A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 36
Capítulo 36: Coisas ruins podem ter um final bom.


Notas iniciais do capítulo

...
...
...
Oh Lord! I'm back!

HEEEEEEEEEEEEELLOOOOOOIIIIIIIIII MEEEEEEUUUUUUUUU POVOOO!!!!!!!! EU VOOOOOOOOOOOOLTEEEEEEEEEEEEIIIIIII!!!!!!!!!!!!! TCHAAAAAAAAAAARAM!!!!!!!! ~le sambando loucamente mesmo não sabendo sambar~
AI GENTE, QUE SAUDAAAAAADEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!! Meu Zeeeeeeeus, pobre coração de Helena (E DOS LEITORES TAMBÉM, SUA DESNATURADA PSICÓTICA!)!!!!! VOLTEI, VOLTEI E VOOOLTEI CHEIA DE AGRADECIMENTOS!!!! Okay, gente. Eu tenho taaaaaaaaaantas desculpas para dar mas, primeiro...
ABAIXEM AS PEDRAS, PAUS, VARINHAS, CAJADOS, ARMAS DE FOGO, FACAS, MACHADOS, GARFOS, COLHERES, SAPATOS, ALFINETES,FLECHAS, ESPADAS, ADAGAS, LANÇAS, FORNO MICROONDAS, CADEIRAS, TIJOLOS E QUALQUER OUTRA COISA QUE POSSA ME ATINGIR E MATAR, obrigada!
Eu sei, eu sei! Eu mereço coisa pior. Hiatizei (?) a fic sem aviso prévio e vocês ficaram putos comigo, maaaaaaaaaaas... EU VOLTEI PRA SAMBAR COM AV(C)DUAEC (caso vc seja esperto, reparou que são as iniciais da fic. Se não, me perdoe, mas se fosse comigo eu tbm não repararia pois tenho problemas;) !!!!!!!!
UHUUUUULLLL!!!!!!!!! Chora todazinimiga porque tia Helena ainda NÃO morreu!
E, queridos, voltei divando com esse capítulo cheio de (HELENA, CALA A BOCA QUE VOCÊ VAI ESTRAGAR A SURPRESA!) palavras incríveis.
APROVEITEM E TOMEM COMO PEDIDO DE DESCULPAS, OKAY? Okay.
*Olhem as notas finais, amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/419727/chapter/36

Escorados um no outro, eles caminharam. Laila tentava inutilmente encontrar uma maneira de mancar com as duas pernas com um dos braços envoltos em Nico. Seu vestido estava em trapos. A barra estava com vários rasgos e uma das alças fora arrancada. O zíper estava aberto até a metade das costas de Laila e tinha se partido. Sua jaqueta, pelo menos, ainda estava inteira. Ela sentia a ardência de seus joelhos ralados diminuindo com o vento gelado da noite. Continuava com apenas um dos pés calçados enquanto a sola do outro congelava e doía em contato direto com o asfalto.

Nico não estava melhor. Suas roupas até continuavam inteiras. Apenas a camisa estava manchada com sangue. Se era o sangue propriamente dito de Nico, Laila não saberia dizer.

Quando eles alcançaram um ponto na rua onde já se ouvia de novo a música da casa de Leo, Laila estremeceu. O quê eles fariam? Ela não estava nem um pouco a fim de entrar num local atolado de pessoas do jeito que estava. Não queria se tornar “O Assunto da semana”.

Quando Nico fez menção de continuar, Laila travou os pés no chão. Ele a encarou.

– O quê foi? - perguntou.

– Eu não vou entrar ali. Não assim – ela disse com voz falha.

– Se está preocupada com suas roupas...

– Não são as roupas! - ela quase berrou. Nico se calou e parou de frente para ela. O olhar confuso dele a perfurava de dentro para fora. - Eu não quero que ninguém saiba o quê houve. Não quero, Nico. Não quero ninguém me perguntando nada. Por favor.

