACK BITCHEEEEEES!!!!!!!!!
Pelos deuses olimpianos de sunguinha, me perdoem! Eu não queria ter demorado tanto assim pra voltar com um novo capítulo, de verdade. Na verdade, eu deveria ter entrado e postado uma semana atrás, mas meu querido e amado PC deu pau e apagou o capítulo novinho em folha (agradeçam a ele ;) ) e isso me desmotivou a tentar reescrever.
BUUUUUUUUUUUUUUUUUUT, eu aqui estou com um singelo pedido de desculpas na cara.
Espero que me perdoem, de verdade, e que ninguém tenha desistido de nós (fic e eu).
LEIAM E TCHAU!
P.S.: o nome não tem muito sentido, desculpe.



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Os dias se arrastaram em três semanas perfeitamente calmas após aquela noite. Foi como se eles nem fossem eles mesmos.
Seria uma mentira tremenda não dizer que a atmosfera ao redor dos dois não se modificou totalmente. O mundo pareceu ganhar nova cor a ambos os olhos, e novos sabores e sensações. Tudo o quê for que eles conheciam pareceu se suavizar e derreter-se como manteiga em favor daquela sentimento novo e quente que agora corria, como uma descarga elétrica dançante, pelas veias de Laila e de Nico. Eram palpáveis e visivelmente notáveis as diferenças.
Laila nunca fora tão boa em disfarçar aquilo que sentia quando pensava. Não conseguiu parar um instante sequer de sorrir no final daquela tarde e o início da noite, quando Nico, entre muitos outros beijos e sorrisos, deixou seu lado até então desconhecido de cavalheirismo se libertar e ofereceu-se para levá-la em casa. Era o mínimo que ele devia fazer, murmurou uma parte de seu interior.
Afinal, não era sempre que ele se descobria apaixonado por alguém. Pra falar a verdade bem na lata, era a primeira vez. Então, no mínimo, Nico deveria abandonar sua pose de macho alfa e deixar sua alegria transpor seus atos. Nico levou Laila até sua casa quase mantendo o ar civilizado ao levá-la até a porta da residência que, na verdade, não durou tanto quanto Laila esperava, já que o garoto a enlaçou inesperadamente pela cintura despedindo-se com um beijo firme nos lábios que, cá entre nós, não poderia ter sido melhor recebido. Laila não pode evitar corar ao desprender-se dos lábios de Nico e ser encarada profundamente por seus olhos de uma tonalidade única de castanho que sempre parecia ponderar entre o verde e mel. Seus olhos pareceram sorrir para ela, e isso a desconcertou. Nico roubou-lhe um último beijo naquela noite, antes de ver a garota sorrir e passar pela porta. Ele afastou-se ainda com os cantinhos da boca curvados em um sorriso brincalhão que só sumiriam quando ele parasse de pensar em Laila. Ou seja, pelo concentimento de seu Nico interior, não seria tão cedo.
A notícia de que uma certa Wigon e um tal Parker podiam estar ou não juntos chegou a vazar, mas só foi confirmada quando, para a surpresa de todos, Nico puxou-a para recebe-la com um caloroso bom dia no corredor da escola, onde a garota se encontrava com Cloe ao lado, tagarelando como sempre. A loira ficou muda e sem palavras? Sim, mas não tanto quanto o resto dos alunos do corpo estudantil que presenciaram o feito. Alguns aceitaram e deram de ombros, como fariam com qualquer casal. Já outros, e falo específicamente de Dáphne Block, haviam quebrado a lixa de unha ao meio e soltavam fogo por todos os poros, delicadamente falando.
Ao fim da primeira semana, o círculo social deles dois já havia se acostumado com a ideia de terem um novo casal, assim como os outros alunos – novamente deixando claro que Dáphne era uma exceção – também. Mesmo com todos os olhares maldosos dela dirigidos exclusivamente para Laila, ela não podia fazer muito além disso.
Teria de aceitar. Querendo ou não.


