A Vida (caótica) De Uma Adolescente Em Crise. escrita por Helena


Capítulo 11
Capítulo 11: Nunca mais me faça te esperar.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey! Gente, a cá estou eu voltando de um período negro da vida! Fiquei com um mega bloqueio e me desculpem a demora, vou compensar!
Nos vemos lá embaixo!
Enjoy



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P.O.V Laila

Revirei os olhos para seu comentário.

– Elas que venham! Se pensam que me conhecem, não viram nada! - terminei fazendo Sam trocar um olhar preocupado com Carly, que assentiu, e suspirando.

– Okay, faça o que quiser! - cedeu Sam sorrindo.

XXX

O dia seguiu sem muito a oferecer. Cloe e eu tivemos duas aulas de ginástica seguidas com o nosso professor gatão, que eu nem me importei de ter esquecido o nome pois estava entretida babando em cima de seus músculos.

– Meu Deus, que homem! - disse suspirando e me abanando para a loira enquanto ambas saíamos do vestiário e subíamos as escadas para a aula de matemática, que graças a Deus eu não faria sozinha.

– Eu sei! E, sabe de uma coisa ótima? - perguntou-me ela quando chegamos na sala dois.

– O que? - perguntei enquanto me sentava numa das últimas cadeiras da fileira da parede e Cloe sentava-se ao meu lado.

– É que, pelo que percebi no seu horário, teremos sempre aula de ginástica juntas. - declarou ela jogando a mochila para baixo da cadeira.

– É, isso é ótimo.

– Mas não é tudo. Se tivermos aulas de ginástica juntas, significa que veremos aquele professor lindo quatro vezes por semana. - explicou-me ela com um sorriso malicioso crescendo nos lábios. Ambas gargalhamos, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.

– Ai que merda... - murmurei assim que meus olhos caíram sobre os indivíduos que entravam. - Diz que o Parker e sua gangue não faz essa aula, não agora!

– Sinto em dizer, mas eles fazem! - lamentou-se Cloe, lançando um olhar de desprezo a Nico, ao garoto de cabelos encaracolados com cara de cafajeste e ao de cabelos despenteados e pretos com sorriso simpático.

– Afinal, quem são os patéticos que o acompanham? - perguntei virando-me para encará-la no exato momento que Nico me viu e fez cara de nojo.

– O de cabelos encaracolados é o idiota, estúpido e galinha que eu suporto desde a segunda série... - começou ela cerrando os punhos tão fortemente que senti que ela me bateria.

– Okay Cloe, calma! Eu trabalho com nomes, garota, nomes...

– Leonard Valdez. - cuspiu o nome como se fosse algo que lhe incomodava na língua.

– E o outro?

– Oh sim, Patrick Block. - disse ela voltando ao seu tom de cotidiano. - Ele é legal! - e ela deu ombros e acenou para ele com um sorriso gentil. Ele retribuiu com um aceno de cabeça, olhou para mim e repetiu. Acenei hesitante, presa à uma memória que seu sobrenome me despertou.

– Espera! Você disse Block? Não é o mesmo sobrenome da tal Daphne? - perguntei franzindo o cenho.

– Exatamente, eles são irmãos. Da para acreditar?

Olhei para Patrick e dele para Cloe, lembrando-me das feições raivosas de Daphne.

– Com toda certeza que não.

Patrick andou paralelo à fileira à esquerda de Cloe, sentando-se na última carteira, a seu lado.

– Oi Patrick. - cumprimentou-o Cloe sorrindo. Ele retribuiu.

– Oi Cloe.

Curvei-me sobre a mesa de Cloe.

– Uma perguntinha: como a idiotice deles - e apontei para Nico e Leonard para sobre a mesa de duas garotas, no centro de umas cinco delas - não pega em você? Você parece ser tão legal!

Ele riu e se inclinou em minha direção.

– Sempre me pergunto isso. Prazer, Patrick. - disse estendendo a mão.

– Laila Wigon, prima da Carly e do Derick. - apertei sua mão e soltamos segundos depois.

– Prima da Carly? Oh sim, a que veio do Brasil, correto? - ele pareceu falar com si mesmo antes de me perguntar.

– Vejo que ela falou de mim. Ela também falou de voc...

– Olha, a aula vai começar! - interrompeu-me Cloe lançando-me um olhar de censura. Demorei alguns segundos para me tocar que aquele era o garoto que supostamente Carly era a fim e Cloe sabia, por isso me cortou quando quase eu deixei isso a mostra.

