The Surviver 2 escrita por NDeggau


Capítulo 12
Capítulo 11 — Conquistando


Notas iniciais do capítulo

Presentinho de Natal pra vocês: Capítulo sem sofrimento e com Ashmie, Crash e trilha sonora (:
Aproveitem



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Conquistando

PRATO DA VEZ: Kebab de carneiro, que aprendi com a minha mãe antes mesmo de aprender a falar.

Havia mandado Chris convidar Matthew para vir almoçar na casa. Já havia uma semana que ele fora jantar e eu me destaboquei e caí de cara no chão. Não o via desde então.

Todos haviam saído, exceto Chris, que tinha a estranha mania de ficar encostado no balcão da cozinha enquanto eu cozinhava. E ainda ficava de cara amarrada quando eu o mandava fazer algo.

—Você vai ficar aí, parado e me olhando como um maníaco? —Rosnei.

—Quem disse que eu estou olhando para você? —Ele retrucou.

Revirei os olhos e tirei meu Kebab do forno.

Chris se ofereceu para leva-lo a mesa e desta vez fui eu quem me encostei na bancada e fiquei encarando-o feito uma maníaca. Chris pôs a travessa na mesa, ajeitou a toalha e alinhou os talheres. Ele tinha a mania de ser perfeccionista, e não parou de ajeitar os pratos até a mesa estar perfeitamente simétrica.

Ele se virou e ergui as sobrancelhas.

—Não é tão divertido assim, não é?

Chris parou do meu lado e disse, erguendo uma sobrancelha.

—Só para constar: Não vou me queixar se você esquecer os olhos em mim.

Bufei e ameacei dar uma cotovelada nele, mas a campainha soou. Chris e eu nos entreolhamos. Pensei em dizer alguma coisa, mas só soltei o ar pela boca e ergui o queixo e os olhos.

—Lembre-se. —Sussurrou Chris. —Não tente ser o que você não é.

Assenti com a cabeça e fui atender a porta.

Matthew entrou mais sorridente que o normal, me cumprimentando com um beijo no rosto que arrepiou cada centímetro da minha pele.

—Tenho uma surpresa. —Ele disse.

—É mesmo? —Minha voz tremeu. —E o que é?

Matthew ergueu uma sobrancelha.

—Você sabe qual é o conceito de “surpresa”, não sabe?

Inclinei minha cabeça e sorri meigamente.

—Sou curiosa.

Mas Matthew não disse nada até terminarmos o almoço.

Sentamo-nos a mesa, comendo em silêncio, quando Matthew disse:

—Bruma, você e David estão juntos?

Precisei de um segundo para processar que David era Chris, então me engasguei.

—O quê?! —Foi tudo que consegui dizer, depois de um acesso de tosse. —Não!

Matthew parecia incomodado, mas mordia o lábio para não rir na minha cara.

Chris não disse nada, nem se mexeu, apenas prendeu o maxilar.

Consegui me recompor e abrir um sorriso doce.

—Somos apenas amigos.

—Bem, eu... Vocês estão sempre juntos e ficam se encarando... Desculpe se foi impressão minha.

—Está tudo bem, Matthew. —Coloquei minha mão no antebraço dele, um pouco hesitante.

Ele se inclinou para perto.

—Vou te levar ao um parque de diversão.

Franzi minhas sobrancelhas e olhei para ele.

—O que está dizendo?

Senti quando ele sorriu.

—Flores Silvestres me disse que as pessoas buscam lazer em lugares como aquele. Ela vai me mostrar e quero que você vá comigo.

Nem precisei forçar um sorriso, que apareceu com facilidade no meu rosto.

—Você quer que eu vá com você?

Ele segurou minha mão do jeito mais inocente possível.

—Você é minha melhor amiga.

—Obrigada. —Sussurrei.

Quando em fim voltei os olhos para frente, Chris havia sumido.

O Arizona State Fair era um evento anual tradicional no Arizona, e eu me lembro de visitá-lo quando era pequena. Eu, meu pai e minha mãe, carregando Alice no ventre.

Isso fazia tanto tempo que parecia outra vida, então encarei com as sobrancelhas arqueadas a entrada, a bilheteria e a roda gigante.

Chris e Flores Silvestres vinham logo atrás de mim, e Matthew me alcançou, segurando meu pulso. O gesto parecia simples, mas tinha um significado enorme para mim. Ele tinha pegado a ótima mania de segurar minha mão. Ergui os olhos para os dele e sorri.

(Ouçam: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=CGyEd0aKWZE )

Fomos primeiro em uma montanha-russa. Eu simplesmente adorava a velocidade, a altura e a adrenalina correndo em minhas veias. Matthew era entusiasmo puro e contagiante, erguendo os braços e gritando. Eu o imitei, e gritava com todos os meus pulmões como uma criança.

Não me lembrava da última vez que me diverti tanto.

Saímos do brinquedo agitados e saltitantes, como dois tolos, mas não havia tempo para me importar. Estar na presença dele me deixava leve e feliz.

Não andávamos, corríamos, a todos os lugares que quiséssemos. Parecíamos imbatíveis e triunfantes. Fiquei admirada com a habilidade que Matthew tinha no tiro ao alvo, mas lembrei de que a mira de Jamie era excelente.