XXX

Cloe tamborilava os dedos do braço cruzado no outro antebraço, ao ritmo de uma música que passava em trechos na sua cabeça. Quem olhava de fora até poderia dar a garota como calma, despreocupada. Mas, se observássem bem, notariam seus olhos azuis descerem e subirem inquietos do relógios de pulso para o corredor, além da porta da sala de aula.
Cloe continuou em sua quase distração por mais alguns minutos, míseros minutos, e bufou em alto e bom som.
– Laila, nós vamos morrer aqui e você não terá terminado de copiar essa maldita lição de álgebra – ralhou, encarando a figura de Laila curvada sobre o caderno logo na primeira carteira. - Eu já disse que te empresto se quiser, agora, por favor, vamos embora daqui?
Cloe sentiu que a amiga sorria antes mesmo dela levantar a cabeça, com os olhos focados na lousa atrás da loira.
– Calma, calma, Aster. Por acaso pretende fazer algo de tão estraordinário nessa incrível sexta-feira que exige toda essa pressa? - indagou Laila, em tom de riso.
Cloe revirou os olhos.
– Sabe que não, mas isso não significa que eu queira ficar aqui pra sempre, enquanto podia estar fazendo algo mais interessante nesse minuto que esperando minha amiga lerda e tapada copiar a lição - ela declarou, empinando o nariz.
– Como, por exemplo?
– Dormir me parece muito mais interessante – disse de forma pensativa, fazendo com que Laila solta-se um risinho anasalado.
– Okay, Dona Dorminhoca. Eu já terminei. Vamos embora – Laila disse, jogando os materiais na mochila e já sendo arrastada por Cloe e seu sonoro suspiro em tom de “eu ouvi um amém, igreja?” para o corredor, deixando a sala, onde antes só restavam as duas, completamente sozinha.
O sinal anunciando o final do último tempo já havia tocado alguns minutos atrás, por isso, pouquíssimas pessoas restavam transitando no corredor em plena sexta-feira. Com alguns passos rápidos e certa agilidade, Laila alcançou a porta de seu armário em menos de um minutos e jogou o material desnecessário lá dentro, deixando só um livro, estojo e um caderno na mochila.
– Agora, Laila – começou Cloe quando as duas deixaram para trás o corredor da escola e chegaram às portas escancaradas da saída – Seja sincera. De onde surgiu esse seu misterioso prazer por números de repente?
Laila sorriu pelo drama da amiga, sentindo uma leve brisa no rosto que impulsionou levemente seus cabelos por sobre os ombros, enquanto elas atravessavam o terreno da escola.
– Tudo isso por que eu quis terminar de copiar a lição de álgebra, Cloe? - Laila sorriu.
– Talvez um pouco.
Laila revirou os olhos e olhou para além das rodinhas de alunos parados próximos a rua para procurar seus amigos. Logo os avistou. Ou melhor, os ouviu, já que as gargalhadas altas de Alison chegavam aos ouvidos de Laila com clareza, que estava a cerca de sete metrôs dela, como se estivesse ao seu lado. Revirando os olhos numa sincronia quase perfeita demais com Cloe, elas se encaminharam para lá.
Conforme se aproximavam, as risadas do grupo se intensificava e a indentificação deles aos olhos de Laila melhoravam. Ela logo avistou as costas esguias de Nico a frente dela. Uma ideia infantil brotou em sua mente e ela logo tratou de executa-la. Tomou impulso, correu a frente de Cloe e saltou sobre as costas de Nico, que se não fosse forte do jeito que é, teria caído e derrubado os dois.
– Ei! - Nico murmurou quando a garota deslizou de suas costas para o chão, parando ao seu lado. Ele logo fez questão de enganchar os dedos no maxilar fino da garota e a puxar para um beijo rápido.
– E já começaram... - sussurrou Cloe pendendo a cabeça para trás e soltando o ar dos pulmões de forma rápida.
Laila e Nico sorriram e logo apartaram os beijos seguintes, ficando apenas próximos.
– Ei, por que demoraram tanto? - perguntou Alison – Achamos até que as duas já tinham ido embora.
– Acontece que a Laila decidiu apaixonar-se por álgebra e quis copiar cada centímetro da lição do quadro. E acontece que essa tapada demora anos para copiar. Só. - Cloe disse com seu típico mau-humor, empinando o queixo.
