A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 22
Capítulo 22: Flagrados!


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyyyyy!!!!!!!!!!!! Bom, não vou enrolar muito aqui!!!!!!!!! Sim, estou muito happy, little monters, pois surgiram novos leitores e eu fiquei feliz!!!!!Bem, espero que gostem, okay?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/419727/chapter/22

Cloe foi a primeira a acordar no dia seguinte. Coçou os olhos e se levantou do colchão no chão do quarto de Carly e Laila. Ela saiu do quarto arrastando os pés enquanto andava. Foi até o banheiro, escovou os dentes e ajeitou os cabelos loiros embaraçados. Desceu as escadas e passou reto pela sala de estar, indo parar na cozinha. Ela nem ao menos notou algo no sofá. Foi até a cozinha, apanhou um copo na pia e o encheu de suco de laranja da geladeira. No meio do terceiro gole, sentiu mãos apertando suas costelas.

– Ei Aster! - uma voz risonha disse perto da nuca de Cloe. Ela cuspiu o suco de laraja na pia e engasgou de susto.

– Seu... - ela tentou dizer ao se virar e encarar Leo gargalhando atrás dela. Ela tossiu mais algumas vezes procurando pelo ar. Leo parou de rir por um instante, preocupando-se com a vermelhidão no rosto de Cloe.

– Oh-oh – ele disse batendo nas costas de Cloe – Ei, loira, respira! Me desculpa, okay?

Cloe continuava tossindo descontroladamente. Ela chegou a soltar o copo na pia enquanto mexia as mãos.

– Seu...imbecil – ela conseguiu dizer depois de um tempo. Sua respiração estava pesada e seu rosto estava totalmente vermelho.

– Me desculpe. Eu só quis te dar um susto – ele deu de ombros rindo amarelo.

– E quase me mata. – ela rosnou dando um tapa mais que forte no braço de Leo.

Ele chiou de dor enquanto ria um pouco e massageava o braço. Cloe soltou fumaça pelo nariz de tanta raiva. Bateu os pés no chão e deu as costas para ele.

– Ei, espera! - ele a deteve antes que ela abandonasse a cozinha – Você sempre acorda de mau humor?

– Não, só quando quase morro engasgada! - ela devolveu enquanto tentava passar por Leo parado na frente da porta.

– Ah, não seja tão dramática Cloe. Isso não cai bem em você!

– Sabe o que cairia bem em você agora? - ela perguntou.

– Diga, estou curiossímo para saber.

– Um martelo – ela grunhiu tentando mais uma vez passar por Leo. Sem sucesso. Aquele garoto parecia uma muralha muito atraente de músculos prostrada na frente da porta da cozinha.

Cloe tentou sair pela direita e ele impediu. Tentou pela esquerda e deu de cara mais uma vez com o peitoral de Leo. Quando achou que ia conseguir, ele a puxou pelo braço, abraçou-a pela cintura e rodou algumas vezes com ela como se dançassem. Ela o empurrou para longe assim que as bochechas coraram.

– Posso passar ou não? - ela perguntou irritada.

– E onde pretende ir? - ele sorriu.

– Por que isso seria da sua conta Valdez? - ela rosnou tentando passar mais uma vez.

– Qual é loirinha! Seja mais educada e... quem sabe eu deixe – ele sorriu para ela cheio de marotagens e malícia.

Ela suspirou pesadamente e se rendeu, mesmo que sua mente gritava um sonoro Não!.

– Posso passar, por favor? - ela disse com voz falsamente doce e um sorriso forçado.

Ele parou de braços cruzados e a encarou com uma sobrancelha arqueada. Depois de alguns segundos, ele deu um passo para o lado e a deixou passar. Ela bufou e passou por ele, deixando suas feições assumirem o mau humor cotidiano.

– Não vai nem dizer um mísero obrigado? - ele perguntou indo atrás dela.