Foi mal, gesticulei com os lábios para Cloe quando voltei ao meu lugar normal. Ela fez um gesto minimo com a cabeça e se virou para frente enquanto o professor apagava a lousa.

XXXX

A aula seguiu como todas as outras do dia. Me levantei, entreguei meus papéis , peguei meu livro e me sentei. Matemática era uma matéria que sempre fui fã, mas especialmente hoje, eu não queria saber de números. Eles me lembravam muita coisa que preferia esquecer. Desde as duas pessoas maravilhosas que perdi, desde os quatro torturosos meses após a morte dos meus pais, desde as quatro visitas semanais ao psicólogo, durante esses meses, desde os dezessete cortes no meu ante braço esquerdo que eu fiz na semana seguinte ao acidente de carro, desde a dúzia de remédios que eu tomei - ainda tomo alguns para insônia - nos quatro meses para não me encontrar chorando a cada segundo dessa vida miserável, desde cada minuto dos dias que eu passava trancada no banheiro chorando até minhas lágrimas secarem... desde tudo isso eu tenho parado de pensar em números. Matemática tinha virado um inutilidade para mim. Eu não gostava mais de pensar em números, e ainda não gosto.

Apenas copiei tudo o que o professor passava n lousa e tentava prestar atenção nas contas, nas formulas, mas todos os números se embaralhavam e eu voltava a lembrar das coisas que tento esquecer. Por isso a melhor saída era ficar escrevendo coisas alheias no meu caderno até a aula acabar, e foi exatamente o que eu fiz.

Quando o sinal soou, não me senti mais feliz. Essa era finalmente . ou melhor, foi a última aula do dia e eu finalmente poderia ir embora.

– Até que enfim essa aula já era! - comemorou Cloe enquanto guardava o material na mochila.

– Mas você é ótima em matemática. Deveria ficar triste! - disse jogando a mochila nos ombros e encorando-me na mesa.

– Você só diz que eu sou boa porque respondi todas as perguntas do professor... - modestiou ela (/n.a: sim, eu acabei de inventar essa palavra linda./).

– Ah,para! Você respondeu tudo e ainda o corrigiu! - completei eufórica, fazendo-a sorrir de lado.

– Isso não é ser demais, é ser nerd! - justificou ela jogando os cabelos para trás e jogando a mochila nos ombros.

– Então você é uma nerd demais! - interpus abraçando-a pelos ombros. Ela sorriu e assentiu.

Saímos rindo pela sala, quase alcançamos a porta. Quase! Um idiota ficou parado na frente. Advinha quem?

– Parker, nós queremos passar! Vaza daí! - disse enquanto ele continuava a papear com uma loira ao lado de uma morena, ao lado de Leonard.

– Ah, Wigon! Eu queria mesmo falar com você! - ele exclamou em voz alta sorrindo.

– Olha, mas que coincidência! - exclamei no mesmo tom. - Mas eu não quero falar com você, então vaza! - disse ríspida tentando passar por ele, que se colocou no meio do porta,rígido, cruzou os olhos e me encarava de cima como um segurança de boate. - Ah, qual Parker! Nos deixe sair!

– O que eu vou falar é importante. - ele amoleceu um pouco a postura de muralha e me olhou nos olhos. Suspirei fundo, ainda encarando-o.

– Anda, o que quer? - perguntei tirando meu braço dos ombros de Cloe e cruzando os braços.

Ele tateou o bolço, tirando de lá um papelzinho mal dobrado e me entregou.

– O que é isso? - perguntei encarando-o.

– Vá nesse endereço hoje às sete.

– Que é...

– O da minha casa. Temos que começar logo aquele trabalho estúpido. - disse passando um braço pelos ombros da menina loira e o outro pelos da morena. - Quanto mais cedo começarmos, mais cedo nos livramos um do outro. Só vê se não se atrasa, tá?

E com isso, ele, Leonard e as duas garotas saíram.

– Mas é um idiota mesmo. - disse abrindo o papel e dando uma visada rápida no endereço escrito com a letra bizarra de Nico.

– Okay, vamos embora de vez! - disse Cloe puxando-me pelo braço.

XXXX

Carly, eu e as outras voltamos para minha casa no carro de Cloe. Chegamos em lá por volta das !7h. Derick iria sair com seus amigos, por isso voltaria mais tarde. Aparentemente, Cloe, Allyson e Sam conheciam aquela casa melhor que eu. E não é para menos! Eu cheguei tem uns três dias, elas já são amigas de Carly à anos, pelo que me contaram.

Minha tia e meu tio só chegariam às 21h do trabalho, o que nos dava a casa inteiramente.