– Ei! Eu não sou tão lerda assim! - Laila exclamou em tom brincalhão, mas igualmente ofendido.
– Na verdade, é sim – concordou Carly, e logo passou uma onda de afirmação pelos outros.
Laila revirou os olhos e os outros riram.
– Então, me digam – começou Leo esfregando as palmas das mãos – O quê as crianças vão fazer nessa sexta-feira de animador? - finalizou com um sorriso totalmente...
Leo.
Ninguém se manifestou e a maioria deu de ombros.
– Qual é? Vocês não podem me contar o quê vão fazer, porquê teram que me matar logo em seguida, ou ninguém aqui pretende fazer algo de realmente útil hoje?- ele exclamou claramente chatiado.
– Acho que está mais para a segunda opção, Valdez – Cloe o consolou.
– Nem tu vai fazer alguma coisa, loirinha? - ele perguntou com um biquinho.
– Olha, não que esse seja um assunto que precise de seu consentimento, mas, como não é nada de mais, não tem problema algum se eu falar – ela disse.
– Que seria?
Cloe abriu a boca para falar, mas Daniel logo a interrompeu.
– Provavelmente, se bem a conheço e a resposta para essa não-pergunta é um singelo sim, pois, eu a conheço, vai acampar no sofá grande da sala na companhia de um livro clichê, um filme bobo e todo o estoque possível de sorvete de flócos da Terra.
Cloe boquiabertou-se e corou furiosamente, logo ao mesmo tempo em que as risadas desencadearam. Os tapas que ela desferiu, estalando, no irmão quase abafavam os risos dos outros.
– Do quê tanto você está rindo, mano? - perguntou Clary, a que menos riu, arqueando as sobrancelhas para Leo, que arfava em busca de ar – Eu bem sei que sua “brilhante” sexta-feira ia se resumir a assistir “As tartarugas ninja” com seu pijama do Power Ranger vermelho trancado no quarto.
Leo ficou sério no momento em que a nova onda de gargalhadas surgiu no ar. Mostrando-se maduro, resumiu seus atos em mostrar a língua para a irmã e fazer uma careta para os amigos.
Por fim, ele tomou fôlego.
– Sério que ninguém aqui vai fazer alguma coisa de interessante hoje? - perguntou com todo o seu drama de criança infeliz por ter ganhado um amendoim ao invés de chocolate. Todos assentiram. - Chase? Ally? Nico? Laila?
Ambos deram de ombros e Leo os encarou, principalmente o casal, de modo inquisidor.
– Nico? Laila? Tem certeza de que não vão fazer nada? - ele perguntou de um jeito mais maleável com as palavras, como que para intensificar uma reação neles.
Eles não disseram ou fizeram gesto algum e Leo quase gritou.
– Eu sabia! - foi o quê exclamou aos quatro cantos da Terra – Vão sair escondidinhos e não querem ninguém por perto, né?
– E se for? O quê isso lhe diz respeito? - Nico revirou os olhos e apertou Laila contra seu peito como se dissesse “deixe-me protege-la desse maníaco”.
Aquele famoso silêncio e olhadas rápidas de um lado para o outro, de Leo para Nico, como em um jogo de tênis transpareceu ali.
– O quê os pombinhos pretendem fazer? - Leo continuou arqueando as sobrancelhas.
– Leonard, isso lhe diz menos respeito ainda. – Nico disse e Laila sentiu-se corar, preferindo esconder o rosto rosado na curva do pescoço de Nico, onde ela inspirou tão profundamente que podia jurar que teria o aroma dele impregnado a ela pra sempre.
Risadinhas percorreram o grupo e Nico encarou Leo de modo desafiador, mas também cercado de brincadeirinhas.
– Okay, vocês duas. Já deu. Entendemos que precisam debater sobre a relação de vocês – Alison disse, apontando de Nico para Leo simultaneas vezes.
Mais risinhos acompanharam todos eles, ao se dispersarem para irem embora. Nico levaria Laila e seus primos em seu carro, enquanto Cloe e seu irmão iam embora no carro dela. Sam e Patrick já tinham ido embora com suas respectivas irmãs gárgulas e Leo e Clary iram juntos. Alison, que sempre fora embora na compahia de Cloe, hoje recebeu uma oferta interessante da parte de Chase, perguntando se queria carona. Sob o olhar óbvio, malicioso e acusador de Cloe, Alison entrou no carro com Chase e eles se foram, assim como os outros, cada qual para sua direção.