– Não – ela disse sem se virar quando alcançou a porta para o hall de entrada. Leo a deteve ali segurando seu punho.

– Qual é Cloe! Por que é sempre tão mal humorada assim comigo? - ele perguntou sem rir, estranhamente sério.

– Porque tenho aversão a você! - ela respondeu simplesmente.

– Por que? - ele chegou mais perto. Eles estavam parados atrás do sofá grande ao lado da porta.

– Porque... - ela começou, mas os olhos castanhos sinceros de Leonard a fez calar-se. Ele estava realmente sério e aquilo a congelou. Sentiu seu corpo se impulsionando para mais perto dele e a mão dele afrouxando em seu punho. – Porque...bem, eu...

– Espere – ele a interrompeu.

– O quê? O quê foi? - ela perguntou.

– Ouviu isso? - ele perguntou.

– Ahn... o quê?

– Parece – ele soltou o punho dela. Cloe, mesmo que sem querer, se entristeceu quando o sentiu longe. – a respiração de alguém.

Cloe fechou os olhos e espantou os pensamentos de um provável contato entre ele e ela se ele não tivesse “ouvido algo”. Ela se concentrou e escutou. Era sim, uma respiração. Bem baixinha e tranquila, mas não parecia a única.

– Ouvi sim – ela sussurrou. Leo, que ainda estava de frente para ela, contornou o sofá grande. Seu rosto tornou-se surpreso com o que viu ali, ou melhor, com quem viu.

– O quê foi... - Cloe começou a perguntar enquanto seguia Leo para a frente do sofá – Ai meu Deus! Me diz que também está vendo o que eu estou vendo, porque acho que fiquei louca!

– Se você está vendo Nico e Laila deitados juntos nesse sofá – Leo começou com a voz pausada – então não está louca.

Eles se encaram depois voltaram o olhar para Nico e Laila dormindo no sofá grande. A cabeça de Laila havia escorregado e agora estava quase em cima do peito de Nico. Ele, na ponta do sofá, mantinha o braço esquerdo ao lado paralelo ao corpo e o direito caído para fora do sofá.

– Acha que devemos fazer o que? - começou Cloe sussurrando – Acorda-los?

– Se fizermos isso, eles nos matam e você sabe. - Leo respondeu trocando um olhar com Cloe – Acho que devemos dar meia volta e fingir que não vimos nada.

– Tem razão – Cloe murmurou dando dois passos para trás.

– Vamos bem devagar – Leo disse também dando um passo para trás – sem fazer... - e ele esbarrou na mesa de centro derrubando os controles no chão – barulho.

Cloe fuzilou-o com os olhos e bateu na própra testa. Leo sorriu amarelo.

– Fica tranquila. Talvez eles não acordem – ele garantiu , mas meio segundo depois, se arrependeu.

Laila se remexeu e grunhiu. Mexeu-se no sofá e acabou por deitar a cabeça no peito de Nico. Alguns segundos depois ela abriu os olhos.

– Mas o que...? - ela levantou a cabeça rapidamente – O quê eu... O quê ele... Como eu... O quê vocês estão fazendo aqui?

– Nós.... - Cloe começou trocando um olhar com Leo.

– O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? - ela quase gritou. Olhou para Nico dormindo a seu lado e começou a se lembrar. – Ah tá. Nico? Nico, acorde! - ela o sacudiu levemente pelo ombro. – Nico! Anda logo!

– Ahn? O quê? - Nico foi despertando – O que está... Laila? O que faz aqui? O que eu faço aqui? Estamos na sala?

– Sim. Acho que nós... - Laila olhou pouco envergonhada para Cloe e Leo – dormimos aqui.

– Aqui? - Nico se sentou – Nesse sofá? Juntos?

Laila corou e perdeu a voz por alguns segundos.

– Sim - ela murmurou.

– Mas como... - e ele olhou para Leo e Cloe parados a sua frente – Ah, oi gente.

– Oi – disseram.

