Capítulo 7 – A New Fight and Another Detention

“Uma nova briga e outra detenção”

- Violet – outubro de 1994 -

- Você está bem?! – indaguei ironicamente, deixando-o confuso – Sempre que vem falar comigo é para incomodar... Resolveu ser educado agora? – falei enquanto colocava minha capa para sair.

- É sobre isso que eu queria conversar... – respondeu um pouco encabulado. – Acho que começamos com o pé esquerdo... Desculpe-me.

- Como disse? – perguntei incrédula.

- Não me faça repetir... – brincou.

- E por que a mudança repentina? – indaguei enquanto deixávamos a sala.

- Todas as garotas, quando me conhecem, ficam eufóricas e tentam me agradar de todas as formas – reclamou – Mas você...

- Então tive a honra de ser a primeira a não te paparicar? – ironizei.

- Exatamente. – surpreendeu-me - Você é diferente... E por isso eu gostaria que me perdoasse por meu comportamento... Se eu fizesse o que fiz com você no primeiro dia com outra garota, ela provavelmente se derreteria e diria que era culpa dela. Você tem amor próprio, não aceita injustiças e não diz amém para tudo...

- Uau... Quem diria não? – brinquei.

- Eu gostaria de propor um novo começo...

- Um novo começo? – disse pensativa - Tudo bem...

- Prazer, Vitor Krum – disse ele, curvando-se e pegando minha mão como apenas um homem do século XIX faria.

- Eu não acredito que você está fazendo isso... – gargalhei – Mas já que começou... Prazer, Violet Prince.

- Gostaria de ser minha mais nova amiga? – perguntou galanteador.

- Desde que você não seja como o idiota do Malfoy... – sugeri com um sorriso no rosto.

- Posso garantir que não sou. – sorriu – E falando em Malfoy... Eu estava na escada quando vi o Prof. Snape te escoltando e outros alunos indo à enfermaria... O que você aprontou?

- Só revidei... Malfoy merecia aquilo e muito mais! – falei enquanto entrávamos no Salão Comunal. – Nem ligo mais quando ele me ofende... Mas não mexe com meus amigos e minha família, que fico furiosa!

- E o que você fez para três alunos irem à enfermaria e a parede ser dizimada? – brincou.

Essa versão dele é muito melhor!

- Digamos que eu entrei num “duelo” com o Malfoy, mas nossos feitiços se colidiram e desviaram... O meu, Bombarda, atingiu o Goyle, que foi atirado contra a parede, que caiu. E o dele atingiu a Alessa. – expliquei.

- Dois alunos... Mas e o terceiro?

- Quando a Alessa foi atingida corri para ajudá-la, mas aí o Malfoy riu e debochou dela, o que fez meu sangue ferver... Simplesmente me levantei e o ataquei. Diffindo. Nessa hora chegaram o Prof Snape e a Profª Minerva...

- Uau... Você realmente defende seus amigos... Gostei. – sorriu.

Enquanto andávamos percebi um bilhete em cima da lareira. Aproximei-me e percebi que era para mim.

“Srta. Prince, assim que terminar sua sessão de fotos, vá à sala do diretor, precisamos esclarecer o acontecido mais cedo. M.M.”

- Sinto o cheiro de outra detenção... – suspirei.

- O que disse?

- Dumbledore quer me ver para resolver o que aconteceu... Preciso ir, até depois! – gritei enquanto saia do Salão Comunal.

Corri pelos corredores até chegar em frente à gárgula que levava à diretoria.

- Está atrasada Prince. – disse Malfoy ao meu lado.

- E você está dentro do horário? – ironizei.

- McGonagall mandou que eu te esperasse... Ela quer os dois...

- Que ótimo... Não vai dizer a senha?

- A grande Violet Prince não sabe a senha? – debochou.

- Não sou obrigada a saber de tudo Malfoy! – exclamei.

- Gota de limão – falou ele, fazendo a entrada aparecer. – Que senha besta! Só um idiota para criar isso...

- Olha quem fala... – ironizei.

- O que você disse Prince?!

- Basicamente? Que você é um idiota.

- Olha como fala Prince!

- Ou o que? Que eu saiba, quem foi para a enfermaria aqui é você – ri.

- Assim como a sangue ruim da sua amiga! – provocou.