Nico torceu o nariz. Laila sentiu os olhos se encherem de lágrimas novamente, mas não iria chorar. Já havia passado por muitos bocados naquela noite.

Nico ergueu as mãos e as prendeu na nuca de Laila, trazendo-a para perto. Colou suas testas. Eles fecharam os olhos e deixaram que apenas a respiração trocada deles os enchesse.

– Tudo bem – ele murmurou erguendo um pouco a cabeça e tocando seus lábios frios na testa de Laila. - Vamos até o meu carro, então. Devo ter um kit de primeiros socorros lá em algum lugar.

Mesmo sem forças para sustentar o próprio corpo, Laila riu.

– Por que você tem um kit de primeiro socorros no carro?

Nico deu um sorriso de canto. Tirando o sangue seco no nariz, queixo e camisa, ele ainda parecia ele mesmo.

– Nunca se sabe quando vai acabar numa briga, não é?

Eles sorriram com as testas ainda coladas. Depois, voltaram a caminhar apoiando o peso um no outro.

Os dois pararam a alguns metros da casa de Leonard ao lado do carro preto de Nico. Ele destravou o veículo e abriu a porta do carona. Laila, que estava encostada na porta de trás, o observava. Ele se abaixou e abriu o porta-luvas, começando a vasculhá-lo. De lá saíram papéis de bala, CD's e vários pacotinhos pequenininhos.

Camisinhas.

Hora ruim para corar feito um pimentão?

– Achei! - ele exclamou. Nico virou-se e tomou Laila pela mão, guiando-a até o assento do carona. Ele a fez sentar-se de lado, com as pernas para fora. Nico ajoelhou no meio fio e abriu a bolsinha branca de primeiro socorros.

Laila o encarava enquanto ele revirava nos itens ali dentro. Um sorriso de canto brotou em seus lábios. Ele se preocupava com ela.

Nico subiu os olhos e encarou os de Laila. Ele sorriu.

– Acho que vai precisar tirar a jaqueta – ele murmurou.

Laila fez a jaqueta escorregar pelos ombros e a jogou no banco de trás. Olhou para si mesma e soltou um muxoxo de desgosto. Seus braços e ombros estavam arranhados e seus cotovelos ardiam, esfolados. Apenas uma alça sustentava o peso do vestido preto no corpo de Laila.

Nico se inclinou com um algodão molhado em mertiolate a postos na mão.

– Pode afastar o cabelo? - murmurou com o rosto na altura do de Laila.

Ela arfou por um segundo. Depois, passou os dedos por trás do pescoço e jogou os cabelos para um lado. Nico pressionou delicadamente o algodão contra um corte superficial na clavícula de Laila. Aquilo a fez soltar um suspiro e gemido vergonhosamente audível.

Droga! , pensou. Controlem-se, hormônios!

Uma gota do líquido no algodão escorreu da clavícula de Laila numa linha irregular até o meio dos seios. Sem querer ou por impulso, Nico seguiu a gotinha com os olhos. Quando ela se perdeu atrás do tecido do vestido, Nico ergueu os olhos para os de Laila e corou.

Ele pigarreou e se afastou, sentando na calçada de frente para Laila.

– Melhor olharmos seus joelhos. Parecem que estão bem ruins – ele disse.

Laila precisou de todo esforço mental para se obrigar a dizer algo.

Malditos hormônios!

– Não estão doendo mais – disse.

Nico ignorou enquanto molhava um novo punhado de algodão mergulhado em mertiolate em seu joelho. Laila soltou um ganido de dor e Nico parou, a encarou apoiando a mão em seu outro joelho.

– Me desculpe – ele sussurrou.

Ela mordeu os lábios com força e assentiu rapidamente.

– Tudo bem, tudo bem – ela murmurou.

