My Little Gift ('The Orphan' - Season 2) escrita por Stéfane Franco


Capítulo 14
Capítulo 13 – The Golden Egg


Notas iniciais do capítulo

Voltando um pouco para o Torneio... :D



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Capítulo 13 – The Golden Egg

“O ovo dourado”

– Violet –

Todos acordaram tarde no dia seguinte ao Natal. Em qualquer lugar que olhássemos víamos alunos dormindo e bocejando. Embora eu estivesse feliz com o baile, fiquei realmente estressada com os resultados dele.

– Rita Skeeter ataca novamente... – disse Sophie pegando o Profeta Diário. - “Amor adolescente: Violet Prince e Vitor Krum, campeões de Hogwarts e Durmstrang respectivamente, passaram o tradicional Baile de Inverno do Torneio juntos. Dançaram a noite toda e apresentaram um ao outro à seus amigos mais próximos. Seria o início de um relacionamento sério?

– Amor adolescente?! Será que essa mulher não cansa de inventar mentiras? – perguntei.

– É só ignorar que uma hora ela para... – disse Mary.

– Claro... Até lá capaz de eu ter uns trinta namorados diferentes na primeira página...

– Você pretende ter trinta namorados? – debochou Vitor sentando-se ao meu lado no café.

– Foi um modo de dizer... E bom dia para você também... – ironizei

– Bom dia... Pode começar a se acostumar, vida de celebridade é assim mesmo...

– Acontece que eu não pedi para ser celebridade.

– Exato, você foi...presenteada com a fama. Aproveita!

- E você não parece muito irritado com essas mentiras... – falei sugestivamente

- Melhor você que a Parkinson, por exemplo... – debochou deixando-me vermelha como um tomate.

O restante do dia passou normalmente, assim como o a última semana do mês.

Vinte e quatro de fevereiro estava cada vez mais perto e eu não tinha nenhuma pista sobre o ovo. Abri e fechei inúmeras vezes, tentei associar o horrível som com alguma coisa, mas nada me vinha à mente. Numa tentativa frustrada e desesperada, cheguei a lançá-lo na parede na esperança de algo novo acontecer. Nada.

E assim chegou o primeiro dia do novo trimestre.

Novamente, os alunos foram sobrecarregados de livros e deveres, exigências cada vez mais presentes. A neve continuava alta nos jardins e as janelas da estufa eram cobertas por um vapor tão denso que era impossível enxergar através dele, porém, este era o menor dos problemas.

– Violet, olha isso... – disse Harry entregando-me uma nova edição do Profeta Diário.

– Finalmente uma matéria na qual não sou tema... – parei assim que li a manchete.

O MAIOR ERRO DE DUMBLEDORE

Por Rita Skeeter

Alvo Dumbledore, excêntrico diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, nunca teve medo de fazer nomeações contra vertidas para o corpo docente. Em setembro deste ano contratou Alastor “Olho-tonto” Moody, o notório ex-auror que vê feitiços por toda a parte, para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas, uma decisão que fez muita gente erguer as sobrancelhas no Ministério da Magia, dado o conhecido hábito que Moody tem de atacar qualquer um que faça um movimento repentino em sua presença.

Olho-tonto, porém, parece responsável e bondoso, em contraste com o indivíduo meio humano que Dumbledore emprega para ensinar Trato das Criaturas Mágicas, Rúbeo Hagrid, que admite ter sido expulso de Hogwarts no terceiro ano, e desde então exerce a função de guarda-caça, um emprego que Dumbledore lhe arranjou. No ano passado, no entanto, usou sua misteriosa influência sobre o diretor da escola para obter o cargo suplementar de professor de Trato das Criaturas Mágicas, preterindo muitos candidatos com melhores qualificações.