Meu sangue ferveu imediatamente, a raiva fluindo novamente.

- Cala essa boca Malfoy! – falei, segurando-me para não atacá-lo ali mesmo.

- Ela ficou bem melhor com as alterações que eu fiz... – sorriu.

Tomada por ódio, levantei minha mão e dei-lhe um tapa no rosto com todas as forças que eu tinha. Malfoy foi pego de surpresa e, com o impulso, caiu no chão.

- Violet! – repreendeu-me Minerva no fim do corredor.

- Nunca mais abra essa boca para falar mal dos meus amigos! – ameacei.

- Meu pai vai saber disso! – exclamou enquanto levantava-se.

- Meu pai vai saber disso... – imitei ironicamente – Assuma suas responsabilidades pelo menos uma vez Malfoy!

- Vocês não podem ficar sozinhos um minuto que já começam a discutir? – indagou Minerva ao lado de Snape, ambos aparentemente tensos.

- Subam. Os dois! – exclamou Snape severamente.

Subimos rapidamente as escadas, dando de cara com Dumbledore sentado calmamente atrás de sua mesa.

- Srta. Prince, Sr. Malfoy! Professores... Aconteceu algo? – perguntou calmamente.

- Ela me atacou novamente professor! – reclamou Draco dramaticamente.

- Por sua culpa. – defendi-me.

- Minha culpa?! Você que ficou louca e atacou dois alunos em frente à sala de poções! E agora me atacou de novo! – atacou-me.

- Então talvez você deva explicar os motivos pelos quais fiz isso!

- Agora eu sou o culpado... – ironizou. – Você que me atacou sua louca! – gritou Draco.

Nesse momento ouvi passos na escada, mas não parei.

- Desde aquela maldita seleção todos me olham como se eu fosse uma mentirosa e trapaceira! Você vive me perturbando Malfoy! Hoje foi apenas a gota d’água! EU NÃO ADMITO QUE VOCÊ OFENDA E DEBOCHE DOS MEUS AMIGOS! Quer falar mal de mim, fique à vontade, mas não mexa com meus amigos que eu viro uma fera!! – gritei.

- Mas você é mentirosa... Não sei porque está na Sonserina... Você mancha o nome da casa!

- Eu não mancho o nome da Sonserina, e sim vermes como você!

- Verme? Sou muito melhor que você!

- E quem te disse isso Malfoy?! O espelho? Se enxerga garoto!

- Até o espelho seria mais sincero que você...

- Então quer medir forças?? Muito bem, vamos lá! De nós dois, quem é o melhor aluno da Sonserina?! Quem foi “aclamado” por todos como “O melhor batedor da década”?! Quem foi escolhido como um dos campeões do Torneio Tribruxo?! Mesmo sendo melhor que você, não fico me gabando pelos corredores, muito menos humilhando as pessoas!

- Você não é melhor que eu sua mestiçazinha! Sou muito mais rico e poderoso que você! E meus pais não me abandonaram como os seus... – sorriu enquanto lágrimas caiam de meus olhos.

- De que adianta ter pais como os seus? Prefiro ser uma mestiça órfã a um riquinho puro-sangue metido à besta! Posso garantir que sou muito mais feliz que você. E sabe por quê? – aproximei-me ameaçadoramente – Porque eu tenho amigos de verdade, tenho pessoas que gostam de mim, que me amam por quem eu sou e não pelo que eu tenho. Então da próxima vez que você abrir essa boca podre, pense bem antes...

Eu sabia muito bem como aterrorizar alguém. Minha voz era baixa e firme e meus olhos costumavam ficar mais escuros, dizem que por conta da adrenalina. As palavras que eu dizia com certeza feriam.

- Eu não me arrependo nem um pouco de te lançar um Bombarda e um Diffindo, muito menos o tapa... Lembre-se que acidentes acontecem no quadribol, principalmente quando se é batedora... – sorri ameaçadoramente.

- Muito bem, já chega vocês dois. – interrompeu-nos Dumbledore. – Acho que já entendemos o motivo do desentendimento entre vocês dois... Agora... Creio que o diretor de ambos deve aplicar-lhes o castigo. Severo?

- Detenção de três meses. Cada um. – sibilou calmamente.

- 3 meses? Mas ela que me atacou! – reclamou.