Fizemos pipoca e ficamos papeando sobre assuntos diversos na sala de estar. Elas me contaram muitas situações engraçados que passaram juntas e eu fiz o mesmo contando sobre as loucas aventuras de Fernanda, Tamiris e eu, coisa que me fez lembrar de ligar para elas.

– Alô? - disse após o celular de Tamiris chamar nove vezes. Havia colocado no viva-voz para poder apresentar todas `todas.

– Sua galinha, prostituta, vadia, vaca... POR QUE NÃO LIGOU PARA MIM NEM PARA A FE DESDE... NEM LEMBRO MAIS DE QUANDO? - gritou Tamiris assustando-me.

– Vai com calma nos xingamentos, tem gente ouvindo aqui! - disse em inglês para que as outras entendessem.

– FODA-SE QUE TEM GENTE ME OUVINDO! EU QUERO MAIS É QUE SE FODA, ENTENDEU? VOCÊ NÃO ME LIGOU, SUA BITCH! - continuou gritando e gritando, enquanto nós ríamos.

–Essa eu entendi, só para deixar claro Laila! - falou Cloe rindo ao meu lado.

– Espera, quem tá ai com você Laila? - perguntou Tamiris.

– Eu disse que tinha gente te ouvindo, bobona... - disse em inglês fazendo Cloe, Ally , Sam e Carly rirem.

– Tem mesmo? - perguntou Tamiris em inglês.

– Sim, tem sim. - respondeu Carly aproximando os lábios do telefone.

– Ohh, então... oi pessoas! - comprimentou Tamiris visivelmente sem graça.

– Oii! - gritaram Carly, Cloe, Sam e Ally juntas.

– Caramba, quantas pessoas estavam ouvindo eu te xingar Laila? - perguntou Tamiris rindo.

– Só elas quatro, mas elas não entenderam nada! Relax! - tranquilizei-a, fazendo suspirar na linha e rir.

– Me digam, quem são vocês?

XXXX

Às 18h e 32min encerramos ligação. Tamiris e nós conversamos muito, sobre tudo. Cada uma se apresentou para ela e todas começamos a falar de como estávamos onde estávamos. Foi meio triste dizer tchau depois de termos falado tanto sobre tanta coisa. Mas a hora de ir para ir para toca do diabo, digo, para a casa do Parker.

– Okay, já são quase 19h. - disse checando meu relógio de pulso. - Alguém pode me dar uma carona até lá?

– Claro. - disse Cloe pegando as chaves de seu carro de cima da mesinha de centro.

– Boa sorte lá, ai precisar! - disse Carly antes de eu sair pela porta da frente com Cloe.

– Valeu! - gritei fechando a porta depois de passar. - Você sabe onde ele mora Cloe?

A garota já se precipitara até o carro e ja ia deslizando para o banco do motorista, mas antes parou e me olhou.

– Pffff! Todos sabem onde ele mora! Lá é o antro das festas mais famosas da cidade! - disse antes de deslizar pela porta para o banco. Sorri e sagui para perto do carro, abri a porta e deslizei para o banco do carona fechando a porta logo em seguida.

– Okay, é longe? - perguntei passando o cinto de segurança pelo peito e afivelando-o enquanto Cloe dava a partida.

– Não, só uns quarteirões. - ela disse virando a primeira direita e seguindo reto.

O percurso não durou mais que 15min. Contei sete quarteirões a partir daquela curva para a direita.

Cloe parou rente ao meio fio de frente para um portão extremamente alto.

– Essa é a casa. - disse Cloe apontando para o portão com a cabeça. Olhei-o pela janela. O portão aparentava ser de um material próximo ao chumbo e tinha essa mesma cor. Era todo entalhado com flores que cobriam as grades. O portão estava entre dois muros igualmente altos de uma cor próxima a do mármore com linhas irregulares feitas de plantas trepadeiras atravessando-o até o topo.

– Cacete! É grande hein? - exclamei.

– E você não viu por dentro. - ela declarou se inclinando a minha frente e examinando a casa pela minha janela.

– Okay. Valeu Cloe! - disse beijando sua bochecha e abrindo a porta do carro. Sai e a observei dar a partida, buzinar e seguir em frente. Acenei e a observei sumir na primeira curva.

Virei-me e fiquei observando o portão de humbo por um tempo. Tempo suficiente para criar coragem e ir até lá.

No canto esquerdo havia uma caixinha pequena com alguns botões. Aproximei-me e, hesitante, estendi a mão e apertei o maior dos botões.

Alguns segundos se demoraram até a caixinha emitir algum som.

– Residência dos Parker em que posso ajudar? - disse a voz de uma mulher pela caixinha.

