My Little Gift ('The Orphan' - Season 2) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 18
Capítulo 17 – I Love You


Notas iniciais do capítulo

Mais de 40 leitores e apenas 8 reviews?? Podemos melhorar isso, não podemos?? :D



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Capítulo 17 – I Love You

“Eu amo você”

– Violet – 24 de fevereiro de 1995 –

Voltar para o castelo era realmente um alívio! Assim que entramos corri para meu quarto e joguei-me na cama, onde adormeci e permaneci pelas próximas cinco horas. Felizmente, não tive sonhos para me atormentar.

Minha mente estava leve e meu corpo voltava, pouco a pouco, em seu ritmo normal.

– Violet, não se esqueça que o Prof Dumbledore quer nós quatro na sala dele hoje à noite, ouviu? – avisou Sophie pela terceira vez.

– Não vou esquecer... – garanti com uma piscadela.

Um pouco antes do jantar finalmente deixei o quarto, estava faminta! Por onde passava recebia elogios e parabenizações. Todos estavam extremamente satisfeitos afinal, os dois campeões de Hogwarts lideravam o quadro de pontuações do Torneio Tribruxo.

– Ora, ora, se não é a Princesinha Mestiça! – debochou Malfoy enquanto andava em direção às masmorras – Quem diria não é? Você conseguiu mesmo passar... Me fala uma coisa... Quem você subornou para conseguir 46 pontos mesmo sendo a última? – perguntou sarcasticamente.

Ele não vai estragar meu dia.

– Você não soube? – falei, entrando no jogo – Draquinho querido, eu não acredito que ninguém te contou!

– Foi o Snape, não foi? – falou com um sorriso estampado no rosto

– Ah Draquinho... Você deveria prestar mais atenção ao que acontece... – falei com a voz extremamente doce e enjoativa – Sabe... Desde que fui selecionada eu realmente acreditava em você... – aproximei-me – Eu também achava que não chegaria muito longe, que provavelmente não tinha chance alguma de passar... Mas, depois do que aconteceu hoje, eu finalmente percebi que... Ao contrário do que você pensa, eu tenho capacidade suficiente para lutar e vencer esse Torneio! – sorri

– Você tem chances? – falou, seus argumentos caindo por terra.

– Claro! Eu consegui derrotar um Rabo-Córneo, desvendei o enigma do ovo dourado, enfrentei inúmeros Grindylows e passei por uma sociedade de sereianos! Salvei a Alessa e o tesouro de Beauxbatons, as trouxe em segurança e fiquei em segundo lugar! Acumulando os pontos, estou disputando o primeiro lugar do Torneio com o Cedrico... – exclamei animadamente – Depois de tudo isso, não será uma doninha voadora que vai estragar meu dia... Até mais Draquinho – falei lançando-lhe uma piscadela e prosseguindo meu caminho até a sala de poções.

Todo o mal estar que tive desde o início das aulas se foi. Eu finalmente me sentia livre! Eu sabia que poderia vencer, e iria lutar para que isso acontecesse.

– Entre – mandou uma voz fria.

– Olá – falei com um enorme sorriso no rosto.

– Pelo jeito está muito feliz hoje... Aconteceu algo que eu deveria saber? – perguntou levantando-se e contornando a mesa, a frieza desaparecendo.

– Eu me sinto incrivelmente leve! – exclamei ainda sorrindo – Depois de tudo que aconteceu, eu finalmente percebi que eu tenho chances de vencer esse torneio... E agora que eu sei disso, vou lutar para realmente vencer! – garanti

Snape sorriu orgulhosamente e abriu os braços, claramente convidando-me.

– Sentir-se confiante é o primeiro passo rumo à vitória... – comentou enquanto abraçava-me. – Sua mãe ficaria orgulhosa...

Por que ele tinha falar dela?

– Você não ainda não a perdoou, não é? – perguntou assim que recuei do abraço.

– Não consigo... – sussurrei – Mesmo sabendo que ela só me abandonou porque estava sob o efeito da maldição Imperius, eu não consigo esquecer o fato de que ela fugiu quando soube de mim... – falei indignada – Se ela me amasse, como toda mãe deveria, enfrentaria o Potter e assumiria que teve um filho fora do noivado. Mas tudo que fez foi se esconder por nove meses. Ainda não consigo perdoá-la...

– Eu sou um idiota...

– Como é? – perguntei estupefata.

– Não me faça repetir... – pediu carrancudo.

– Eu nunca imaginei ouvir essas palavras saírem da sua boca por vontade própria... – ri

– Muito menos eu... – suspirou como se procurasse forças para algo.