- Não interessa quem começou ou terminou! Ambos têm culpa. Discutiram no corredor, duelaram sem permissão e feriram outros dois colegas. Com exceção às aulas, não quero vê-los juntos por mais de um minuto! Fui claro? – indagou-nos um Snape extremamente frio, fazendo-nos concordar.

- Sr. Malfoy, vá para sua aula. – mandou Dumbledore.

- E ela? – reclamou Draco.

- A Srta. Prince tem assuntos a resolver sobre o Torneio Tribruxo com os demais campeões. – explicou Snape, aparentemente satisfeito.

Quando Draco virou-se para sair parou imediatamente. Minha curiosidade falou mais alto e virei-me também, dando de cara com os campeões e seus diretores.

Será que eles ouviram tudo?

- Srta. Delacour, Madame Maxime, Sr. Diggory, Prof. Karkaroff e Sr. Krum, por favor, sentem-se. – pediu Dumbledore.

- Draco –

Ela me paga! Está na hora de aceitar a proposta da fofoqueira Skeeter.

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- Snape –

- Bom, creio que é tudo... Srta. Prince, talvez devesse ir à enfermaria, não parece muito bem... – concluiu Dumbledore. – E tenho certeza que suas amigas estão ansiosas em revê-la.

- Obrigada. – agradeceu com um fraco sorriso – Com licença... – disse antes de passar pela porta.

Essa não é a minha garotinha... Precisamos conversar...

- Dumbledore, por que não impediu a discussão dos alunos? – perguntou Madame Maxime assim que Violet saiu.

- Permiti que o Sr. Malfoy e a Srta. Prince continuassem para, primeiramente, resolverem a situação... Uma chance para falarem tudo que queriam. – disse pensativo – Mas também o fiz para que quaisquer dúvidas a respeito da capacidade da segunda campeã de Hogwarts sejam eliminadas. Violet Prince tem um grande talento, e com certeza será uma excelente bruxa no futuro... Não duvidem disso... – olhou serenamente cada um dos presentes. – Creio que o Sr. Krum já descobriu não é?

- Sim senhor. Ela é diferente das outras garotas, e com certeza tem capacidade. Talvez devesse,apenas, treinar o autocontrole... – concluiu ele.

- Muito bem, agora que já terminamos a reunião e a confusão já foi resolvida, peço que fiquem livres para voltarem à seus afazeres, não vou mais interrompê-los. – sorriu, indicando que todos saíssem. - Ela com certeza sabe aterrorizar alguém... Assim como o pai... – disse-me o velho sabiamente assim que ficamos sozinhos. - Severo, talvez seja a hora certa para conversar com ela não acha? – sorriu.

- Eu sei. – garanti, retirando-me também.

Malfoy... Seu verme nojento! Seu eu pudesse daria uma detenção de 5 meses!

Quando subi aquelas escadas e vi Malfoy e ela se enfrentando, a parede de minha sala destruída e dois alunos feridos, a primeira coisa que fiz foi verificar se ela, minha filha, estava bem. Seu gênio forte era indomável, e ao que parece, facilmente explosivo.

Seus olhos realmente brilhavam de excitação e suas mãos tremiam de raiva, pude ver o ódio estampado em suas belas córneas azuis, assim como a determinação em seu rosto.

“Você não é melhor que eu sua mestiçazinha! Sou muito mais rico e poderoso que você! E meus pais não me abandonaram como os seus...”

Não admito que falem assim com a minha filha!

Quando ele disse que os pais a abandonaram, minha vontade era gritar para todos ouvirem que nunca a abandonei, que ela não estava sozinha e que ele nunca mais se aproximaria dela... Por um momento realmente cheguei à pensar que perderia a cabeça e sacaria a varinha. Pude ver suas mãos fechando-se em punho, claramente controlando-se, porém, ao contrário do que esperava, Violet ergueu o rosto e aproximou-se lentamente.

Sua voz era baixa porém firme e decidida.

“Prefiro ser uma mestiça órfã a um riquinho puro-sangue metido à besta! Posso garantir que sou muito mais feliz que você. E sabe por quê? Porque eu tenho amigos de verdade, tenho pessoas que gostam de mim, que me amam por quem eu sou e não pelo que eu tenho. Então da próxima vez que você abrir essa boca podre, pense bem antes...”