– Mas por que nós... - Nico começou olhando para Laila, mas logo lembrou-se da conversa da noite anterior que eles tiveram e do quanto se sentiu sem graça perto dela. – Ah... - ele exclamou sentindo-se sem graça novamente enquanto se sentava com os pés para fora do sofá. Laila ajeitou-se e sentou ao seu lado.

– Bom... - começou Cloe bambeando para frente e para trás sobre os calcanhares – Por que vocês... bem... dormiram... aqui?

– Porque... - Laila disse olhando para Nico. Seu desconcerto era quase impossível de esconder – Ontem... eu não consegui dormir, então eu desci aqui.

– E...? - Leo incentivou.

– E eu estava aqui – Nico completou. – Nós conversamos e... - ele olhou para Laila – acho que pegamos no sono.

– Mesmo? - Cloe indagou erguendo uma sobrancelha para Laila. – Só isso?

Laila, recuperando seus sentidos e mandando a timidez para o Tártaro, revirou os olhos e se levantou.

– É claro. O que estava pensando? - ela perguntou irritada cruzando os braços.

– Nada. - Cloe disse rapidamente – Só que... bem, é estranho encontrar vocês dois... juntos.

– Tá, que seja. - exclamou Nico recuperando seu tom de sempre enquanto se levantava. – Tudo foi esclarecido? Ótimo.

– Calma cara. – disse Leo – Nós só achamos esquisito. Só isso.

– Não tem nada de esquisito. O que é esquisito aqui? Nada. Por isso, podem para de pensar coisas. Não houve nada – Nico desembestou a falar.

– Por que se tá tão nervoso? - perguntou Cloe.

– Nervoso? Quem está nervoso? - ele forçou-se a rir.

– Claro – Cloe murmurou.

– Bom, eu vou ao banheiro – Laila declarou. Ela trocou um olhar com cada um e saiu dali.

Correu escada acima e entrou no banheiro. Ela bateu a porta e se encostou nela. Suspirou por um tempo. Lembrou-se da conversa com Nico e se sentiu feliz. Por alguma razão, ela havia gostado daquele momento que esteve com ele. Agora, parando bem parar notar, podia sentir o cheiro dele nela. Aquele cheiro marcante de e mentolado. Sua mente questionou por um minuto um assunto já antigo: será que Nico sabia que Laila era a garota com quem ele ficou dias atrás na festa de Leo? Se sim, ele era ótimo disfarçando. Mas, por via das dúvidas, colocou esse pensamento de lado e se pegou pensando em Nico, apenas nele. Sorriu sozinha inevitavelmente naquele banheiro ao imaginá-lo ao seu lado deitado no sofá. Depois que pensou nisso, indagou uma coisa. Seus pesadelos não retornaram quando ela cochilou com Nico no sofá e Laila chegou a pensar que talvez ( apenas um talvez) fosse ele a causa disso. E isso a alegrou inevitavelmente.

Laila, sem dúvidas, não era a única pessoa alegre neste mesmo momento naquela casa. Quando Cloe e Leo deixaram Nico sozinho na sala (mesmo com olhares duvidosos, eles acabaram por ser expulsos de lá para o andar de cima por ele) o garoto se sentou no sofá grande com os braços sobre o encosto. Ele soltou uma risada e balançou a cabeça. Ele riu porque se pegou pensando no cheiro agridoce que fora abandonado no sofá e que ele sabia ser de Laila. Era um cheiro difícil de não perceber por ser marcante. Tão marcante que, parando para pensar, ele se lembrou de já ter sentido uma outra vez, só que em outro lugar. Parando para pensar mais uma vez, ele se lembrou. Casa de Leonard, especificamente, o banheiro. Aquele cheiro. Agora estava mais diferente. Estava mais cítrico do que doce, mas era o mesmo. Nico se inclinou para gente e quase se deu um murro.