Nico a encarou. Sua mão apoiada no joelho de Laila deslizou um pouco mais para cima, para sua coxa. Seu dedão afagou a pele de Laila que não estava esfolada. Ela sorriu para ele e afagou seu queixo. Ele gemeu de dor e Laila mordeu o lábio. O soco que ele levou ainda devia doer.

– Precisamos ajeitar isso aqui – ela disse referindo-se ao sangue seco no rosto de Nico. Ele assentiu.

Laila levantou. Nico se agachou no porta-luvas novamente e voltou a remexer ali. Tirou uma garrafa de água e uma flanela.

Nem vou perguntar o porquê disso aí dentro.

Nico se levantou e, seguindo os conselhos de Laila, sentou no capo do carro. Ela não conseguiria limpar seu rosto se ele senta-se do jeito que ela estava, no banco do carona, porque precisaria ajoelhar-se no chão e isso doeria.

– Vai precisar abaixar um pouco – Laila murmurou enquanto tirava o único pé de sapato e sentia o frio do asfalto. Nico assentiu e se recostou o mais baixo possível.

Ela pressionou o tecido laranja da flanela umedecida no queixo de Nico que soltou um leve gemido e fechou os olhos. Laila parou e o encarou.

– Tudo bem? - ela perguntou parando a flanela à alguns centímetros do rosto de Nico. Ele assentiu e ela retomou, pressionando mais uma vez no queixo e próximo os lábios.

Depois de limpar o sangue seco, Laila deu a garrafa para Nico pressionar sobre o lugar em que levou o soco. Bem, um dos lugares. Enquanto ele fazia isso sentado ainda sobre o capo, Laila pegou seu casaco e sentou-se ao lado de Nico.

Eles ficaram sentados observando a casa iluminada dos Valdez de longe em silêncio. Nem um nem outro queriam comentar algo, mas ambos sabiam que precisavam.

No fim, foi Laila quem decidiu falar.

– Tinha razão. Sobre Tyler, quero dizer – ela balbuciou baixando a cabeça.

Nico a olhou de esguelha e afastou a garrafa de água dos lábios inchados.

– Laila...

– Não, Nico. Você tinha razão. Ele não era quem eu pensei que fosse. - ela exclamou mais alto - Não mesmo. Digo, nunca pensei que ele chegaria a esse ponto... não, mas, você estava certo. Ele é um completo babaca. E eu sou uma idiota.

Nico suspirou e deslizou a mão para a cima da de Laila. Ele soltou a flanela e desencostou do capô e, com um impulso, parou de frente para a garota. Ele deslizou uma das mãos na bochecha de Laila e a encarou.

– Não diga isso. Sim, ele é um babaca, mas você não é a idiota da história. Eu sou. Devia ter quebrado suas pernas quando disse que voltava em cinco minutos. – ele murmurou fazendo Laila rir fraco, mas isso não impediu a garota de começar a chorar.

É, suas super barreiras anti-choro não aguentaram muito tempo dessa vez.

– Ei... - ele sussurrou e a puxou para si. Laila, sentindo-se ao mesmo tempo ridícula, protegida e mais ridícula ainda, afundou a cabeça no peito de Nico sem conseguir impedir suas lágrimas de molharem a camisa manchada do garoto.

– Me desculpe. Eu sinto muito. Eu me sinto uma idiota agora – ela tentou dizer enquanto soluçava. - Oh Deus, eu me sinto ridícula assim!

Ela pode sentir que Nico abriu um sorriso e logo depois a beijou levemente no topo dos cabelos.

– Não sinta e nem se desculpe, okay? - ele disse e ela assentiu, deixando, então, que suas lágrimas caíssem.

Laila chorou alguns minutos em silêncio enquanto inspirava com um certo delírio o cheiro de Nico. Não saberia dizer se conseguiria ter passado por toda aquela situação se ele não estivesse ali, com ela. Com certeza, teria enlouquecido! Mas não. Nico estava ali. Estava ali por ela.