Um homem assustadoramente grande e de ar feroz, Hagrid tem usado sua recém-adquirida autoridade para aterrorizar os alunos ao tratar de uma coleção de seres horripilantes. Enquanto Dumbledore faz vista grossa, Hagrid já feriu vários alunos durante uma série de aulas em que muitos admitem “dar muito medo”. “Eu já fui atacado por um hipogrifo e meu amigo, Vicent Crabbe, levou uma dentada fria de um verme” – declarou Draco Malfoy, um aluno do quarto ano. “Todos odiamos Hagrid, mas temos receio demais para dizer qualquer coisa”. Mas Hagrid não tem a menor intenção de desistir de sua campanha de intimidação. Em conversa com a repórter do Profeta Diário, no mês passado, ele admitiu que cria uns bichos a que chama de “explosivins”, resultado de um cruzamento perigoso entre manticore e caranqueijo-de-fogo. A criação de novas raças é, naturalmente, uma atividade em geral acompanhada de perto pelo Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas. Hagrid, ao que parece, considera-se acima dessas restrições pouco importantes. “Eu só estava me divertindo um pouco” – disse ele, antes de mudar rapidamente de assunto. E como se não bastasse, o Profeta Diário agora encontrou provas de que Hagrid não é – como sempre fingiu ser – um bruxo puro. De fato, não é sequer um ser humano puro. Sua mãe, podemos revelar com exclusividade, não é outra senão a giganta Fridwulfa, cujo paradeiro é atualmente desconhecido. Sedentos de sangue e brutais, os gigantes chegaram à extinção com as guerras que promoveram entre si no século passado. Os poucos sobreviventes se alistaram nas fileiras d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, e foram responsáveis por alguns dos piores massacres de trouxas durante o réu reino de terror.

Embora muitos gigantes que serviram Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tenham sido mortos por aurores que combatiam o partido das trevas, Fridwulfa não foi um deles. Mas, bizarramente, dizem que Hagrid criou uma grande amizade pelo garoto que provocou a queda de Você-Sabe-Quem – e com isso obrigou a própria mãe, bem como os demais seguidores do bruxo das trevas, a procurar um refúgio. Talvez Harry Potter não tenha conhecimento da desagradável verdade sobre seu grande amigo.

Não nos resta dúvida de que Alvo Dumbledore tem obrigação de providenciar para que Harry Potter, bem como seus colegas, sejam informados dos perigos de se associarem com meios gigantes.

– Será que essa louca não sabe falar em outra coisa que não envolva Harry Potter e Violet Prince? – falei indignada – E que história é essa de “todos odeiam o Hagrid”?!

– Malfoy. – explicou Harry.

– Como se ele falasse por todos! É por isso que o Hagrid não deu aulas hoje?

– Parece que sim... Eu vou falar com ele depois do jantar... Que ir também?

– Vou sim... E quanto ao Malfoy... Bem, preciso tirar algo à limpo. – falei me aproximando do loiro oxigenado. – Malfoy!

– Que foi Prince? Se arrependeu de me recusar? – perguntou

– Será que você não sabe fazer outra coisa a não ser atrapalhar a vida dos outros? Primeiro entregou minha história de bandeja pra Skeeter, agora isso com o Hagrid?! Vai cuidar da sua vida!

– Sua história? – perguntou ironicamente.

– Não se faça de desentendido Malfoy... – sorri – Eu sei que você ouviu uma conversa minha e descobriu sobre meu passado... Sei também que foi você que entregou minha história para a Skeeter...

– Não sei do que está falando...

– Não se faça de idiota... Eu sei que foi você...

– Pelo menos eu falo a verdade...

– Pare de cuidar da vida dos outros Malfoy, parece uma menininha fofoqueira! – debochei – Cuida da sua e deixa os outros em paz! – avisei afastando-me.

– E então? – perguntou Harry.

– Ele que entregou minha história para a Skeeter...

– Esse Malfoy já está enchendo... Ele tem que pagar!

–----------

– Violet, vamos?

– Eu ainda não terminei de jantar, mas pode ir na frente... Daqui a pouco te alcanço...

– Tudo bem...

Harry deixou o Salão Principal acompanhado por Rony e Hermione, que pareciam mais próximos desde o baile. Assim que terminei o jantar peguei minhas coisas e sai também.

– Hagrid! – gritei na porta de sua cabana.

– Entra... – disse Hermione ao abrir a porta. Sua expressão não era das melhores.

– Hagrid? – chamei entrando na cabana – Como você está?

– Melhor... Dumbledore conversou comigo... Vocês três também me ajudaram bastante... – disse apontando o trio de ouro.

– Você vai voltar para as aulas não vai? – perguntei

– Não sei...

– Hagrid, o que o Malfoy disse não é verdade... Nós não te odiamos!

– Eu sei... Mas acho que Dumbledore errou ao me colocar como professor...

– Nunca mais diga isso Hagrid! Se você foi promovido, é porque Dumbledore confia em você... Assim como nós... – falei.

– Sabe o que eu gostaria? – perguntou melancólico – Eu adoraria ver você vencer, realmente adoraria. Você iria mostrar a eles todos que não é preciso ser sangue-puro para fazer isso, não tem que se envergonhar do que é... Mostraria a todos eles que Dumbledore é quem tem razão quando deixa qualquer um entrar desde que seja capaz de fazer magia... Como é que você está indo com aquele ovo Violet?