O que está acontecendo?

– Violet, me desculpe... – falou – Eu fui um completo idiota nos últimos meses...

– Como assim?

Do que ele está falando? Da Lillian passamos a “sou um idiota”?

– Quando Dumbledore chamou seu nome aquela noite... Senti tantas coisas ao mesmo tempo! Fiquei surpreso por algo daquele porte acontecer, fiquei curioso em saber como você tinha conseguido e fiquei feliz, pois além de ser sonserina, minha filha era uma das campeãs do Torneio mais famoso do mundo bruxo! – exclamou - Mas ao mesmo tempo fiquei preocupado... Você é três anos mais nova que os outros, as provas eram difíceis e extremamente perigosas... Fiquei com medo e também fiquei com raiva, raiva por alguém conseguir passar por todas as defesas impostas por Dumbledore... Raiva por você ter, de alguma forma, quebrado as regras novamente.

Quantas vezes terei que falar que NÃO quebrei as regras dessa vez?

– Eu não...

– Aquela foi uma das piores noites da minha vida... – cortou-me - Minha mente ficou tão confusa... Tantos sentimentos conflitantes! Eu vi seu olhar enquanto ia até a sala dos campeões... Vi que estava surpresa e confusa... E dentro daquela sala, percebi que estava assustada e com raiva... Cada vez que tentava falar e alguém a interrompia, você travava o maxilar e ficava indignada... Vi que queria explicar mas não deixavam... Sei que se sentiu impotente, afinal, era da sua vida que estavam falando...

– Odeio quando isso acontece... – admiti.

– Ao mesmo tempo em que queria te tirar daquele lugar e impedi-la de participar, eu não podia. O lado ruim de ser extremamente recluso e severo como eu é que, quando finalmente quero expressar algo, todos se surpreendem e começam a questionar... Se eu demonstrasse minha opinião, se eu falasse tudo que tinha vontade, não seria muito difícil descobrirem que era minha filha...

– Você não gosta de publicidade não é? Se descobrissem a verdade, cada vez que eu aprontasse iriam associar ao seu nome...

– Eu não estava pronto para assumir ainda... Eu... – parou – Violet, eu não sou um homem bom... Nunca fui! Vivi minha vida toda sozinho... Realmente criei uma barreira ao meu redor para que ninguém se aproximasse. Ser pai é muita responsabilidade, e eu não estava pronto para isso...

Uma lágrima caiu de meus olhos.

Por que será que essa conversa não parece estar tomando um bom rumo?

– Nos dias seguintes, porém, eu percebi que você ficava cada vez mais quieta, mais reclusa... Mas também vi que tudo não passava de mágoa... Você queria mostrar que não se afetava e criou uma barreira, assim como eu. Vi que tentava se controlar o máximo possível, e vi também que sua amiga Chambers contribuiu bastante para isso...

– Ela estava sempre ao meu lado... Falava o tempo todo e tentava me distrair a qualquer custo... Eu estava me controlando sim, mas por causa dela... Cada vez que alguém me ofendia ou debochava eu tinha vontade de quebrar o pescoço... Mas aí eu via o esforço que ela estava fazendo, via a preocupação estampada em seus olhos e me controlava... Ela foi a única que acreditou cegamente em mim, que não fez perguntas ou demonstrou qualquer dúvida...

– Diferente de mim. Não sabe o quão idiota eu me sinto com essa história... – falou tristemente – Quando aquele artigo foi publicado, praticamente todos os professores me parabenizaram... O Flitwick, por exemplo, me disse... “Quem diria não Snape? Você tem uma filha! Mas... Sabe que, se observarmos bem, ela é exatamente igual a você... Talvez um pouco mais explosiva e impulsiva... Como não notei antes??

Por que todos dizem isso depois que descobrem a verdade?

– Eu sempre estive sozinho... Nunca tive que me preocupar com outra pessoa a não ser eu... Mas foi depois daquele artigo que eu realmente percebi o idiota que sou... – falou emocionado. – Eu não sou uma boa pessoa, e ser pai ainda é assustador... Mas eu finalmente percebi que... Eu quero ser pai... Que eu quero poder te chamar de filha... Que eu quero você na minha vida! – admitiu – Antes de cada prova eu me sentia extremamente angustiado... Ao mesmo tempo em que sabia que você podia vencer, eu tinha medo que falhasse e não voltasse... Tive medo de olhar para a mesa da Sonserina e ver apenas suas amigas... De ver outra pessoa sentada no seu lugar... De olhar para aquela mesa... e nunca mais ver seu sorriso... seus olhos... – Snape, pela primeira vez, chorava abertamente – A sensação que tive era horrível... Foi então que eu percebi que sou um homem de sorte... Perdi sim um grande amor, mas ganhei outro. – sorriu – Finalmente percebi que eu...