XXXX

– Estão entregues – suspirou Nico, embicando o carro no meio fio na frente da casa dos Wigon.
– Obrigada, Parker – Carly suspirou, de modo cansado, dando um tapinha de agradecimento no ombro de Nico do banco de trás e se arrastando para fora do carro.
Derick limitou-se a um cumprimento e saiu, seguindo a irmã. Laila, sentada no banco do carona, apenas sorriu e relaxou no banco. Pode ouvir Nico sorrir e suspirar ao seu lado, sem ao menos virar para encará-lo.
Era espantoso o quanto eles haviam conhecido um sobre o outro nas últimas semanas, e era mais espantoso ainda o fato disso só tê-los aproximado mais. Por exempo, Nico descobriu do pavor de Laila por aranhas quando a garota surtou um dia em sua casa, quando viu uma aranha na parede do quarto dele. Sem querer deixar isso totalmente na cara, Nico usou o medo da garota sim a seu favor, ao pegá-la no colo e sorrir do modo como um pai sorriria ao ver sua filhinha desesperada após um pesadelo.
Claro. Ele teve que matar a aranha depois, mas pôde se aproveitar do medo de Laila até o devido momento.
Laila também acabou por descobrir um dos medos mais bem escondidos de Nico: palhaços. Descobriu quando o convidou para um parque e, ao citar dos tais palhaços de lá, o garoto congelou e recusou-se de imediato, até evitando falar dos motivos que o levaram a fazer isso por três dias. Com seu jeitinho, Laila o fez confessar que, quando ele tinha cinco anos, assistiu um trecho de um desses filmes toscos de terror sobre palhaços assassinos e teve pesadelos até quase os nove.
Chegava a ser irônico o quanto eles estavam gostando de se conhecer e descobrir, quase que de maneira natural, os lados mais oblíquos um do outro.
Nico apoiou a cabeça na de Laila e suspirou.
– Ainda quer sair? Podemos ficar na minha casa assistindo X-men – Nico perguntou, fazendo Laila rir alto.
– Pra onde nós vamos, afinal?
– Eu não sei. Só vagar de carro por aí – ele deu de ombros.
Laila maneou a cabeça, pesando prós e contras.
Ela estaria com e Nico e ele com ela, a sós. Pró.
Nenhum contra.
– Okay, mas então me impressione – ela começou, erguendo a cabeça para encará-lo – Leve-me para um lugar que eu não conheça e que você goste. Se quer uma chance para me impressionar de verdade, aí está ela. Seja criativo.
Nico sorriu e inclinou-se para beijá-la de modo rápido. Girou a chave na ingnição, ouvindo o suave ronco do motor e sorriu, lembrando-se, de repente, de um bom lugar.