– Estou quase decifrando... – menti – Você tem razão Hagrid, não é preciso ser sangue-puro... Uma prova disso é que uma nascida trouxa e uma mestiça conseguiram entrar na Sonserina – sorri

– Isso mesmo... Mostre a eles, Violet, mostre a eles... Derrote todos eles! – pediu.

– Vou tentar... Eu prometo! – sorri.

Só preciso descobrir o segredo do ovo antes...

– Violet – 28 de janeiro de 1995 - domingo

– Por que os trouxas aprendem algo assim? – exclamou Sophie. – Isso não entra na minha cabeça!

– Sophie, por que você está lendo isso? – perguntou Mary ao observar o caderno da loirinha.

Estudo dos trouxas... A professora mandou que pesquisássemos sobre Física, mas isso não entra na minha cabeça!

– Não entra porque você passou a vida toda no mundo bruxo... Eu cresci no mundo trouxa, então, aprendi Física... É uma matéria muito interessante... – disse Alessa.

– Você pode me ajudar? – sorriu Sophie como uma criança.

– Claro... O que quer saber?

– Pra quê existe a Física? – indagou desesperadamente.

– Sophie... No mundo trouxa é possível calcular a velocidade de uma pessoa, da luz, do som... A física tenta explicar os fenômenos naturais... – começou Alessa – Por exemplo... o som!

– Tem como calcular o som?!

– Sim... Essa área da física chama-se Acústica, e estuda o som e sua propagação. Resumidamente, o som é uma onda mecânica que possui a intensidade e frequência para ser decifrada pelos humanos.

– Onda mecânica?

– Onda mecânica é uma onda que precisa de meios materiais, como o ar ou o solo, para se propagar... Um exemplo bom é a água... A velocidade do som na água é maior que no ar, logo, a qualidade é melhor...

– Então... A qualidade do som é melhor na água que no ar?

– Isso... O som se propaga quatro vezes mais rápido na água que no ar...

– É isso... – sussurrei encarando a longa mesa do café.

– Isso o quê? – perguntou Mary.

– É isso!! – gritei – O som se propaga mais rápido na água que no ar... – raciocinei - Alessa, você é um gênio! – levantei-me arrumando minhas coisas.

– Eu sei que sou um gênio, mas... O que você quis dizer mais especificamente?

– Muito obrigada! – exclamei dando-lhe um beijo estalado na bochecha – Vejo vocês depois! – gritei saindo do salão.

– Minerva –

– Parece que ela entendeu o enigma... – comentei

– Sabia que ela conseguiria descobrir sozinha... – falou Snape com um ar orgulhoso.

– Violet –

Corri pelos corredores como louca, esbarrei em muitas pessoas e quase cai várias vezes. Quando finalmente cheguei ao dormitório, peguei o ovo dourado e fui para o banheiro. Enchi a banheira de água e coloquei-o dentro.

– Espero que dê certo... – sussurrei, abrindo o ovo.

O som agudo e horrível de antes já não existia. Em seu lugar uma melodia suave tocava, porém, não era clara o suficiente para distinguir palavras.

– Agora só preciso de um lugar grande o suficiente para ouvir alguma coisa... – comentei.

– Alessa –

– Entendeu agora Sophie? – perguntei.

– Com certeza... Você é uma ótima professora – respondeu ela.

– E a Violet, o que será que aconteceu? – indagou Mary

– Não sei, mas acho que estamos prestes à descobrir... – comentei apontando para a garota de cabelos negros que entrava afoitamente pelas portas do Salão Principal.

– Meninas! Preciso da ajuda de vocês... – perguntou ela quase sem fôlego.

– O que aconteceu?

– Preciso de um lugar grande o suficiente para deixar a cabeça debaixo d’água... Tipo uma piscina... – explicou.

– Por quê? – perguntou Sophie.

– Acho que decifrei o enigma...

– Bom, tem o banheiro dos monitores... Pelo que eu soube, tem uma banheira enorme bem no centro... – comentou Mary.

– Me ajudam a entrar? – perguntou Violet com um sorriso travesso.

– Com certeza... – respondi levantando-me e pegando minhas coisas.

No minuto seguinte estávamos correndo pelos corredores até o banheiro dos monitores.

– Alguém sabe a senha? – perguntei.

– Jujubas coloridas – disse Mary. – Eu ouvi a Gemma falando para as amigas...

– Certo, eu e a Mary ficamos aqui, vocês duas entram. – disse Sophie – Se alguém chegar nós damos um jeito de avisar...