Ele me entregou o unicórnio de pelúcia negra que ganhou, sorrindo. Sorri para ele, e segurei sua mão.

Passamos a tarde inteira assim, com sorrisos e pequenos pontos que nos conectavam. Raramente Matthew ocupava sua atenção com FS, e dei menos atenção ainda para Chris. Ele entenderia.

Uma música alta e animada ressoou pelos autofalantes, e antes que eu esboçasse alguma reação, Matthew me puxou pela mão. Rodopiei e nossos corpos se chocaram.

—Sabe dançar? —Ele perguntou.

—Não. —Respondi. —Mas você pode me ensinar.

Então ele me segurou pela cintura, nossos corpos juntos, e aproximei meu rosto do dele. E num ritmo nada parecido com o da música, dançamos em um parque de diversão, entre Almas e monstros. Felizes. Ele me puxou para si e pude aproveitar um segundo do seu abraço antes dele me soltar.

Corremos até a roda gigante.

Eu queria sentir o vento no meu rosto lá de cima, e poder ficar algum tempo só com Matthew, sem Chris e FS nos seguindo e observando.

Matthew me puxou pela mão, e não a soltou até chegarmos ao topo. Eu amava aquilo.

Com solavancos ocasionais e momentos de silêncio, a roda gigante atingiu seu máximo, com a vista mais bela da minha vida e a melhor companhia do mundo.

Inclinei-me levemente para frente, apoiando os braços na proteção de metal.

No topo da roda gigante, com a maravilhosa vista para as dunas de areia e cânions multicoloridos, um braço bronzeado passou ao redor de mim e me trouxe para perto.

Dei um suspiro e apoiei a cabeça no ombro dele.

Não dissemos nada.

Imaginei que pudéssemos ganhar asas e voar. Sumirmos pelas dunas, podendo viver como bem queríamos, sem nos preocupar com os perigos.

Mas ficamos ali, em silêncio, meio abraçados.

O sol estava se pondo, transformando o celeste em laranja, tingindo as nuvens e solo de tons quentes.

Era lindo e calmo, e senti certa paz tomando conta de mim.

O passeio acabou, e quase nenhuma palavra se foi dita. Quando nossos pés tocaram o solo, ele segurou minha mão e me puxou para perto, fazendo meu coração acelerar.

E acelerou ainda mais quando Jamie me pegou no colo e me fez girar no ar.

Segurei o pescoço dele, descansando a mão na nuca e tocando seus cabelos, sentindo a respiração acelerada dele na minha clavícula, afundando em seus braços.

—Você é meu... —Sussurrei.

—O quê?

Abri os olhos e me deparei com o reflexo. O reflexo que quebrava a harmonia entre as sombras e a luz em seus olhos, me lembrando que não era Jamie, era Matthew.

—Meu amigo. —Complementei. —Você é meu melhor amigo.

Ele sorriu, mas me senti como se tivesse acordado de mais um dos meus sonhos perfeitos.

Quando voltamos para casa, feliz e derrotada, Chris me puxou pelo braço.

—E então? Conseguiu conquistá-lo?

—Não acredito que tenha conquistado seu amor. —Admiti. —Mas conquistei sua confiança.

Chris avaliou minhas palavras.

—Não sei se isso é suficiente.

—Provavelmente é a única coisa que conseguirei.

—Não. —Negou Chris. —Não. Eu vi o jeito que ele te olhava hoje. Se prosseguir com o plano, você vai fazer com que Matthew se apaixone por você.

Ele traçava o plano encarando o chão, com os olhos semicerrados, sem perceber que eu o encarava.

—Por que está tão convicto que eu vou conseguir?

Vários segundos se seguiram antes da resposta.

—Acho que acredito em você. —Ele disse simplesmente.

Pensei em responder algo, mas FS, a nojentinha, me chamou.

Caminhei até ela sem a menor emoção. Dei uma olhada ao redor, mas não encontrei Matthew.

—O que você quer?

Ela apontou um dedo para mim.

—Escute aqui, ruivinha: Matthew é meu. Vamos nos apaixonar, namorar e procriar, e nos casaremos, entendeu?

Pensei que agir como se estivesse assustada, mas não consegui. Deixei minhas sobrancelhas se franzirem sobre os olhos e meu maxilar se comprimir.

—Escute aqui, garotinha: Não importa que raio de Confortadora você seja, não pode falar assim comigo.

Ela deu um sorriso nojento.

—Ciúmes?

—Não sinto ciúmes de vocês. Por acaso você e ele já...

—Não. —Ela me interrompeu, ainda sorrindo daquele jeito. —Ainda não.

Enxotei-a da minha casa e bati a porta com força, com mil ideias de vingança fervilhando na minha mente.


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Notas finais do capítulo

Então sorvetinhos, esse foi o último capítulo do ano (pretendo postar o próximo só depois do dia 06/01), então quero desejar um FELIZ NATAL E UM ÓTIMO ANO NOVO, muita paz, novas e duradouras amizade, intensa alegria e verdadeiro amor ♥
Beijos virtuais pra vocês, e até ano que vem.



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