– Er... s-sou Laila Wigon. Vim fazer um trabalho com Nico. Ele está? - perguntei mordendo os lábios.

– O senhor Parker não está. - ela informou. Um silêncio irritante se estendeu e foi o tempo suficiente para praguejar até a última gota do meu sangue por um dia ter cogitado a ideia de que o Nico seria pelo menos uma vez na vida menos babaca! - Mais alguma coisa senhorita? - voltou a perguntar-me a mulher pelo interfone.

– Você não sabe a que horas ele volta? -disse controlando a voz para não gritar, xingar e mandar que o mundo se exploda.

– Na verdade não sei, senhorita. - ela disse um pouco triste.

– Ótimo. - sussurrei.

– O trabalho é muito importante , senhorita? - perguntou-me ela.

– Na verdade, muito! - confessei. Um novo silêncio um pouco mais longos que o anterior se iniciou. - Alô? - disse aproximando meus lábios do interfone. - Droga! - exclamei chutando o cascalho no chão.

Meio segundo depois, ouviu-se um click alto e o portão começou a se abrir. Sorri para mim mesma e entrei correndo pela passagem e o encostei.

O jardim que se estendia depois do portão era realmente o mais bem cuidado que eu já havia visto. A grama baixinha e bem cuidada com vários canteiros de diferentes flores de diferentes cores se multiplicava por to o espaço. Atravessando o jardim, um caminho de cascalhos em linha reta de cor cinza-escuro se estendia até a entrada da casa, guardada por uma larga porta de madeira lisa.

Demorei-me observando o local magnífico e perfumado para só depois dar os primeiros passos em direção a porta da casa enorme. A parte exterior era de cor cálida com linhas tortuosas de trepadeiras escalando-as até as janelas, que eram duas bem grandes no alto.

Caminhei na mesma velocidade em marcha lenta, observando tudo. Aproximei-me da porta e apertei a campainha.

A porta tardou a ser aberta, mas quando o fizeram, era uma mulher de meia idade com os cabelos escuros e grisalhos presos em um coque com um conjunto de vestes sociais preta.

– É a senhorita Wigon? - perguntou.

Assenti.

– Pode entrar. Mas, por favor que seja verdade isso sobre o trabalho com o senhor Parker. - ela disse hesitando em me dar passagem para dentro da casa.

– Por que?

– Se a senhorita soubesse o tanto de garotas que tentam entrar nessa casa por ele, ficaria abismada! - declarou ela com um tom divertido, porém preocupado na voz, fazendo-me rir.

– Jura? - ela assentiu rindo um pouco. - Se eu soubesse que existe uma só que faria isso por alguém, já ficaria surpresa, acredite! Que horror!

– A senhorita parece ser boa pessoa. Não se parece nada com essa garotas. - disse a mulher.

– Obrigada. Não é que eu não pareça. Eu simplesmente não sou assim! - disse dando de ombros.

– Oh, perdão! Queira entrar, por favor! - convidou-me ela, dando um passo para o lado.

Quando entrei, deparei-me com um salão extenso e provente de poucos móveis Nada mais do que uma mesa estreita de madeira com pés esculpidos que se entrelaçavam. Em cima da mesa, repousava um vaso com três grandes lírios desabrochados e brancos. Acima das flores e sobre o salão todo descansava , solitário e glamouroso , um lustre de cristal abundante em peças. O salão era amplo com um piso preto e branco liso e bem encerado. À esquerda, uma escadaria escorada à parede subia reta até o andar superior. Uma porta porta dupla de madeira também repousava à esquerda da sala, aos pés da escadaria.

À extrema direita do salão, outra porta dupla de madeira. Caminhei até o meio do salão, acariciando as pétalas puras em cor dos lírios e sorrindo para mim mesma. Eu amava lírios.

– São lindos! - disse voltando-me para a mulher que me observava.

Ela sorriu e fez um gesto para que eu a seguisse, caminhando até a porta dupla è extrema direita e a abrindo, revelando uma sala de estar aconchegante e elegante com um conjunto de sofás largos de cor creme, uma lareira ocupando um dos cantos e uma televisão de 60 polegadas de frente ao sofá maior.

– Fique a vontade senhorita! - ela disse apontando para o sofá com as mãos.

– Por favor, me chame de Laila. - pedi.

– Oh, está bem então. - ela riu. - Fique a vontade Laila. – disse ela enfatizando meu nome. Ela sorriu e se retirou da sala, sumindo por entre outa porta dupla.