– Tudo bem... – falou Violet enquanto puxava-me para dentro do enorme banheiro

– Uau... Vendo isso dá uma vontade de ser monitora... – comentei. – O que está fazendo?!

– Não vou entrar na água de roupa! – disse tirando a capa e o sobretudo, ficando apenas de saia e camisa. – Vou tentar ouvir alguma coisa... – falou entrando na água com o ovo e mergulhando a cabeça.

– Violet –

Tomei fôlego e escorreguei para dentro da água, onde finalmente pude ouvir um coro inquietante de vozes que cantavam para mim.

Procure onde nossas vozes parecem estar,

Não podemos cantar na superfície,

E enquanto nos procura, pense bem:

Levamos o que lhe fará muita falta,

Uma hora inteira você deverá buscar,

Para recuperar o que lhe tiramos,

Mas passada a hora, adeus esperança de achar.

Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.

Emergi novamente, dessa vez com uma excitação enervante.

– E então? – perguntou Alessa

– Deu certo... – falei com um sorriso no rosto. – Anota o que vou ditar... – pedi, voltando a mergulhar três vezes para conseguir passar o texto.

– Pronto... É isso?

– Sim... – concordei saindo da grande banheira.

– Eu te ajudo... – falou ela, sacando a varinha e lançando um feitiço de secagem.

Logo pegamos nossas coisas e deixamos o banheiro, voltando a correr pelos corredores em direção ao jardim, normalmente vazio aos domingos.

– Violet! Violet, espere! – gritou Cedrico.

– Cedrico! – falei parando e virando abruptamente.

– Preciso falar com você...

– Hum... Meninas, vão indo... – falei às garotas – Aconteceu alguma coisa?

– Você conseguiu desvendar o ovo? – perguntou.

– Quase... – respondi desconfiada

– Você me ajudou com a primeira prova, então vou te ajudar com a próxima... – explicou - Sugiro que tome um banho... E leve o ovo com você... Pode ser bastante... esclarecedor.

– Obrigada mas... Eu já fiz isso... – respondi – Estou na parte da canção...

– Ah então... Você já esteve no banheiro dos monitores? – acenei - Quando for desvendar a mensagem, lembre-se do vitral... – falou

– Vitral? Tudo bem... Obrigada Cedrico - agradeci

– Boa sorte... – disse enquanto afastava-se.

– E então... O que ele queria? – indagou Alessa assim que as encontrei.

– Ele me deu uma dica sobre o enigma... – respondi.

– Falando nisso... Conseguiram decifrá-lo? – perguntou Mary.

– Sim... Alessa estava certa, a velocidade do som na água é muito maior que no ar... Quando abrimos o ovo debaixo d’água, vozes começam a cantar...

– Cantar? Mas cantar o que? – perguntou Sophie.

– Aqui, eu anotei... – disse Alessa entregando-lhe suas anotações.

– “Procure onde nossas vozes parecem estar, não podemos cantar na superfície” – começou Mary – O que não consegue cantar na superfície?

– Bom, se na superfície não consegue, deve ser na água... Assim como o ovo... – disse Sophie.

– Certo... Como a primeira prova era um ser “vivo”, a segunda deve ser também... Qual criatura pode cantar debaixo d´água e não na superfície? – disse Alessa.

A imagem do vitral era uma sereia...

– Sereias... – completei. – Sereias são conhecidas por suas vozes doces... Elas cantam debaixo d’água mas não conseguem na superfície... – raciocinei – É isso! A segunda prova é passar por sereias!

– O que diz o resto? – perguntou Mary.

– “E enquanto nos procura, pense bem: levamos o que lhe fará falta, uma hora inteira você deverá buscar, para recuperar o que lhe tiramos...” – leu Sophie – Então as sereias terão algo que te pertence, e sua tarefa é recuperar...

– Mas o que seria? Algo de valor? – perguntou Alessa

– Talvez...

– “Mas passada a hora, adeus esperança de achar. Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará”. Se você não recuperar o que lhe foi tirado...

– Estará perdido para sempre... – completou Mary.

– Só há um lugar onde tem sereias... – começou Sophie – O Lago Negro.

– Então... Tenho que ir ao Lago Negro e, no prazo de uma hora, encontrar algo que será tirado de mim, algo valioso o suficiente para me fazer mergulhar e passar por sereias...? – concluí.

– Não deve ser tão difícil assim... – comentou Alessa.

– Não seria... Se eu soubesse nadar... – acrescentei.


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