- Violet? – chamei-a assim que cheguei à “nossa” torre – Sabia que a encontraria aqui... – aproximei-me.

Ela estava sentada num dos bancos espalhados pelo lugar, seu rosto transparecia calma e ao mesmo tempo... tristeza?

- Você está bem? – perguntei sentando-me ao seu lado.

- Não sei... – suspirou – Tanta coisa aconteceu nos últimos dias... Tantas confusões e, consequentemente, desconfianças... – disse pensativa, encarando o vazio – Por que ninguém pode simplesmente acreditar? Por que todos precisam olhar ceticamente para tudo? Eu estava tão bem antes dessa maldita seleção... – falou aborrecida – Ninguém ficava me encarando como se eu fosse uma trapaceira mentirosa... Até o Harry virou as costas! – riu sarcasticamente, soltando lágrimas silenciosas.

Vê-la chorar realmente me afetou mais do que deveria. Senti um aperto em meu peito, como se, a cada lágrima que caia, uma faca rasgava-me por dentro.

Por que tenho a sensação de que estou sendo observado?

- Você sabe minha opinião sobre o Potter – tentei soar distante, mas pelo olhar que recebi, provavelmente falhei – Violet, o que aconteceu com você?

- Comigo?! – perguntou confusa, um traço de impaciência formando-se em seu rosto.

- Onde está a garota determinada e insolente que conheci ano passado? – falei, ganhando um sorriso fraco – Desde quando se importa com o que as pessoas pensam ou deixam de pensar? Violet, olhe para você... Chorando por um bando de idiotas invejosos! – exclamei – Tenho certeza que todos eles dariam qualquer coisa para estarem no seu lugar.

- O Malfoy com certeza faria... – sorriu, ainda fracamente.

- O Torneio Tribruxo não é nenhuma brincadeira Violet, e eles logo perceberão isso. Se eu pudesse, com certeza trocaria seu nome pelo de qualquer outro aluno...

- Também não acredita que eu consigo não é? – falou

- Só o pensamento de você em perigo já me assusta... Violet olhe para mim... – toquei seu rosto, levantando seu olhar – Pode não parecer, mas me importo muito com você... Não tem ideia do que passou pela minha cabeça quando o Cálice de Fogo te escolheu... Infelizmente, não tem como te tirar no Torneio... E por isso eu quero te pedir uma coisa...

Seus olhos brilhavam pelas lágrimas que caiam, aproximei-me e limpei-as com minhas mãos o mais suavemente que pude.

- Se você se preocupar com o que as pessoas estão dizendo, não vai conseguir se concentrar o suficiente para as provas... Então, esqueça todo mundo... Quando alguém te ofender ou te olhar com cara feia, levante o rosto e continue... Não se descontrole por causa de pessoas que não merecem... Concentre-se no Torneio... Ouviu? – assentiu, encarando-me surpresa – Eu quero minha filha de volta quando tudo isso acabar...

Finalmente Violet sorriu verdadeiramente, obrigando-me a sorrir.

- Muito melhor assim... – limpei outra lágrima – Sabe, a melhor, ou pior, forma de se vingar de alguém é ser melhor que ele... Controle suas emoções e discipline sua mente! Só assim terá o controle de si mesma e esmagará seus inimigos. Esteja sempre um passo à frente. – sugeri.

Violet olhou-me como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros, seus olhos brilhavam e seu sorriso ascendeu novamente. Saber que eu contribuí para um sorriso aparecer foi tão bom que imediatamente puxei-a para um abraço. Seus braços rodearam meu pescoço e os meus a apertaram com força...

- Violet –

Aquele abraço me trazia tanto conforto!

- O que o Malfoy disse mais cedo... Saiba que é mentira... – falou, desesperadamente procurando por uma aceitação. – Você não está e nunca estará sozinha...

- Eu sei... Temos um ao outro agora não é? – sorri.

- Sim... Temos um ao outro agora... – concordou, apertando mais forte.

Eu precisava tanto de um abraço naquele momento, precisava tanto sentir que alguém me amava! Mesmo ele nunca admitindo, em algum lugar no meu coração eu sabia que era verdade, sabia que ele me amava e estaria ao meu lado sempre que eu precisasse...

Eu sabia que poderia contar com o temido professor de poções que chamo de pai.