Olhei ao redor e suspirei. Sentei-me no sofá maior e fiquei admirando o local até a mulher voltar com uma bandeja. Sobre ela um copo e uma jarra de algo que me semelhava limonada.

Ela pegou a jarra e despejou o líquido no copo, entregando-o a mim.

Um silêncio incômodo se abriu entre nós. Dei um gole na minha limonada e o silêncio continuou.

– Olha que modos terríveis! Nem lhe disse meu nome! - lembrou-se ela. - Sou Nora, governanta da casa. - ela estendeu a mão e eu apertei.

– Creio que já me conheça. - respondi.

– Então, diga-me, conheceu o senhor Parker no colégio? - perguntou ela sentando-se ao meu lado no sofá.

– É uma história um pouco longa, mas, como eu acho que dá tempo de resumir até o Nico voltar...

XXXX XXXX

Conversamos por um longo tempo. Nora era uma mulher muito divertida e tinha muita história para contar. Rimos muito conversando.

– Nora! Onde está você? Eu cheguei! - soou a voz familiar do salão de entrada. A voz foi se aproximando e eu e Nora nos erguemos. - Nora, você está na...

E ele parou ao entrar e me ver de cara emburrada e com os braços cruzados.

– Tá fazendo o que aqui? - perguntou ele a mim.

– O que você acha? - retruquei. - Tenho que ir Nora. Foi um prazer! - disse educada sorrindo para ela. Virei-me e encarei Nico com desprezo, passando reto por ele.

– Quer que eu leve a senhorita até a porta? - perguntou ela.

– Não obrigada! - gritei passando pelo vazo com lírios e seguindo para a porta. A abri e foi quando ouvi Nico exclamar lá da sala:

– Droga, o trabalho de história!

Abri a porta e saí quase correndo até o portão.

– HEY! ESPERA! - ouvi Nico gritar da porta. - LAILA! ESPERA!

Alcancei o portão, mas me frustrei ao lembrar-me que ele estava trancado.

– Droga! - murmurei.

– Hey, você ia mesmo fugir? - perguntou-me Nico sorrindo daquele jeito que eu odeio, convencido e arrogante de sempre, enquanto vinha correndo mais devagar até mim.

Cruzei os braços fazendo uma cara de brava, tentando disfarçar a vermelhidão nas minhas bochechas de desconcerto.

– Você pode pedir para alguém abrir o portão? Tenho que ir! - pedi com calma.

– Ir? Para onde?

– Para minha casa! Para onde mais? - questionei-o. Ouvi o click do portão.

– OBRIGADA NORA! - gritei agradecendo-a e acenando. - Tchau Parker! - disse virando-me e puxando o portão para que eu passasse.

– HEY! Espera um pouco aí... - ele me chamou e, quando eu já havia dados dois ou três passos para longe do portão, ele me agarrou pelo cotovelo e me puxou para si, agarrando meu outro cotovelo.

– Me solta Parker! Eu vou embora! - eu gritei me debatendo.

– No way, Wigon! Você fica! Temos que começar logo essa droga de trabalho! - ele disse apertando meus cotovelos, não a ponto que chegassem a doer, mas sim fazendo-me parar de me debater.

– Eu... Não... Vou... Ficar! - disse entredentes juntando minhas forças para fazer um rápido e certeiro movimento com o joelho, bem no meio das pernas de Nico. Ele grunhiu alto, soltando-me. Estremeceu e caiu de joelhos no chão, levando as mãos até lá. Seu rosto atingiu um tom peculiar de vermelho, que me fez tampar a boca para esconder o riso, porque com certeza estava doendo.

Só para provocar, ajoelhei-me o seu lado, enquanto ele se remexia de um lado para outro de dor. Aproximei meu rosto o suficiente para que ele me ouvisse.

– Isso é para você aprender a não me deixar te esperando mais de 40min de novo Parker! - disse em tom calma mexendo em uma mecha de seu cabelo e sorrindo de modo maléfico.

– V-você me p-paga W-Wigon! - balbuciou ele com dificuldade.

– Claro que sim. - disse dando dois tapinhas em sua cabeça e me levantando. - Amanhã estarei aqui às 19h de novo! É bom você não se atrasar Parker! - avisei-o.

Pisquei para ele e saí com um sorriso mais que triunfante voltando para casa a pé e deixando-o lá, no chão, se corroendo de dor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Me mandem reviews, por favor! Vocês não sabem o quão frustrante é quando você passa horas escrevendo algo e ninguém da sinal de vida na hora de comentar! Me sinto publicando coisas para fantasmas! Vai gente, nem mata mandar reviews! Por favor!
Vou indo aqui! Bye



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