Depois dessa pequena reflexão, um certo alívio tomou o peito de Laila e ela suspirou, mas junto ao alívio, veio a culpa.

Como se tivesse sentido uma descarga elétrica por seu corpo, Laila soltou-se de Nico abruptamente assustando o rapaz. Com olhos arregalados, ela tomou o rosto de Nico nas mãos e aproximou do seu. Nico tentou sorrir ou até mesmo dizer alguma coisa, mas suas palavras se engasgaram num leve gemido devido ao queixo e nariz machucados.

– Ai meu Deus! - Laila murmurou ainda segurando o rosto do garoto. - Isso é tudo culpa minha! Seu nariz, seu queixo... Tudo minh...

– Laila! – interrompeu Nico numa gargalhada, enquanto cobria a boca da garota com o dedo. Ela encarou a mão de Nico. O garoto transformou a gargalhada num simples sorriso e deslizou a mão para a bochecha esquerda de Laila. - Olhe pra mim – ele murmurou sutilmente deslizando a mão livre para a bochecha direita dela. Laila ergueu os olhos meio tímidos até os de Nico e soltou o ar dos pulmões. Tão perto! , sua mente sibilou num gemido.

Como se a proximidade já não fosse o suficiente para enlouquecer Laila, Nico aproximou-se mais.

– Nada disso foi culpa sua. Entendeu? - ele sussurrou tão perto de seus lábios que era como se as palavras fossem dela.

Ela não assentiu, não emitiu nenhum som e nem fez nada. Apenas encarou os olhos do garoto e depois seus lábios. Ela precisava disso tanto que mal compreendia o porquê! Precisava dele sendo exclusivamente dela.

Não podia se negar esse fato. Ele a queria. E como queria. Tanto que sentia tremeliques de dentro pra fora que agradecia a Deus por Laila não os perceber.

Mas não. Aquela não parecia ser a noite apropriada, muito menos o momento. Laila deveria estar confusa demais e ele não queria estragar tudo beijando-a sem motivo algum. Então, mesmo relutante, desviou-se dos lábios da garota que tanto pareciam clamar pelos dele e beijou seu nariz. Laila soltou um suspiro, que mais pareceu em protesto, mas não disse nada.

– Vamos – Nico começou ainda próximo mas não tanto – Tenho que te levar para casa.

– Não! - Laila exclamou quando Nico fez menção de afastar-se e de entrar no carro.

– O que foi?

Laila empacou no meio de um pensamento. O que eu digo? Que sou uma adolescente rebelde que foge de casa para ir à festinhas?

Nico parou com a mão no ar, próximo à porta do motorista.

– Laila? - chamou.

– Er... Bem, eu... - ela tentou. Logo seus dedos nervosos torciam a barra do vestido por não saber o que fazer. - Acho que temos um problema, Nico. - falou por fim, mordendo o lábio inferior.

– O quê? O quê houve?

– Bom, segundo o combinado, eu dormiria na casa da Cloe hoje e digamos que meus tios não saibam que estou aqui.

– Droga! - Nico exclamou cruzando os braços – Acha que consegue ligar para ela ou para qualquer uma de suas amigas?

– Posso tentar – Laila deu de ombros. Puxou o celular do bolso da jaqueta e discou o número de Cloe.

Depois de chamar quase quinze vezes, a morena desistiu xingando baixo e discou o de Carly.

Tanto o dela quanto os das outras chamaram e nenhuma atendeu.

Magnífico, pensou Laila. Realmente magnífico.

– Nada? - perguntou Nico ao lado de Laila. Ambos se encostaram novamente no capô do carro.

– Nada – ela suspirou. - Ao que parece, vou dormir na rua.

– Não, não vai – Nico se levantou.

XXX

Antes mesmo do carro preto de Nico embicar na entrada da grande mansão dos Parker, Laila já suava frio.