– Puta que pario, Parker! Aquela era a Laila! - ele gritou/sussurrou para si mesmo.

– Nico? Tá tudo bem? - a voz de Carly assustou Nico de tal modo que ele pulou do sofá.

– Ah, oi Carly. Tá tudo bem sim. Eu só... - ele passou por ela quase correndo – Preciso ir ali – e subiu as escadas.

Ele deslizou pela abertura da porta do quarto de Derick e sentou na cadeira de frente para o computador.

– Não. Não pode ser ela. – ele sussurrou para si puxando os cabelos – Não posso acreditar que eu...

– Nico? Se tá falando sozinho? - a voz sonolenta de Chase indagou vinda de um colchão mais adiante no chão.

– Oi Chase.

– Oi. – ele bocejou remexendo nos cabelos e se sentando – Tá tudo bem cara?

– Ahn? O que? Ah, sim, está sim. - Nico disse rapidamente enquanto se levantava da cadeira – Só preciso ir ali fora...

– Tá legal.

Nico saiu do quarto e encostou a porta. Quando virou-se , deu de cara com algo que lhe roubou o fôlego.

– L-Laila? - ele gaguejou.

A menina saía de fininho do banheiro enrolada numa toalha branca até os joelhos, os cabelos molhados colados nos ombros e nos braços. Ela congelou encarando Nico. Laila ficou totalmente vermelha e Nico ficou sem graça. Ele, inconscientemente, pensou nela na noite de festa na casa de Leo. Ela estava de sutiã, ensopada e sentada com as pernas enganchadas nele, e ,mesmo assim, ele não tinha ficado sem graça. Na verdade, não estava prestando muita atenção. Mas ,naquele momento ali no corredor dos Wigon, ele tinha sua atenção presa nela. Ela estava ali, apenas de toalha na frente dele. Como por impulso, ele subiu rapidamente os olhos pelo corpo dela. Pela primeira vez em toda a vida, sentiu-se sem graça de haver uma garota semi-nua diante de seus olhos.

– Oi – ela murmurou segurando as roupas na mão direita a frente do busto.

Nico não soube muito como se falava naquela hora. Por isso apenas abriu a boca e acenou com a cabeça feito um idiota.

– Bom, eu queria te agradecer Nico. Sabe, por me ouvir e por me deixar molhar sua camisa de tanto chorar – ela riu enquanto torcia a ponta de seu shorts em sua mão.

– Sempre que quiser... - ele murmurou hipnotizado por ela.

– O que disse?

– Digo... posso te ouvir sempre que quiser. - ele corrigiu sentindo-se envergonhado – Eu entendo você.

– Sei que entende e agradeço por ter me escutado. - ela sorriu – Nunca me abri tanto com alguém.

– Eu também não, digo, em relação a minha irmã. Nunca conto dela para ninguém. - ele riu torto e algo dentro de Laila arfou com aquilo.

– Bom, enfim, só queria agradecer – ela disse suspirando.

– Não há de que, afinal, também tenho que te agradecer.

– Por nada – ela riu.

Um silêncio constrangedor apareceu. Nico olhava sem jeito para a figura de toalha a sua frente. Laila ainda estava sem graça por ter sido vista daquele jeito por ele. Não que ele significasse algo assim tão importante para ela, mas é que era constrangedor.

– Bom, acho melhor ir me vestir. - ela disse dando alguns passos no corredor – Até depois, Nico – ela disse antes de entrar no próprio quarto e fechar a porta.

– Tchau – ele murmurou. Ainda estava relembrando da casa de Leo. Laila nunca lhe pareceu tão sensual quanto naquele dia.

Sem ter muito o que fazer ali no corredor, Nico apanhou algumas peças de roupa de sua mochila no quarto de Derick, uma toalha e entrou no banheiro. Ele sentia que aquele fim de semana seria estranhamente inesquecível, e, bem, ele não estava errado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí????????? Esta escritora dedicada merece reviews????????



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.