Snape hesitou, fechou os olhos e suspirou. De certa forma eu sabia o quão era difícil confessar tudo aquilo em voz alta. Os segundos que se passaram foram os mais longos possíveis!

– Percebi que... – tentou novamente – Mesmo não merecendo... Eu amo minha filha e não quero nunca mais me afastar dela... – admitiu emocionado – Você pode perdoar esse idiota que é seu pai? – perguntou.

Meus olhos certamente estavam inchados e úmidos, um sorriso escapava por meus lábios e meu coração batia mais forte.

Com um aceno positivo meu, seu rosto abriu-se num sorriso e seus braços rodearam minha cintura, envolvendo-me num abraço forte e extremamente repleto de sentimentos. Eu não poderia estar mais feliz, não poderia ser mais perfeito e mais incrível! Severo Snape estava admitindo que me amava e que me queria por perto... Que queria ser meu pai!

– Posso fazer uma pergunta? – falei minutos depois

– Não vou dizer de onde vêm os bebês... – debochou.

– Que bom... Seria uma experiência traumatizante – brinquei – Mas falando sério... Aquela chave que me deu no natal... O que ela abre? – perguntei curiosa.

– Deixe de ser curiosa! – falou apertando meu nariz – Depois da terceira tarefa saberá...

– Isso é muita maldade sabia? – comentei

– É claro que eu sei... Por isso faço isso... - debochou – Agora vamos que, caso a senhorita tenha se esquecido, Dumbledore quer vê-la...

– Por que todo mundo pensa que esqueço as coisas desse jeito? – perguntei sarcasticamente enquanto saíamos de sua sala.

– Talvez porque seja verdade... – comentou casualmente.

Até chegarmos à sala do diretor recebemos inúmeros olhares surpresos, porém, estava tão absorta na reação, ou melhor, na não reação do meu pai, que não liguei muito.

– Srta. Prince! É muito bom ver que se entenderam... – comentou Dumbledore assim que entramos em sua sala.

Foi nesse momento que finalmente entendi os olhares segundos atrás. Eu e Snape estávamos andando de braços dados... E nem percebemos! Corei imediatamente e olhei para meu pai, que contrariando meus pensamentos, não soltou meu braço do seu.

– Uma hora tinham que se resolver... – comentou Dumbledore indicando que eu me sentasse. – Eu já conversei com suas amigas sobre os pesadelos, agora gostaria de saber o que acontece neles... – perguntou amigavelmente. – Quando começaram?

Snape sentava-se numa das cadeiras ao meu lado, esperando que eu começasse.

– Nas férias do ano passado... – suspirei – No início pensei ser por causa da mudança de ambiente, de tudo que descobri... – falei referindo-me à história de Sirius e meu pai – Um pouco antes da Copa de Quadribol os pesadelos se tornaram mais frequentes... E desde que fui selecionada para o Torneio eles ficaram ainda piores... – admiti.

– O que acontece neles? – perguntou-me calmamente.

– Antes eram apenas imagens confusas... Mas recentemente comecei a ouvir conversas... – fechei os olhos lembrando-me delas – Dois homens conversavam sobre um casal de irmãos... Algo sobre escolher entre eles... – forcei minha memória.

– A Srta. Seyfried me relatou que a Srta. acordou chorando e gritando noite passada... – começou Dumbledore – Viu outras conversas sobre esses irmãos novamente?

– Não... Noite passada foi mais que apenas conversas... Eu... – tentei, porém, um nó formou-se na minha garganta, meus olhos estavam úmidos e meu coração acelerou com a lembrança – Eu estava num cemitério, mas não estava sozinha. O mesmo homem dos meus sonhos estava visivelmente fraco e abatido... Ele estava sentado e, logo ao lado, tinha enorme serpente de olhos amarelos. Ele estava... – falei abaixando a cabeça e engolindo o choro que viria.

– Pode falar, não tenha medo querida... – incentivou Dumbledore.

– Ele estava “interrogando” uma mulher... Eu era essa mulher... Mas não era eu... – falei confusa – Eu sei que é estranho, mas era como se eu estivesse no corpo de outra mulher... – expliquei – Ele me perguntava sobre alguma coisa, minha “última chance”... Mas eu não sabia responder o que ele queria... Ele se revoltou e acenou para a serpente... – falei, lágrimas finalmente caíam de meus olhos – A mulher, eu, chorava, gritava e implorava por clemência, mas a serpente se aproximava cada vez mais... E então... Então eu senti suas presas cravarem minha pele... – falei com a voz falhando – Era como se ela estivesse rasgando minha carne impiedosamente... Eu continuava gritando e implorando, mas daquela vez era de dor, de agonia...