– Aqui estamos – ele murmurou olhando-a de esguelha. Laila devolveu com um sorriso nervoso.

Ele saltou primeiro e, para a surpresa de Laila, apressou-se em dar a volta no carro e abrir sua porta. Deixando o nervosismo e a ansiedade um pouco de lado, ela o olhou com as sobrancelhas altas e um sorriso travesso que fez Nico paralisar.

– Quem diria, Parker, que o cavalheirismo ainda vive – murmurou enquanto Nico fechava a porta.

Ele se apressou em correr até a porta da casa e abrir antes de murmurar um “engraçadinha” para a garota que ria. Dando espaço para a garota ir na frente, Nico a seguiu e, juntos, subiram as escadas.

– Onde está Nora? - Laila perguntou antes que alcançassem a porta do quarto de Nico, que ele fez questão de abrir.

Se ele estava querendo provocar Laila, estava conseguindo.

– Ela não dorme aqui – respondeu.

Talvez por impulso ou por ser uma idiota nata, Laila murmurou:

– Então estamos sozinhos?

Nico à mirou a meia luz que tomava o quarto. Aquela luz fraquinha da noite e de um poste de luz que entrava pela janela de seu quarto. Mesmo suja, com vestes rasgadas e rosto inchado, Laila continuava sendo Laila. Ou seja, na visão de Nico, Laila continuava tão linda e tentadora quanto se estivesse limpa e arrumada.

E Nico não queria assumir, não mesmo, mas isso era ruim. Ele não sabia se conseguiria se segurar, mas estava tentando.

Ficou tanto tempo encarando Laila enquanto encostava a porta que a garota corou e abaixou a cabeça e ele se tocou que deveria responder alguma coisa.

– Ao que tudo indica, sim. Sozinhos.

Nico segurou a língua para não enfatizar ainda mais esse fato. Isso deixaria totalmente explícito suas vontades para com a garota agora que, claramente, envolviam menos peças de roupas do que eles usavam agora. Não, não estou falando de tomar banho. Isso poderia assusta-la e a última coisa no mundo que ele queria era isso.

– Então – Nico disse de repente com um pigarreio – Terá que me desculpar, Laila, mas não temos quarto de hóspedes. Apenas o meu, dos meus pais, um quarto que, ás vezes Nora ocupa e...

Ele fez uma pausa e Laila suspirou.

– O de Lúcia – ela completou e Nico assentiu. Laila mordeu o lábio inferior tentando pensar em algo rapidamente para afastar as lembranças da garotinha dali. Sabia que aquilo feria Nico e ela não queria isso.

Soltou o ar, quase como uma risada, e se sentou na ponta da cama.

– Bem, espero que não se importe então se eu dormir no de Nora.

Nico a encarou e, abrindo um leve sorriso, ele caminhou e sentou-se ao seu lado.

– Sabe que não vou concordar com isso. Você dorme aqui – ele murmurou batendo de leve na cama.

Por um momento que se pareceu longo demais, Laila afogou-se nas palavras. Abriu os lábios e não conseguiu emitir som algum.

– Não, espera! Eu não quis dizer que nós... Eu não queria dizer que... Ah, droga! - Nico começou sentindo todo o sangue do corpo se concentrar no rosto, fazendo-o borbulhar. - Eu não quis dizer isso! Nós não... Nós não vamos... não é?

Laila cobriu o rosto vermelho com as mãos e sorriu nervosa.

– Nico! - gritou enquanto ele continuava a falar sem parar.

– Okay, certo. Desculpe.

Com os rostos corados, ambos evitaram se encarar. Nico levantou-se num pulo ainda amaldiçoando-se mentalmente por deixar seus pensamentos escaparem nesse contesto.

Parabéns, Nicolas. Meus parabéns, dizia.

– Quer tomar um banho? Não tenho muitas roupas pra te emprestar, mas, podemos dar um jeito – ele começou ainda sem jeito.