Foram os quase quarenta minutos mais torturantes para Laila, onde ela, volta e meia, perguntava para onde raios estavam indo. Observou atentamente quando se distanciaram dos subúrbios onde moravam por um túnel para ruas mais afastadas ainda, com vegetações seguindo infinitas atrás do arame farpado que ladeava a estrada. Laila gravava cada cantinho, cada detalhe que conseguia, mas seu muro de concetração ruía e sucumbia à curiosidade que sentia arder por dentro.
Nico desviou do caminho infinito à frente da estrada para a primeira direita e subiu uma ladeira. Já no topo da subida, jogou o carro no acostamento da esquerda, num movimento que se fosse mais brusco, faria o rosto de Laila encontrar-se direto a janela do banco do passageiro. Laila olhou ao redor, notando que a estrada seguia, um pouco mais esburacada, para além dali e que eles haviam parado numa colina. A garota trocou um olhar confuso com Nico e abriu a porta do carro.
Nico sentou-se no capô do carro, convidando Laila a fazer o mesmo ao seu lado. Foi quando Laila sentou-se e olhou para frente que pôde entender porque as feições de Nico de repente tornaram-se tão serenas.
Era estupidamente lindo ali em cima.
A colina na estrada onde estavam, mesmo que não aparentasse ser grande coisa, tinha uma vista incrível para quase toda a cidade. Podia-se distinguir as casinhas lá embaixo do subúrbio dos pequenos edifícios e prédios, que davam lugar ao centro. Lá na ponta de tudo, estava o aeroporto.
O ar suave remexeu nos cabelos de Laila e passou por seu rosto quase como um carinho, trazendo consigo o odor puro das árvores. O sol se punha à frente dos dois, tingindo o céu em seus tons únicos de laranja e vermelho, enchendo o ar com suas cores vivas e inebriantes.
Laila deixou um longo suspiro escarpar e deitou a cabeça no ombro de Nico.
– Aqui é tão lindo – deixou esse comentário escapolir quase sem perceber. - Como achou este lugar?
Laila ergueu a cabeça lentamente, focando seus olhos no rosto de Nico, que de repente não parecia tão alegre.
Ele inspirou e tentou sorrir de leve, mas não foi algo realmente feliz. Apenas um sorriso.
– Sabe que minha relação com meus pais não é tão boa desde... - ele fez uma breve pausa e pigarreou – A Lucy. Enfim, achei esse lugar numa de nossas muitíssimas discussões nos poucos minutos que tentávamos conversar. Eu já tinha tirado a carteira e sabia perfeitamente onde meu pai escondia a chave do carro. Sai vagando meio perturbado e, graças a porcaria do carro ter quebrado, cheguei aqui. - e ele olhou ao redor, fixando seus olhos na paisagem da cidade ao fim – Acho que nunca agradeci tanto a uma lata velha de carro.
Laila sorriu e Nico a acompanhou.
– Aqui se tornou um bom lugar para reflexão – ele declarou, num suspiro, após uma pausa.
– Além de mim e você, quem mais sabe daqui? - Laila perguntou.
– Apenas Leo. Eu pedi para ele me trazer para cá num dia que bebi além da conta e nem sabia diferenciar o quê era um volante, também devido à brigas e mais brigas com meus pais. Felizmente, ele entendeu as coordenadas de um amigo pra lá de bêbado e acertou o lugar – ele soltou um riso – Eu vomitei bem ali – e apontou para dois metrôs além do carro, à direita.
Laila fez uma careta e sorriu.
– Então, aqui é um lugar para refletir, se acalmar, vomitar e trazer garotas – ela disse tudo numa só lufada de ar e assoviou no final – Muito prático.
– Você foi a primeira que eu trouxe aqui, e prefiro que seja a única – ele disse, com um sorriso um tanto tímido e sorrateiro nos lábios, saltando do capô do carro e parando de frente para Laila para logo espalmar uma mão de cada lado do corpo da garota.
O sorriso torto de Laila saiu meio que pela culátra, já que esse comentário de Nico fez seu interior vibrar por completo e remexer numa só sinfonia, a de pequenas asinhas batendo unidas. Quando ele se aproximou de seu rosto, e ela já podia sentir seu cheiro agridoce impregnando em suas narinas, ouviu o celular começar a tocar estridente de dentro do carro.
Nico chegou a dar um mísero selinho em Laila e suspirou resignado, com os lábios pregados aos dela, sabendo que a garota iria atender e devolver seu beijo só depois.
Ele a encarou como um cachorrinho encararia uma pessoa que tem a comida que é destinada a ele, mas, que de última hora, mudou de ideia e deu ao gato, e isso teria partido o coração de Laila se não a fizesse rir.
– Me desculpe, mas... - ela começou.
– Pode ser importante – ele completou de maneira quase robótica. - Eu sei, eu sei. Atenda logo antes que eu mude de ideia e te prenda pelos pulsos nesse capô.
Laila revirou os olhos, pressionando os lábios contra os de Nico de um jeito rápido o suficiente para que desse tempo dela saltar do carro e alcançar o celular dentro da mochila, no banco do passageiro.
– Alô? – ela atendeu em tom de riso, devido a careta de Nico.
Do outro lado da linha, só recebeu um suspiro desesperado e um gemido.
Laila?– exclamou Carly, sua voz atingindo oito oitavas de tão fina que saiu – Laila! Meu Deus! Preciso que venha para casa agora. É urgente, por favor.
Toda e qualquer alegria possível no rosto de Laila se dissipou numa nuvem de preocupação tão evidente que Nico arqueou as sobrancelhas pra ela.
– O quê? Mas, Carly, o quê houve? - ela perguntou.
Ouviu um suspiro e vários soluços e presumiu que a prima provavelmente estava chorando e aquilo, com todo certeza, não amenizou as batidas do coração de Laila que descompassaram totalmente ao ponto de estarem arrítmicas.
– Carly! - quase gritou.
O meu pai, Laila – Carly murmurou com voz embargada – Ele... ele sofreu um infarto e, ao que parece, é muito grave.
Laila não ouviu mais nada. Seus ouvidos apitaram no mesmo instante em que largou o celular. Mal o ouviu atingir o chão. Tudo voltou rápido demais, como um giro que embrulhou o estômago de Laila. Os sentimentos que conseguiu enterrar dentro de si meses antes voltaram com a intensidade de um tsunami de águas imundas que ameaçavam afogar a garota mais uma vez. Todo o medo, angústica e pânico a açoitaram de uma vez, o quê quase a fez perder o equilíbrio.
O mundo perdeu a cor e o por-do-sol nem parecia tão quente mais.


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Notas finais do capítulo

Entãããão??? Esse capítulo significa que aceitaram minhas desculpas??? HEIN, HEIN, HEIN?
Espero mesmo que sim. Lutei por ele.
Não vou enrolar aqui ( to escrevendo no PC da escola e a tia tá me olhando feio).
BYEEEE
(estou aberta a comentários e às ameças de vocês. Obrigada a todos que me caçaram até os confins da Terra)



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