Nesse momento Snape aproximou-se e embalou-me em seus braços.

– Algo mais? – perguntou Dumbledore com o semblante preocupado.

– Ele... Ele me chamou de Berta – falei apertando-me mais no peito de meu pai.

– Violet, como era esse homem?

– Extremamente pálido... – lembrei-me – Das primeiras vezes estava sempre de costas, mas noite passada eu vi seu rosto... Era extremamente fraco e debilitado, magro e com aspecto fantasmagórico... – arrepiei-me. – São apenas pesadelos não é?

– É claro... – disse Dumbledore, mas, por algum motivo, não acreditei – Você esteve sob muita pressão ultimamente... Agora que está confiante de si mesma e resolveu suas pendências... – falou olhando Snape discretamente – certamente os pesadelos irão desaparecer com o tempo... Até lá, creio que seu pai pode preparar algumas poções do sono...

– É claro... – concordou Snape como se o chamassem pelo nome.

– Agora a senhorita deveria descer... Suas amigas com certeza querem um relatório completo... – sorriu – Se os pesadelos continuarem, por favor, volte para conversarmos novamente.

– Tudo bem... – assenti – Obrigada... - Snape beijo discretamente o topo de minha cabeça e soltou-me. – Com licença... – falei saindo da sala.

– Dumbledore -

– É bom ver que finalmente se entenderam... – comentei.

– Perdi muito tempo ignorando-a... – respondeu Severo com um requício de sorriso formando-se em seu rosto.

Severo sempre foi tão sozinho... É bom saber que do amor que sentia pela Lillian nasceu uma garota maravilhosa como a Violet... Tenho certeza que eles serão muito felizes juntos, assim como pai e filha devem ser.

Apenas um grande amor pode curar as feridas de um coração partido.

– Esses pesadelos... – começou ele

– Vamos torcer para que estejamos errados Severo... Pois se estivermos certos, Violet terá grandes desafios pela frente, muitas tentações irão cercá-la... Principalmente se estiver sozinha – avisei - Você sabe que, se nossas suspeitas se confirmarem, ela estará em grande perigo e precisará de proteção, não sabe?

– Sei... – suspirou – No que depender de mim, ela nunca estará sozinha...

– E o que pretende fazer?

– Eu já estava pensando em fazer algo... Mesmo ela tendo as amigas, a Minerva e à mim, acho que ainda sente falta de uma família... Obviamente não posso devolver a ela a mãe, mas posso dá-la um padrinho... Alguém a mais em quem confiar...

– E quem será o felizardo? – perguntei sorrindo, porém, já sabendo a resposta.

– Um velho amigo... Alguém que pode ser parte da família, mas que também pode protegê-la... Principalmente se algo acontecer a mim... – falou pesaroso

– Severo, não pense assim...

– Não adianta dizer o contrário porque não é verdade. Eu assinei minha sentença quando me tornei Comensal... Por minha culpa Lillian está morta!

– Não se martirize tanto meu filho... As coisas tinham que ser assim. Caso não fossem, Harry não seria predestinado a derrotar Voldemort. Grandes vitórias requerem penosos sacrifícios, e mesmo não entendendo, devemos aceitar o rumo que o destino nos deu... – falei – Não pense no passado Severo, e sim no futuro!

– Mas é isso que me preocupa! Eu sei que quando Voldemort descobrir a verdade sobre minha “fidelidade” vai me punir... Antes não me importava, mas agora... Agora tenho uma filha Dumbledore! Uma filha que não quero deixar, que não quero que sofra ou siga os mesmos passos que eu!

– Então certifique-se de que Voldemort não saberá de nada. – disse calmamente - Um dia, Severo, irei te pedir algo difícil de fazer, mas que será necessário... Quando isso acontecer, pense nela... Pense na Violet... Certifique-se de que ela ficará bem, independentemente do que vier a acontecer... Faça tudo que estiver ao seu alcance para protegê-la. – falei.

– Tenho que ter certeza de que, se algo vier a acontecer comigo, o que é inevitável, Violet ficará bem... Não quero que ela passe o resto da vida sozinha como eu... – falou amargamente.

– Então creio que já sabe o que fazer... – falei sorrindo.

– Sim... Já sei. – concordou levantando-se e deixando-me com meus pensamentos.