– Tudo bem.

Nico tomou fôlego e virou-se. Laila continuava sentada em sua cama com as mãos repousadas no colo. Em um outro ato de coragem, ele atravessou o quarto indo em direção as gavetas da cômoda. De lá, tirou toalhas limpas e entregou à Laila, que se levantou. Ela sorriu de canto e as apanhou, murmurando um agradecimento. Sem trocar muitos olhares, Laila se virou e entrou no banheiro.

Quando a garota sumiu depois da porta, Nico pode suspirar. O quê diabos estava acontecendo com ele, afinal? Parecia que sempre que Laila estava a alguns metros dele, seus pensamentos lhe escapavam pela boca e tudo ficava incrivelmente vergonhoso e isso não era nem um pouco legal! A garota lhe confundia os pensamentos e as atitudes. Embaralhava tudo numa bela sopa de Parker, como se estivesse brincando com ele sem nem mesmo se dar conta disso, o que era cruel.

Nico estapeou a própria cara voltando a realidade. Não podia se deixar levar por isso que já o assolava a mais tempo do que poderia admitir. Sacudiu a cabeça enquanto voltava a atenção para a cômoda, com suas camisetas. Precisava achar uma pra garota que tanto o perturbava e que tomava banho em seu chuveiro.

Meio acanhada, Laila começou a despir-se. Podia parecer estranho, mas ela sentia a presença de Nico ali dentro, como se ele estivesse realmente ali e não depois da porta, no quarto. Incomodada com essa paranoia, Laila virou-se para dar de cara... com a porta fechada, é claro!

Okay, agora isso foi longe de mais!, pensou como em afirmação que estava sim ficando completamente maluca.

O banheiro de Nico era comum. As cores claras do piso era semelhante o das paredes, vaso sanitário, banheira e pia. O espelho sobre a mesma refletia uma Laila abatida com alguns cortes, escoriações e roupa íntima. Ela se aproximou do espelho e soltou o ar dos pulmões. Os cabelos estavam tão embaraçados que poderiam sim ter ratos abrigados ali vivendo de favor. A alça preta do sutiã combinava com a do vestido, que estava rasgada.

Ela despiu as roupas íntimas e voltou a encarar-se.Braços, clavícula, pescoço e rosto cobertos de pequenos arranhões aqui e ali. Como pudera deixar isso acontecer consigo?, pensava. Sentia-se tão estúpida por ter acreditado em Tyler com tanta facilidade! Tão estúpida, ingênua e com raiva! Oh, sim. Muita raiva. Tanta que mesmo a menção mental do garoto lhe causava vertigem, enjoo e uma vontade assassina de bater. A boca do estômago borbulhava de ódio por ele e ainda mais de si. Sua estupidez era o que mais odiava.

Com o ódio ardendo em brasas em seu peito, Laila mal percebeu que chorava. Baixinho e aos suspiro, mas chorava desesperadamente. Quando ameaçou sucumbi aos soluços, que com certeza chamaria uma atenção de Nico que ela não queria, Laila apostou uma leve corrida da pia ao chuveiro e o ligou duma vez, recebendo um jato frio na cabeça. Como ela não escorregou na banheira, era um mistério. Laila apenas começou a lavar-se enquanto suas lágrimas quentes e salgadas se misturavam na água que corria por seu rosto e corpo.

Os vinte minutos de banho se passaram. Laila enrolou-se na toalha já vestida com as roupas íntimas e, por alguns minutos, tentou não se preocupar com nada além de secar os cabelos com a toalha sobressalente que Nico lhe entregou. Tentou preocupar-se apenas com isso e não com o fato de que, mais cedo ou mais tarde, teria que deixar o banheiro. Lembrou-se que Nico disse que arranjaria alguma roupa pra ela mas, ao encostar um dos ouvidos na porta, não ouviu nada se não ruídos vindos do quarto do garoto.

Era só o quê faltava ele ter me esquecido e dormido!

Laila bufou e passou e limpou o espelho embaçado. Seu rosto parecia muito melhor e até mais tranquilo. Os arranhões eram apenas risquinhos quase imperceptíveis e nem ardiam mais. Laila sentia-se melhor. Revigorada, se me permite dizer. O quê um banho era capaz de fazer com pessoas acabadas que pareciam zumbis minutos atrás devia ser catalogado como uma ciência.

Depois de mais alguns suspiros e decisões silenciosas, Laila se aproximou do espelho lançando um olhar penetrante em sua própria pessoa.

– Okay, Wigon – ela murmurou encarando-se – Está na hora de criar mais coragem, não acha? - Laila aproximou-se do próprio reflexo e assentiu – Ótimo. Que bom que concordamos... Oh Deus, preciso parar de falar sozinha!

Sacudindo a cabeça levemente, Laila agarrou a maçaneta. Mais uma vez, a dúvida lhe atingiu, mas ela a ignorou e destrancou a porta. Abriu apenas o suficiente para uma espiadela no quarto, que se apresentou vazio.

Muito bom, sua mente suspirou.

Ela mordeu os lábios e, agarrando o vestido dobrado junto ao peito, empurrou a porta. Logo de cara notou algo diferente. Ao lado da cama, próximo a porta, estava um colchão de solteiro com nada mais que um travesseiro sobre. Ainda com os olhos grudados no colchão, Laila caminhou até a cama de Nico notando algo diferente ali também. Dobradas na ponta da mesma estavam uma camiseta azul escuro que, sem dúvidas, poderia cobrir suas pernas quase inteiras. Ela sorriu de canto com esse pensamento enquanto olhava para a calça cinza ao lado, que com certeza ficaria gigante. Novamente, sorriu.

Deu uma olhada nervosa para os lados, principalmente, para a porta. Numa decisão silenciosa, ela soltou a toalha. Assim que o tecido encostou em seus pés, Laila agarrou a camisa azul e enfiou por sua cabeça. Como previra, caiu-lhe perfeitamente como um vestido folgado que lhe cobriu parte das coxas. Laila puxou os cabelos molhados pela gola da camisa e os deixou cair sobre os ombros até as costas. Com um suspiro, puxou a calça cinza de cima da cama e a passou pelas pernas com facilidade. Também como havia imaginado, ficou enorme. Era como se a Olívia Palito estivesse tentando usar a calça de um ogro. Por sorte, tinha uma cordinha que não deixava a calça cair.

Meio minuto depois, duas batidas na porta despertaram Laila e ela virou-se. Com um sorriso meio bobo parado ao lado do batente estava Nico com uma bandeja.

– Oi – foi o que disse o garoto ao entrar e encostar a porta com o pé.

– Oi.

Nico deixou a bandeja sobre a escrivaninha e encarou Laila com um certo interesse. Depois, soltou um riso anasalado e abaixou a cabeça.

– Não pensei que fosse ficar tão grande minha roupa em você – ele murmurou.

Laila sentiu-se corar intensamente e sorriu tímida.

– Obrigada – conseguiu murmurar.

– Não foi nada e acho que já sabe disso.

– Mas mesmo assim. Obrigada, Nico.

Eles se encaram e Nico deu de ombros. Apontou então para a bandeja. Sobre ela, alguns sanduíches, um pacote de cookies de chocolate e duas latinhas de refrigerante.

– Deve estar faminta – disse – Desculpe, mas quase nunca temos comida de verdade aqui. Eu pediria uma pizza se não fossem quase 3 da manhã.

Laila gargalhou.

– Tudo bem, sem problemas – deu de ombros.

– Bom, eu vou tomar banho. Pode dormir na minha cama, Laila. Eu fico no colchão.

– Mas, Nico, é o seu quarto. Eu sou a intrusa aqui! - exclamou Laila com as mãos na cintura.