É incrível o que o amor pode causar nas pessoas...

Principalmente quando essa pessoa é pai...

– Snape –

– Ora, ora... Severo Snape na minha sala pedindo-me um favor?

– Não seja dramático Alastor... Sabe que eu nunca faria isso se a situação não pedisse...

– Muito bem... Então diga-me... O que posso fazer por um velho amigo? – perguntou ironicamente.

Moody mudou muito desde os tempos da escola...

– Deve saber que tenho uma filha... – comecei

– A pergunta correta é: quem não sabe? – riu – Faça o que sabe fazer de melhor Severo, vá direto ao ponto.

Às vezes esse seu senso de humor me irrita!

– Estou preocupado com ela...

– Sem dúvidas a garota é rebelde... E estar no Torneio não alivia para o lado dela...

– Não estou de brincadeiras Alastor! – exclamei – Você mudou muito desde a última vez que nos vimos... – acrescentei

– Pessoas mudam... Privilégio de auror...

– Esse é o ponto. Violet têm tido muitas visões com Voldemort, e isso significa que ele planeja algo... Por mais que seja leal a ele, e você sabe porque, não posso entregar minha filha!

– Você ama aquela garota não ama? – seu tom amargo mudou consideravelmente

– Mais do que qualquer coisa... – admiti. – Por isso quero a sua ajuda...

– Diga...

– Mesmo tendo a mim, Minerva e os amigos, sei que ela sente falta de uma família... A marca... – falei apontando para a cicatriz em meu braço – foi minha sentença... E quando esta chegar, não quero que Violet fique sozinha, como eu fiquei. Minha mãe morreu por isso, e eu estou no mesmo caminho...

– Aonde quer chegar com isso?

– Quero que ela tenha alguém a mais em quem confiar, em quem se apoiar...

– E você pensou em mim? Que tocante Severo...

– Certas coisas nunca mudam não é? Continua o palhaço de sempre!

– E não foi isso que nos aproximou no colégio? – sorriu diabolicamente – Mas voltando ao assunto... O que quer de mim exatamente?

– Quero que seja o padrinho dela.

– Eu o quê?! – surpreendeu-se.

– Além de ser um “excelente” auror, nós dois sabemos que, por baixo dessa carcaça de bode velho existe um homem sedento por uma família... Essa era sua maior reclamação na juventude, que nenhuma garota iria se apaixonar por você...

– Os tempos mudaram Snape.

– Os tempos sim, mas as pessoas não. Lembra-se da promessa que fizemos na formatura?

– Não... – falou tentando fugir do assunto.

– É claro que lembra... – pressionei – Você nunca pôde me cobrar, mas agora eu posso. Se eu consegui me apaixonar por aquela garota, você também pode... Sei que sempre quis ter filhos... Então... Caso eu chegue a faltar... Cuide da minha filha... – pedi – Ajude-me a protegê-la!

– Severo...

– Por favor, Alastor...

– Desculpe, não ouvi... Você está pedindo? – debochou

– Não me faça repetir seu bode velho! – retruquei.

Moody encarou-me como se quisesse ver por meus olhos.

– Tudo bem... – suspirou – Mas não pense que serei um velho babão com a menina, porque não serei! – avisou.

– Eu sei... Mas aceitar já é um bom começo...

– Quem é a madrinha? Talvez eu até me dê bem... – comentou, seu lado mulherengo vindo à tona.

– Minerva.

– É, acho que me dei mal... – concluiu carrancudo.

Este definitivamente não é o Moody que conheci...


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Notas finais do capítulo

*o*

Sei que eu já tinha escrito que o Moody seria o padrinho da Violet, mas percebi que este capítulo era a oportunidade perfeita de explicar o porque da escolha do Snape...

E falando nele... Qual é o passado que envolve Moody-Minerva-Snape??

Muitas pessoas apostaram que quem iria se declarar era o Vitor... Então acho que os surpreendi novamente, não é? Mas não se preocupem, o momento tarda mas não falha... (*o* spoilers!)

Vamos então ao trechinho do próximo capítulo??

—---------
Capítulo 18 Suspicions
(...)
— Violet você está vermelha! - avisou Alessa
— É claro! De raiva! - respondi - Não faz sentido! Como ela coseguiu entrar em Hogwarts mesmo sendo proibida? Como ela descobriu tudo isso e inventou o resto?! - exclamei.
— Violet, se acalme... Estão todos olhando... - sussurrou Sophie estática em seu lugar.
(...)
—-------------
*o* O que será que aconteceu??

Não deixem de comentar!!!