Nico gargalhou da teimosia da garota que antes tanto o irritava e que ele começou a gostar.

– Laila, você não é intrusa e, já disse, vai dormir na cama.

– Mas...

– Olha, vou tomar banho. Se estiver no meu colchão quando eu voltar, vou simplesmente te colocar na cama. Saiba disso.

Laila ficou boquiaberta por alguns segundos e depois soltou o ar irritada e tentando segurar o riso ao mesmo tempo. Nico deu uma piscadela e sumiu atrás da porta.

Faminta ela estava, mas o sono venceu. Laila comeu dois dos seis sanduíches e já caiu num sono que poderia ser facilmente comparado ou confundido com semi coma. Nico demorou o mesmo tempo que ela, se não menos, no banho e ao sair a encontrou. Como um dejá vu, pensou. Ainda com a toalha no quadril e os cabelos ensopados, tomou Laila em seus braços e a acomodou no meio da cama com delicadeza. Os cabelos molhados da garota se espalharam pelo travesseiro e Nico teve a certeza de que guardariam seu cheiro e isso o agradou de certa forma.

Com um suspirou, ele a envolveu com as cobertas. Laila suspirou e Nico mordeu os lábios. Como ele conseguiu controlar-se ao lado dela até agora não saberia explicar.

Ainda encarando seu rosto solene, Nico acariciou o rosto de Laila. Parecia tão calmo, tão tranquilo. Nada com o que era uma hora atrás, que reluzia em terror e pânico.

Se Laila soubesse o quanto preocupou Nico naquela noite não teria se culpado tanto. O medo que o garoto sentiu foi grande que seu peito doía mais que tudo. Quando a vi por trás de Tyler, foi tão dominado pelo ódio que não saberia dizer o que faria se voltasse a encontra-lo. Não saberia dizer que seria capaz.

Movido por esse sentimento, Nico trincou o maxilar.

Sentia inútil. Como deixara aquilo acontecer?, perguntava-se.

– Idiota – ralhou-se baixinho. Nico suspirou fundo e aproximou os lábios do rosto da garota. - Me perdoe por isso, Laila. Não tem ideia do quanto eu sinto muito.

Com isso, ele beijou-lhe a bochecha e se levantou. O garoto puxou das gavetas uma cueca e calça qualquer e as vestiu rapidamente. Deitou-se no colchão ao lado da cama e encarou o montinho que seria Laila ao lado.

Sentia-se um idiota. Um total idiota. E por muitos motivos.

– Droga, Laila – sussurrou – Como fez isso comigo?

Esse foi o jeito que Nico arrumou para confirmar seus sentimentos pela garota, que ele tanto supôs serem tão confusos que não poderiam ser compreendidos, mas estava errado. Eles podiam e Nico os entendeu.

– Me fez gostar de você... – murmurou momentos antes de cair no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Antes de tudo, deixa eu dar recadinho... Boooooooooooom, eu queria agradecer as minhas leitoras lindas, perfeitas, sexuais, maravilhosas e gostosas que me caçaram cobrando capítulo!
NÃO SABEM COMO FOI ESPECIAL PRA MIM E COMO FIQUEI EMOCIONADA, SUAS LINDAS! OBRIGADAAAAAAAAA!!!!!!!
Agora sim. Okay, eu particularmente odiei esse capítulo, mas, eu precisava terminar e sei que seria morta quase não o fizesse. Achei muito gay, mas fazeroq! Os meus favoritos estão por vir! MUUUUUAH HA HA HA HA!!!!!
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENFIM, O QUE ACHARAM, AMORES??? HEIN? HEIN? HEEEIN????
O fandom Time Nicaila aprovou? QUERO REVIEWS, SEUS BOCÓS! Não voltei do quinto dos infernos a toa u.u
KISSES NO ASS DE VOCÊS, LITTLEE MONSTERS!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.